LAB Flashcards
Memorizar valores normais de laboratorio
Sódio
135-145mEq/L
Na+ alto: Diabetes insipidus, Uso de manitol, Diuréticos de alça, Hiperaldosteronismo
Na+ baixo: Uso de tiazídicos, Hipovolemia, ICC, Cirrose, SIAD, Ins. supra-renal, Potomania
Potássio
3,5-4,5mEq/L
Quando aumenta? Insuficiência renal; Acidose; Hipoaldosteronismo; Insuficiência adrenal primária;
Drogas retentoras de K+ (espironolactona, iECA); Hemólise maciça.
Diminuído quando: Alcalose metabólica; Diarréia, fístulas digestivas ou vômitos; Tiazídicos ou
diuréticos de alça; ATR tipo I e II; Hiperaldosteronismo; Poliúria; Hipomagnesemia; Estenose da artéria
renal; Insulina; Beta-agonistas; Hipotermia.
Cálcio
8,5-10mg/dl
Cálcio iônico: 1,12-1,32mmol/L (não se
altera com hipoalbuminemia, acidose
ou alcalose)
Quando aumenta? Hiperparatireoidismo primário ou terciário; Malignidades; Doenças granulomatosas;
Hipervitaminose D; Aumento da reabsorção óssea (hipertireoidismo); Síndrome leite-álcali.
Quando cai? Hipoparatireoidismo; Hipomagnesemia; Deficiência de vitamina D; Síndrome do osso
faminto (pós-paratireoidectomia); Quelantes de cálcio.
Ca++ corrigido: Aumentar em 0,8 o valor do Ca++ para cada 1,0mg que a albumina estiver abaixo
de 4,0mg/dl.
Fósforo
2,5-4,3mg/dL
Quando sobe? Insuficiência renal; Hipoparatireoidismo; Hipercalcemia; Hiper ou hipomagnesemia
severas; Acromegalia; Acidose metabólica; Rabdomiólise; Hemólise severa
Quando cai? Hiperparatireoidismo primário ou secundário; Hiperglicemia, alcalose ou uso de
catecolaminas; Síndrome do osso faminto; SHU; Hiperaldosteronismo; Alcoolismo; Hipomagnesemia.
Magnésio
1,5-2,5mg/dl
Se alto… pensar em insuficiência renal ou iatrogenia
Se baixo… pensar em diarréias, diuréticos tiazídicos ou de alça, aminoglicosídeos, anfotericina B,
etilismo crônico, síndrome do osso faminto.
Cloro
102-109mmol/L
Aumentado: na desidratação, ATR, perdas digestivas de HCO3, IRA, excessiva reposição do íon por
hidratação venosa ou alimentação parenteral.
Diminuído: na hiperidratação, perdas excessivas de cloro por via gastrointestinal, acidose metabólica
com anion gap aumentado, nefropatias perdedoras de sódio e SIAD.
Bicarbonato
22-26mEq/L
Aumenta… na Hipocalemia, Hiperaldosteronismo, Hipercortisolismo, uso de iECA, Compensação de
acidose respiratória crônica; Hipovolemia; uso de Diuréticos; Vômitos; Adenoma viloso do colon…
Diminui… na Insuficiência renal e supra-renal; Acidose lática; CAD; Rabdomiólise; Intoxicação por
etilenoglicol, metanol e salicilatos; ATR; Hipoaldosteronismo; Diarréia…
pCO2
35–45mmHg
Reduz: na dor ansiedade, febre, sepse, hipóxia, compensação de acidose metabólica, crise asmática,
estimulação do centro respiratório por outra causa
Aumenta: na obstrução de grandes ou pequenas vias aéreas, doenças neuromusculares, sedação,
torpor/coma, síndrome de Pickwick, compensação de alcalose metabólica.
pO2
Acima de 60mmHg
Pode estar reduzida em condições que piorem a troca pulmonar, causando efeito shunt (pneumonias,
EAP), distúrbio V/Q (asma, DPOC, TEP), hipoventilação (neuropatias, depressão do centro respiratório),
shunt direita-esquerda (tetralogia de Fallot), anemia grave, intoxicação por CO.
