Fundamentação da medida Flashcards

1
Q

Aplicação de um teste

A

É o que ligitima a correspondência entre o valor numérico obtido (resultado) e o nível do indivíduo no construto teórico que se admite estar a medir (interpretação)
–> teoria da medida
–> teoria dos testes

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2
Q

Teoria Psicométrica

A

Teoria da Medida (viabiliza a medição em Psicologia)
–>definições e conceções de medida
–>axiomatização da medida (representacional)

Teoria dos Testes (legitima a medição com determinado teste)
–>Construção e aferição de testes
–>Estudo Metrológico dos testes (modelos de medida: Clássico e TRI)
->Análise de itens
->Estudos de precisão
->Estudos de validação
–>Construção de normas e sua interpretação
–>Tradução e adaptação de testes

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3
Q

Medida: o que significa?

A

-O processo ou acto de medição
-O resultado da medição
-O instrumento de medição
-As unidades da medição ou graduação do intstrumento
-Sentidos populares

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4
Q

Medida: definição de Campbell(1940)
Atribuição de números aos objetos (ou acontecimentos) de acordo com regras de modo que representem quantidades de atributos.

A

→ OBJETOS: tudo o que pode constituir foco de atenção da ciência; em Psicologia, as pessoas;
→ ATRIBUTOS: propriedades dos objetos; características em que os objetos diferem; variáveis;
→ NÚMEROS…REPRESENTEM QUANTIDADES DE ATRIBUTOS: medir é quantificar, avaliar a quantidade do atributo presente no objeto; relação entre os números deve expressar relação empírica relativa ao atributo (isomorfismo)
→ REGRAS: asseguram objetividade da medida; asseguram possibilidade de replicação da medida (ex: estandardização da aplicação de um teste).

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5
Q

Medida: Finalidades

A

Informação → Descrição → Interpretação → Predição

PREOCUPAÇÃO CENTRAL DA TEORIA DA MEDIDA
A medida não pode ser confundida com o atributo medido. Se pretendemos estabelecer conclusões fundamentadas acerca do atributo, temos de esclarecer qual a natureza da correspondência que estabelecemos entre o atributo e a medida.

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6
Q

Teoria da Medida: o que é?

A

◼ estabelece os fundamentos lógicos da medição psicológica
◼ consiste na discussão epistemológica da medida
◼ ramo da matemática aplicada que fundamenta a medição e a análise de dados em psicologia
◼ promove a reflexão sobre a medida e os seus fundamentos, da qual resulta a axiomatização da medida (conceptualização abstracta da “medição em psicologia”)

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7
Q

Teoria da Medida: do que se trata?

A

◼ …do estabelecimento da viabilidade da medida (será possível a operacionalização dos constructos psicológicos?)
◼ …do estabelecimento do isomorfismo (ou equivalência) entre os símbolos matemáticos e os fenómenos observados (haverá correspondência entre as propriedades dos números e as propriedades dos fenómenos que eles representam?)
◼ …do estabelecimento da natureza da interligação de diferentes saberes (haverá legitimidade em ligar as leis matemáticas à área de conhecimento em que se pretende efectuar a medida?)

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8
Q

Teoria da Medida (viabiliza a medição em Psicologia)
Teiria dos Testes (legitima a medição com determinados testes)

A

Teoria da Medida (viabiliza a medição em Psicologia)
→ DEFINIÇÕES E CONCEÇÕES DE MEDIDA
→ AXIOMATIZAÇÃO DA MEDIDA (REPRESENTACIONAL)
→ ETAPAS DO PROCESSO DE MEDIDA (REPRESENTACIONAL) (Modelos de Medida e transformação dos dados em medidas)

Teoria dos Testes (legitima a medição com determinado teste)
→ CONSTRUÇÃO E AFERIÇÃO DE TESTES
→ ESTUDO METROLÓGICO DOS TESTES (modelos de medida: Clássico e TRI)
→ Análise de itens
→ Estudos de Precisão
→ Estudos de Validação
→ CONSTRUÇÃO DE NORMAS E SUA INTERPRETAÇÃO
→ TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO DE TESTES

