INSUF. RESPIRATÓRIA Flashcards

1
Q

O que caracteriza a Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) tipo 1?

A

PaO2 < 60 mmHg com o paciente respirando em ar ambiente.

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2
Q

Qual o valor de PaCO2 e pH que define a Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) tipo 2?

A

PaCO2 > 50 mmHg e pH < 7,35, indicando acidose respiratória.

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3
Q

Quais são os objetivos da abordagem inicial na Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA)?
2

A

Corrigir a hipoxemia e acidose respiratória, aliviar o trabalho respiratório, evitar fadiga e promover conforto.

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4
Q

O que é a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e qual sua mortalidade?

A

É uma condição grave com hipoxemia e inflamação pulmonar, causada por dano ao endotélio capilar pulmonar. Mortalidade de até 60%.

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5
Q

: Quais são os critérios diagnósticos para a SDRA?
5

A

Contexto agudo (até 7 dias), hipoxemia progressiva, lesão pulmonar bilateral, não cardiogênica, com PaO2/FiO2 < 300.

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6
Q

: Quais são os principais fatores de risco para SDRA?
3

A

: Sepse, pneumonia e aspiração de conteúdo gástrico.

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7
Q

Qual é o foco do tratamento da SDRA?

A

Abordar a causa e oferecer suporte, principalmente ventilação mecânica protetora e manejo da hipoxemia refratária.

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8
Q

Quais são as características da ventilação mecânica protetora na SDRA?
4

A

Uso de volumes correntes baixos (6 ml/kg de peso ideal), pressão de platô ≤ 30 cmH2O, PEEP e frequência respiratória elevadas, e hipercapnia permissiva até pH 7,20.

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9
Q

O que é a Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA)?

A

É a incapacidade aguda do sistema respiratório de realizar trocas gasosas adequadas, surgindo em horas ou dias.

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10
Q

Qual a relevância clínica da IRpA em termos de internações e mortalidade?

A

A IRpA é uma causa importante de internações em UTIs, com mais de 300 mil casos anuais nos EUA, associada a alta mortalidade, morbidade e custos.

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11
Q

Quais fatores estão associados à gravidade e mortalidade da IRpA?
3

A

: Idade avançada, comorbidades, e presença de disfunções orgânicas, como choque e instabilidade hemodinâmica.

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12
Q

Como é definida a IRpA tipo I (Hipoxêmica)?

A

: PaO2 < 55-60 mmHg em ar ambiente.

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13
Q

: Como é definida a IRpA tipo II (Hipercápnica)?

A

: PaCO2 > 45-50 mmHg com acidemia (pH < 7,35).

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14
Q

O que caracteriza a IRpA tipo III (Mista)?

A

É caracterizada pela presença simultânea de hipoxemia e hipercapnia.

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15
Q

Qual é o primeiro passo para avaliar a Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA)?
2

A

Determinar se há prejuízo na troca gasosa (hematose) ou se o problema está relacionado à hipoventilação alveolar.

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16
Q

O que é o gradiente alvéolo-arterial de O2 (GA-a) e qual sua importância?

A

É a diferença entre a pressão alveolar de O2 (PAO2) e a pressão arterial de O2 (PaO2), usada para avaliar os mecanismos de hipoxemia e a troca gasosa.

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17
Q

Qual a fórmula simplificada do gradiente alvéolo-arterial (GA-a)?

A

GA-a = 130 – (PaO2 + PaCO2) para altitudes entre 700-800 metros. Ao nível do mar, o valor é 150.

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18
Q

: O que um GA-a normal indica na IRpA?

A

Indica que a hipoxemia é causada pela diminuição da pressão alveolar de O2, sugerindo IRpA Tipo II, relacionada à hipoventilação.

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19
Q

O que um GA-a aumentado sugere na IRpA?

A

Indica alterações no processo de troca gasosa, sugerindo IRpA Tipo I, associada a problemas na oxigenação.

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20
Q

: Quais são os principais mecanismos de hipoxemia a serem avaliados na IRpA?
5

A

Distúrbio ventilação/perfusão (V/Q), shunt verdadeiro, efeito shunt, espaço morto e alterações na difusão.

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21
Q

O que é o distúrbio Ventilação/Perfusão (V/Q) e como ele causa hipoxemia na IRpA tipo I?