pH
7,35 - 7,45
pH alto =alcalose metabólica hipovolemia, hipocalemia, hipercortisolismo…
alcalose respiratória hiperventilação (dor, febre, ansiedade, TEP…).
pH baixo =acidose metabólica acidose lática, rabdomiólise, cetoacidose diabética, ATR…
acidose respiratória obstrução de vias aéreas, doenças neuromusculares…
Lactato
Arterial (melhor): 0,5-1,6mmol/L
Venoso: 0,63-2,44mmol/L
Aumenta na Sepse, Choque, Isquemia mesentérica, Insuficiência hepática, Hipoxemia; Acidose por
anti-retrovirais ou metformina; Neoplasia maligna, Acidose D-Lática.
Osmolaridade
Osm efetiva: 275-290mmol/L
Osm: clássica: 280-295mmol/L
Varia de maneira diretamente proporcional ao sódio (principal) e glicose.
Varia de maneira diretamente proporcional ao sódio (principal), glicose e uréia.
Uréia
10-50mg/dl
Aumenta classicamente na insuficiência renal.
Pode subir em pacientes em dieta hiperprotéica, com hemorragia digestiva e infecções
Creatinina
Mulheres: 0,6-1,2mg/dl
Homens: 0,7-1,4mg/dl
Aumenta na insuficiência renal. É mais fidedigna que a uréia como indicador de função renal.
Em idosos, sempre calcular o clearence de creatinina, que pode ser baixo apesar de uma
creatinina normal.
Tireoglobulina
Pessoas normais: 2-70ng/ml
Tireoidectomizados: <1ng/ml
Aumenta em tireoidites, CA de tireóide, hipertireoidismo ou após palpação vigorosa da
glândula. Principal utilidade: segmento de CA pós-tireoidectomia.
Ceruloplasmina
22-58mg/dl
Proteína sintetizada no fígado responsável pelo transporte de cobre no sangue, evitando que este metal
circule na sua forma livre. Seus níveis estão reduzidos na doença de Wilson. É um reagente de fase
aguda, aumentado em diversas condições inflamatórias (infecciosas, reumatológias e neoplásticas).
Cobre Total
Mulheres: 85-155mcg/dl
Homens: 70-140mcg/dl
O valor do cobre total medido (cobre ligado a ceruloplasmina) está diminuído na doença de Wilson,
em função da queda na produção hepática de ceruloplasmina. Este fato pode confundir o médico no
momento do diagnóstico desta rara doença… veja, é a dosagem do cobre sérico livre, que se encontra
elevada nestes pacientes (>10mcg/dl, em geral encontramos > 25mcg/dl).
Haptoglobina
36-195mg/dl
Diminuída nas hemólises
Aumenta em estados inflamatórios e neoplasias
Creatinoquinas
CK total
Mulheres : 26-140U/L
Homens: 38-174U/L
Útil no diagnóstico e no seguimento de miopatias, incluindo dermatomiosite, hipotiroidismo, doenças
infecciosas com miopatia e miopatia induzida por estatinas. Uso limitado no acompanhamento do
IAM. Injeções intramusculares, traumas, cirurgias, intoxicação por barbitúricos e uso de anfotericina B
também aumentam a CPK.
CK-MB
Até 25U/l
Se eleva nas primeiras 4-6h do IAM, atingindo pico em 12h. Sua elevação é considerada relevante se
corresponder a ≥ 10% do valor da CK total.
CK-MB massa
Até 3,6ng/ml
Mais específica que a CK-MB no acompanhamento do IAM`
Troponina I
Até 0,5ng/ml - para alguns serviços,
1ng/ml; para outros, 0,25… -
O melhor marcador atualmente para IAM. Começa a subir após 4-6h do evento, mantendo-se elevada
por mais de 1 semana.
Mioglobina
Até 90mcg/L
A primeira enzima a se elevar no IAM, mas é inespecífica, elevando-se em qualquer lesão muscular
(incluindo rabdomiólise).
Aldolase
Até 7,6U/L
Útil no seguimento de miopatias. Bastante aumentada nas distrofias musculares e outras miopatias.
