Gasometria e Distúrbios Ácidos-Básicos Flashcards

1
Q

O íon hidrogênio sem elétron na camada de valência (vulgo H+) tem o nome técnico de…

A

Hídrion

Pros íntimos é H+ mesmo (pronúncia “agá mais” kkk)

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2
Q

O pH é definido matematicamente por…

A

-log[H+]

No português: “o valor negativo do logaritmo da concentração do íon H+”

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3
Q

O valor normal do pH arterial humano é…

A

7,35-7,45

Detalhe: o pH “ótimo” é 7,38-7,42 (quando for interpretar gasometrias, se você quiser aumentar a sua sensibilidade diagnóstica, use este intervalo mais estreito - mas obviamente, isso diminuirá a importância clínica do seu diagnóstico ácido-básico)

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4
Q

O valor normal da PaCO2 arterial humana é…

A

35-45 mmHg

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5
Q

O valor normal do HCO3- (bicarbonato) arterial humano é…

A

22-26 mEq/L

Pode ser mmol/L também - não importa (o HCO3- é um ânion monovalente - não faz diferença entre mEq e mmol).

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6
Q

Complete a frase (falta o ???):

??? é a tendência de um processo metabólico ou respiratório fazer com que o sangue se torne mais ácido.

A

Acidose

Diferente de acidemia que é o nome que se dá quando o sangue está mais ácido (pH reduzido) que o normal. Nem toda acidose provoca acidemia.

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7
Q

Complete a frase (falta o ???):

??? é a tendência de um processo metabólico ou respiratório fazer com que o sangue se torne mais básico.

A

Alcalose

Diferente de alcalemia que é o nome que se dá quando o sangue está mais básico (pH elevado) que o normal. Nem toda alcalose provoca alcalemia.

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8
Q

Complete a frase (falta o ???):

??? é o nome que se dá quando o sangue está mais básico que o normal.

A

Alcalemia (pH elevado)

Diferente da alcalose, que é a tendência de um processo metabólico ou respiratório fazer com que o sangue se torne mais básico. *Na prática, pode falar “alcalose”, já que toda alcalose provoca “alcalemia” (pH alto).

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9
Q

Complete a frase (falta o ???):

??? é o nome que se dá quando o sangue está mais ácido que o normal.

A

Acidemia (pH reduzido)

Diferente da acidose, que é a tendência de um processo metabólico ou respiratório fazer com que o sangue se torne mais ácido. Na prática, pode falar “acidose”, já que toda alcalose provoca “acidemia” (pH baixo).

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10
Q

Verdadeiro ou falso?

O base excess (BE) alto significa que o paciente tem uma acidose respiratória crônica.

Do português “excesso de bases”.

A

Falso

O BE também pode estar elevado nas alcaloses metabólicas - não é uma exclusividade das acidoses respiratórias crônicas.

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11
Q

Verdadeiro ou falso?

O base excess (BE) alto significa que o paciente tem uma alcalose metabólica.

Do português “excesso de bases”.

A

Falso

O BE também pode estar elevado nas acidoses respiratórias crônicas - não é uma exclusividade das alcaloses metabólicas.

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12
Q

Quais são as três variáveis que são medidas diretamente pelo gasômetro (aparelho de gasometria) e não apenas calculdas?

Não estamos nos referindo a exames de bioquímica “extras” - tipo eletrólitos ou metemoglobina.

A

pH, pO2 e pCO2

O HCO3- (bicarbonato) e o BE (base excess) não são medidos, são apenas calculados através da fórmula de Henderson-Hasselbalch.

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13
Q

Quais são as duas variáveis que são apenas calculadas pelo gasômetro (aparelho de gasometria) e não são medidas diretamente?

Não estamos nos referindo a exames de bioquímica “extras” - tipo eletrólitos ou metemoglobina.

A

O HCO3- (bicarbonato) e o BE (base excess)

Eles não são medidos diretamente, mas apenas calculados através da fórmula de Henderson-Hasselbalch. O gasêmetro mede diretamente apenas o pH, PCO2 e PO2.