A

Ocorre quando áreas ventiladas são mal perfundidas (espaço morto fisiológico) ou quando áreas perfundidas são mal ventiladas (efeito shunt).

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22
Q

O que é o espaço morto fisiológico e como ele contribui para a hipoxemia?

A

É a ventilação de áreas pulmonares mal perfundidas, comum em condições como embolia pulmonar e insuficiência respiratória.

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23
Q

Quais são exemplos clínicos de IRpA tipo I causados por distúrbios V/Q?

A

Edema pulmonar (cardiogênico e não cardiogênico, como na SDRA), embolia pulmonar e pneumonia.

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24
Q

: O que é o shunt verdadeiro e como ele afeta a resposta à suplementação de oxigênio?

A

Ocorre quando áreas sem ventilação são perfundidas, causando hipoxemia que responde mal à suplementação de O2, pois o oxigênio não chega aos alvéolos afetados.

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25
Q

Quais são exemplos de shunt verdadeiro que causam hipoxemia?
2

A

Shunts intracardíacos (como forame oval patente) e malformações arteriovenosas pulmonares.

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26
Q

Como a alteração de difusão alveolocapilar pode causar hipoxemia?

A

Resulta em perda de eficiência na troca gasosa entre o alvéolo e a hemácia, sendo menos comum em formas agudas de insuficiência respiratória.

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27
Q

Em que situações a redução da Fração Inspirada de Oxigênio (FiO2) pode causar hipoxemia?

A

Ocorre em altitudes elevadas ou em incêndios em ambientes fechados, onde a pressão parcial de oxigênio do ar inspirado é reduzida.

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28
Q

Por que o gradiente alvéolo-arterial (GA-a) é normal na IRpA tipo II?

A

Porque o problema não está na troca gasosa, mas na quantidade de ar que passa pelos alvéolos (ventilação alveolar reduzida).

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29
Q

Quais são exemplos de condições que causam IRpA tipo II por redução do drive ventilatório?
3

A

: Intoxicação por opioides, doenças neuromusculares e deformidades da caixa torácica.

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30
Q

Como a obstrução das vias aéreas pode causar IRpA tipo II?
2

A

Em doenças como asma e DPOC, a obstrução do fluxo aéreo reduz a ventilação alveolar, causando hipercapnia.

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31
Q

O que caracteriza a Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) tipo II, ou Hipercápnica?

A

É caracterizada por redução da ventilação alveolar, levando a hipoxemia e hipercapnia proporcionais devido à diminuição do volume corrente.

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32
Q

Quais são os principais sinais e sintomas de insuficiência respiratória?
6

A

PaO2 < 60 mmHg, saturação de oxigênio < 92-94%, cianose, uso de musculatura acessória como tiragem intercostal, supraesternal e de fúrcula, taquipneia, batimento de asa de nariz, e respiração paradoxal.

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33
Q

Como a hipercapnia indica falência respiratória na insuficiência respiratória aguda?

A

A hipercapnia (PaCO2 > 45 mmHg) com pH < 7,35 indica exaustão da musculatura respiratória que falha em manter ventilação alveolar adequada, elevando a gravidade do quadro.

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34
Q

Quais achados na ausculta pulmonar podem ajudar no diagnóstico etiológico da IRpA?

A

Sibilos e roncos sugerem patologias das vias aéreas;

estertores crepitantes indicam preenchimento alveolar, podendo sugerir pneumonia ou congestão pulmonar;

diminuição do murmúrio vesicular pode ocorrer em derrames pleurais e pneumotórax.

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35
Q

O que é ortopneia e em que contexto ela é observada?

A

Ortopneia é a dificuldade respiratória que ocorre ao deitar-se e melhora ao sentar ou ficar de pé, comumente observada em condições que afetam a ventilação ou perfusão, como insuficiência cardíaca ou doenças pulmonares

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36
Q

O que a caracterização por “Platipneia” sugere em pacientes com insuficiência respiratória?
Pode indicar 3 coisas

A

Platipneia é caracterizada pelo desconforto respiratório que piora na posição ereta e melhora ao deitar, frequentemente associada a shunts direita-esquerda, como na síndrome hepatopulmonar e malformações arteriovenosas pulmonares.

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37
Q

Quais são as principais causas de insuficiência respiratória hipoxêmica?
6

A

Pneumonia, tromboembolismo pulmonar (TEP), congestão pulmonar, atelectasias, Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), pneumotórax.

