Hanseníase Flashcards

1
Q

Quais são as características da hanseníase?

A
  • Acomete pele, mucosas e nervos periféricos → é uma infecção neurológica
  • Grande potencial de incapacitação → sobretudo por lesões neurais que geram deformidades
  • Doença de notificação compulsória
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2
Q

Qual é o agente etiológico?

A

Mycobacterium leprae

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3
Q

Mycobacterium leprae

  • O que é?
A
  • Bacilo álcool-ácido resistente e parasita intracelular obrigatório
  • Alta infectividade e baixa patogenicidade
  • Não é cultivável → limita estudos e testes de medicamento
  • Doença crônica e insidiosa, com longo período de latência
  • Tropismo pelos macrófagos e células de Schwan. Formas mais graves: pode ir para outros tecidos.
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4
Q

Quem é o reservatório do bacilo e como é a transmissão?

A
  • Reservatório → homem
  • Transmissão: via respiratória → doente bacílifero
  • **A inoculação ocorre pela mucosa nasal e, por exceção, pela pele (soluções de continuidade)
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5
Q

Quem são os principais transmissores?

A
  • Pacientes multibacilares e sem tratamento são os principais transmissores
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6
Q

Quando suspeitar clinicamente de hanseníase?

A

Presença de pelo menos 1 das seguintes características:

  • Perda de sensibilidade em lesão cutânea
  • Um ou mais nervos periféricos aumentados de volume, com perda de sensibilidade e/ou fraqueza muscular na região correspondente à inervação
  • Baciloscopia positiva em esfregaço cutâneo

***BAAR negativo não descarta o diagnóstico!

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7
Q

Toda suspeita clínica deve ser…

A

Toda suspeita clínica deve ser notificada e tratada

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8
Q

Como é o dx de hanseníase? É possível fazer o dx sem exame complementar?

A
  • Clínico e epidemiológico: anamnese, exame físico e dermatoneurológico
  • Sim!
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9
Q

Especifique o dx de hanseníase

A

> > > Basta 1 critério para estabelecer o diagnóstico:

  1. Lesão de pele com alteração de sensibilidade
  2. Acometimento de nervo periférico, com espessamento e/ou alteração funcional ;
  3. Baciloscopia + de esfregaço dérmico → é o exame complementar mais útil no diagnóstico
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10
Q

Como avaliar alteração de nervo periférico?

A
  • Realizar palpação dos troncos nervosos acessíveis e fazer a avaliação funcional
    (sensitiva, motora e autonômica) dos que são mais acometidos pela doença.
  • Palpação: avaliar o calibre do nervo em comparação com seu contralateral, se há
    dor, fibrose ou nodulações
  • Os mais avaliados:
  • MMSS: ulnar, mediano, radial e radial cutâneo;
  • MMII: tibial posterior, fibular comum;
  • Segmento cefálico: grande auricular e nervo facial (este não é palpável, é motor).
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11
Q

Como fazer a baciloscopia de esfregaço dérmico?

A
  • Colhe-se o raspado de tecido epidérmico nos lóbulos das orelhas, cotovelos e lesão suspeita.
  • Seu resultado é apresentado sob a forma do índice baciloscópico, numa escala de 0 a 6+;
  • Interpretação:
  • Positiva : classifica o caso como multibacilar
  • Forma virchowiana
  • Negativa : não exclui o diagnóstico de hanseníase e não modifica a classificação
  • Formas tuberculóide e indeterminada
    → Resultado variável na forma dimorfa
  • Biópsia de pele
  • Forma multibacilar: FAN, VDRL falso positivo
  • Reação tipo II: leucocitose com neutrófilos, trombocitose, aumento do PCR, IgG e IgM
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12
Q

Como fazer a avaliação da perda da sensibilidade?

  • Especifique como testar sensibilidade térmica, dolorosa e tátil
A

Testar pele normal primeiro para conferir percepção e resposta normais e depois a pele com lesão suspeita para comparar

> > Sensibilidade térmica → tubo de ensaio com água quente e água fria

> > Sensibilidade dolorosa → testar com a cabeça do alfinete (pressão) e depois com a ponta (dor)

> > Sensibilidade tátil → ponta de algodão

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13
Q

E se não for possível fazer o teste de sensibilidade, o que fazer?

A
  • Pode-se utilizar o teste da histamina ou da pilocarpina
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14
Q

Quais os principais nervos a serem avaliados?

A
  • Supraorbital, cervical, grande auricular
  • Ulnar, radial, mediano, cutâneo radial
  • Fibular comum e tibial posterior
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15
Q

Classificação da hanseníase quanto a forma de apresentação

A
  • Indeterminada
  • Virchowiana
  • Dimorfa
  • Tuberculoide
  • A doença tradicionalmente se inicia com a forma indeterminada e, dela, evolui para uma das outras 3 apresentações.
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16
Q

Análise das características segundo o tipo de apresentação na ordem:

Virchowiana → Dimorfa → Tuberculoide

A
Aumento da imunidade celular
➔ Redução da imunidade humoral
➔ Redução de lesões de pele
➔ Redução da positividade da baciloscopia
➔ Dano neural se mantém
17
Q

O que é a forma indeterminada da hanseníase?

A

Forma matriz → é considerada a 1ª forma clínica da hanseníase e após algum período de
tempo pode evoluir para cura ou para outra forma clínica

18
Q

Como é a apresentação clínica da forma indeterminada?

