GÊNEROS TEXTUAIS Flashcards

1
Q

(G1 - IFSC 2017) Gabarito da segunda aplicação do Enem 2016 é divulgado; uma questão é anulada Enem de dezembro ocorreu devido às ocupações de locais de prova por movimentos estudantis. Inep
divulgou respostas oficiais nesta quarta (7); nota final sai em janeiro.
O gabarito oficial da segunda aplicação do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi
divulgado nesta quarta-feira (7), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Uma das questões da prova de ciências da natureza foi anulada, na prova de sábado,
dia 3 de dezembro: é a 52 na prova amarela, 88 na rosa, 60 na azul e 58 na branca. A pergunta pedia que o candidato analisasse quatro gráficos. De acordo com o Inep, embora não haja incorreções nos dados, “as escalas apresentadas podem ter dificultado a visualização dos pontos relativos à concentração de gases e assim, a partir de um cálculo mais sofisticado, permitido uma segunda interpretação por alguns participantes”. Segundo o órgão, a pergunta não será considerada no cálculo
das proficiências. “Como a prova do Enem é baseada na Teoria de Resposta ao Item (TRI), a anulação não tem impacto no resultado final”, afirma o comunicado
do Inep.

A

NOTÍCIA
A notícia é um gênero textual jornalístico que busca
comunicar um fato de interesse público, de forma
rápida e objetiva. Se uma notícia for contada de forma
exagerada ou sensacionalista, ela será considerada
uma notícia alarmante ou “clicbait”.

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Q

(ENEM 2020) O ouro do século 21
Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário, térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de futebol, que ainda teria no banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais, chamados de terras raras, fazem parte da vida de quase todos os humanos do planeta. Chamados por muitos de “ouro do século 21” “elementos do futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles estão nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil, dono da segunda maior reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los
e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em retomar sua exploração.
SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br. Acesso
em: 6 dez. 2017 (adaptado).

A

REPORTAGEM
A reportagem é um texto traz um assunto de interesse público e aprofunda a discussão em torno dele. Esse gênero pode fazer comparações, trazer falas de
indivíduos relevantes para o fato e de especialistas no assunto. A reportagem não tem objetivo de mostrar a opinião do autor (repórter), mas pode expor a opinião
dos indivíduos envolvidos no fato.

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3
Q

(ENEM 2017 PPL) Este mês, a reportagem de capa
veio do meu umbigo. Ou melhor, veio de um malestar que comecei a sentir na barriga. Sou meio
italiano, pizzaiolo dos bons, herdei de minha avó uma
daquelas velhas máquinas de macarrão a manivela.
Cresci à base de farinha de trigo. Aí, do nada, comecei
a ter alergias respiratórias que também pareciam
estar ligadas à minha dieta. Comecei a peregrinar por
médicos. Os exames diziam que não tinha nada
errado comigo. Mas eu sentia, pô. Encontrei a
resposta numa nutricionista: eu tinha intolerância a
glúten e a lactose. Arrivederci, pizza. Tchau,
cervejinha.
Notei também que as prateleiras dos mercados de
repente ficaram cheias de produtos que pareciam ser
feitos para mim: leite, queijo e iogurte sem lactose,
bolo, biscoito e macarrão sem glúten. E o mais incrível
é que esse setor do mercado parece ser o que está
mais cheio de gente. E não é só no Brasil. Parece ser
em todo Ocidente industrializado. Inclusive na Itália.
O tal glúten está na boca do povo, mas não está fácil
entender a real. De um lado, a imprensa popular faz
um escarcéu, sem no entanto explicar o tema a fundo.
De outro, muitos médicos ficam na defensiva,
insinuando que isso tudo não passa de modismo, sem
fundamento científico. Mas eu sei muito bem que não
é só modismo — eu sinto na barriga.
O tema é um vespeiro — e por isso julgamos que era
hora de meter a colher, para separar o joio do trigo e
dar respostas confiáveis às dúvidas que todo mundo
tem.
BURGIERMAN, D. R. Tem algo grande aí. Superinteressante, n.
335, jul. 2014 (adaptado)

A

EDITORIAL
O editorial é um gênero jornalístico escrito por um
repórter (assim como todo gênero jornalístico é
escrito por um jornalista). No entanto, ele se posiciona
como líder do jornal ou como porta-voz da opinião da
equipe de jornalistas. O editorial tem claro objetivo
de mostrar opinião.

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4
Q

(G1 - IFCE 2016) O desmonte silencioso dos Cursos
das Casas de Cultura
As Casas de Cultura Estrangeira (CCE) da UFC
enfrentam há anos dificuldades na oferta de seus
cursos, problemas causados em especial pelo baixo
número de professores. Com a lei Nº 12.772, de
28.12.2012, esperava-se assegurar o prosseguimento
deste fabuloso projeto dedicado à comunidade
cearense desde sua criação nos anos 1960 pelo
Reitor-Fundador Antônio Martins Filho.
Em setembro passado, o CH e a Pró-Reitoria de
Gestão de Pessoas propuseram que cada professor
das CCE fosse obrigado a dar, no mínimo, uma
disciplina num curso de graduação da UFC, sendo
esta disciplina determinada pela graduação. Se
levada a cabo, esta proposta retiraria completamente
das CCE a relativa autonomia que possuem em gerir
seus cursos, tendo como consequência o corte imediato de vagas e o desmonte de um projeto de
extensão presente no imaginário do cearense como
um espaço de aprendizado de línguas e de oferta de
oportunidades.
A Administração afirma que a atuação das CCE seria
ilegal, pois os cursos ali oferecidos seriam só Extensão
e não Ensino – tal como no tripé Ensino-PesquisaExtensão – e aludiu a uma advertência do MEC sobre
o problema, porém não apresentou tal documento à
comunidade diretamente atingida, servidores
docentes, técnico-administrativos e alunos.
Há nesta proposta a real preocupação em defender o
interesse da comunidade? Se assim for, está na hora
de chamar a principal interessada – a sociedade
cearense – para se inteirar e participar do debate
acerca do futuro dos cursos das CCE da UFC.
Rogéria C. Pereira (Adaptado de
<http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2015/10/22/notici
asjornalopiniao,3522594/o-desmonte-silencioso-dos-cursos-dascasas-de-cultura.shtml>. Acesso em: 24 jul. 2016)

A

ARTIGO DE OPINIÃO
O artigo de opinião é um gênero jornalístico. Esse
gênero é semelhante ao editorial, só que no artigo de
opinião, o jornalista dá a sua própria opinião sobre o
assunto, enquanto no editorial, a opinião é do jornal
onde ele trabalha.