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38
Q

Quais são os principais mecanismos de insuficiência respiratória hipoxêmica?

A

: Shunt, distúrbio ventilação/perfusão (V/Q), alterações na difusão e espaço morto.

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39
Q

: Quais são as principais causas de insuficiência respiratória hipercápnica?
6

A

Doenças neuromusculares, intoxicações exógenas, medicações depressoras do sistema nervoso central (SNC), porfiria, hipocalemia/hipofosfatemia, botulismo.

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40
Q

Qual o principal mecanismo fisiopatológico da insuficiência respiratória hipercápnica?

A

Hipoventilação alveolar, que reduz a eliminação de CO2, levando à hipercapnia.

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41
Q

O que a presença de estertores localizados na ausculta pulmonar sugere?

A

É sugestiva de pneumonia.

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42
Q

O que a presença de estertores difusos na ausculta pulmonar pode indicar?
Podendo indicar 3 coisas

A

Pode indicar congestão pulmonar ou processos difusos, como hemorragia alveolar e SDRA.

43
Q

O que a diminuição do murmúrio vesicular (MV) indica na ausculta pulmonar?
Localizado 2
Difuso 1

A

Quando localizada, sugere pneumotórax ou derrame pleural. Quando difusa, pode indicar tórax silencioso, como no mal asmático.

44
Q

Qual é o exame padrão para confirmar o diagnóstico de Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA)?

A

O diagnóstico é confirmado por gasometria arterial, que avalia a troca gasosa e os níveis de oxigênio e dióxido de carbono no sangue.

45
Q

Como a oximetria de pulso pode ser enganosa em certos casos?

A

Pode ser falsamente normal em casos de intoxicação por monóxido de carbono, devido à carboxihemoglobina, e falsamente baixa em metahemoglobinemias, anemia grave ou hemoglobinopatia falciforme.

46
Q

Quais fatores podem interferir na leitura da oximetria de pulso?
5

A

Má perfusão periférica, arritmias cardíacas, artefatos de movimentação, presença de esmalte e luz ambiente intensa.

47
Q

Qual é a precisão da oximetria de pulso em diferentes níveis de oxigenação?

A

A precisão é boa (erro de 2-3%) com saturação >88%, diminui para 5% entre 70-88% e é substancialmente menor com saturação <70%.

48
Q

: Quais são as vantagens da gasometria arterial na avaliação da IRpA?

A

: A gasometria arterial mede diretamente a PaO2, PaCO2 e o pH, avaliando tanto a oxigenação quanto a ventilação alveolar e os distúrbios ácido-base.

49
Q

O que a relação PaO2/FiO2 indica e quais valores são considerados alterados?

A

A relação PaO2/FiO2 avalia a gravidade da hipoxemia levando em conta o oxigênio suplementado. Valores abaixo de 400 indicam alteração, e abaixo de 100 indicam hipoxemia grave.

50
Q

Quais outros exames complementares podem ser solicitados na avaliação da IRpA?

A

Radiografia de tórax, tomografia, angiotomografia de tórax, culturas, D-dímero e ecocardiograma, dependendo da suspeita diagnóstica.

51
Q

O que indica um gradiente alvéolo-arterial (GA-a) maior que 20 mmHg?

A

Sugere IRpA Tipo I, associada a problemas na troca gasosa.

52
Q

Quais são os mecanismos possíveis para um GA-a elevado (>20 mmHg) na IRpA Tipo I?

A

: Distúrbios V/Q, shunt, alteração da difusão e espaço morto.

53
Q

O que indica um gradiente alvéolo-arterial (GA-a) menor que 15-20 mmHg?

A

Sugere IRpA Tipo II, geralmente causada por hipoventilação com diminuição da PaO2.

54
Q

Qual é o mecanismo fisiopatológico principal na IRpA Tipo II, com GA-a normal?

A

Hipoventilação alveolar, que reduz a quantidade de ar que chega aos alvéolos.

55
Q

Quais são os principais objetivos do tratamento da Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA)?
3

A

: Reduzir o trabalho respiratório, corrigir a hipoxemia e tratar a acidemia respiratória.

56
Q

Quais são as medidas iniciais de suporte no tratamento da IRpA?

A

Monitorização multiparamétrica (cardioscopia, pressão arterial, oximetria de pulso) e suplementação de oxigênio para manter saturação entre 92-96%.