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9
Q

Conceções de Medida (Michell, 1986,1990)

A

Conceção Clássica
Conceção Operacional
Conceção Representacional

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10
Q

Conceção Clássica

A

◼ Os números devem representar propriedades empíricas e apenas as “grandezas extensivas” – grandezas que preenchem simultaneamente os axiomas da ordenação e da adição (de unidades de medida) – são mensuráveis.
◼ As “grandezas intensivas” apenas preenchem o axioma da ordenação e esta não é suficiente para expressar uma medição.
◼ Na Conceção Clássica, para que a medida seja possível é necessário provar empiricamente que a adição é possível (concatenação é a operação empírica que a adição representa =
adição empírica)
◼ Noção de unidade de medida é central / imprescindível.
◼ Exemplos de aplicação:
 Fechner (1860): “a medida de uma quantidade consiste em determinar quantas vezes ela contém uma quantidade elementar do mesmo tipo”
 Titchner (1905): “quando medimos […] comparamos uma grandeza com alguma unidade convencionada do mesmo tipo e determinamos quantas vezes a unidade se encontra contida nessa grandeza

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11
Q

Conceção Operacional

A

◼ Um conceito é um conjunto de operações.
◼ Uma medida é qualquer operação, definida com precisão, que conduz a um número.
◼ É a operação de medição que gera a medida, não as propriedades do atributo.
◼ Conceção que dispensa uma teoria formal da medida, uma vez que os números NÃO representam propriedades dos objetos (não é estabelecida uma correspondência entre o mundo empírico e os números).
◼ Conceção operacional não dispensa a teoria psicológica: desta derivam as operações que conduzem à obtenção de números. Mas a ênfase da medida é posta na descrição minuciosa das operações que conduziram a ela e não naquilo que representam os números apurados.
◼ (Do ponto de vista prático, os defensores da C. Representacional (a seguir) também aplicam uma série de operações quando medem; o processo de medição em si consiste sempre, inevitavelmente, num conjunto de operações.)

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12
Q

Conceção Representacional

A

◼ Acentua a vertente representacional que estava já presente nalgumas definições da Conceção Clássica
Ex: Campbell, 1938: medir é atribuir “números para representar as propriedades dos sistemas materiais segundo as leis que governam essas propriedades”
◼ Michell, 1986: “A medida é sempre a representação numérica de factos empíricos.”
◼ As relações entre os números são tomadas como representando as relações entre as propriedades dos atributos medidos.
◼ Distingue-se da C.Clássica por não exigir axioma da adição; Classificação e ordenação são propriedades dos atributos que também podem ser representadas por números (podem ser medidas).
◼ A representação numérica de qualquer estrutura empírica é sempre uma medida; mas é preciso limitar a utilização que se faz dos números às relações do sistema empírico que eles representam (importância das escalas de medida de Stevens).

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13
Q

Conceção Representacional (Stevens, 1940)

A

Define-se a partir de três termos:
 Sistema Empírico
◼ O que é medido → objeto da medida; fenómeno a quantificar
◼ Pertence ao mundo da “realidade”, ao mundo empírico
 Sistema Formal
◼ Sistema em que se expressa a medida (sistema numérico)
◼ Sistema numérico define-se por 9 axiomas (ver slide seguinte)
 Correspondência entre Sistema Empírico e Sistema Formal
◼ Escalas de medida de Stevens estabelecem modalidades de correspondência.
◼ Correspondência estabelece ISOMORFISMO entre as propriedades dos números e as propriedades dos atributos medidos
◼ Para preservar isomorfismo, imprescindível utilizar transformações permissíveis em cada escala de medida

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14
Q

Sistema Numérico: define-se através de 9 axiomas

A

Conceção clássica: define-se pela aditividade; exige axiomas 1 a 9
Conceção Representacional: Stevens reduz o número de axiomas exigidos para difinir uma medida:
–>Ordenação: 1 a 5
–> Classificação: 1 a 3