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5
Q

A História, mais ou menos
Negócio seguinte. Três reis magrinhos ouviram um
plá de que tinha nascido um Guri. Viram o cometa no
Oriente e tal e se flagraram que o Guri tinha pintado
por lá. Os profetas, que não eram de dar cascata, já
tinham dicado o troço: em Belém, da Judeia, vai
nascer o Salvador, e tá falado. Os três magrinhos se
mandaram. Mas deram o maior fora. Em vez de irem
direto para Belém, como mandava o catálogo,
resolveram dar uma incerta no velho Herodes, em
Jerusalém. Pra quê! Chegaram lá de boca aberta e
entregaram toda a trama. Perguntaram: Onde está o
rei que acaba de nascer? Vimos sua estrela no Oriente
e viemos adorá-lo. Quer dizer, pegou mal. Muito mal.
O velho Herodes, que era um oligão, ficou grilado.
Que rei era aquele? Ele é que era o dono da praça.
Mas comeu em boca e disse: Joia. Onde é que esse
guri vai se apresentar? Em que canal? Quem é o
empresário? Tem baixo elétrico? Quero saber tudo.
Os magrinhos disseram que iam flagrar o Guri e na
volta dicavam tudo para o coroa.
VERISSIMO, L. F. O nariz e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994.

A

CRÔNICA
A crônica é um gênero textual jornalístico que narra
um acontecimento corriqueiro (do cotidiano) com
finalidade de ser engraçada. O ENEM chama isso de
caráter lúdico. Claro, para ser engraçado, o texto tem
que ter linguagem informal.

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6
Q

(PUCPR 2015) Alcântara Machado faz a seguinte
apresentação para BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA
em Artigo de Fundo:
Este livro não nasceu livro: nasceu jornal. Estes contos
não nasceram contos: nasceram notícias. E este
prefácio portanto também não nasceu prefácio:
nasceu artigo de fundo.
Dessa apresentação, pode concluir-se que
a) os jornais brasileiros da época eram determinantes
absolutos das vanguardas artísticas e a literatura
sofreu essa determinação.
b) o livro referido transformou-se em jornal, ou
melhor, houve uma transposição dos fatos e das
personagens do mundo real para o literário,
c) o livro em questão é jornalístico, porque está
preocupado em dar opiniões sobre as notícias da
comunidade
d) a linguagem do livro de Alcântara Machado, ao
aproximar-se jornalisticamente do cotidiano, afasta-se
dos meios literários modernistas de sua época
e) o livro está impregnado de uma atmosfera de
reportagem, aproximando-o do jornal por captar o
fato, instantâneo da vida cotidiana.

A

PREFÁCIO
O prefácio é um breve texto escrito antes do texto
oficial de um livro. A sua finalidade é aumentar o valor
percebido da obra para que o leitor sinta mais
vontade de ler.

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7
Q

ÍNDICE

A

ÍNDICE
Índice é uma listagem organizada de temas, assuntos,
palavras e tópicos e que costuma estar presente em
livros e outros documentos. Por norma, o índice deve
estar no final do texto, sendo considerado um
elemento pós-textual e opcional, onde aparecem
informações alternativas, normalmente explicativas,
daquelas que foram apresentadas ao longo do
documento, por exemplo.
Geralmente, os índices apresentam
informações detalhadas sobre os conteúdos
apresentados ao longo do texto, estando organizados
por ordem alfabética ou cronológica (de acordo com
a ordem em que aparecem no livro), indicando
também as suas respectivas páginas.

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8
Q

(PUCPR 2015) Os gêneros textuais estão vinculados à
nossa vida social e organizam nossas atividades
comunicativas. Todo texto pertence a um gênero,
como o que segue:
Escritores jovens para jovens leitores
Fábulas para o Ano 2000
Novos autores sempre surgem, mas autores
novíssimos são bem mais raros. Gustavo Martins tem
apenas 15 anos e, antes que você se espante com
isso, é bom lembrar que ele publicou seu primeiro
livro aos 8 anos, o que lhe valeu uma menção no
Guinness, o livro dos recordes. Rodrigo Lacerda, de
29 anos, convenhamos, também é um jovem autor se
comparado, por exemplo, aos medalhões da
Academia de Letras. Mas o que interessa mesmo é
que ambos fazem ótima literatura. Estas fábulas são a
melhor prova disso.
Com talento e bom humor, eles adaptaram histórias
tradicionais, como A Princesa e o Sapo ou Os Três
Porquinhos, aos tempos modernos. O resultado foi
uma espécie de cyber-conto-de-fadas, onde uma rã
transforma-se em princesa e casa-se com um
metaleiro ou três porquinhos sem-terra encaram um
lobo latifundiário. Para manter o espírito edificante, os
autores não abriram mão da famosa “moral da
história” no final de cada conto. Um exemplo: “Os
Powers Rangers podem até vencer o monstrão, desde
que ele não tenha um bom advogado”.
Moderníssimo.
Disponível em: http://galileu.globo.com/edic/91/cultura
Acesso em 30 de out. 2014.

A

SUMÁRIO
O sumário, que é comumente confundido com os
índices, costuma estar no começo dos livros. Indica os
capítulos e todas as outras divisões textuais, assim
como se apresentam no texto, e o número da página
em que estão os respectivos conteúdos.