57
Q

Quais são as considerações especiais para pacientes com DPOC que retêm CO2 cronicamente? E o que buscamos evitar

A

: Devem receber oxigênio com cautela, com alvo de saturação entre 88-94%, para evitar piora da retenção de CO2 e risco de narcose por hipercapnia.

58
Q

Qual é a limitação do uso de cateter nasal de oxigênio de baixos fluxos?

A

Não deve ser utilizado em fluxos maiores que 4-5 L/min, pois pode lesar a mucosa nasal. Cada litro de fluxo aumenta aproximadamente 3% a FiO2.

59
Q

: Quais são as vantagens da máscara de Venturi no tratamento da IRpA?

A

Oferece uma FiO2 precisa, ajustada de acordo com os fluxos e válvulas pré-determinadas.

60
Q

: O que é a máscara não reinalante (máscara de Douglas) e qual FiO2 ela pode fornecer?

A

: É um dispositivo com reservatório de oxigênio e válvulas unidirecionais que evita a reinalação do gás exalado. Com fluxo de O2 >15 L/min, pode fornecer FiO2 de quase 100%.

61
Q

Quais são as vantagens do Cateter Nasal de Alto Fluxo (CNAF) no tratamento da IRpA?

A

Utiliza oxigênio aquecido e umidificado, possibilitando fluxos de 40 a 60 L/min com FiO2 de 100%. Pode evitar intubação em IRpA hipoxêmica e fornece uma leve pressão positiva (5 cm H2O).

62
Q

: Em quais situações a Ventilação Não Invasiva (VNI) com pressão contínua (CPAP) pode ser indicada?

A

Pode ser utilizada em edema agudo de pulmão e IRpA hipoxêmica em imunossuprimidos, reduzindo a necessidade de intubação e a mortalidade.

63
Q

Quando é indicada a ventilação com dois níveis de pressão (BiPAP)?

A

: Pode ser usada nas mesmas indicações do CPAP e em exacerbações de DPOC, especialmente em pacientes com retenção de CO2, diminuindo a taxa de intubação e mortalidade.

64
Q

Quais são as contraindicações absolutas para o uso da Ventilação Não Invasiva (VNI)?
3

A

Rebaixamento do nível de consciência (Glasgow ≤ 8), instabilidade hemodinâmica não compensada e iminência de parada cardiorrespiratória (PCR).

65
Q

Quando é indicada a intubação orotraqueal (IOT) em pacientes com IRpA?

A

: Indicada em caso de rebaixamento do nível de consciência (Glasgow ≤ 8), instabilidade hemodinâmica não controlada, falha de outros métodos de suporte (VNI, CNAF), ou risco iminente de PCR (respiração agônica, bradicardia).

66
Q

O que é a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA)?

A

A SDRA é um tipo de insuficiência respiratória aguda causada por edema pulmonar inflamatório, hipoxemia e perda da complacência pulmonar, descrita em 1967 por Petty e Ashbaugh.

67
Q

Qual é a taxa de incidência e mortalidade da SDRA em pacientes internados em UTI?

A

Aproximadamente 7% dos pacientes em UTI desenvolvem SDRA, com mortalidade entre 35% e 60%.

68
Q

: Qual é o processo fisiopatológico inicial da SDRA?

A

A SDRA é desencadeada por lesão inflamatória do endotélio da vasculatura pulmonar, resultando em disfunção de múltiplos órgãos e sistemas, também conhecida historicamente como “Pulmão de Choque”.

69
Q

Quais são as fases da fisiopatologia da SDRA?

A

Fase exsudativa/inflamatória (primeiros 7 dias): lesão endotelial alveolar, ativação macrofágica, edema alveolar e intersticial, microtrombos, e formação de membrana hialina.

Fase proliferativa (após o 7º dia): restauração da homeostase, proliferação de fibroblastos e diferenciação de pneumócitos.

Fase fibrótica (tardia): fibrose intersticial e intra-alveolar, prolongando a ventilação mecânica e aumentando a morbimortalidade.

70
Q

Quais são os principais eventos clínicos da fase exsudativa da SDRA?
3

A

: Ocorrem piora da troca gasosa por distúrbios V/Q, edema pulmonar não hidrostático, colapso alveolar por redução de surfactante, diminuição da complacência pulmonar e, em 25% dos casos, hipertensão pulmonar e disfunção do ventrículo direito (cor pulmonale agudo).