                            Identidade 1. os elementos do sistema numérico ou são idênticos ou são diferentes Ou a = b ou a ≠ b 2. a relação de identidade é simétrica Se a = b então b = a 3. a relação de identidade é transitiva Se a = b e b = c então a = c Odenação 4. a relação de ordem é assimétrica Se a > b então b ~> a 5. a relação de ordem é transitiva Se a > b e b > c então a > c
                          ADITIVIDADE 6. os elementos do sistema numérico podem  adicionar-se (a adição de 0 deixa o elemento  invariante) Se a = p e b > 0 então a + b > p 7. a adição é comutativa a + b = b + a 8. os elementos idênticos podem substituirse entre si na adição Se a = p e b = q então a + b = p + q 9. a adição é associativa (a + b ) + c = a + ( b + c )
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15
Q

Escala Nominal (Escalas de Medida de Stevens (1946, 1951))

A

POSTULADO FUNDAMENTAL
-Identidade / Equivalência
-Relação de equivalência (determinação da igualdade)

OPERAÇÕES EMPÍRICAS BÁSICAS (Funções)
Relação de equivalência (substituição termo a termo)

CARACTERIZAÇÃO
-Os números só diferem entre si quanto à identidade: ou são idênticos ou são diferentes.
-Atribuição dos números é arbitrária.
-Classificação categorial ou nominal.
-Números agrupam apenas objectos da observação (ex: respostas de uma amostra a um item) em categorias.
-Números, porque arbitrários, não podem ser sujeitos a operações aritméticas.

TRANSFORMAÇÃO MATEMÁTICA
Permutação u’ = f (u), se u ≠ y, f (u) ≠ f (y)

ESTATÍSTICAS APLICÁVEIS
-Estatísticas descritivas aplicadas aos efectivos em cada categoria, não aos números que designam categorias:
o distribuições e gráficos de frequências
o moda
o coeficientes de contingência

EXEMPLOS
o Nºs das camisolas dos jogadores de futebol
o Nº das turmas numa escola
o Tipologias psicológicas (ex: DSM)
o Classificações de profissões

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16
Q

ESCALA ORDINAL (Escalas de Medida de Stevens (1946, 1951))

A

POSTULADO FUNDAMENTAL
-Equivalência + ordem
-Ordenação como informação significativa.
-Propriedades de assimetria e de transitividade

OPERAÇÕES EMPÍRICAS BÁSICA (Funções)
-Determinação de maior e menor.
-Transformação monótona (pertence ao grupo isotónico: transformação mantendo a ordenação)

CARACTERIZAÇÃO
-Os números organizados de forma ordinal dão mais informação porque expressam magnitude relativa.
-Cada número adquire significado.
-Números já não são arbitrários.
-Números podem ser transformados de maneira monótona (aumentar ou diminuir de maneira constante) desde que haja manutenção da ordenação.
-Não permite operações de adição ou subtracção porque não são conhecidas distâncias entre os pontos (diferença entre 1 e 5 não é necessariamente igual a diferença entre 5 e 10).

TRANSFORMAÇÃO MATEMÁTICA
Isotonia (preservação da ordem)
u’ = f(u); f(u) aumento da função monótona (Invariância na sequência das transformações)

ESTATÍSTICAS APLICÁVEIS
o Mediana
o Percentis, decis, quartis
o coeficientes de correlação ordinal (Spearman)

EXEMPLOS
o Escala de Mohs de dureza dos minerais
o Notas escolares (1 a 5)
o Níveis de escolaridade
o Classes sociais
o Resultados brutos dos testes (RB)

17
Q

ESCALA INTERVALAR (Escalas de Medida de Stevens (1946, 1951))

A

POSTULADO FUNDAMENTAL
-Equivalência + ordem + igualdade de intervalos.
-Distância entre os pontos da escala como informação significativa.
-Zero convencional (não absoluto)

OPERAÇÕES EMPÍRICAS BÁSICAS(Funções)
-Determinação da igualdade dos intervalos.

CARACTERIZAÇÃO
-A escala mais utilizada em Psicologia.
-Associa-se frequentemente a postulados sobre a forma das distribuições.
-Axioma da Normal → o ponto 0 é convencional; são possíveis transformações lineares que apenas alteram a unidade de medida mas mantêm invariantes as distâncias relativas.
-Permite a adição e a subtracção, porque existe unidade de medida, mas não permite a multiplicação e a divisão, porque o zero é convencional.