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14
Q

As acidoses desviam a curva de dissociação da hemoglobina para a…

**

A

Direita

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15
Q

As alcaloses desviam a curva de dissociação da hemoglobina para a…

A

Esquerda

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16
Q

Verdadeiro ou falso?

As acidoses prejudicam a resposta do corpo às catecolaminas, por isso podem ser etiologia isolada de choque circulatório.

A

Falso

É verdade que acidoses debilitam a resposta da musculatura vascular e cardíaca às catecolaminas (adrenalina/noradrenalina), mas não é causa primária de choque. Pode ser um mecanismo mantenedor/agravante, não causador, propriamente.

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17
Q

Verdadeiro ou falso?

No choque distributivo acompanhado de acidose metabólica, está sempre indicada a infusão de bicarbonato de sódio intravenoso.

A

Falso

A acidose metabólica contribui para a persistência de choque distributivo, por comprometer a resposta do corpo às catecolaminas. Porém apenas em casos de excessão o bicarbonato de sódio intravenoso deve ser administrado (por exemplo, choque refratário - em uso de noradrenalina + vasopressina - com pH < 7,20 e bicarbonato < 20 mEq/L). Lembrar que bicarbonato de sódio tem muitos efeitos colaterais, que geralmente excedem os potenciais benefícios da droga.

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18
Q

Qual é o efeito das acidoses sobre a contratilidade miocárdica?

Incremento ou redução?

A

Redução

Nas acidoses, há menor disponibilidade de receptores beta-1-adrenérgicos no miocardiócito e menor resposta celular à ação das catecolaminas.

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19
Q

Qual é o efeito das acidoses sobre a resistência vascular periférica?

Incremento ou redução?

A

Redução

Nas acidoses, há menor disponibilidade de receptores alfa-1-adrenérgicos na musculatura lisa vascular periférica e menor resposta celular à ação das catecolaminas.

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20
Q

Alcaloses respiratórias agudas ou infusão rápida de bicarbonato de sódio intravenoso podem provocar parestesia perioral e espasmo carpopedal (espasmo nas mãos) por redução da concentração plasmática de qual eletrólito?

A

Cálcio iônico

Espasmo carpopedal

O consumo rápido de H+ circulante leva a liberação de resíduos eletronegativos das proteínas circulantes (em especial da albumina), que passam a ligar maior quantidade do cálcio iônico (circulante, biologicamente ativo), tornando esse íon menos disponível para suas funções orgânicas e provocando efeitos clínicos da hipocalcemia sintomática. Observação: o cálcio total permanece sem alteração.

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21
Q

A principal medida clínica para controlar sintomas de alcalose respiratória aguda por crise de ansiedade (transtorno conversivo e/ou pânico) é tranquilizar o paciente e, por vezes (no caso de pânico), administrar benzodiazepínico. Qual íon sérico está com sua concentração reduzida e tem seus níveis reestabelecidos com essa(s) medida(s), provocando resolução dos sintomas (parestesias, espasmo carpopedal)?

A

Cálcio iônico

O consumo rápido de H+ circulante leva a liberação de resíduos eletronegativos das proteínas circulantes (em especial da albumina), que passam a ligar maior quantidade do cálcio iônico (circulante, biologicamente ativo), tornando esse íon menos disponível para suas funções orgânicas e provocando efeitos clínicos da hipocalcemia sintomática. Controlar a hiperventilação em casos provocados por alcalose respiratória aguda é a forma mais eficaz e simples de reverter os sintomas da hipocalcemia. Fato curioso: uma medida famosa na mídia é respirar dentro de um saco, para provocar reinalação do CO2 e reduzir a eliminação de CO2 pela hiperventilação pulmonar (não há evidência clínica robusta de que esse método seja eficaz - mas procede, do ponto de vista fisiopatológico). Observação: o cálcio total permanece sem alteração.

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22
Q

As alcaloses tendem a induzir qual distúrbio do potássio?

