GECA Flashcards

1
Q

Qual a definição de diarréia aguda pela OMS?

A

Início abrupto do aumento do volume ou frequencia de evacuações (> 3 evacuações amolecidas ou liquidas por dia) com duração máxima de 14 dias

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2
Q

Qual o agente etiológico mais comum na gastroenterite aguda?

A

Rotavírus

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3
Q

Como a gastroenterite aguda é adquirida?

A

Ingestão de alimentos e/ou água contaminada por toxinas ou microorganismos de transmissão fecal - oral

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4
Q

Durante surtos, pensar em qual agente?

A

Norovírus

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5
Q

Quais os principais agentes etiológicos da disenteria?

A
Campylobacter jejuni 
Shigella sp
Yersínia enterocolitica 
Salmonella 
E. histolytica
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6
Q

Quais os 3 mecanismos de diarréia osmótica causada pelo rotavírus?

A
  1. Perda das enzimas das bordas em escova (lactase, maltase e sucrase)
  2. Efeito direto da enterotoxina (efeito tóxico direto na mucosa gastrointestinal
  3. Ativação do sistema nervoso entérico (secreção de fluidos e eletrólitos)
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7
Q

Qual o quadro clínico da gastroenterite aguda?

A

Diarréia, vômitos, febre, anorexia, cefaleia e mialgia

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8
Q

Na gastroenterite aguda viral, quanto tempo após a exposição inicial iniciam-se os sintomas e quanto tempo duram?

A

Começam 12 hs até 4 dias após exposição viral

Duram de 3 - 7 dias

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9
Q

Qual a característica da disenteria?

A

Presença de sangue e muco nas fezes por lesão da mucosa intestinal

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10
Q

O que é comum ser o quadro das diarréias bacterianas?

A

Disenteria e sintomas sistêmicos de febre alta e prostação

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11
Q

Qual o achado específico da diarréia causada por Shigella?

A

Alterações neurológicas (convulsões e rigidez de nuca)

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12
Q

Qual o achado específico da diarréia causada por Salmonella?

Em quais pacientes é mais comum?

A

Infecção sistêmica grave (meningite, osteomielite, pneumonia e endocardite)

Mais comum em:
lactantes < 3 meses
desnutridos 
anemia falciforme 
imunodeficientes
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13
Q

Qual a principal complicação da gastroenterocolite aguda?

A

Desidratação

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14
Q

Como pode ser feito a avaliação da desidratação? (citar)

A
  1. Baseado nos parâmetros clínicos

2. De acordo com a porcentagem de peso perdido

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15
Q

Como é a avaliação de desidratação por

porcentagem de peso perdido?

A

Grau 1 (ou leve): < 5%

Grau 2 (ou moderada): 6 - 9%

Grau 3 (ou grave): > 10%

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16
Q

Quais são os parâmetros clínicos do paciente hidratado?

A

Estado mental: alerta

Olhos: normais (fundos ou não)

Lágrimas: presentes

Boca: úmida

Sede: bebe normal

Sinal da prega: rápido

Pulso: cheio

Tempo de enchimento capilar: < 3 seg

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17
Q

Quais são os parâmetros clínicos do paciente com desidratação de algum grau?

A

> 2 sinais:

Estado mental: irritado

Olhos: fundos

Lágrimas: ausentes

Boca: seca

Sede: bebe rápido

Sinal da prega: lento

Pulso: rápido ou débil

Tempo de enchimento capilar: 3 - 5 seg

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18
Q

Quais são os parâmetros clínicos do paciente com desidratação grave?

A

> 2 sinais (sendo um *)

Estado mental: comatoso*

Olhos: muito fundos

Lágrimas: ausentes

Boca: muito seca

Sede: incapaz de beber*

Sinal da prega: muito lento (> 2 seg)

Pulso: muito débil ou ausente*

Tempo de enchimento capilar: > 5 seg*

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19
Q

Como são as características da desidratação ISOnatrêmica? (fisiopatologia, sódio, osmolaridade, quadro clínico, fatores de risco)

A

Fisiopatologia:
Perda proporcional de água e eletrólitos

Sódio plasmático:
135 - 145 mEq/L

Osmolaridade plasmática:
280 - 310 mOsm/L

Quadro clínico:
De acordo com o quadro de desidratação

Fatores de risco:
Forma mais comum

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20
Q

Como são as características da desidratação HIPERnatrêmica? (fisiopatologia, sódio, osmolaridade, quadro clínico, fatores de risco)