71
Q

O que caracteriza a fase fibrótica da SDRA e suas consequências?

A

Caracteriza-se por fibrose intersticial e intra-alveolar devido à lesão extensa da membrana basal e reepitelização inadequada, prolongando a necessidade de ventilação mecânica e levando a altas taxas de morbimortalidade e sequelas pulmonares a longo prazo.

72
Q

Quais são as principais causas pulmonares de SDRA?
5

A

Pneumonia, aspiração, contusão pulmonar, embolia gordurosa e lesão por inalação (químicos, fumaça).

73
Q

: Quais são as principais causas extrapulmonares de SDRA?
5

A

Sepse não pulmonar, politrauma, choque hemorrágico, pancreatite aguda, grande queimado e TRALI (Transfusion-Related Acute Lung Injury).

74
Q

O que é TRALI e como está relacionado à SDRA?

A

TRALI é a lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão de sangue, sendo uma causa extrapulmonar de SDRA.

75
Q

: Qual é o mecanismo comum que pode levar à SDRA, independentemente da causa?

A

: Qualquer situação clínica que desencadeie uma resposta inflamatória sistêmica com lesão endotelial pode evoluir para SDRA.

76
Q

Qual é o quadro clínico típico da SDRA?
6

A

Dispneia, taquipneia, taquicardia, hipoxemia e redução da saturação de oxigênio, geralmente entre 6 a 72 horas após o evento agressor.

77
Q

O que a gasometria arterial revela em pacientes com SDRA?

A

: Hipoxemia com aumento do gradiente alvéolo-arterial e piora da relação PaO2/FiO2, usada para diagnóstico e prognóstico.

78
Q

: Quais são os achados radiológicos típicos na SDRA?

A

Radiografia de tórax mostra opacidades alveolares bilaterais, e a tomografia computadorizada revela consolidações nas zonas gravitacionais dependentes, com áreas de vidro fosco.

79
Q

Qual o valor da relação PaO2/FiO2 no diagnóstico da SDRA?

A

A relação PaO2/FiO2 é usada tanto para diagnóstico quanto para prognóstico, com valores menores indicando maior gravidade da hipoxemia.

80
Q

: O que a tomografia de tórax revela em pacientes com SDRA?

A

: Consolidações predominantemente nas áreas dependentes do pulmão e achados em vidro fosco.

81
Q

: Qual é o critério temporal para o diagnóstico da SDRA, de acordo com a ATS 2023?

A

O início dos sintomas deve ocorrer em menos de 7 dias após um insulto conhecido.

82
Q

: Que tipo de sintomas respiratórios são observados no diagnóstico da SDRA?

A

Sintomas respiratórios novos ou piora de sintomas pré-existentes, como dispneia ou hipoxemia.

83
Q

O que deve ser observado na radiografia ou tomografia para o diagnóstico de SDRA?

A

A presença de infiltrados bilaterais que não podem ser explicados por outras causas, como derrames pleurais, atelectasias ou massas pulmonares.

84
Q

Quais são as possíveis causas que precisam ser descartadas antes de diagnosticar a SDRA com base em infiltrados pulmonares?

A

Derrames pleurais, atelectasias/colapso pulmonar, massas ou nódulos devem ser descartados como explicações para os infiltrados pulmonares bilaterais.

85
Q

descreva ?

A

Radiografia de tórax com opacidades difusas

86
Q

q exame é esse, achados

A
  1. Tomografia de tórax com consolidações predominantemente em áreas dependentes.
  2. Achados em vidro fosco.
  3. Consolidações gravitacionais dependentes
87
Q

Qual é o foco principal do tratamento da SDRA?

A

Tratar a causa subjacente e fornecer suporte adequado ao paciente.

88
Q

Quais são os componentes do suporte no tratamento da SDRA?
7

A

Uso de sedativos, nutrição adequada, controle glicêmico, manejo de infecções, profilaxias, restrição de fluidos e ventilação mecânica (VM).

89
Q

: Por que a restrição de fluidos é importante no tratamento da SDRA?

A

Para evitar a sobrecarga de líquidos, que pode piorar o edema pulmonar e a hipoxemia.