A

Hipocalemia

## Footnote

A **menor disponibilidade de H+** no meio extracelular provoca a **saída de H+** do meio intracelular por difusão, o que gera uma carga negativa intracelular e induz a **entrada de potássio** para dentro das células (e consequente **hipoK**). Além disso, a menor atividade das células intercaladas tipo A (que secretam H+) **diminui a reabsorção renal** de potássio tubular, levando à **caliurese**. Observação importante: a hipocalemia também se comporta como **mecanismo mantenedor/perpetuador** da alcalose metabólica, por dificultar a secreção de H+ pelo rim (novamente, pelas células intercaldas tipo A).

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23
Q

As acidoses tendem a induzir qual distúrbio do potássio?

A

Hipercalemia

## Footnote

A **maior disponibilidade de H+** no meio extracelular provoca a **entrada de H+** no meio intracelular por difusão, o que gera uma carga positiva intracelular e induz a **saída de potássio** (que é um cátion, carregado positivamente) para fora das células (e consequente **hiperK**). Além disso, a maior atividade das células intercaladas tipo A (que secretam H+) **aumenta a reabsorção renal** de potássio tubular, **inibindo à caliurese**.

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24
Q

Complete a frase:

No tratamento da cetoacidose diabética (CAD), se o potássio sérico é 5,0 mEq/L, a reposição de potássio intravenoso está…

Escolha entre “indicada” ou “contraindicada”.

A

Indicada

A **reposição de potássio IV **deve ser realizada sempre que o potássio sérico for < 5,3 mEq/L. Além disso, se o potássio sérico for < 3,3 mEq/L, a infusão intravenosa de insulina está contraindicada temporariamente (até correção da hipoK). São 2 principais motivos para isso:
1º) Há uma tendência de haver um déficit corporal total de potássio por diurese osmótica e hiperaldosteronismo secundário à desidratação (que provocam caliurese), mesmo quando a concentração sérica dele está normal (a hiperosmolaridade e acidose tendem a redistribuir o potássio para o meio extracelular e contrapor a hipocalemia);
2º) A infusão de insulina tende a corrigir a acidose e a hiperosmolaridade, levando o potássio sérico a redistribuir para o meio intracelular,

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25
Q

Quais acidoses tendem a associar-se à hipocalemia (diferente do habitual/comum, que seria hipercalemia)?

A

Acidoses tubulares renais e perdas pós-pilóricas (i.e., diarreia).

Motivo das ATR’s: nas ATR’s tipo 1 e tipo 2, habitualmente há caliurese por inabilidade do rim de reabsorver potássio para que haja para secreção do H+ pelas células intercaladas tipo A (defeito na acidificação urinária distal, na ATR tipo 1) ou por excesso de sódio distal (não reabsorvido proximalmente), levando à secreção de potássio (na ATR tipo 2).
Motivo da diarreia: alta concentração de potássio nas secreções entéricas, pancreáticas e biliares, provocando balanço corporal negativo de potássio.

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26
Q

As acidoses persistentes (que duram meses/anos) tendem a provocar qual efeito ósseo?

Exemplos de acidose persistente: doença renal crônica e acidose tubular renal.

A

Reabsorção óssea

Motivo: o fosfato do osso “tampona” o H+ em excesso no plasma e provoca desmineralização óssea e redução da densidade mineral óssea, com risco aumentado para desfechos esqueléticos adversos (e.g., fraturas).

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27
Q

As acidoses persistentes (que duram meses/anos) tendem a provocar qual efeito cardiovascular?

Exemplos de acidose persistente: doença renal crônica e acidose tubular renal.

A

Aumento do risco cardiovascular

## Footnote

Motivo: há **calcificação vascular** relacionada ao aumento de liberação de cálcio pelos ossos durante o **tamponamento do H+ pelo fosfato** (os ossos são ricos em fosfato) - o cálcio liberado no processo **deposita-se em partes moles (principalmente artérias)**. Isso provoca aumento do risco cardiovascular.