A

Fisiopatologia:
Perda maior de água do que de eletrólitos (intravascular puxa a água dos outros compartimentos)

Sódio plasmático:
145 - 150 mEq/L (135 - 145)

Osmolaridade plasmática:
> 310 mOsm/L (280 - 310)

Quadro clínico:
Sinais clínicos de desidratação pouco evidentes, sede intensa, febre, irritabilidade e letargia (poucos sinais de desidratação mas muitos sinais neurológicos)

Fatores de risco:
Lactentes < 3 meses
Redução ingesta geral de líquidos (encefalopatias)
Diabetes insipidus
Uso de soluções hipertônicas para reidratação

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21
Q

Como são as características da desidratação HIPOnatrêmica? (fisiopatologia, sódio, osmolaridade, quadro clínico, fatores de risco)

A

Fisiopatologia:
Perda maior de eletrólitos do que de água (água puxada pelo intracelular, ficando menos no intravascular)

Sódio plasmático:
< 135 mEq/L (135 - 145)

Osmolaridade plasmática:
< 280 mOsm/L (280 - 310)

Quadro clínico:
Sinais clínicos muito evidentes de desidratação (choque hipovolêmico) agitação, convulsões (edema gera sintomas neurológicos)

Fatores de risco:
GECA crianças com desnutrição grave
Vômitos excessivos
Soluções hipotônicas para reidratação

22
Q

Quais os fatores de risco para complicações e desidratação grave na gastroenterite aguda?

A

< 2 meses
Vômitos persistentes
Perdas diarreicas volumosas e frequentes ( > 8 vezes/dia)
Percepção inadequada dos pais quanto ao estado de hidratação
Presença de comorbidades (diabetes melitus, insuficiência renal/hepática, desnutrição, doenças crônicas)

23
Q

Como e quando pesquisar a etiologia?

A

Coprocultura

  1. Pacientes graves hospitalizados
  2. Surtos
  3. Diarréia persistente
24
Q

Como é o tratamento básico?

A

Hidratação

25
Q

Como é o tratamento do paciente hidratado?

A

Plano A:

  1. Em casa
  2. SRO após as perdas:
    < 1 ano: 50 - 100 ml
    1 - 10 anos: 100 - 200 ml
    > 10 anos: livre demanda
  3. Manter aleitamento materno
    (lactentes em aleitamento materno exclusivo, apenas aumentar a frequência sem necessidade de SRO)
  4. Manter alimentação oral
  5. Se piora ou não melhora: retornar ao pronto socorro (sinais de desidratação, redução da diurese, má aceitação oral ou sangue nas fezes)
26
Q

Como é o tratamento do paciente com algum grau de desidratação?

A

Plano B:

  1. No Pronto-socorro (unidade de saúde)
  2. TRO:
    50 - 100 ml/kg em 4 - 6 horas
  3. Manter aleitamento materno
  4. Jejum
  5. Se piora ou não melhora:
    Gastróclise (sonda nasogástrica) ou hidratação EV
  6. Se melhora: Plano A
27
Q

Como é o tratamento do paciente com desidratação grave?

A

Plano C:

  1. Internação
  2. Expansão volêmica 20ml/kg SF em 20 -30 min (repetir até 3X até melhora dos sinais clínicos)
    Após melhora iniciar manutenção (100ml/kg de peso calórico)
    Após melhora iniciar reposição (50 ml/kg de peso calórico SF 0,9% SG 5% 1:1)
  3. Manter aleitamento materno
  4. Jejum
  5. Se piorar ou não melhorar: Repetir expansão até 3X
28
Q

O que é e qual a indicação para Gastróclise?

A

Sonda nasogástrica

Indicação:

  1. Vômitos persistentes
  2. Má aceitação oral
  3. Índice de retenção inferior a 20% com a TRO
29
Q

Qual a contraindicação para TRO?

A
  1. Desidratação grave
  2. Íleo paralítico (distensão abdominal e redução dos RHA)
  3. Vômitos persistentes (> 4/hora)
  4. Afecções bucais dolorosas (candidíase oral)
30
Q

Qual o distúrbio ácido-base mais comum na desidratação grave e como corrigir?

A

Acidose metabólica

Corrige com a hidratação

31
Q

Quais exames devem ser coletados em toda desidratação grave?