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9
Q

(UECE 2019) Sinopse do filme Capitão América:
Guerra Civil
Capitão América: Guerra Civil encontra Steve Rogers
(Chris Evans) liderando o recém-formado time de
Vingadores em seus esforços continuados para
proteger a humanidade. Mas, depois que um novo
incidente envolvendo os Vingadores resulta num
dano colateral, a pressão política se levanta para
instaurar um sistema de contagem liderado por um
órgão governamental para supervisionar e dirigir a
equipe.
O novo status quo divide os Vingadores, resultando
em dois campos: um liderado por Steve Rogers e seu
desejo de que os Vingadores permaneçam livres para
defender a humanidade sem a interferência do
governo; o outro seguindo a surpreendente decisão
de Tony Stark (Robert Downey Jr.) em apoio à
supervisão e contagem do governo.
Capitão América 3 tem direção dos irmãos Joe e
Anthony Russo, produção de Kevin Feige e grande
elenco formado por Scarlett Johansson (Viúva Negra),
Sebastian Stan (Soldado Invernal), Anthony Mackie
(Falcão), Emily Van Camp (Agente 13), Don Cheadle
(Máquina de Combate), Jeremy Renner (Gavião
Arqueiro), Chadwick Boseman (Pantera Negra), Paul
Bettany (Visão), Elizabeth Olsen (Feiticeira Escarlate),
Pail Rudd (Homem-Formiga), Frank Grillo (Ossos
Cruzados), William Hurt (General Thunderbolt) e
Daniel Brühl (Barão Zenom).
Disponível em:
http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-118069/.
Acesso em: 02.11.2018.

A

RESUMO E SINOPSE
Resumo e sinopse são sinônimos e apresentam, de
forma breve, os principais pontos de um outro texto,
sem dar opinião sobre ele.

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10
Q

(ENEM 2017) Uma noite em 67, de Renato Tera e
Ricardo Calil.
Editora Planeta, 296 páginas.
Mas foi um noite, aquela noite de sábado 21 de
outubro de 1967, que parou o nosso país. Parou pra
ver a finalíssima do III Festival da Record, quando um
jovem de 24 anos chamado Eduardo Lobo, o Edu
Lobo, saiu carregado do Teatro Paramount em São
Paulo depois de ganhar o prêmio máximo do festival
com Ponteio, que cantou acompanhado da charmosa
e iniciante Marília Medalha.
Foi naquele noite que Chico Buarque entoou sua
Roda viva ao lado do MPB-4 de Magro, o arranjador.
Que Caetano Veloso brilhou cantando Alegria, alegria
com a plateia ao com das guitarras dos Beat Boys, que
Gilberto Gil apresentou a tropicalista Domingo no
parque com os Mutantes.
Aquela noite que acabou virando filme, em 2010, nas
mãos de Renato Terra e Ricardo Calil, agora virou
livro. O livro que está sendo lançado agora é a história
daquela noite, ampliada e em estado que no jargão
jornalístico chamamos de matéria bruta. Quem viu o
filme vai se deliciar com as histórias – e algumas fofocas – que cada um tem para contar, agora sem os
contes necessários que um filme exige. E quem não
viu o filme tem diante de si um livro de histórias,
pensando bem, de História.
VILLAS, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acessado em:
18 jun. 2014 (adaptado).

A

RESENHA
A resenha é um texto curto que apresenta outra obra
com objetivo de guiar e convidar o leitor a conhecer a
obra na íntegra

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11
Q

(ENEM 2015) Em junho de 1913, embarquei para a
Europa a fim de me tratar num sanatório suíço. Escolhi
o de Clavadel, perto de Davos-Platz, porque a
respeito dele me falara João Luso, que ali passara um
inverno com a senhora. Mais tarde vim a saber que
antes de existir no lugar um sanatório, lá estivera por
algum tempo Antônio Nobre. “Ao cair das folhas”, e
um de seus mais belos sonetos, talvez o meu
predileto, está datado de “Clavadel, outubro, 1895”.
Fiquei na Suiça até outubro de 1914.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1985.

A

RELATO
O autor busca mostrar a própria experiência vivida,
por meio de descrições objetivas e subjetivas, que
trazem as impressões, sentimentos e pensamentos do
autor narrador. Presença de verbos no passado, com
adjetivos objetivos e subjetivos. Tem linguagem mais
subjetiva, com forte carga emocional.

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12
Q

(ENEM 2015) Exmº Sr. Governador:
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados
pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
[…]
ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas
custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro
considerável. Não há vereda aberta pelos matutos
que prefeitura do interior não ponha no arame,
proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicamse as datas históricas ao Governo do Estado, que não
precisa disso; todos os acontecimentos políticos são
badalados. Porque se derrubou a Bastilha – um
telegrama; porque se deitou pedra na rua – um
telegrama; porque o deputado F. esticou a canela –
um telegrama.
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.
GRACILIANO RAMOS
RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.

A

RELATÓRIO
O relatório é um gênero usado em repartições
públicas ou empresas, com o objetivo de detalhar um
processo importante para a instituição.

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13
Q

CONTO

A

CONTO
O conto é um texto narrativo curto, com poucos
personagens, enredo delimitado e história concisa.

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14
Q

(ENEM 2015) João Antônio de Barros (Jota Barros)
nasceu aos 24 de junho de 1935, em Glória de Goitá
(PE). Marceneiro, entalhador, xilógrafo, poeta
repentista e escritor de literatura de cordel, já
publicou 33 folhetos e ainda tem vários inéditos.
Reside em São Paulo desde 1973, vivendo
exclusivamente da venda de livretos de cordel e das
cantigas de improviso, ao som da viola. Grande
divulgador da poesia popular nordestina no Sul, tem
dado frequentemente entrevistas à imprensa paulista
sobre o assunto.
EVARISTO. M. C. O cordel em sala de aula. In: BRANDÃO. H. N.
(Coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel,
discurso político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2000.

A

BIOGRAFIA
A biografia é um gênero textual que busca contar a
jornada de uma pessoa (geralmente essa pessoa tem
grande valor na sociedade). Se for a pessoa contando
a própria história, chamamos de autobiografia.

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15
Q

No capricho
O Adãozinho, meu cumpade, enquanto esperava
pelo delegado, olhava para um quadro, a pintura de
uma senhora. Ao entrar a autoridade e percebendo
que o cabôco admirava tal figura, perguntou: “Que
tal? Gosta desse quadro?”
E o Adãozinho, com toda a sinceridade que Deus dá
ao cabôco da roça: “Mas pelo amor de Deus, hein,
dotô! Que muié feia! Parece fiote de cruis-credo,
parente do deus-me-livre, mais horríver que briga de
cego no escuro.”
Ao que o delegado não teve como deixar de
confessar, um pouco secamente: “É a minha mãe.” E
o cabôco, em cima da bucha, não perde a linha: “Mais
dotô, inté que é uma feiura caprichada.”
BOLDRIN, R. Almanaque Brasil de Cultura Popular. São Paulo:
Andreato Comunicação e Cultura, n° 62, 2004 (adaptado).