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28
Q

As acidoses persistentes (que duram meses/anos) tendem a provocar qual efeito renal?

Exemplos de acidose persistente: doença renal crônica e acidose tubular renal.

A

Nefrolitíase e nefrocalcinose.

Nefrocalcinose

Motivo: o excesso de cálcio liberado pelos ossos durante o tamponamento do H+ pelo fosfato, (abundante nos ossos) provoca excesso de cálcio circulante, que induz hipercalciúria. No caso da doença renal crônica, esse efeito é contrabalanceado pelo hiperparatireoidismo (que tende a provocar hipocalcemia).
Porém no caso da ATR tipo 1, a nefrolitíase e nefrocalcinose são ainda mais frequentes pois a urina tem pH elevado (defeito persistente de acidificação urinária distal), o que provoca redução da solubilidade do fosfato de cálcio, além de a acidemia provocar aumento da reabsorção tubular de citrato, o que induz hipocitratúria e aumento do risco de nefrolitíase/nefrocalcinose (o citrato inibe a formação de cristais de cálcio).

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29
Q

Verdadeiro ou falso?

As acidose metabólica da doença renal crônica está associada a aumento do risco de progressão da doença renal crônica, maior perda mineral óssea e maior perda de massa magra (pior estado nutricional), sendo indicada a reposição de bicarbonato de sódio, com meta de normalização da concentração do HCO3- (bicarbonato) sanguíneo.

A

Verdadeiro

evidência clínica de que a normalização do bicarbonato sanguíneo implica em redução desses desfechos adversos citados.

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30
Q

Verdadeiro ou falso?

O sistema tampão mais abundante do corpo humano é o proteico, porém o mais importante é o sistema bicarbonato.

A

Verdadeiro

Apesar de numericamente o sistema bicarbonato ser menos abundante do que o sistema tampão das proteínas, ele é fisiologicamente mais relevante pelo fato de estar integrado com a ventilação pulmonar, uma vez que esta amplifica intensamente a capacidade desse sistema mitigar variações significativas do pH sanguíneo.

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31
Q

Verdadeiro ou falso?

O aumento do HCO3- (bicarbonato) tende a aumentar o pH.

A

Verdadeiro

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32
Q

Verdadeiro ou falso?

A redução do HCO3- (bicarbonato) tende a aumentar o pH.

A

Falso

A redução do HCO3- (bicarbonato) tende a reduzir o pH.

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33
Q

Verdadeiro ou falso?

A redução da PaCO2 tende a aumentar o pH.

A

Verdadeiro

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34
Q

Verdadeiro ou falso?

O aumento da PaCO2 tende a aumentar o pH.

A

Falso

O aumento da PaCO2 tende a reduzir o pH.

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35
Q

Verdadeiro ou falso?

Quando o pH está elevado com HCO3- (bicarbonato) reduzido, pode-se inferir que há uma alcalose metabólica.

A

Falso

Se o HCO3- não justifica o pH (não varia no mesmo sentido que ele - ou seja, pra um pH alto, esperaría-se um HCO3- elevado), então necessariamente (por inferência), a PaCO2 deve estar reduzida e a alcalose dever ser respiratória.

36
Q

Verdadeiro ou falso?

Quando o pH está reduzido com PaCO2 elevada, pode-se dizer que há uma acidose respiratória.

A

Verdadeiro

37
Q

Verdadeiro ou falso?

Quando o pH está elevado com HCO3- (bicarbonato) elevado, pode-se dizer que há uma alcalose metabólica.

A

Verdadeiro

38
Q

Verdadeiro ou falso?

Quando o pH está reduzido com PaCO2 reduzida, pode-se dizer que há uma acidose respiratória.

A

Falso

Se a PaCO2 não justifica o pH (não varia no mesmo sentido que ele - ou seja, pra um pH baixo, esperaría-se uma PaCO2 elevada), então necessariamente (por inferência), o HCO3- deve estar reduzido e a acidose dever ser metabólica.

