Insuficiência cardíaca Flashcards
Qual a principal causa de insuficiência cardíaca?
Agressão cardíaca (multifatorial).
Quais as possíveis respostas de um coração à insuficiência cardíaca e por que isso ocorre?
Hipertrofia, dilatação ou hipertrofia seguida de dilatação. Isso ocorre numa tentativa do organismo de compensar a baixa circulação sanguínea.
Além das mudanças estruturais no coração, que outros mecanismos são ativados devido à incapacidade do bombeamento cardíaco?
Ativação do sistema nervoso autônomo simpático e do sistema renina-angiotensina-aldosterona.
Efeitos da aldosterona e da angiotensina no coração, em termos de estrutura?
Deposição de fibroblastos no coração e formação de novos miócitos; contudo, não possuem capacidade de se contrair tal como um miócito maduro (apenas ocupam espaço).
Defina estágio I de IC.
IC com ausência de sintomas.
Defina estágio II de IC.
Atividades físicas habituais causam sintomas; limitação leve.
Defina estágio III de IC.
Atividades físicas menos intensas que as habituais causam sintomas; limitação importante, porém o paciente fica confortável no repouso.
Defina estágio IV de IC.
Incapacidade para realizar qualquer atividade sem sintomas, que aparecem até no repouso.
Principal objetivo da terapia da IC?
Aumentar a sobrevida, visto que a IC é uma doença crônica, progressiva e incapacitante.
Qual o principal objetivo do tratamento não farmacológico?
Diminuir a chance de uma nova agressão cardíaca.
Dê 3 exemplos de tratamento não farmacológico da IC.
Cessar tabagismo e etilismo, corrigir obesidade e melhora do condicionamento físico.
Cite 3 recomendações para pacientes com IC.
Controle de peso diário, bem como da frequência cardíaca, vacinação em dia (gripe e pneumonia) e vigilância frequente e cuidadosa, com idas frequentes ao médico.
Quais são os fármacos utilizados em TODOS os estágios da IC?
IECA ou bloqueadores de receptor de angiotensina.
Por que o atenolol não é recomendado?
Carece de estudos.
Para que pacientes são utilizados os diuréticos na IC?
Pacientes com algum grau de edema que já estão em uso de IECA ou BRA
O que fazer em caso de resistência à terapia com diuréticos?
Administração endovenosa, associação de diuréticos e evitar o uso de anti-inflamatórios (esse último deve ser feito sempre).
A revascularização coronariana é interessante para pacientes com…
Pacientes com angina ou com o miocárdio isquêmico, porém viável.
Terapia de anticoagulação é interessante para pacientes com…
Fibrilação arterial, episódio embólico prévio e alto risco.
Medicamentos a serem evitados na IC.
Antiarrítmicos, antagonistas de canal de cálcio e antiinflamatórios, tanto glicocorticóides como AINES.
Os diuréticos aumentam a sobrevida dos pacientes. V ou F?
F
Por que os diuréticos aumentam a toxicidade dos digitálicos?
Porque os níveis extracelulares elevados de potássio causam desfosforilação da subunidade alfa ATPase, alterando o local de ação do digitálico e reduzindo sua ligação com o fármaco; os diuréticos de alça, por sua vez, podem levar à hipopotassemia por espoliar potássio. Portanto, essa interação pode aumentar a toxicidade dos digitálicos.
Interação da espironolactona com os IECA ou BRA.
Hipercalemia.
Efeitos dos diuréticos.
Diminuição do volume e a pré-carga, acabam diminindo o débito cardíaco com a redução excessiva da pré-carga, mas não diretamente, e fazem ativação neuro-hormonal, embora isso seja ruim.
Exemplos de diuréticos de alça.
Furosemida, bumetanida e torsemida.
Diurético de alça usado para pacientes refratários ao tratamento com alergia a sulfas e efeito colateral que o impede de ser usado para todos os pacientes.
Ácido etacrínico/ototoxicidade.
Como são frequentemente utilizados os diuréticos tiazídicos na IC?
Em combinação com os de alça.
Características e uso dos diuréticos poupadores de potássio.
São diuréticos fracos usados principalmente para evitar a depleção de potássio e de magnésio.
Fatores que prejudicam a absorção dos diuréticos ou que podem interferir no seu pico de efeito.
Placas ateroscleróticas na artéria renal; edema; redução da motilidade intestinal; redução do fluxo sanguíneo na artéria esplênica.
Efeitos adicionais da espironolactona.
A espironolactona é inibidor competitivo da aldosterona, portanto, possui efeitos diuréticos, eletrolíticos e neuro-hormonais extras.
Exemplo de prescrição de diurético de alça.
Geralmente, usa-se furosemida 40 mg, 1-2 doses.
Recomendação de uso de IECA e BRA.
Pacientes com disfunção de VE em uso de diurético ou assintomáticos que estejam compensados.
Exemplo de prescrição de IECA.
A terapia é geralmente iniciada com dose baixa para evitar hipotensão iatrogênica, e ajustada preferencialmente para valores que demonstraram ter benefício clínico máximo em estudos experimentais; exemplo: enalapril 10mg, 2x ao dia.
Vantagens dos IECA.
Diminuem a mortalidade em até 40%, e reduzem a progressão da doença mesmo sem melhora dos sintomas. Também inibem o remodelamento patológico, não provocam tolerância nem ativação neuro-hormonal reversa.
Efeitos colaterais dos IECA.
Angioedema e tosse.
Medicamento usado em substituição ao IECA em caso de efeitos adversos não toleráveis.
BRA.
Mecanismo de ação dos digitálicos.