Aumenta também no IAM e neoplasias.
ECA
9-67U/L
Aumentada na histoplasmose e, especialmente, na sarcoidose, onde a normalização de seus níveis
indica sucesso no tratamento. Pode aumentar em menor grau em outras doenças granulomatosas
pulmonares.
LDH
240-480U/L
Marcador inespecífico de lesão celular (hemólise, IAM, lesão hepática…). Níveis acima de 1000U/L em
um paciente HIV+ com infiltrado pulmonar sugerem pneumocistose. Usado em comparação com o
LDH do líquido pleural na diferenciação exsudato x transudato.
Amilase
28-100U/L
Aumenta: Pancreatite ou TU de pâncreas, e parotidite (também na IRC, grandes queimados, CAD e
abdomes agudos de outra etiologia – especialmente IEM e úlcera péptica perfurada).
Macroamilasemia: uma Ig liga a amilase, não permitindo a sua filtração no glomérulo. Resultado: amilase
muito alta no soro / muito baixa na urina (na pancreatite aumenta nos dois).
Lipase
<60U/L
Mais específica que a amilase para lesão pancreática. Usar as duas em conjunto. Permanecendo
elevada > 2 semanas após uma pancreatite aguda, pode sugerir pseudocisto. Pode aumentar também
em outras condições inflamatórias intra-abdominais.
Alaninotransaminase (ALT)
7-41U/L
Aumentada na lesão hepática parenquimatosa – mais específica que a AST. Aumento acima de 1000U/L
tem três principais causas: hepatite viral, isquêmica ou por acetaminofen.
Aspartatotransaminase (AST)
12-38U/L
Aumentada na lesão hepática parenquimatosa, e nesse contexto, uma relação AST:ALT 2:1 ou maior
direciona o diagnóstico para doença hepática alcoólica, ou, menos comumente, evolução para cirrose,
doença de Wilson ou hepatite por Dengue. Eleva-se também no IAM e na pancreatite aguda.
Fosfatase alcalina (FA)
Mulheres: 35-104U/L
Homens: 40-129U/L
Fígado: Eleva-se na colestase, lesões hepáticas que ocupam espaço (metástases, tumores, granulomas,
abscessos), ou doenças infiltrativas do fígado (amiloidose). Hepatites, especialmente as colestáticas,
também podem elevar a FA.
Osso: Aumenta muito (acima de 1000U/L) na doença de Paget. Aumenta também na osteomalácia,
metástases ósseas (especialmente as blásticas) e TU ósseos.
Gamaglutamil transpeptidase (gama-GT ou GGT)
Mulheres: 8-41U/L
Homens: 12-73U/L
Elevada basicamente nas mesmas situações que a FA, exceto em lesões ósseas (FA elevada + GGT
normal = provável lesão óssea). Uma GGT elevada, afastadas outras causas, pode servir como
marcador de etilismo.
Bilirrubinas totais
0,3-1,3mg/dl
Sempre avalie a fração predominante em uma hiperbilirrubinemia.
Bilirrubina direta (BD)
0,1-0,4mg/dl
Icterícia com predomínio de BD significa em geral colestase ou lesão hepatocelular. Afastadas doenças
que gerem um ou outro, pensar nas síndromes de Dubin-Johnson e do Rotor.
Bilirrubina indireta (BI)
0,2-0,9mg/dl
Icterícia com predomínio de BI, pensar em hemólise, eritropoese ineficaz ou síndrome de Gilbert.
Proteínas totais
6,5-8,1g/dl
As proteínas totais representam o somatório da albumina e das globulinas. Uma relação albumina/
globulina abaixo de 0,9 pode significar hiperglobulinemia.
Albumina
3,5-5,0g/dl
Diminuída na cirrose, síndrome nefrótica, desnutrição ou outros estados hipercatabólicos, como a
caquexia do câncer.
Globulina
1,7-3,5g/dl
Podem estar aumentadas em doenças auto-imunes, calazar ou algumas doenças hematológicas, às
custas da frações alfa-1, alfa-2, beta ou gama-globulina. Podemos identificar a fração responsável pela
eletroforese de proteínas.