A
  1. Sódio
  2. Potássio
  3. Gasometria venosa
  4. Glicemia
32
Q

Quando hospitalizar o paciente com gastroenterite aguda?

A
  1. Falha na TRO
  2. Desidratação grave
  3. Presença de fatores que agravem o quadro ( choque hipovolêmico, alteração do nível de consciência, vômitos incoercíveis)
  4. Suspeita de doença cirúrgica associada
33
Q

Quando é indicado o uso de ATB?

A

Disenteria com febre e queda no estado geral (Shigella -> Ciprofloxacino ou Ceftriaxone ou Azitromicina)

Salmonella com risco de sepse (Ceftriaxone)

Diarréia dos viajantes (E. coli enterotóxica ETEC -> Azitromicina) (V. cholerae -> SMZ/ TMP Bactrin)

Diarréia após antibiótico modera a grave (Clostridium difficile -> Metronidazol)

34
Q

Como, porque e quando usar Zinco?

A

1x ao dia por 10 - 14 dias
10 mg em < 6 meses
20 mg em > 6 meses

No início do quadro

Reduz a duração e a recorrência nos próximos 3 meses

Indicado para desnutridos e em região com deficiência de zinco

35
Q

Quando trocar a fórmula láctea para fórmula sem lactose em lactentes com diarréia?

A

Lactentes com diarréia persistente (intolerância transitória a lactose)

36
Q

O que é e o que fazer na diarréia persistente?

A

Diarréia por mais de 14 dias

  1. Suspensão temporária do leite
  2. Substituição por leite sem lactose (ou fórmula)
  3. Manter o aleitamento materno
37
Q

O que usar em caso de febre e dor?

A

Sintomáticos (analgésicos e antitérmicos)

38
Q

Qual anti-emético usar? Por que?

A

Ondansetrona

Outros antieméticos atuam no SNC com efeitos sedativos que prejudicam a reidratação oral

39
Q

Quais medicamentos estão contraindicados?

A

Anti-espasmódicos (escopolamina)
Antifiséticos (simeticona)
Antidiarreicos

40
Q

Quais os componentes do soro de reidratação oral?

A
Glicose 
Sódio 
Potássio 
Cloro 
Citrato 
Osmolaridade
41
Q

Quando é indicado o soro caseiro?

A

Não é indicado

42
Q

Qual a causa mais comum de insuficiência renal aguda em crianças?

A

A síndrome hemolítico-urêmica (SHU típica)

43
Q

Quem causa SHU típica?

A

ETEC (E. coli enterohemorrágica)

44
Q

Como é a transmissão e o início da SHU típica?

A

Transmissão por água e comida contaminada (comum surto)

Incubação 3 - 8 dias

Doença diarreica e após 2 - 12 dias começam os sinais e sintomas da SHU

45
Q

Quais os fatores de risco para SHU?

A

< 5 anos

Sexo feminino

Uso de anti-espasmódico e ATB

Leucocitose

46
Q

Qual a tríade clínica da SHU?

A
  1. Anemia hemolítica microangiopática:
    anemia, esquizócitos periféricos, reticulocitose, aumento da bilirrubina indireta

Trombocitopenia:
Petequias, sangramento

Lesão renal aguda:
Oligúria, edema, hipertensão, hematúria, proteinúria

47
Q

Como é feito o diagnóstico da SHU?

A

Coprocultura (só 50% positivam)

Sorologia por E. coli (não positiva na fase aguda)

Pesquisa toxina shiga-like nas fezes (mais sensível)

48
Q

Qual a conduta do paciente com SHU?

A
  1. Suporte (autolimitada)
  2. Internação com isolamento de contato
  3. Hidratação EV
  4. Tratamento de suporte para falência renal aguda:
    diálise se anúria > 24 horas
    ou oligúria < 0,5 mg/kg/hora por mais de 72 horas
49
Q

Qual a principal medida de suporte na SHU?

A

Diálise se
anúria > 24 horas
ou
Oligúria < 0,5 mg/kg/ h > 72 hs

50
Q

Qual o prognóstico da SHU?

A

Bom prognóstico (mortalidade menos 5%)

50% dos pacientes alteração da função renal (se normaliza em até 5 anos)

51
Q

Quais os fatores de risco para progressão de doença crônica em pacientes com SHU?

A
  1. Oligúria prolongada na fase aguda
  2. Hipertensão arterial persistente ( > 1 ano)
  3. Proteinúria persistente (relação proteinúria/creatinina > 1)