90
Q

Quando a Ventilação Não Invasiva (VNI) e o Cateter Nasal de Alto Fluxo (CNAF) são indicados no tratamento da SDRA?

A

São indicados quando conseguem corrigir a hipoxemia sem sinais de falência respiratória, como taquidispneia, hipoxemia não corrigida, rebaixamento do nível de consciência ou instabilidade hemodinâmica.

91
Q

O que é a Ventilação Mecânica Protetora (VMP) e por que é importante na SDRA?

A

É uma estratégia de ventilação com baixos volumes correntes (≤ 6 mL/kg de peso predito) e baixas pressões de platô (≤ 30 cm H2O), validada para reduzir a mortalidade na SDRA.

92
Q

: Quais são os parâmetros essenciais da Ventilação Mecânica Protetora (VMP) na SDRA?

A

Volume corrente (Vc) ≤ 6 mL/kg de peso predito.

Pressão de platô ≤ 30 cm H2O.

Uso de PEEP elevado (8-12 cm H2O ou mais).

FiO2 ajustada para manter PaO2 entre 55-80 mmHg ou SpO2 entre 88-95%.

93
Q

Como a Ventilação Mecânica Protetora (VMP) lida com a acidose respiratória causada pela diminuição do volume corrente?

A

A acidose respiratória leve (pH ≥ 7,20-7,25) é tolerada devido ao acúmulo de CO2. Para compensar, pode-se aumentar a frequência respiratória (FR: 20-35 ipm), mas com cuidado para evitar auto-PEEP.

94
Q

O que é a Driving Pressure (pressão de distensão pulmonar) e qual é o alvo na SDRA?

A

Driving Pressure é a diferença entre a pressão de platô e o PEEP, representando a pressão que realmente distende o alvéolo. O alvo é mantê-la abaixo de 15 cm H2O.

95
Q

Existe diferença significativa entre os modos ventilatórios na SDRA?

A

Não há evidência clara de que um modo ventilatório seja superior na SDRA. Modos controlados, como Volume Controlado (CVC) ou Pressão Controlada (PCV), são recomendados nos primeiros dias, e o modo Pressão de Suporte (PSV) pode ser usado no desmame.

96
Q

Qual é a principal medida de resgate para hipoxemia refratária na SDRA?

A

A posição prona é recomendada para pacientes com PaO2/FiO2 ≤ 150, devendo ser mantida por pelo menos 16 horas diárias e iniciada precocemente (12-24 horas).

97
Q

Qual é o benefício da posição prona na SDRA?

A

a: A posição prona é a única medida para hipoxemia refratária com benefício comprovado de diminuição da mortalidade, independentemente da resposta inicial na gasometria.

98
Q

: Quando deve ser utilizado o Bloqueador Neuromuscular (BNM) na SDRA?

A

: O BNM pode ser utilizado nas primeiras 48 horas em pacientes com PaO2/FiO2 ≤ 150, sempre associado à sedação profunda, para garantir parâmetros da ventilação protetora.

99
Q

Quais são os riscos das manobras de recrutamento alveolar na SDRA?

A

: As manobras de recrutamento alveolar podem causar barotrauma (pneumotórax) e instabilidade hemodinâmica (hipotensão) e são recomendadas com cautela, especialmente em pacientes com SDRA grave.

100
Q

: Quando o uso de óxido nítrico inalatório pode ser considerado na SDRA?

A

: O óxido nítrico inalatório pode ser considerado quando a hipoxemia leva à hipertensão pulmonar com repercussão em ventrículo direito (cor pulmonale agudo), embora não tenha demonstrado benefício claro em mortalidade.

101
Q

Quando a ECMO é indicada para pacientes com SDRA?

A

: A ECMO é indicada em casos de hipoxemia refratária (PaO2/FiO2 ≤ 60-80) ou acidose respiratória grave (pH < 7,20) após adoção de outras medidas. Deve ser iniciada em fases precoces da SDRA e em centros de referência.

102
Q

Qual o benefício do uso de corticosteroides na SDRA?

A

Corticosteroides, como metilprednisolona, dexametasona ou hidrocortisona, demonstraram redução na mortalidade em pacientes com SDRA, incluindo casos de COVID-19.

103
Q

Qual é a principal causa de óbito em pacientes com SDRA?

A

A principal causa de óbito é a falência de múltiplos órgãos, não a hipoxemia diretamente.