A
  • Sem relevo: máculas hipocrômicas ou eritematosas com alteração de sensibilidade (hipoestésicas)
  • Podem haver áreas de hipoestesia mesmo sem manchas
  • Lesões de nervos → ramúsculos cutâneos
  • Troncos nervosos (nervos grandes) não são acometidos, de modo que não é incapacitante e estes não são palpáveis
  • Poucas lesões, bem delimitadas
19
Q

Como é a apresentação nos exames complementares da forma indeterminada da hanseníase?

A
  • Baciloscopia negativa (BAAR -) → paucibacilar
  • Reação ID Mitsuda → reação intradérmica (semelhante ao PPD)
    » Não faz diagnóstico, permite apenas classificar como multibacilar (+) ou paucibacilar (-)
    » Pouco utilizada na prática
20
Q

Como é a forma tuberculoide da hanseníase?

A
  • PB com lesão única ou 2-5 lesões
  • 2-4 vezes maior o risco de transmissão
  • 5-10 anos de evolução para desenvolvimento da forma clínica
  • Predomínio de Th1 → produção de interleucinas pró inflamatórias
21
Q

Como é a apresentação clínica da forma tuberculoide?

A
  • Lesões com relevo: placas, pápulas
  • Eritematosas, da cor da pele ou escuras, infiltradas, bem delimitadas, com alteração de sensibilidade
  • Lesão do nervo pode ser a única manifestação (isolada) → forma neural primária
  • Poucas lesões, bem delimitadas
  • Poucos nervos são acometidos, mas de forma precoce
22
Q

Como são os exames complementares da forma tuberculoide?

A
  • BAAR negativo
  • ID Mitsuda sempre positiva (boa imunidade celular)
  • Biópsia: granuloma tuberculóide, com células epitelióides, halo linfocitário, células gigantes e destruição neural → caso não haja destruição neural pode ser qualquer outra doença granulomatosa
23
Q

Quais são os dxd da forma tuberculoide da hanseníase?

A
  • Sífilis, sarcoidose, leishmaniose
24
Q

Forma borderline ou dimorfa

A
  • Apresentação + comum e menos típica
25
Q

Como é a apresentação clínica da forma borderline ou dimorfa?

A
  • Placas, pápulas, cor da pele, eritematosas, violáceas, ferruginosas, áreas de infiltração
  • É a única forma de hanseníase que gera lesões foveolares → borda interna bem delimitada e
    borda externa mal delimitada
  • Ter lesão foveolar não é sinônimo de HD, mas caso haja lesão de nervo, fecha o diagnóstico.
  • Lesão de nervos pode ser a única manifestação, dano neural precoce e intenso → muito
    incapacitante
  • Muitas lesoes: podem ou não ser delimitadas e com padrão variável
26
Q

Evolução da forma tuberculoide da hanseníase

A
  • Cura espontânea (25%) ou dano neural → mesmo assim, não se espera a cura, trata-se todos os casos
27
Q

Evolução da forma borderline ou dimorfa

A

Instabilidade imunológica → está constantemente mudando de apresentação e há aumento do dano neural

28
Q

Exames complementares para forma borderline ou dimorfa

A
  • Mitsuda positiva ou negativa

- BAAR positivo ou negativo

29
Q

Forma virchoviana

  • Características
A
  • MB acima de 5 lesões
  • Vista como doença sistêmica
  • 8-10 vezes maior o risco de transmissão → forma com a maior carga bacteriana
  • 2-5 anos de evolução para desenvolvimento da forma clínica
  • Padrão Th2 → imunidade celular
  • Muitas lesões, mal delimitadas, com muitos bacilos dentro dos macrófagos
30
Q

Apresentação clínica da forma virchoviana

A
  • Doença sistêmica
  • Manchas eritematosas, pápulas, nodulos (hansenomas), tuberculos, infiltração, madarose
  • Lesões mal delimitadas
  • Na face não há áreas de pele sadia
  • Face leonina (infiltração na face) → pele sulcada, perda de cílios e supercílios (madarose), perda da expressão fisionômica
  • Diagnostico diferencial com micose fungoide (ou linfoma cutâneo de células T)
  • Dano neural progressivo, simétrico e tardio
  • Comprometimento de órgãos internos → linfonodos, medula óssea, fígado, olhos, testículo,
    mucosa oral e vias aéreas superiores
31
Q

Exames complementares na forma virchoviana

A
  • A baciloscopia é sempre + ! → A não ser que o laboratório empregue a mesma técnica usada no BAAR da tuberculose, pois a lavagem é mais intensa e o exame fica negativo (comum)

> > Exame negativo exclui esse diagnóstico

> > BAAR posistiva

> > Mitsuda negativa → a imunidade é sempre negativa
»> Essa forma da doença decorre de uma imunossupressão específica para o M.leprae,
provavelmente determinada por fatores genéticos

> > Evolui com cronicidade

32
Q

O que as provas de pilocarpina e histamina demonstram?

A
  • Comprometimento autonômico
33
Q

Prova de histamina

A
  • Feito na pele normal e na pele com lesão suspeita

○ Tríplice reação de Lewis
○ Hanseníase → tem pápula eritematosa mas não tem halo eritematoso, pois não tem inervação
reflexa para vasodilatação

34
Q

Prova de pilocarpina

A
  • Passa iodo na pele e adiciona maisena por cima da lesão e área normal. Onde há suor, o iodo reage com a maizena e fica roxo.

○ Hanseníase → não fica roxo, pois não tem inervação para estimular glândulas sudoríparas