A

ANEDOTA
A anedota, também conhecida como piada, é um
gênero textual que visa, a partir de uma breve
narrativa, causar o humor ao interlocutor por meio de
algum comentário.

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16
Q

Fora da ordem
Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho
Romelli publicou Le Diverse et Artificiose Machine, no
qual descrevia uma máquina de ler livros. Montada
para girar verticalmente, como uma roda de hamster,
a invenção permitia que o leitor fosse de um texto ao
outro sem se levantar de sua cadeira.
Hoje podemos alternar entre documentos com muito
mais facilidade – um clique no mouse é suficiente para
acessarmos imagens, textos, vídeos e sons
instantaneamente. Para isso, usamos o computador, e
principalmente a internet – tecnologias que não
estavam disponíveis no Renascimento, época em que
Romelli viveu.
BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa. Ano II. N°14.

A

HIPERTEXTO
É o texto que você consegue ler de baixo pra cima, de
um lado para o outro etc. O leitor não segue uma
ordem linear na leitura. É característico de textos de
sites, já que o leitor pode rolar a página pra baixo ou
pra cima, ver um vídeo, ir para outra página etc.

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17
Q
A

BULA
A bula é um texto técnico que tem objetivo de mostrar
a composição de um remédio, seus efeitos colaterais,
suas contraindicações etc.

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18
Q

Senhor Juiz
O instrumento do “crime” que se arrola
Nesse processo de contravenção
Não é faca, revólver ou pistola,
Simplesmente, doutor, é um violão.
Será crime, afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
Perambular na rua um desgraçado
Derramando nas praças suas dores?
Mande, pois, libertá-lo da agonia
(a consciência assim nos insinua)
Não sufoque o cantar que vem da rua,
Que vem da noite para saudar o dia.
É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza do seu acolhimento
Juntada desta aos autos nós pedimos
E pedimos, enfim, deferimento
Disponível em: www.migalhas.com.br. Acesso em: 23 set. 2020
(adaptado).

A

TEXTO JURÍDICO
Textos jurídicos são escritos com vocabulário técnico
e com precisão vocabular. A ideia de uma redação
jurídica é ser o menos ambígua possível, pois a
narrativa dos fatos irá embasar a decisão do
magistrado ou do servidor público, assim como irá
convencer os demais sujeitos do processo.

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19
Q

PINHÃO sai ao mesmo tempo que
BENONA entra.
BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer
falar com você.
EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá
fora, mas não quero falar com ele.
BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas
atenções.
EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não!
BENONA: Isso são coisas passadas.
EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi
meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele
dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a
menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu.
Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um
tesouro. E vem louco atrás dele, sedento, atacado de
verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um
cachorro da molest’a, como um urubu, atrás do
sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo
Antônio há de proteger minha pobreza e minha
devoção.

SUASSUNA, A. O santo e a porca.
Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento).
SUASSUNA, A. O santo e a porca.
Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento).

A

PEÇA TEATRAL
* Texto feito para ser encenado, com
indicações de como devem ser as falas e as
cenas (rubricas).
* Predomínio do tipo narrativo.
* Diálogo entre personagens.
* Presença do discurso direto.
* Atores, plateia e palco.
* Cenário, figurino e sonoplastia.
* Linguagem corporal e gestual.
* Quase sempre sem narrador.

20
Q
A

TIRINHA
A tira ou tirinha é um gênero textual assim definido
por Sérgio Roberto Costa: Segmento ou fragmento
de HQs, geralmente com três ou quatro quadrinhos,
apresenta um texto sincrético que alia o verbal e o
visual no mesmo enunciado e sob a mesma
enunciação.

21
Q

Na criação do texto, o chargista lotti usa criativamente
um intertexto: os traços reconstroem uma cena de
Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os
horrores e a destruição provocados pelo bombardeio
a uma pequena cidade da Espanha.

A

CHARGE
Charge é uma ilustração humorística que envolve a
caricatura de um ou mais personagens, feita com o
objetivo de satirizar algum acontecimento da
atualidade. O termo charge tem origem no francês
“charger” que significa “carga”.

22
Q

Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro,
funcionário público, certo de que a língua portuguesa
é emprestada ao Brasil; certo também de que, por
esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no
campo das letras, se veem na humilhante
contingência de sofrer continuamente censuras
ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além,
que, dentro do nosso país, os autores e os escritores,
com especialidade os gramáticos, não se entendem
no tocante à correção gramatical, vendo-se,
diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais
profundos estudiosos do nosso idioma – usando do
direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que
o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como
língua oficial e nacional do povo brasileiro.
BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em:
www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 26 jun. 2012

A

ROMANCE
Romance é um gênero textual narrativo escrito em
prosa. Ele é considerado o herdeiro da epopeia por
apresentar uma narrativa com diversos personagens e
enredo ampliado. O romance é um texto literário em
prosa marcado por uma narrativa extensa que surgiu
como sucessor do antigo gênero clássico epopeia.

23
Q

Leia o trecho abaixo, retirado de IJuca Pirama, obra de Gonçalves Dias.

Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
sou filho do norte,
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.

A

EPOPEIA
A epopeia, ou poema épico, é uma estrutura poética,
do gênero narrativo. Em resumo, é uma história
contada em versos em vez de prosa. Sua origem
remonta à Antiguidade e tem o poeta Homero como
seu principal nome. Esse tipo de narrativa conta
histórias grandiosas e é marcado por aventuras e
heroísmo.

24
Q

Galinha cega
O dono correu atrás de sua branquinha, agarrou-a,
lhe examinou os olhos. Estavam direitinhos, graças a
Deus, e muito pretos. Soltou-a no terreiro e lhe atirou
mais milho. A galinha continuou a bicar o chão
desorientada. Atirou ainda mais, com paciência, até
que ela se fartasse. Mas não conseguiu com o gasto
de milho, de que as outras se aproveitaram, atinar
com a origem daquela desorientação. Que é que seria
aquilo, meu Deus do céu? Se fosse efeito de uma
pedrada na cabeça e se soubesse quem havia
mandado a pedra, algum moleque da vizinhança, aí…
Nem por sombra imaginou que era a cegueira
irremediável que principiava.
Também a galinha, coitada, não compreendia nada,
absolutamente nada daquilo. Por que não vinham
mais os dias luminosos em que procurava a sombra
das pitangueiras? Sentia ainda o calor do sol, mas
tudo quase sempre tão escuro. Quase que já não
sabia onde é que estava a luz, onde é que estava a
sombra.

