Hipertireoidismo Flashcards
Como pode ser estabelecido o diagnóstico de Hipertireoidismo de Graves em pacientes com quadro moderado ou grave?
O diagnóstico de Hipertireoidismo de Graves pode ser estabelecido com relativa segurança em pacientes que apresentam quadro moderado ou grave de tireotoxicose, oftalmopatia de início recente e bócio difuso. Não são necessários exames adicionais para investigação etiológica nesses casos.
Quais são os critérios clínicos que permitem o diagnóstico de Hipertireoidismo de Graves sem a necessidade de exames adicionais?
O diagnóstico de Hipertireoidismo de Graves pode ser estabelecido com relativa segurança quando o paciente apresenta um quadro moderado ou grave de tireotoxicose, oftalmopatia de início recente e bócio difuso.
São necessários exames adicionais para investigar a etiologia em um paciente com suspeita de Hipertireoidismo de Graves que apresenta tireotoxicose moderada/grave, oftalmopatia de início recente e bócio difuso?
ão, em pacientes com essas características clínicas, não são necessários exames adicionais para investigação etiológica do Hipertireoidismo de Graves.
Como a suspeita clínica de tireotoxicose deve ser confirmada?
A suspeita clínica de tireotoxicose deve ser confirmada por meio da determinação concomitante dos níveis séricos do TSH e dos hormônios tireoidianos. A maioria dos pacientes com tireotoxicose apresenta TSH baixo ou indetectável. Níveis elevados de T4 livre (T4L) e/ou T3 confirmam o diagnóstico de tireotoxicose.
Em quais situações está indicada a determinação sérica do TRAb?
A determinação sérica do TRAb é indicada em gestantes com Doença de Graves (DG) ou com história médica pregressa de DG para avaliar o risco de tireotoxicose neonatal devido à passagem transplacentária dos anticorpos. Também é indicada no diagnóstico diferencial da tireotoxicose gestacional no primeiro trimestre e em indivíduos eutireoidianos com oftalmopatia.
Quais são os passos iniciais para avaliar um paciente com suspeita de tireotoxicose?
Inicialmente, deve-se realizar uma anamnese e exame físico detalhados para buscar o diagnóstico e estabelecer a etiologia. Isso inclui questionar sobre o início dos sintomas, uso de medicamentos, exposição ao iodo, gestação recente e história familiar de doença autoimune da tireoide. No exame físico, deve-se determinar o peso corporal, pressão arterial e frequência cardíaca, observar sinais oculares e adrenérgicos, avaliar a pele, presença de tremor fino, fraqueza muscular, hiperreflexia e examinar a tireoide quanto a tamanho, consistência e presença de nódulos ou sopro.
Quando e por que os betabloqueadores são utilizados no manejo da tireotoxicose?
Betabloqueadores são indicados em pacientes sintomáticos com suspeita ou diagnóstico de tireotoxicose para diminuir a frequência cardíaca, pressão arterial, tremores, labilidade emocional e intolerância aos exercícios. O propranolol é o mais utilizado, mas betabloqueadores cardiosseletivos ou com meia-vida mais curta também podem ser prescritos.
Quais exames laboratoriais são essenciais para o diagnóstico de tireotoxicose?
Os níveis séricos de TSH e hormônios tireoidianos (T4 livre e T3) devem ser determinados. Um TSH baixo ou indetectável e níveis elevados de T4L e/ou T3 confirmam o diagnóstico. Em casos de suspeita de tireotoxicose factícia, níveis séricos baixos ou indetectáveis de tireoglobulina podem auxiliar no diagnóstico.
Quais sinais oculares são importantes na avaliação de tireotoxicose?
Sinais oculares como retração palpebral, olhar fixo ou assustado e sinal de lid-lag podem ser observados em qualquer quadro de tireotoxicose devido à hiperatividade adrenérgica. No entanto, a presença de hiperemia conjuntival e palpebral, edema palpebral, quemose, paralisia de músculos extraoculares ou exoftalmia são característicos da oftalmopatia de Graves.
Como a captação de iodo radioativo é utilizada na avaliação da função tireoidiana?