39
Q

Verdadeiro ou falso?

Distúrbio ácido-básico “primário simples” é sinônimo de “compensado”.

A

Verdadeiro

Nesse caso, ao nomear o distúrbio, é dispensável usar o termo “compensado”. Por exemplo: preferir o termo curto “acidose metabólica” (com “compensado” implícito) ao invés do termo longo “acidose metabólica compensada”.

40
Q

Verdadeiro ou falso?

Distúrbio ácido-básico “secundário” é sinônimo de “compensatório”.

A

Verdadeiro

Nesse caso, ao nomear o distúrbio, é dispensável nomear o distúrbio compensatório. Por exemplo: caso haja uma acidose respiratória compensatória em resposta a uma alcalose metabólica primária, preferir dizer apenas “alcalose metabólica” - nesse caso o interlocutor irá inferir que o distúrbio encontra-se compensado por uma acidose respiratória compensatória.

41
Q

Verdadeiro ou falso?

Distúrbio ácido-básico “simples” implica que o paciente NÃO está compensando adequadamente o distúrbio primário (patológico).

A

Falso

O termo “simples” conota que o distúrbio primário está compensado (por exemplo: uma acidose metabólica primária associada à resposta fisiológica pulmonar de hiperventilação, levando a uma alcalose respiratória compensatória). Neste último exemplo o diagnóstico gasométrico mais sintético (preferível) é “acidose metabólica”, apenas - sem citar a alcalose respiratória compensatória.

42
Q

Verdadeiro ou falso?

Distúrbio ácido-básico “misto” implica que o paciente NÃO está compensando adequadamente o distúrbio primário (patológico).

A

Verdadeiro

Neste caso, “misto” pode referir-se a 2 ou mais distúrbios que provocam variação do pH no mesmo sentido (amplificando mais ainda a anormalidade do pH - por exemplo, uma alcalose mista - ou seja, metabólica e respiratória) ou que provocam variação do pH em sentidos opostos (anulando a anormalidade do pH mais do que seria esperado pelas fórmulas de estimativa de resposta compensatória, por exemplo uma acidose respiratória com alcalose metabólica).

43
Q

Verdadeiro ou falso?

O pH normal (por exemplo, 7,40) exclui a existência de distúrbio ácido-básico.

A

Falso

O paciente pode ter um HCO3- (bicarbonato) MUITO elevado e uma PaCO2 MUITO elevada e ainda assim ter um pH 7,40. Só podemos falar que não há um distúrbio ácido-básico quando todos parâmetros da gasometria estão dentro da normalidade.

44
Q

Verdadeiro ou falso?

A gasometria venosa periférica pode ser usada em substituição à gasometria arterial sempre que forem atendidas 3 condições: (1) houver boa perfusão periférica, (2) não houver suspeita de hipoxemia e (3) o distúrbio ácido-básico não for muito grave.

A

Verdadeiro

Se alguma dessas 3 condições citadas não for atendida, deve-se preferir a gasometria arterial (a fim de evitar imprecisões significativas da interpretação).

45
Q

Complete a frase:

O primeiro passo da interpretação da gasometria para diagnóstico de distúrbios ácidos-básicos é…

A

Avaliar o pH

46
Q

Complete a frase:

O segundo passo da interpretação da gasometria para diagnóstico de distúrbios ácidos-básicos é…

A

Avaliar o HCO3- (bicarbonato) ou avaliar a PaCO2

Qual olhar primeiro é “gosto do freguês”, hehehe - mas se você trabalha com paciente grave e a história clínica não sugere algum distúribio respiratório, sugiro que você avalie primeiramente o HCO3-: a chance de ser um distúrbio metabólico é maior do que ser respiratório (isso vai te poupar tempo de interpretação na vida real).

47
Q

Complete a frase:

O terceiro passo da interpretação da gasometria para diagnóstico de distúrbios ácidos-básicos é…

A

Avaliar a resposta compensatória

Caso haja anormalidade do pH, SEMPRE temos que calcular a resposta compensatória usando uma fórmula de estimativa específica do distúrbio primário diagnosticado.