GUIMARAENS, J. A. Contos e novelas.
Rio de Janeiro: Imago, 1976 (fragmento).

A

NOVELA
Novela é um gênero literário que consiste em uma
narrativa de caráter breve, sendo, porém,
considerado o gênero mediano entre o conto, de
menor extensão, e o romance, de maior extensão.

25
Q
A

QUADRINHOS
Histórias em quadrinhos são narrativas gráficas, ou
seja, histórias narradas compostas por imagem e
texto. Sua denominação varia entre arte sequencial
(nome atribuído pelo famoso quadrinista americano
Will Eisner), narrativa figurada e literatura ilustrada. As
histórias em quadrinhos podem ser vistas como
revistas ou em jornais, no formato de tirinhas.

26
Q

O pavão vermelho

Ora, a alegria, este pavão vermelho,
está morando em meu quintal agora.
Vem pousar como um sol em meu joelho
quando é estridente em meu quintal a aurora.
Clarim de lacre, este pavão vermelho
sobrepuja os pavões que estão lá fora.
É uma festa de púrpura. E o assemelho
a uma chama do lábaro da aurora.
É o próprio doge a se mirar no espelho.
E a cor vermelha chega a ser sonora
neste pavão pomposo e de chavelho.
Pavões lilases possuí outrora.
Depois que amei este pavão vermelho,
os meus outros pavões foram-se embora.
COSTA, S. Poesia completa: Sosígenes Costa. Salvador: Conselho
Estadual de Cultura. 2001.

A

SONETO
O soneto é um poema de forma fixa, composto por
quatro estrofes, sendo que as duas primeiras são
constituídas por quatro versos, cada uma, os
quartetos, e as duas últimas de três versos, cada uma,
os tercetos

27
Q

Blues da piedade

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

CAZUZA. Cazuza: O poeta não morreu. Rio de Janeiro: Universal
Music, 2000 (fragmento).

A

LADAINHA
O gênero ladainha é um texto, geralmente, de caráter
religioso em que o autor se lamenta e / ou pede algo
a Deus ou a alguma entidade religiosa.

28
Q

Meu caro Sherlock Holmes, algo
horrível aconteceu às três da manhã no Jardim
Lauriston. Nosso homem que estava na vigia viu uma
luz às duas da manhã saindo de uma casa vazia.
Quando se aproximou, encontrou a porta aberta e, na
sala da frente, o corpo de um cavalheiro bem vestido.
Os cartões que estavam em seu bolso tinham o nome
de Enoch J. Drebber, Cleveland, Ohio, EUA. Não
houve assalto e nosso homem não conseguiu
encontrar algo que indicasse como ele morreu. Não
havia marcas de sangue, nem feridas nele. Não
sabemos como ele entrou na casa vazia. Na verdade,
todo assunto é um quebra-cabeça sem fim. Se puder
vir até a casa seria ótimo, se não, eu lhe conto os
detalhes e gostaria muito de saber sua opinião.
Atenciosamente, Tobias Gregson.
DOYLE, A. C. Um estudo em vermelho. Cotia: Pé de Letra, 2017.

A

CARTA
A carta é um gênero textual dialógico, ou seja, ela tem
como principal objetivo estabelecer uma conversa
entre dois interlocutores específicos. Assim, a carta
pode ser utilizada na comunicação entre amigos e
familiares (carta pessoal), obtendo um caráter mais
subjetivo e informal.

29
Q
A

CAMPANHA PUBLICITÁRIA
O anúncio publicitário (ou simplesmente publicidade)
é um gênero textual que promove um produto ou
uma ideia sendo veiculado pelos meios de
comunicação de massa: jornais, revistas, televisão,
rádio e internet.

30
Q

ODE A UMA FLOR LUMINOSA
Nesse caudal amazônico
Com cintilantes cores,
Por um acaso bem irônico
Se deram os primeiros albores
De teu nascer tão harmônico.
Pelo plano salomônico
De uma vida sem dores,
Esse desvio sardônico
Daqueles do mal senhores
Não teve efeito agônico.
Vieste praqui como tônico
Saudada só por cantores
Pra ouvir meu brado eufônico
E saber entre mil flores
Que és meu amor platônico.

A

ODE
Ode é uma composição poética do gênero lírico que
se divide em estrofes simétricas. O termo tem origem
no grego “odés” que significa “canto”. Na Grécia
Antiga, “ode” era um poema alegre, sobre algo
sublime composto para ser cantado individualmente
ou em coro, e com acompanhamento musical.
Também era usado para exaltar algo belo ou a pátria.
Não encontrei questões com esse gênero textual.

31
Q

Canção
No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas…
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.
Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto.
Quando as ondas te carregaram
meus olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.
Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.
E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.

MEIRELES, C. In: SECCHIN, A. C. (Org.). Obra completa. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2001

A

ELEGIA
A elegia é um gênero poético caracterizado mais pela
temática do que por uma estrutura formal: tem como
assuntos principais a tristeza dos amores
interrompidos pela morte ou pela infidelidade. As
primeiras elegias apresentavam uma métrica
específica, com emprego de dísticos formados de
versos hexâmetros. Contudo, a elegia pode ser
desenvolvida em versos livres, mas sempre
reconhecida em virtude de sua temática peculiar.