A captação de iodo pela tireoide pode ser avaliada com iodo radioativo (131I ou 123I) e permite diferenciar causas de tireotoxicose com aumento da captação (como na Doença de Graves ou bócio multinodular tóxico) daquelas com captação baixa ou ausente (como nas tireoidites ou tireotoxicose factícia). A captação de iodo é geralmente elevada em pacientes com Doença de Graves ou bócio multinodular tóxico e diminuída em indivíduos expostos a contrastes iodados ou com dieta rica em iodo.
Quando a ultrassonografia da tireoide é indicada na avaliação de tireotoxicose?
A ultrassonografia da tireoide não é rotineiramente indicada na avaliação do hipertireoidismo e está reservada para casos de nódulo tireoidiano palpável. No entanto, pode ser útil quando a captação de iodo não pode ser realizada ou é contraindicada, como em gestação e amamentação, ou quando não for elucidativa, como em exposição recente ao iodo. A Dopplerfluxometria da tireoide pode auxiliar no diagnóstico diferencial de subtipos de tireotoxicose induzida por amiodarona e entre Doença de Graves e tireoidite destrutiva.
Quais são as manifestações clínicas comuns do hipertireoidismo manifesto e como elas diferem em idosos?
Os sintomas comuns do hipertireoidismo manifesto incluem ansiedade, labilidade emocional, fraqueza, tremor, palpitações, intolerância ao calor, aumento da transpiração e perda de peso, apesar de apetite normal ou aumentado. Em idosos, sintomas cardiopulmonares como taquicardia ou fibrilação atrial, dispneia aos esforços e edema são mais prevalentes. Eles tendem a ter mais perda de peso e menos aumento de apetite. A tireotoxicose apática é uma condição em idosos onde os sintomas são mínimos, exceto por fraqueza e astenia. O hipertireoidismo subclínico está associado a um risco aumentado de fibrilação atrial em idosos.
Quais achados são tipicamente observados no exame físico de pacientes com hipertireoidismo evidente?
No exame físico, pacientes com hipertireoidismo evidente podem apresentar hiperatividade, fala rápida, olhar fixo, retração palpebral, pele quente e úmida, cabelo fino e liso, taquicardia, pulso irregular em casos de fibrilação atrial, hipertensão sistólica e precórdio hiperdinâmico. Tremor, fraqueza muscular proximal e hiperreflexia são comuns. Exoftalmia, edema periorbital e conjuntival, limitação do movimento ocular e dermopatia infiltrativa são específicos da doença de Graves.
Como o tamanho da tireoide varia de acordo com a causa do hipertireoidismo?
O tamanho da tireoide pode variar de mínimo a maciço em pacientes com doença de Graves ou bócio multinodular tóxico. Uma tireoide não palpável é comum em idosos com doença de Graves. Pacientes com tireoidite indolor podem ter um aumento tireoidiano mínimo ou modesto, enquanto a ausência de aumento sugere hipertireoidismo exógeno ou struma ovarii. Um nódulo único palpável pode indicar um adenoma tireoidiano com funcionamento autônomo.
Quais sintomas inespecíficos podem ser encontrados em pacientes com hipertireoidismo?
Os sintomas inespecíficos do hipertireoidismo incluem ansiedade, labilidade emocional, fraqueza, tremor, palpitações, intolerância ao calor, aumento da transpiração e perda de peso com apetite normal ou aumentado. Curiosamente, esses sintomas podem estar presentes mesmo em pacientes com doença subclínica e podem estar ausentes em pacientes com doença evidente, especialmente em idosos.
Como os sintomas do hipertireoidismo podem variar entre diferentes populações?
Em pacientes mais jovens, o aumento do apetite estimulado pelo hipertireoidismo pode levar ao ganho de peso. Em mulheres, podem ocorrer oligomenorreia ou amenorreia, e em homens, ginecomastia e disfunção erétil. Pacientes idosos podem apresentar predominantemente sintomas cardiopulmonares, como taquicardia ou fibrilação atrial, dispneia aos esforços e edema, e tendem a ter mais perda de peso e menos aumento de apetite.
Quais sintomas e sinais isolados devem levar à avaliação de hipertireoidismo?