BNP (peptídeo natriurético cerebral)
Até 100pg/ml
Útil na diferenciação entre dispnéia por ICC e por pneumopatias primárias, na fase aguda.
Valores > 100pg/ml sugerem IVE, TEP ou cor pulmonale. Acima de 400pg/ml, praticamente sela
a IVE como causa da dispnéia. Na FA crônica, é recomendado aumentar o corte para 200pg/ml.
Muito ainda se pesquisa sobre esse marcador.
Antígeno prostático específico (PSA)
≤ 4ng/ml
Usado no screening do CA de próstata. Níveis acima de 50ng/ml predizem um risco maior de
Mx à distância. Os “refinamentos de PSA” (apostila nefro VI) podem tornar o PSA mais específico.
Alfafetoproteína
≤ 15mcg/L
Funciona como marcador de hepatocarcinoma e alguns tumores testiculares.
CA-125
≤ 35U/ml
Marcador de CA de endométrio e, principalmente, de ovário, na pesquisa de recidivas póstratamento.
Não tem valor diagnóstico, e pode se elevar em outras neoplasias e até mesmo na
endometriose.
CA 19-9
≤ 37U/ml
Esse marcador é usado principalmente no CA de pâncreas. Níveis acima de 300U/ml indicam
maior probabilidade de que o tumor seja irressecável. Útil no acompanhamento de recidivas.
Pode aumentar também no LES, AR, esclerodermia e cirrose.
CA 15-3
≤ 28 U/ml
Útil no segmento após tratamento do CA de mama. Pode estar elevado também no CA de
pulmão, ovário e pâncreas, e ainda em hepatopatias.
CEA
Não fumantes: até 3,0 mcg/L.
Fumantes : até 5,0 mcg/L.
Muito usados no segmento pós-tratamento do CA colorretal. Não tem indicação no diagnóstico.
Beta-HCG
Indetectável em não-gestantes
A principal aplicação é no diagnóstico de gravidez, mas pode ser usada no diagnóstico de
neoplasias trofoblásticas gestacionais e alguns tumores de testículo.
TSH
≥ 20 anos: 0,45-4,5mUI/L
Fundamental no diagnóstico de disfunções tireoideanas e o grande exame no seguimento, para
ajuste de doses de reposição hormonal. TSH alto, hipotireoidismo primário ou hipertireoidismo
secundário; TSH baixo, hipertireoidismo primário ou hipotireoidismo 2ario/3ario.
T4 livre
0,7-1,5ng/dl
Teste mais fidedigno para medir a atividade hormonal tireoideana, em relação ao T4 e T3 total.
T3
- 12 a 20 anos: 72-214 ng/dL (1,10-3,28 nmol/L);
- 20 a 50 anos: 70-200 ng/dL (1,13-3,14 nmol/L);
- > 50 anos: 40-180 ng/dL (0,63-2,83 nmol/L).
Útil no diagnóstico do hipo e hipertireoidismo, mas pode estar normal em até 30% dos
casos. Deve ser solicitado quando o T4 estiver normal e houver suspeita de T3-toxicose.
Calcitonina
Mulheres: até 5pg/ml
Homens: até 12pg/ml
A calcitonina está elevada no carcinoma medular da tireóide. Estudos estão em andamento
tentando validar a pró-calcitonina como marcador de infecção (talvez o melhor existente).
Paratormônio (PTH)
10-65pg/ml
O PTH se eleva em resposta à hipocalcemia (ou hiperparatireoidismo primário) e se reduz em
resposta à hipercalcemia. Na IRC, níveis aumentados de PTH apontam hiperparatireoidismo
secundário ou terciário. Cada estágio de IRC tem seu PTH-alvo.
Prolactina
Mulher não-gestante: Até 26mcg/ml
Homem: Até 20mcg/ml
Dosagem usada no seguimento pós-op de tumores hipofisários ou na investigação de disfunção
erétil, galactorréia ou amenorréia. Prolactinomas geralmente cursam com níveis acima de
100ng/ml.
Testosterona
Homens: 240-816ng /dL
Mulheres: 9-83ng/dL
A testosterona é solicitada na investigação de hipogonadismo em homens, e virilização/
hirsutismo em mulheres.