48
Q

Verdadeiro ou falso?

Existem quantos tipos distúrbios ácidos-básicos primários?

A

6 distúrbios

Não são 4 porque os distúrbios respiratórios são subdivididos em agudos e crônicos.

49
Q

Qual é a fórmula mais amplamente utilizada para estimar a PaCO2 esperada na acidose metabólica?

A

Fórmula de Winters

PaCO2 = 1,5 x [HCO3-] + 8 ± 2,
Alternativa: PaCO2 = [HCO3-] + 15 ± 2,

50
Q

Qual é a fórmula mais amplamente utilizada para estimar a PaCO2 esperada na alcalose metabólica?

A

PaCO2 = [HCO3-] + 15 ± 2

Alternativa: PaCO2 = 0,7 x ([HCO3-] - 24) + 40 ± 2.

51
Q

O HCO3- aumenta quantos mmol/L para cada 10 mmHg que a PaCO2 aumenta acima de 40 mmHg (distúrbio crônico)?

A

4-5 mmol/L (sugiro usar 4)

No distúrbio crônico (> 5 dias), o HCO3- aumenta mais do que no agudo (há mais tempo para o rim gerar a compensação metabólica).

52
Q

O HCO3- aumenta quantos mmol/L para cada 10 mmHg que a PaCO2 aumenta acima de 40 mmHg (distúrbio agudo)?

A

1 mmol/L

No distúrbio agudo (< 2 dias), o HCO3- aumenta menos do que no crônico (há menos tempo para o rim gerar a compensação metabólica).

53
Q

O HCO3- reduz quantos mmol/L para cada 10 mmHg que a PaCO2 cai abaixo de 40 mmHg (distúrbio agudo)?

A

2 mmol/L

No distúrbio agudo (< 2 dias), o HCO3- reduz menos do que no crônico (há menos tempo para o rim gerar a compensação metabólica).

54
Q

O HCO3- reduz quantos mmol/L para cada 10 mmHg que a PaCO2 cai abaixo de 40 mmHg (distúrbio crônico).

A

4-5 mmol/L (sugiro usar 4)

No distúrbio crônico (> 5 dias), o HCO3- reduz mais do que no agudo (há mais tempo para o rim gerar a compensação metabólica).

55
Q

Quando você deve calcular o anion gap?

A

Em toda acidose metabólica (pelo menos 1 vez).

56
Q

O que significa o fato de uma acidose metabólica ter anion gap normal?

A

Significa que houve perda de bicarbonato (e.g.., diarreia ou acidose tubular renal) ou ganho de cloreto (i.e., infusão de solução hiperclorêmica).

57
Q

O que significa o fato de uma acidose metabólica ter anion gap elevado?

A

Significa que houve ganho de um ácido não-volátil, seja de origem endógena (e.g., ácido acetoacético/acetoacetato na cetoacidose diabética) ou de origem exógena (e.g., metanol - convertido em ácido fórmico/formato pela álcool desidrogenase hepática).

58
Q

O que significa o “M” do mnemônico MEDCLIPS?

A

Metanol

Uma das causas de acidose metabólica de AGE.

59
Q

O que significa o “E” do mnemônico MEDCLIPS?

A

Etilenoglicol

Uma das causas de acidose metabólica de AGE.

60
Q

O que significa o “D” do mnemônico MEDCLIPS?

A

D-lactato

Uma das causas de acidose metabólica de AGE.

61
Q

O que significa o “C” do mnemônico MEDCLIPS?

A

Cetoacidose diabética

Uma das causas de acidose metabólica de AGE.

62
Q

O que significa o “L” do mnemônico MEDCLIPS?

A

Lactato

Uma das causas de acidose metabólica de AGE.

63
Q

O que significa o “I” do mnemônico MEDCLIPS?

A

“Insuficiência” renal (IRA/DRC)

Uma das causas de acidose metabólica de AGE.