Sintomas e sinais isolados que indicam a necessidade de avaliação para hipertireoidismo incluem perda de peso inexplicável, início recente de fibrilação atrial, miopatia, distúrbios menstruais em mulheres, ginecomastia em homens, osteoporose, hipercalcemia, insuficiência cardíaca, contrações atriais prematuras, falta de ar e deterioração do controle glicêmico em pacientes com diabetes previamente diagnosticado.
Qual é o melhor teste inicial para suspeita clínica de hipertireoidismo e quais são os passos subsequentes baseados nos resultados desse teste?
O melhor teste inicial para suspeita clínica de hipertireoidismo é a medição do TSH sérico. Se o valor do TSH for normal, é improvável que o paciente tenha hipertireoidismo primário. Se o TSH sérico estiver baixo, muitos laboratórios medem automaticamente o T4 livre e o T3 sérico. Se essas medições adicionais não forem possíveis e a suspeita clínica for alta, é razoável solicitar TSH sérico, T4 livre e T3 como testes iniciais. Se houver forte suspeita de hipertireoidismo, mesmo com TSH normal ou elevado, os níveis séricos de T4 e T3 livres devem ser medidos.
Como é feito o diagnóstico de hipertireoidismo evidente e quais condições podem afetar a interpretação dos testes?
O diagnóstico de hipertireoidismo evidente é geralmente simples, baseado em baixos níveis de TSH sérico e concentrações elevadas de T4 e/ou T3 livre, excluindo-se erros laboratoriais ou interferência no ensaio, como a ingestão de biotina. A doença de Graves ou bócio nodular frequentemente apresenta um aumento desproporcional nos níveis de T3 sérico em comparação com T4, devido a um aumento na secreção de T3 pela tireoide e conversão extratireoidiana de T4 em T3.
O que caracteriza o hipertireoidismo subclínico e como ele é geralmente identificado?
O hipertireoidismo subclínico é caracterizado por baixos níveis séricos de TSH (<0,4 mU/L) com níveis normais de T4, T3 e T3 livre. A maioria dos pacientes não apresenta manifestações clínicas evidentes de hipertireoidismo, e os sintomas, se presentes, são leves e inespecíficos. Geralmente é detectado através de exames de rotina da função tireoidiana e muitos pacientes têm bócio multinodular tóxico ou doença de Graves leve.
Como o hipertireoidismo pode ser identificado em pacientes gravemente enfermos e quais são as recomendações para o tratamento?
Em pacientes gravemente enfermos, a identificação do hipertireoidismo pode ser desafiadora, pois baixas concentrações séricas de TSH podem ocorrer tanto no hipertireoidismo quanto em pacientes eutireoidianos críticos. Valores séricos de T4 dentro da faixa normal e TSH muito baixos (ex., <0,01 mU/L) sugerem hipertireoidismo. Em contraste, TSH detectável, mas subnormal (ex., 0,1 a 0,4 mU/L), tende a indicar apenas doença não tireoidiana. Em pacientes críticos com suspeita de hipertireoidismo, deve-se iniciar terapia medicamentosa antitireoidiana e reavaliar após a recuperação da doença não tireoidiana.
O que é toxicose T3 e como ela é diagnosticada?
Toxicose T3 é uma condição onde o paciente apresenta sintomas e sinais de hipertireoidismo, mas apenas concentrações séricas elevadas de T3 e TSH baixo são observadas. Ocasionalmente, níveis séricos de T3 e T4 livre podem estar normais, mas o T3 livre está elevado. Esse padrão tende a ocorrer no início do curso do hipertireoidismo, quando os sintomas podem ser relativamente poucos.
Qual é o padrão laboratorial da toxicose por T4 e em quais circunstâncias ela pode ocorrer?
A toxicose por T4 é caracterizada por TSH baixo, T4 livre sérico elevado e concentrações normais de T3. Esse padrão pode ser encontrado em pacientes com hipertireoidismo e uma doença não tireoidiana concomitante que reduz a conversão de T4 em T3. Pacientes em uso de amiodarona também podem apresentar esse padrão devido à inibição da conversão de T4 em T3 pelo medicamento, independentemente de o hipertireoidismo ser causado por tireoidite induzida por amiodarona ou excesso de iodeto.