Eritropoetina
4,1-27 U/ml
Reduz-se na insuficiência renal e tem papel na investigação de anemias e policitemias. Nas policitemias,
o achado de EPO baixa é diagnóstica de policitemia vera, enquanto valores aumentados nos fazem
pensar em causas secundárias de policitemia (como doença pulmonar ou síndrome paraneoplásica).
Cortisol sérico
- Sem supressão prévia: 5-25mcg/dl
- Após supressão com 1mg de dexametasona na noite anterior: < 5mcg/dl
Valores aumentados (ou não suprimidos) indicam a continuação da investigação para síndrome
de Cushing. O teste que se segue à supressão com dexametasona 1mg é mais fidedigno. Colher
entre 7-9h.
Teste da cortrosina
Cortisol esperado: >18mcg/dl
Corresponde à dosagem do cortisol sérico 30-60min após a administração IM ou IV de 250mg
de cosinotropina. Se a resposta for abaixo do esperado, temos uma insuficiência supra-renal.
ACTH
6-76pg/ml
Na insuficiência supra-renal: valores baixos apontam ISR secundária; valores altos, ISR primária.
No hipercortisolismo: valores altos = doença de Cushing; valores baixos = adenoma de supra-renal.
Aldosterona
4-31ng/dl
A aldosterona se eleva no hiperaldosteronismo primário ou secundário; diminui no
hipoaldosteronismo (incluindo o da doença de Adison) e na síndrome de Bartter.
Atividade de Renina (atividade de geração de angiotensina I)
0,5-2,1ng/ml/h
Uma atividade de renina baixa classifica um hipo ou hiperaldosteronismo como hiporreninêmico
(pensaremos em nefropatia diabética ou hiperaldosteronismo primário). A renina estará aumentada
nas causas secundárias de hiperaldo (ex.: hipertensão renovascular) ou nas causas primárias de
hipoaldosteronismo (ex.: insuficiência supra-renal primária).
Gastrina
< 100pg/ml
Eleva-se em resposta à hipocloridria (gastrite atrófica, infecção pelo H. pylori, anemia perniciosa)
e, principalmente na síndrome de Zollinger-Ellison, onde costuma passar dos 1000pg/ml.
Teste de supressão do GH
Positivo se < 1mcg/L
Nesse teste, o GH é dosado 1-2h após a administração de 75g de glicose por via oral. Teste positivo diagnostica acromegalia.
Hemoglobina glicada (HbA1c)
4,0-6,0%
Aumentada no diabetes mal-controlado. Níveis de até 7,0% são tolerados no tratamento do DM. Não é
usada no diagnóstico.
Glicemia de jejum
70-125mg/dl
- Duas dosagens ≥ 126 ou uma dosagem > 200 + sintomas de DM = diagnóstico de DM
- Duas dosagens entre 100-125 = estado pré-diabético
Glicemia pósprandial (2h após 75g de glicose VO)
Até 140mg/dl
- Se ≥ 200mg/dl = DM
- Se entre 140-199 = intolerância à glicose
Peptídeo C
0,5-2,0ng/ml
No DM tipo I, níveis indetectáveis
No DM tipo II, níveis > 0,1ng/dl
Colesterol total
Desejável: inferior a 200 mg/dl
Limítrofe : de 200 a 239 mg/dl
Elevado : superior a 239 mg/dl
Importante observar as frações
Colesterol-LDL
Ótimo: < 100 mg/dl
Sub-ótimo: 100-129 mg/dl
Limítrofe: 130-159 mg/dl
Encontrado por um cálculo => LDL = CT – (TG/5 + HDL). A escolha por manter o LDL no nível
ótimo, sub-ótimo ou limítrofe depende do risco cardiovascular do paciente. Em pacientes com
aterosclerose significativa, o alvo é 70mg/dl.
Colesterol- VLDL
< 30mg/dl
Colesterol-HDL
≥ 40 mg/dl em homens
≥ 50 mg/dl em mulheres
Um HDL ≥ 40mg/dl é considerado protetor contra eventos cardiovasculares. Obesos, sedentários e tabagistas tendem a ter o HDL baixo. O exercício pode elevá-lo.