64
Q

O que significa o “P” do mnemônico MEDCLIPS?

A

Paracetamol

Uma das causas de acidose metabólica de AGE.

65
Q

O que significa o “S” do mnemônico MEDCLIPS?

A

Salicilato

Uma das causas de acidose metabólica de AGE.

66
Q

Qual é o ânion acumulado na intoxicação por metanol?

A

Formato

O formato causa lesão retiniana com hiperemia do disco óptico, edema e eventualmente cegueira permanente, bem como lesão isquêmica ou hemorrágica dos núcleos da base. Postula-se que essas alterações resultam da interrupção da função mitocondrial.

67
Q

Quais são os sítios anatômicos afetados pela intoxicação por metanol?

A

Olho e sistema nervoso central (este último também pela hiperosmolaridade)

O formato causa lesão retiniana com hiperemia do disco óptico, edema e eventualmente cegueira permanente, bem como lesão isquêmica ou hemorrágica dos núcleos da base. Postula-se que essas alterações resultam da interrupção da função mitocondrial.

68
Q

Quais são os ânions acumulados na intoxicação por etilenoglicol?

A

Glicolato, glioxilato e oxalato

Os metabólitos do etilenoglicol têm levam à injúria renal aguda reversível oligúrica ou anúrica, que por sua vez retarda a eliminação do etilenoglicol. A injúria renal deve-se principalmente ao dano induzido pelo glicolato nos túbulos, embora a obstrução dos túbulos por cristais de oxalato precipitados possa contribuir. A hipocalcemia na overdose de etilenoglicol pode resultar da formação de oxalato de cálcio, mas é incomum, podendo levar a paralisia dos nervos cranianos e tetania (que se acredita ser o resultado de hipocalcemia). Herniação cerebral e falência multissistêmica de órgãos são eventos pré-terminais comuns em pacientes com envenenamento grave.

69
Q

Quais são os sítios anatômicos afetados pela intoxicação por etilenoglicol?

A

Rins e sistema nervoso central (este último também pela hiperosmolaridade)

Os metabólitos do etilenoglicol têm levam à injúria renal aguda reversível oligúrica ou anúrica, que por sua vez retarda a eliminação do etilenoglicol. A injúria renal deve-se principalmente ao dano induzido pelo glicolato nos túbulos, embora a obstrução dos túbulos por cristais de oxalato precipitados possa contribuir. A hipocalcemia na overdose de etilenoglicol pode resultar da formação de oxalato de cálcio, mas é incomum, podendo levar a paralisia dos nervos cranianos e tetania (que se acredita ser o resultado de hipocalcemia). Herniação cerebral e falência multissistêmica de órgãos são eventos pré-terminais comuns em pacientes com envenenamento grave.

70
Q

Qual o principal contexto clínico da acidose por D-lactato?

A

Síndrome do intestino curto ou infusão de grande quantidade de propilenoglicol (geralmente como excipiente de diazepam ou lorazepam em altas doses)

No caso da síndrome do intestino curto, o quadro geralmente é precipitado por consumo de uma sobrecarga de carboidratos. Glicose e outros carboidratos são normalmente absorvidos pelo intestino delgado: se o intestino delgado for desviado, removido ou estiver doente, a liberação dessas substâncias para o cólon aumenta - o supercrescimento de anaeróbios gram-positivos, como lactobacilos, pode produzir grandes quantidades de L-lactato e D-lactato.

70
Q

Quais são os ânions acumulados na cetoacidose diabética?

A

Acetoacetato e beta-hidroxibutirato.

Acetona é também um corpo cetônico, porém NÃO é um ácido/ânion.

71
Q

Qual é o teste mais sensível para identificar corpos cetônicos: cetonúria ou cetonemia?

A

Cetonúria

Cetonemia geralmente é reservada para quando a cetonúria está positiva, a fim quantificar com maior precisão os cetoácidos (em especial o beta-hidroxibutirato) ou quando a urina não está disponível para análise (i.e., pacientes anúricos).