32
Q

O amigo da casa

A própria menina se prende muito a 1ele, que
ainda lhe trouxe a última boneca, embora agora ela se
ponha mocinha: encolhe-se na poltrona da sala sob a
luz do abajur e lê a revista de quadrinhos. 2Ele é
alemão como o dono da casa. Tem apartamento no
hotel da praia e joga tênis no clube, saltando com
energia para dentro do campo, a raquete na mão.
Assiste às partidas girando no copo de uísque os
cubos de gelo. É o amigo da casa. Depois do jantar,
passeia com a mãe da menina pelo caminho de pedra
do jardim: as duas cabeças – a loira e a preta de
cabelos aparados – vão e vêm, a dele já com entradas da calva. 3Ele chupa o cachimbo de fumo cheiroso,
que o moço de bordo vai deixar no escritório.
O dono da casa é Seu Feldmann. 4Dirige o seu
pequeno automóvel e é muito delicado.
Cumprimenta sempre todos os vizinhos, até mesmo
os mais canalhas como Seu Deca, fiscal da Alfândega.
Seu Feldmann cumprimenta. Bate com a
cabeça. Compra marcos a bordo e no banco para a
5
sua viagem regular à Alemanha. Viaja em companhia
do comandante do cargueiro, em camarote especial.
Então respira o ar marítimo no alto do convés, os
braços muito brancos e descarnados, na camisa leve
de mangas curtas.
A fortuna de origem é da mulher: as velhas
casas no centro da cidade, os antigos armazéns, 6o
sítio da serra, de onde ela desce aos domingos em
companhia 7do 8outro, que é o amigo da casa, e da
menina.
9Saem os dois à noite e 10ele para o seu
próprio automóvel sob os coqueiros na praia.
11Decerto brigaram mais uma vez, porque ela volta
para casa de olhos vermelhos, enrolando 12nos dedos
o lencinho bordado. Recolhe-se a seu quarto (ela e
seu Feldmann dormem em quartos separados). Trila
o apito do guarda. 13Os faróis do automóvel na rua
pincelam de luz as paredes, tiram reflexo do espelho.
14Ela permanece insone: o vidro de sua janela é um
retângulo de luz na noite.
(Moreira Campos. In Obra Completa – contos II. 1969. p. 120-122.
Originalmente publicado na obra O puxador de terço. Texto
adaptado.)

A

EPÍLOGO
O epílogo é o fechamento de um texto, geralmente
vem no fim de uma criação literária fictícia ou de um
texto dissertativo. É a parte da narrativa ou da
monografia que dá um desfecho aos eventos que se
sucederam ao longo da obra e, no caso da
dissertação, apresenta as deduções e as respostas
levantadas por seu autor. Uma espécie de conclusão.

33
Q
A

VERBETE
O verbete é um gênero textual que pode ser
encontrado em dicionários, glossários e
enciclopédias. É um texto impessoal e, geralmente
escrito em linguagem mais formal. Texto dedicado
em definir o significado das palavras.

34
Q

O que poderia valer mais do que a manta para
aquela família? Quadros de pintores famosos? Joias
de rainha? Palácios? Uma manta feita de centenas de
retalhos de roupas velhas aquecia os pés das crianças
e a memória da avó, que a cada quadrado apontado
por seus netos resgatava de suas lembranças uma
história. Histórias fantasiosas como a do vestido com
um bolso que abrigava um gnomo comedor de
biscoitos; histórias de traquinagem como a do calção
transformado em farrapos no dia em que o menino,
que gostava de andar de bicicleta de olhos fechados,
quebrou o braço; histórias de saudades, como o
avental que carregou uma carta por mais de um mês…
Muitas histórias formavam aquela manta. Os
protagonistas eram pessoas da família, um tio, uma
tia, o avô, a bisavó, ela mesma, os antigos donos das
roupas. Um dia, a avó morreu, e as tias passaram a
disputar a manta, todas a queriam, mais do que aos
quadros, joias e palácios deixados por ela.
Felizmente, as tias conseguiram chegar a um acordo,
e a manta passou a ficar cada mês na casa de uma
delas. E os retalhos, à medida que iam se acabando,
eram substituídos por outros retalhos, e novas e
antigas histórias foram sendo incorporadas à manta
mais valiosa do mundo.
LASEVICIUS, A. Língua Portuguesa, São Paulo, n. 76, 2012
(adaptado)

A

CAUSO
Causo é um gênero discursivo, que apresenta fatos
reais ou fictícios em suas histórias, contadas de forma
engraçada, com objetivo lúdico. São conhecidos
como causos populares, podem apresentar rimas,
trabalhando assim a sonoridade das palavras e já
fazem parte do folclore brasileiro.

35
Q
A

CARTAZ
O cartaz é gênero textual produzido de forma clara e
objetiva, para facilitar a compreensão no momento da
leitura. Entre as suas características, está: divulgar
alguém, algum evento ou alguma coisa. Para melhor
compreender sobre a estrutura e a função dos
cartazes, vale a pena relembrar o que são os gêneros
textuais.

36
Q

Hoje topei com alguns conhecidos meus
Me dão bom-dia, cheios de carinho
Dizem para eu ter muita luz, ficar com Deus
Eles têm pena de eu viver sozinho
[…]
Hoje o inimigo veio me espreitar
Armou tocaia lá na curva do rio
Trouxe um porrete a mó de me quebrar
Mas eu não quebro porque sou macio, viu

A

DIÁRIO
Diário deriva do latim diarium, cuja palavra faz
referência a “dia”. É um tipo de autobiografia narrada
em primeira pessoa. Embora seja conhecido
popularmente como um caderno de anotações é um
dos gêneros textuais assim como a fábula, o romance
e a notícia, por exemplo

37
Q

O humor e a língua
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com
ênfase em sua constituição linguística. Por isso,
embora a afirmação a seguir possa parecer
surpreendente, creio que posso garantir que se trata
de uma verdade quase banal: as piadas fornecem
simultaneamente um dos melhores retratos dos
valores e problemas de uma sociedade, por um lado,
e uma coleção de fatos e dados impressionantes para
quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas
com os quais uma sociedade se debate, uma coleção
de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade,
etnia/raça e outras diferenças, instituições (igreja,
escola, casamento, política), morte, tudo isso está
sempre presente nas piadas que circulam
anonimamente e que são ouvidas e contadas por
todo mundo em todo o mundo. Os antropólogos
ainda não prestaram a devida atenção a esse material,
que poderia substituir com vantagem muitas
entrevistas e pesquisas participantes. Saberemos
mais a quantas andam o machismo e o racismo, por
exemplo, se pesquisarmos uma coleção de piadas do
que qualquer outro corpus.

POSSENTI. S. Ciência Hoje, n. 176, out. 2001 (adaptado).

A

PIADA
A anedota ou piada é um gênero textual humorístico
que tem o intuito de levar ao riso. São textos
populares que vão sendo contados em ambientes
informais, e que normalmente não possuem um autor.
Trata-se de um texto narrativo simples em que
geralmente há presença de enredo, personagens,
tempo, espaço.