Triglicerídeos (TG)
≤ 150 mg/dL
Valores altos estão relacionados a um alto risco cardiovascular e valores > 400 associam-se a
pancreatite aguda.
Ácido Úrico
Mulheres: 2,5-5,6mg/dl
Homens: 3,1-7,0mg/dl
Útil no seguimento da hiperuricemia e todo o seu espectro de complicações.
Homocisteína
4,4-14 μmol/L
Valores elevados na deficiência de folato ou de vit. B12. Outras causas: genética, sedentarismo, tabagismo
e hipotireoidismo. Hiper-homocisteínemia é fator de risco independente para doença coronariana.
Ácido Metilmalônico
70-270mmol/L
Níveis aumentados sugerem deficiência de cobalamina, mas não de folato.
Cobalamina (Vit. B12)
200-900pg/ml
Níveis baixos = carência de B12 / entre 200-300pg/ml = faixa de incerteza
Folato
2,5-20ng/ml
Abaixo de 2ng/ml, confirmada a deficiência de ácido fólico como etiologia da anemia macrocítica;
acima de 4ng/ml, afastada. Entre 2-4ng/ml, faixa de incerteza
Ferro
60-150mcg/dl
Quando aumenta? Hemocromatose idiopática, Eritropoese ineficaz (talassemia, anemia
megaloblástica), Hepatite aguda grave.
Quando diminui? Anemia ferropriva (geralmente < 30mcg/dl), Anemia de doença crônica.
Ferritina
Mulheres: 10-150ng/ml
Homens: 29-248ng/ml
Principal marcador sérico das reservas corporais de ferro. Aumentada na anemia de inflamatória (de
doença crônica) e na hemocromatose; reduzida na anemia ferropriva.
TBIC
250-360mcg/dl
Quando aumenta? Anemia ferropriva (também na gestação e uso de alguns ACO)
Quando reduz? Anemia de doença crônica, hemocromatose, hipertireoidismo, desnutrição.
Saturação de transferrina (Ferro sérico/TBIC)
30-40%
Geralmente só baixa de 20% na anemia ferropriva. Diminui também na anemia de doença crônica e
síndrome urêmica. Aumenta na hemocromatose e na talassemia.
Protoporfirina livre eritrocitária (FEP)
Até 30mcg/dl
Mede os níveis de protoporfirina não-ligados ao ferro. Se o ferro está baixo, aumenta a fração livre da
protoporfirina. Essa elevação ocorre tanto na anemia ferropriva quanto na intoxicação por chumbo.
Chumbo
População geral: ≤ 10mcg/dl
População exposta: ≤ 40mcg/dl
Tolerância máxima: ≤ 60mcg/dl
Dosar nos pacientes suspeitos de intoxicação por esse elemento, e periodicamente nos com
exposição ocupacional (baterias, fabricação de plásticos, funilaria de automóveis…).
G6PD (eritrocítica)
> 100mU/bilhão de eritrócitos
Abaixo disso, deficiência de G6PD (avaliar história de hemólise).
Proteína C reativa (PCR)
Até 0,5mg/dl
Existe variabilidade na faixa de normalidade entre laboratórios. A PCR se eleva já no primeiro dia
de um processo infeccioso bacteriano, e funciona como um dos marcadores séricos de piora ou
melhora do processo. A PCR também se eleva na febre reumática aguda e na vasculite reumatóide.
Elevações crônicas parecem traduzir alto risco de eventos coronarianos.
VHS (velocidade de hemossedimentação)
Mulheres: até 20mm/h
Homens: até 15mm/h
Eleva-se basicamente em estados inflamatórios/infecciosos e nas anemias, sendo um marcador bastante inespecífico. Doenças que podem cursar com VHS>100: infecções bacterianas, LES, FR,
arterite temporal e neoplasias. Um VHS próximo a zero pode ser uma pista importante na febre amarela.
D-dímero
Até 500ng/ml
Extremamente útil como triagem diagnóstica para TEP/TVP em pacientes de baixo risco. Lembrar
que também aumenta nas seguintes condições: IAM e angina instável; CIVD e fibrinólise primária
maciça; hematomas; cirurgias; pré-eclâmpsia.