72
Q

Quais as 4 principais as causas medicamentosas de acidose lática tipo B?

Tipo B = redução do clareamento hepático, não relacionada a choque circulatório sistêmico.

A

Metformina, propofol, linezolida, AAS e inibidores de transcriptase reversa análogos de nucleosídeo.

As 3 primeiras são as mais citadas em literatura.

73
Q

Qual é o principal ácido/ânion acumulado na disfunção renal (injúria renal aguda ou doença renal crônica)?

A

Ácido sulfúrico/sulfato

Os rins eliminam por dia aproximadamente 1 mEq/kg de ácidos não voláteis (a maioria derivada do catabolismo de aminoácidos com átomos de enxofre).

74
Q

Qual é o principal ácido/ânion acumulado no uso crônico de paracetamol?

A

Ácido piroglutâmico/piroglutamato

Afeta principalmente mulheres com doenças crônicas e desnutrição.

75
Q

Qual é o distúrbio ácido-básico mais comum na intoxicação por salicilato?

A

Acidose metabólica de AG elevado e alcalose respiratória aguda (distúrbio misto).

Apesar de todo mundo só lembrar da acidose metabólica de AG elevado (relacionada ao acúmulo de ácido lático e cetoácidos), a alcalose respiratória aguda geralmente é até mais intensa, sendo provocada por hiverventilação relacionada à estimulação direta do centro respiratório pelo próprio salicilato.

76
Q

Quais são os ânions acumulados na intoxicação por salicilatos?

A

Lactato, acetoacetato e beta-hidroxibutirato.

Apesar do salicilato ser um ânion, sua quantidade circulante em intoxicações geralmente é muito baixa para provocar efeito biológico: prepondera as alterações metabólicas hepáticas causadas por ele, que provocam acúmulo de ácido lático e cetoácidos.

77
Q

O que significa o “H” do mnemônico HARDUPS?

A

Hiperalimentação

Ganho excessivo de cloreto relacionado à nutrição parenteral (solução não-balanceada).

78
Q

O que significa o “A” do mnemônico HARDUPS?

A

Acetazolamida

Provoca acidose tubular renal tipo 2 por inibir a anidrase carbônica no túbulo contorcido proximal.

79
Q

O que significa o “R” do mnemônico HARDUPS?

A

Renal (acidose tubular renal)

80
Q

O que significa o “D” do mnemônico HARDUPS?

A

Diarreia

81
Q

O que significa o “U” do mnemônico HARDUPS?

A

Ureterossigmoidoanastose

Inclui outras derivações urinárias para segmentos de intestino (por exemplo, neobexiga ileal).

82
Q

O que significa o “P” do mnemônico HARDUPS?

A

Pâncreas (fístula pancreática)

Inclui outras secreções aumentadas do trato gastrointestinal.

83
Q

O que significa o “S” do mnemônico HARDUPS?

A

Soro (salina)

Inclui a infusão de grande volume qualquer solução não balanceada (ou seja, que não tenha quantidade fisiológica de base na sua constituição. Exemplos de soluções não balanceadas: soro fisiológico, soro ringer simples.

84
Q

A acidose tubular renal tipo 2 (ATR 2) é diferenciada laboratorialmente da tipo 1 (ATR 1) principalmente por…

A

pH urinário

ATR 2 tem pH urinário < 5,5 enquanto ATR 1 tem pH urinário ≥ 5,5. De resto ambas cursam com acidose metabólica de AG normal e hipocalemia. Outro detalhe é que o AG urinário é sempre relatado como positivo (> +20 mEq/L) na ATR 1.

85
Q

Qual a principal diferença entre a acidose tubular renal tipo 4 (ATR 4) e as acidoses tubulares renais tipo 2 (ATR 2) e tipo 1 (ATR 1) principalmente por…

A

Potássio sérico

ATR 4 cursa com hipercalemia enquanto ATR 2 e ATR 1 com hipocalemia.