38
Q

“O leão, o burro e o
rato”, de Millôr Fernandes.
Um leão, um burro e um rato voltaram, afinal,
da caçada que haviam empreendido juntos1 e
colocaram numa clareira tudo que tinham caçado:
dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e
muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e,
com voz tonitruante que procurava inutilmente
suavizar, berrou:
– Bem, agora que terminamos um magnífico
dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para
a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre
burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três,
com licença do compadre rato, você, compadre
burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes
absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o
rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande
amigo burro em paz para deliberar.
Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam
água2 e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram
que o burro tinha feito um trabalho extremamente
meticuloso, dividindo a caça em três partes
absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando,
o burro perguntou ao leão:
– Pronto, compadre leão, aí está: que acha da
partilha?
O leão não disse uma palavra. Deu uma
violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no
chão, morto.
Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse:
– Compadre rato, lamento muito, mas tenho a
impressão de que concorda em que não podíamos
suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice.
Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia
outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava
mais o compadre burro. Me faça um favor agora –
divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o
corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente,
deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.
Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor
dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado,
toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro,
apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão
ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato o
chamou:
– Compadre leão, está pronta a partilha!
O leão, vendo a caça dividida de maneira tão
justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:
– Maravilhoso, meu caro compadre,
maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma
partilha tão certa?
E o rato respondeu:
– Muito simples. Estabeleci uma relação
matemática entre seu tamanho e o meu – é claro que
você precisa comer muito mais. Tracei uma
comparação entre a sua força e a minha – é claro que
você precisa de muito maior volume de alimentação
do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição
na floresta com a minha – e, evidentemente, a partilha
só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual,
sou todo espírito!
– Inacreditável, inacreditável! Que
compreensão! Que argúcia! – exclamou o leão,
realmente admirado. – Olha, juro que nunca tinha
notado, em você, essa cultura. Como você escondeu
isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta
sabedoria?
– Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se
me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende,
acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro
morto.
Moral: Só um burro tenta ficar com a parte do
leão.

A

FÁBULA
Fábula é um texto predominantemente narrativo,
quase sempre breve e em prosa, com personagens
sem muita complexidade e história de caráter ético e
moral. A fábula é um gênero textual muito utilizado no
processo de formação ética e moral dos indivíduos,
porque ao final o autor traz uma lição moral.

39
Q

O que é possível dizer em 140
caracteres?
Sucesso do Twitter no Brasil é oportunidade única de
compreender a importância da concisão nos gêneros
de escrita.
A máxima ‘menos é mais’ nunca fez tanto sentido
como no caso do microblog Twitter, cuja premissa é
dizer algo — não importa o quê — em 140 caracteres.
Desde que o serviço foi criado, em 2006, o número de
usuários da ferramenta é cada vez maior, assim como
a diversidade de usos que se faz dela. Do estilo
“querido diário” à literatura concisa, passando por
aforismos, citações, jornalismo, fofoca, humor etc.,
tudo ganha o espaço de um tweet (“pio” em inglês), e
entender seu sucesso pode indicar um caminho para
o aprimoramento de um recurso vital à escrita: a
concisão.

A

AFORISMO
Aforismo é um texto breve que enuncia uma regra, um
pensamento, um princípio ou uma advertência. É um
estilo de sentença que articula literatura e filosofia em
que a percepção da vida, da sociedade, ou tudo que
venha a ser objeto de pensamento, é realçado pela
expressividade de uma mensagem verdadeira e
concisa.

40
Q

I. O romance Úrsula foi publicado no Maranhão, em
1859, sob o pseudônimo de “Uma Maranhense”, e
quase não se tem notícia de sua circulação à época
da publicação. Recuperado na segunda metade do
século XX, só então o livro passa a ser reeditado e
minimamente debatido no meio literário.
II. Nas primeiras páginas do romance, uma voz que
pode ser lida como a da autora apresenta, a modo
de prólogo, seu livro ao leitor, consciente das
limitações que seriam impostas a ele por ter sido
escrito por uma mulher brasileira de educação
acanhada.
III. A circulação limitada de Úrsula dá mostras de que,
associados ao valor estético, fatores como classe
social, gênero e raça do escritor também
participam da definição do cânone literário.

A

PRÓLOGO
Prólogo é um texto ou uma advertência, geralmente
breve que antecede uma obra escrita e que tem por
objetivo apresentá-la ao leitor. Do grego “prólogos”
que significa “escrito preliminar”. Prólogo é o mesmo
que introdução, prefácio, prefação, preâmbulo.

41
Q

Acabou-se a história e morreu a vitória.
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na
tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um
em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares,
aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros
meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era
solidão do deserto… Um silêncio imenso dormia à
beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a
terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles
casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?

A

EPÍLOGO
O epílogo traz sempre o fim de uma criação literária
fictícia ou de um texto dissertativo. É justamente o
segmento da narrativa ou da monografia que dá um
desfecho aos eventos que se sucederam ao longo da
obra e, no caso da dissertação, apresenta as
deduções e as respostas levantadas por seu autor.

42
Q

Pé de moleque
Ingredientes
2 filhos que não param quietos
3 sobrinhos da mesma espécie
1 cachorro que adora uma farra
1 fim de semana ao ar livre
Preparo
Junte tudo com os ingredientes do Açúcar Naturale,
mexa bem e deixe descansar. Não as crianças, que
não vai adiantar. Sirva imediatamente, porque pé de
moleque não para. Quer essa e outras receitas
completas?

A

RECEITA
Receitas são orientações que ajudam as pessoas a,
passo a passo, prepararem pratos de comida. As
receitas geralmente vêm com seus verbos no modo
imperativo, para dar instruções de como preparar o
prato. Logo, enquadram-se no grupo dos textos
instrucionais.

43
Q

A carta da Terra
PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da
Terra, numa época em que a humanidade deve
escolher o seu futuro. Para seguir adiante, devemos
reconhecer que, no meio de uma magnífica
diversidade de culturas e formas de vida, somos uma
família humana e uma comunidade terrestre com um
destino comum. Para chegar a este propósito, é
imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos
nossa responsabilidade uns com os outros, com a
grande comunidade da vida e com as futuras
gerações.
PRINCÍPIOS
I. Respeitar e cuidar da comunidade da vida.
II. Proteger e restaurar a integridade ecológica.
III. Promover a justiça social e econômica.
IV. Fortalecer a democracia, a não violência e a paz.
O CAMINHO ADIANTE
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de
uma nova reverência face à vida e pelo compromisso
firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação
da luta pela justiça e pela paz e a alegre celebração
da vida.
Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em: 3 dez. 2017
(adaptado).