PTT
26,3 - 39,4s
Altera-se com o uso de heparina não-fracionada, nas hemofilias, CIVD e na deficiência do complexo
protrombínico. A SAAF, apesar de ser um estado de hipercoagulabilidade, prolonga o PTT in vitro.
Tempo de coagulação
5-10min
Método obsoleto, mas clássico, que mede a atividade total dos fatores de coagulação, sem discriminar a via acometida. Baixa sensibilidade e especificidade.
Tempo de sangramento
< 7,1min
Prolongado nas trombocitopenias, nos distúrbios da função plaquetária e na fragilidade capilar.
Tempo de trombina
14,4 – 18,4s
Útil na detecção (triagem) de disfibrinogenemias. Aumenta, portanto, na CIVD, fibrinólise, uso de
heparina não-fracionada, doenças hepáticas, paraproteinemias. Útil na monitoração da terapia
fibrinolítica.
Fibrinogênio
200-400mg/dl
Diminui na CIVD e na fibrinólise primária. Aumenta nas condições inflamatórias/infecciosas,
por ser proteína de fase aguda
Hemoglobina
12 a 17g/dL
Hematócrito
36 a 50%
VCM
80-100 fL
Anemias com VCM elevado: síndrome mielodisplásica, anemia megaloblástica, sideroblástica adquirida, hipotireoidismo, hepatopatias, etilismo crônico, AZT, anemia com reticulocitose marcante.
VCM normal: anemia ferropriva, inflamatória, aplásica, endocrinopatias, IRC, hepatopatias.
VCM diminuído: anemia ferropriva (avançada), inflamatória, sideroblástica hereditária, talassemias.
HCM
CHCM
28-32 pg
32-35 g/dL
Anemias normocrômicas: ferropriva (inicial), inflamatória (maior parte), maioria das outras
anemias.
Hipocrômicas: ferropriva (avançada), inflamatória (algumas), sideroblástica, talassemias.
RDW
10-14%
Aumentado principalmente nas anemias ferroprivas e hemolíticas.
Plaquetometria
150-400x10³/mm³
Causas de trombocitose: Doenças mieloproliferativas, anemia ferropriva, doença de Still ou elevação
acompanhando proteínas de fase aguda.
Causas de trombocitopenia: PTI, PTT, CIVD, SHU, próteses valvares, LES, HIV, drogas, dengue,
CMV, pós-transfusional, hiperesplenismo, anemia megaloblástica, anemia aplásica.
Leucócitos totais
5-11 x 10³/mm³
Leucocitose: Infecções/sepse, anemia falciforme, doença mieloproliferativa.
Leucopenia: sepse; infecções virais, como o dengue; alguns quimioterápicos
Basófilos
0-1%
Basofilia: LMC, leucemias basofílicas, algumas reações de hipersensibilidade e pós-esplenectomia
Eosinófilos
1-5%
Eosinofilia: Asma, processos alérgicos, angeíte de Churg-Strauss, várias parasitoses intestinais,
insuficiência supra-renal, leucemia eosinofílica, doença de Hodgkin, síndrome hipereosinofílica
idiopática, síndrome eosinofilia-mialgia.
Eosinopenia: Causada por estados de estresse, como infecções ou pelo uso de glicocorticóide
Neutrófilos
Seg: 45-70%
O quê causa neutrofilia? Infecções bacterianas, fúngicas e, às vezes, viral; uso de corticóide ou
de G-CSF; AINE; exercício físico vigoroso; trauma; paraneoplásica.
E o desvio para a esquerda? O aumento da contagem de bastões (e até metamielócitos/mielócitos)
é mais observado em infecções bacterianas e fúngicas agudas.
Causas de neutropenia: Quimioterapia, síndrome de Felty, AR, LES, anemia aplásica, anemia
megaloblástica, drogas, neutropenia idiopática, sd. de Chédiak-Higashi.