O mecanismo de ação consiste no bloqueio da subunidade alfa da Na+K+ATPase, o que reduz a expulsão de sódio da célula, diminuindo seu gradiente transmembrana; isso, por sua vez, inibe a expulsão do cálcio intracelular na repolarização e aumenta sua concentração no retículo sarcoplasmático por SERCA2. Dessa forma, é gerado o efeito inotrópico positivo, além de fazer a regulação dos efeitos deletérios decorrentes da hiperativação do sistema nervoso simpático.
Os digitálicos reduzem a hospitalização dos pacientes, mas não a mortalidade. V ou F?
V.
Qual digitálico é mais usado em ambiente hospitalar e por quê?
Lanatozídeo. Disponibilidade via endovenosa.
Por que a digitoxina não é mais tão utilizada?
Porque demora 20-30 dias para ter seu efeito máximo.
O que é a digitalização?
É um procedimento feito em ambiente hospitalar com uma dose de digitálico maior que a habitual; após isso, o efeito é mantido com uma dose de manutenção.
Efeitos hemodinâmicos da digoxina.
Aumento do débito cardíaco, da fração de ejeção do EVE, da tolerância a exercício e da natriurese; e diminuição da pressão capilar pulmonar e da ativação neuro-humoral.
Efeitos neuro-hormonais da digoxina.
Diminuição de NA plasmática, da atividade do SRAA e do sistema nervoso periférico; aumento do tônus vagal; normaliza barorreceptores arteriais.
Efeitos cardíacos indesejados dos digitálicos.
Lentificação cardíaca, redução da frequência de condução AV, distúrbios do ritmo (bloqueio AV e aumento da atividade do marcapasso ectópico), extrassístoles, taquicardia, fibrilação ventricular.
Efeitos adversos gastrointestinais dos digitálicos.
Anorexia, náuseas, vômito, diarréia, desconforto gástrico. Aparecem precocemente.
Efeitos adversos centrais dos digitálicos.
Cefaleia, fadiga, vertigem, neuralgia, desorientação, afasia, delírio.
Efeitos adversos visuais dos digitálicos.
Borramento, cromatopsia, diplopia. Também aparecem precocemente.
Efeitos adversos decorrentes da estrutura esteroidal dos digitálicos.
Ginecomastia e galactorreia.
Indicação dos digitálicos.
O tratamento da IC com digitálicos é reservado para os pacientes mais graves, geralmente associados com diuréticos, IECAs e beta-bloqueadores. Também são indicados para controle da frequência ventricular em pacientes com fibrilação atrial, prevenindo fibrilação ventricular.
Exemplos e uso de fármacos inotrópicos agonistas simpatomiméticos.
Dopamina e dobutamina; promovem suporte a curto prazo na ICC avançada através de receptores D1 em pacientes descompesados, via endovenosa.
Exemplos e uso de fármacos inotrópicos inibidores da fosfodiesterase.
Amrinona e milrinona; usados em pacientes refratários.
Mecanismo de ação dos inibidores da fosfodiesterase.
Aumentam o AMP cíclico nos miócitos do músculo liso e cardíaco, promovendo vasodilatação e efeito inotrópico.
Desvantagem dos inotrópicos não digitálicos.
Aumentam a mortalidade e o risco de internação.
Indicação de tratamento com betabloqueadores.
Pacientes com IC classe II ou III; ou ainda classe I pós IAM.
Exemplos de betabloqueadores usados na IC e sua afinidade.
Carvedilol (beta não seletivo e alfa 1), bisoprolol, nebivolol e succinato de metoprolol (beta 1 seletivos).
Efeito dos betabloqueadores.
Reduzem a progressão da IC através da redução da frequência (melhora o trabalho cardíaco pela redução do consumo de oxigênio), controle da PA, controle de arritmias, diminuição de renina, maior expressão de beta-receptores, proteção miocárdica de efeitos tóxicos da ativação simpática e melhor utilização do substrato energético.
Qual a vantagem extra do carvedilol?
O carvedilol tem a vantagem de ser alfa 1 seletivo, sendo vasodilatador, e de ser beta bloqueador não seletivo, porque pacientes com IC parecem ter mais expressão de receptores beta 2 comparado àqueles que não têm.
Exemplo de vasodilatadores venosos.
Nitratos.
Exemplos de vasodilatadores arteriolares.
Fentolamina, hidralazina, minoxidil.
Exemplos de vasodilatadores mistos.
Nitroprussiato de sódio, IECA, antagonistas do cálcio, bloqueadores alfa.
Associação hidralazina-nitratos é uma opção para pacientes…
Que não toleram IECA e são refratários ao tratamento.
Exemplo de inibidor da neprilisina e efeitos do mesmo.
Sacubitril, usado associado à valsartana (BRA); essa associação tem ação dupla sobre o SRAA e sobre a endopeptidase neutra.
Preocupações acerca do uso de inibidor de neprilisina.
Risco de angioedema (suspender BRA e IECA 36h antes do início do uso) e aceleração da deposição de amiloide no cérebro.
Exemplos de modificadores do metabolismo e efeitos.
Trimetazidina, perexilina e ranolazina; inibidor parcial da oxidação dos ácidos graxos e, portanto, estimulador da oxidação da glicose. Na IC, similar ao que acontece durante a isquemia miocárdica aguda, a oxidação da glicose e do lactato está diminuída e a oxidação dos ácidos graxos está aumentada, aumentando a necessidade de oxigênio.
Tratamento com ômega 3…
Experimental; reduz em até 9% a mortalidade.
Mecanismo de ação da ivabradina e uso da mesma.
Inibe a corrente If do nó sinoatrial e reduz a frequência cardíaca; usado em pacientes com FC acima de 70 e FEVE < 35%, e que não tolera BB ou que esse fármaco não é eficaz.
O uso de ivabradina diminui a mortalidade e as internações em pacientes que usam BB e IECA. V ou F?
F.