A

PREÂMBULO
O preâmbulo é um texto introdutório que antecede o
texto principal. É muito usado em textos de lei.

44
Q

Repente “sertão bonito”. (Batuta Nordestina)
Refrão:
Eita sertão bonito, eita sertão bonito
Eita sertão bonito, eita sertão bonito.
Quando do céu cai a água
Que enfeita a serrania
O vento brinca travesso
Com folhas da mataria
Natureza deslumbrada
Daquela terra molhada
Sobe um cheiro de alegria
Cheira mais que moça nua
Tomando banho de lua
No fogo da juvenia.
48. MANIFESTO
Na literatura, define-se manifesto como um texto de
natureza dissertativa e persuasiva, uma declaração
pública de princípios e intenções, que objetiva alertar
um problema ou fazer a denúncia pública de um
problema que está ocorrendo, normalmente de
cunho político. Pode ter a presença de estruturas
repetidas, o que podemos chamar de retórica.
(ENEM 2019) 1. Nós queremos cantar o amor ao
perigo, o hábito da energia e da temeridade.
2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos
essenciais de nossa poesia.
3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade
pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o
movimento agressivo, a insônia febril, o passo de
corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo
enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza davelocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre
enfeitado com tubos grossos, semelhantes a
serpentes de hálito explosivo… um automóvel
rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais
bonito que a Vitória de Samotrácia.
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura
o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada
também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto
e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor
dos elementos primordiais.

A

REPENTE
Repente é uma arte brasileira baseada no improviso
cantado, alternado por dois cantores, daí o nome
repente. O Repente na Cantoria de viola é
desenvolvido por dois cantores acompanhados por
violas na afinação nordestina
O repente ou cantoria é uma arte poético-musical
comum no Nordeste do Brasil e caracteriza-se pela
improvisação de estrofes, ou seja, pela sua
composição no momento da apresentação. Cantando
sempre em duplas, ao improvisar versos os
repentistas dialogam um com o outro e com os
ouvintes. Não encontrei questões de vestibular
relacionadas a esse gênero.

45
Q

Espaço e memória
O termo “Na minha casa…” é uma metáfora
que guarda múltiplas acepções para o conjunto de
pessoas, de adeptos, dos que creem nos orixás.
Múltiplos deuses que a diáspora negra trouxe para o
Brasil. Refere-se ao espaço onde as comunidades
edificaram seus templos, referência de orgulho,
aludindo ao patrimônio cultural de matriz africana,
reelaborado em novo território.
O espaço é fundamental na constituição da
história de um povo. Halbwachs (1941, p. 85), ao
afirmar que “não há memória coletiva que não se
desenvolva em um quadro espacial”, aponta para a
importância de aspecto tão significativo no
desenvolvimento da vida social.
Lugar para onde está voltada a memória,
onde aqueles que viveram a condição-limite de
escravo podiam pensar-se como seres humanos, exercer essa humanidade e encontrar os elementos
que lhes conferiam e garantam uma identidade
religiosa diferenciada, com características próprias,
que constituiu um “patrimônio simbólico do negro
brasileiro (a memória cultural da África), afirmou-se
aqui como território político-mítico-religioso para sua
transmissão e preservação” (SODRÉ, 1988, p, 50).
BARROS, J. F. P. Na minha casa. Rio de Janeiro: Pallas, 2003.

A

TEXTO ACADÊMICO
O texto acadêmico é aquele que os universitários e
pessoas vinculadas à universidade escrevem. Ele tem
caráter científico e a linguagem é formal. Também há
presença de palavras específicas de uma determinada
área acadêmica, o que chamamos de jargão.

46
Q

Romanos usavam redes sociais há dois
mil anos, diz livro
Ao tuitar ou comentar em baixo do post de um de
seus vários amigos no Facebook, você provavelmente
se sente privilegiado por viver em um tempo na
história em que é possível alcançar de forma imediata
uma vasta rede de contatos por meio de um simples
clique no botão “enviar”. Você talvez também reflita
sobre como as gerações passadas puderam viver sem
mídias sociais, desprovidas da capacidade de verem
e serem vistas, de receber, gerar e interagir com uma
imensa carga de informações. Mas o que você talvez
não saiba é que os seres humanos usam ferramentas
de interação social há mais de dois mil anos. É o que
afirma Tom Standage, autor do livro Writing on the
Wall – Social Media, The first 2.000 Years (Escrevendo
no mural – mídias sociais, os primeiros 2 mil anos, em
tradução livre).
Segundo Standage, Marco Túlio Cícero, filósofo e
político romano, teria sido, junto com outros
membros da elite romana, precursor do uso de redes
sociais. O autor relata como Cícero usava um escravo,
que posteriormente tornou-se seu escriba, para
redigir mensagens em rolos de papiro que eram
enviados a uma espécie de rede de contatos. Estas
pessoas, por sua vez, copiavam seu texto,
acrescentavam seus próprios comentários e
repassavam adiante. “Hoje temos computadores e
banda larga, mas os romanos tinham escravos e
escribas que transmitiam suas mensagens”, disse
Stand age à BBC Brasil. “Membros da elite romana
escreviam entre si constantemente, comentando
sobre as últimas movimentações políticas e
expressando opiniões”.
Além do papiro, outra plataforma comumente
utilizada pelos romanos era uma tábua de cera do
tamanho e da forma de um tablet moderno, em que
escreviam recados, perguntas ou transmitiam os principais pontos da acta diurna, um “jornal” exposto
diariamente no Fórum de Roma. Essa tábua, o “iPad
da Roma Antiga”, era levada por um mensageiro até
o destinatário, que respondia embaixo da mensagem.
NIDECKER, F. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 7 nov.
2013 (adaptado}.

A

BILHETE / MENSAGEM
O objetivo de mensagem é a troca de informações
entre os interlocutores. O bilhete veicula a mensagem
de forma rápida e informal.

47
Q
A