Linfócitos
20-45%
Causas de linfocitose: Infecções virais, tuberculose, coqueluche, tireotoxicose, insuficiência
supra-renal, LLC;
Linfopenia: ocorre na AIDS, diversas imunodeficiências congênitas, corticoterapia, anemia
aplásica, LES, linfomas, sepse.
Monócitos
4-10%
Causas de monocitose: Tuberculose, calazar, malária, doença de Crohn, sarcoidose, colagenoses,
leucemias mielóides, síndromes mielodisplásicas, linfoma, endocardite bacteriana subaguda.
Causas de monocitopenia: Corticoterapia, stress, infecções, anemia aplásica, leucemias agudas,
terapia imunossupressora.
Pressão-LCR
50-180mmH²O
A raquimanometria sempre revelará aumento da pressão do LCR nos processos que cursem com
HIC (pseudotumor cerebri, tumores intracranianos, meningoencefalites, hemorragia subaracnóide)
Hemácias- LCR
Nenhuma
Predominam no LCR após HSA, podendo estar presentes baixas contagens na neurossífilis
Leucócitos- LCR
Até 5 mononucleares/mm³
Linfócitos - 60-70%
Monócitos - 30-50%
Neutrófilos - nenhum
- Contagem superior a 1000céls. Sugere meningite bacteriana (principal) ou neurossífilis
- Linfócitos ou monócitos predominam na tuberculose, tumores, neurossífilis, meningites virais
ou fúngicas, SGB, tromboses IC - Polimorfonucleares predominam nas meningites bacterianas ou fases iniciais da TB meníngea.
Proteína Total- LCR
Lombar: 15-50mg/dl
Cisternal: 15-25mg/dl
Ventricular: 6-15mg/dl
Haverá hiperproteinorraquia em processos infecciosos intracranianos (incluindo meningites
bacterianas, doença de Lyme, fúngicas, tuberculosa e algumas meningites virais), tumores,
abscessos ou hemorragias. Proteína liquórica elevada, sem aumento de celularidade, sugere
síndrome de Guillain-Barré (dissociação albumino-citológica)
Albumina-LCR
6,6 – 44,2mg/dl
Dividindo-se a albumina do LCR (mg/dl) pela sérica (g/dl) obtemos um índice que permite avaliar
a integridade da barreira hemato-encefálica. Índices acima de 9 indicam fragilidade da barreira.
IgG-LCR
0,9 – 5,7mg/dl
A determinação de um aumento da produção intra-tecal de IgG é um forte coadjuvante no
diagnóstico da esclerose múltipla. Na prática, podemos assumir que uma IgG liquórica aumentada
em um paciente com índice de albumina < 9 tem origem intra-tecal, e não sistêmica.
Glicose-LCR
40-70mg/dl
Glicorraquia baixa ou < 0,3 vezes a glicose sérica é um dado importante no diagnóstico das
meningites bacteriana, tuberculosa e fúngica, (valores baixos a muito baixos). Já nas meningites
virais, os níveis variam de normais a discretamente baixos. Outras patologias que cursam com
níveis diminuídos são neoplasias com comprometimento meníngeo, sarcoidose, hemorragia
subaracnóide.
Cloreto-LCR
116-122mEq/L
A hipercloretorraquia será observada nas meningoencefalites bacterianas, sobretudo na
tuberculosa.
Lactato-LCR
10-20mg/dl
Diagnóstico diferencial entre meningites e TCE (aumentado na primeira), desde que a pressão de
perfusão cerebral esteja dentro da normalidade.
LDH-LCR
Até 10% da LDH sérica
Diagnóstico diferencial entre acidente de punção e hemorragia intracraniana (aumentado na
última). Niveis elevados também são encontrados no acidente vascular cerebral, tumores do
sistema nervoso central e meningites.
Urina de 24h
30 – 300 mg/dia
Amostra isolada (“spot” urinário)
> 30mg/g ou 0,03 mg/mg
Medimos a relação albumina/creatinina. Atualmente é o método de escolha para a pesquisa
da microalbuminúria… Um resultado positivo deve ser confirmado com mais duas
coletas que podem ser feitas ao longo de 3 a 6 meses – dizemos que há microalbuminúria
persistente quando 2 dessas 3 amostras são positivas!!!