Hanseníase Flashcards
Definição de hanseníase
Doença infectocontagiosa crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória
Caracterizada por manifestações neurológicas (nervos periféricos), dermatológicas, podendo também haver sintomas oftálmicos, musculares, articulares e de VA superior
É causadora de deformidades e sequelas
Epidemiologia da hanseníase
O Brasil é o segundo país com maior número de hanseníase
É uma endemia não controlada, é um grave problema de saúde pública, pelo atraso do diagnóstico e tratamento
Afeta todas as raças e ambos os sexos
Apenas 60% dos Contatos dos pacientes são investigados
Etiologia da hanseníase
A causada pelo mycobacterium leprae
Um bacilo bastonete gram positivo e álcool ácido resistente
Se dispõe em globinas- conglomerado de bacilos, que podem ficar incubados por até 20 anos
O bacilo se multiplica nas células de schwann nos nervos periféricos, gerando déficits neurológicos importantes
Possui tropismo pros nervos e pela pele principalmente
Transmissão da hanseníase
A transumásseis ocorre de indivíduo para indivíduo, com contato íntimo e prolongado com um paciente não tratado
A hanseníase possui alta infecciosidade mas baixa patogenicidade e virulência (é muito contagiosa mas 90% das pessoas que tem contato com ela não desenvolvem a doença)
Os pacientes portadores da forma multibacilar são a principal fonte de infecção
Classificação da hanseníase
Feita por critérios clínicos- história, epidemiologia e exame dermatoneurológico, e ainda pode ser feito com o complemento de uma baciloscopia
Forma paucibacilar: poucos bacilos (pessoas com boa resposta imune Th1) doentes não contagiantes- ex. Indeterminado e tuberculóide
Forma multibacilar: muitos bacilos (baixa resposta Th1) doentes muito contagiantes e com mais lesões. Ex. Dimorfo e virchowiano
Baciloscopia na hanseníase
Isquemia em algumas áreas do corpo e depois faz um raspado intradérmico com bisturi para análise se há bacilo
A baciloscopia negativa não exclui o diagnóstico de hanseníase (provavelmente é paucibacilar)
Se positiva, considera-se multibacilar
Não é necessário o resultado para iniciar o tratamento
Avalia-se quantitativamente (índice baciloscópico- quantas das 6 regiões possuem bacilos) e qualitativamente (índice morfológico- se os bacilos estão íntegros ou fragmentados)
Teste de Mitsuda- hanseníase
Avalia a resistência do paciente- se houve desenvolvimento de imunidade celular específica (Th1) para o M. Leprae
Quanto melhor s resposta, menos bacilos o paciente terá (paucibacilar)- ou não desenvolveram a doença ou terão a forma leve
A maioria da população é resistente a infecção. Com imunidade celular de 80%
Perda de sensibilidade na hanseníase
A sensibilidade do paciente é perdida nessa ordem: térmica, dolorosa e tátil
É necessário sempre avaliar essas sensibilidades, para detectar precocemente alterações
A térmica é feita com tudo de ensaio com diferentes temperaturas, a dolorosa com alfinete e a tátil com monofilamentos ou ponta da caneta
Definição de um caso de hanseníase
- Lesão e ou área com alteração de sensibilidade
- Acometimento de nervo periférico com ou sem espessamento neural, associado a alteração sensitiva, motora e ou autonômica
- Baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico ( se negativa não exclui)
Lesões neurais na hanseníase
Espessamento de troncos neurais (espessados e dolorosos a palpação e percussão)
Alteração sensitiva
Alteração motora- paresia, parestesia, fraqueza etc
Alteração autonômica- alteração de sudorese
Principal nervo acometido- ulnar (garra ulnar e amiotrofias dos músculos interósseos/hipoidrose
Clínica da hanseníase indeterminada
É a primeira manifestação da doença, pode evoluir para qualquer forma Baciloscopia negativa (paucibacilar) Mitsuda positivo ou negativo
Máculas hipocrômicas ou eritemato-hipocrômicas (brancas)
Pode haver perda de sensibilidade térmica
Sem espessamento nervoso
Pode haver hipoidrose e alopecia
70% remite e 30% evolui para outra forma
Clínica da hanseníase tuberculoide
Baciloscopia negativa- paucibacilar
Surge da hanseníase indeterminada com pessoa em boa resistência
Mitsuda +
Máculas ou placas eritematosas ou eritemato-acastanhadas ou hipocrômica bem delimitadas, regulares e assimétricas. São poucas lesões
Pode ter borda eritematosas e centro mais claros
Distúrbios sensitivos mais acentuados além de hipoidrose e alopecia
Troncos acometido em pequeno número
Clínica hanseníase virchowiana
Multibacilar- baciloscopia +
Mitsuda negativo
Lesões polimorfas, com infiltração progressiva e difusa da pele, mucosa, nervos, olhos etc.
fácies leonina- alopecia de cílios e supercílios, orelhas e pele espessadas, nódulos isolados ou em Rosário, e pele hiperemiada
múltiplas lesões, com distribuição simétrica
Nervos com acometimento extenso, simétrico, anestesia em luva e bota
Clínica hanseníase borderline/dimorfa
Maioria dos casos
Resistência imune intermediária (Mitsuda positivo ou negativo)
Baciloscopia positiva ou negativa
Estados reacionais frequentes
Pode parecer mais a tuberculoide, virchowiana
Tratamento da hanseníase
Todos os pacientes, independente da forma, serão tratados com as três drogas disponíveis: rifampicina, clofazimina, dapsona
As medicações são supervisionasse ( tomadas no posto de saúde)
Rinfampicina- pode dar síndrome pseudogripal
Clofazimina- pode gerar xerose, pele acinzentada, dores abdominais, diarreia e náuseas por acúmulo de cristais
Dapsona- pode levar s anemia hemolítica- grave e síndrome da sulfona