TRANSFORMAÇÃO MATEMÁTICA
-Linear u’ = a x u + b, com a ≠ 0

ESTATÍSTICAS APLICÁVEIS
o Média aritmética
o Desvio-padrão
o coeficientes de correlação momentoproduto
(Pearson)

EXEMPLOS
o Temperatura em graus Celsius ou Farenheit
o Datas do calendário
o Resultados Padronizados dos testes (ex: QI)

18
Q

ESCALA PROPORCIONAL / DE RAZÃO (Escalas de Medida de Stevens (1946, 1951))

A

POSTULADO FUNDAMENTAL
Equivalência + ordem + igualdade de intervalos + igualdade de quocientes.
Zero absoluto, que representa “ausência total do atributo medido” (tempo de reacção de zero
milisegundos; peso 0.000 mg, etc) Unidade de medida é arbitrária.

OPERAÇÕES EMPÍRICAS BÁSICAS (Funções)
Determinação da igualdade dos quocientes.

CARACTERIZAÇÃO
A escala mais forte e que contém mais informação, pois contém a informação de todas as outras e ainda a igualdade dos quocientes: 10 é o dobro de 5 como 20 é o dobro de 10;
20 é um terço de 60 como 2 é um terço de 6, etc.
Permite a adição e a subtracção, porque existe unidade de medida, e permite a multiplicação por uma constante.

TRANSFORMAÇÃO MATEMÁTICA
Semelhança u’ = a x u (em que a é constante)

ESTATÍSTICAS APLICÁVEIS
o Média geométrica *
o Coeficiente de variação **

EXEMPLOS
o Comprimento em centímetros
o Duração em segundos (exemplo: tempos de reação em milissegundos)
o Temperatura em graus Kelvin (escala que tem 0 absoluto)

19
Q

TEORIA DA MEDIDA: porque é necessária?

A

Para:
◼ …evitar afirmações infundadas ou conclusões precipitadas a partir dos dados quantitativos provenientes da observação (Ex: 20ºC é o dobro de 10ºC; o João tem metade da inteligência do José porque os seus QI são respetivamente de 70 e 140)
◼ …impedir transformações dos dados não permissíveis, isto é, que não preservam as relações entre os números e os fenómenos estabelecidas pelo processo de medida (Ex: aplicação de “regras de três simples” ou proporções a dados ordinais ou intervalares; cálculo de parâmetros, como médias ou
desvios-padrão, em variáveis não escalares)

20
Q

Conceção representacional

A

◼ Define-se a partir de três termos:
 Sistema Empírico
◼ O que é medido → objeto da medida; fenómeno a quantificar
◼ Pertence ao mundo da “realidade”, ao mundo empírico
 Sistema Formal
◼ Sistema em que se expressa a medida (sistema numérico)
◼ Sistema numérico define-se por 9 axiomas (organizados em três grupos: axiomas da Identidade, da Ordenação e da Aditividade)
 Correspondência entre Sistema Empírico e Sistema Formal
◼ Escalas de medida de Stevens estabelecem modalidades de correspondência – Escalas NOMINAL, ORDINAL, INTERVALAR e de RAZÃO.
◼ Correspondência estabelece isomorfismo entre as propriedades dos números e as propriedades dos atributos medidos
◼ Para preservar isomorfismo é imprescindível para se utilizar apenas transformações permissíveis em cada escala de medida

21
Q

5 Etapas da Medida Representacional

A

1.Delimitação da variável teórica a medir (amostragem de dimensões)
2. Observação (amostragem de situações /amostragem de indivíduos)
3. Transformação das observações em dados
4. Transformação dos dados em medidas (aplicação de um (ou mais) “modelo(s) de medida”)
(5. Transformações complementares eventuais)

22
Q

ETAPAS do processo de medida REPRESENTACIONAL
1. Delimitação da variável teórica a medir

A

Selecionar as dimensões que são pertinentes em função do objetivo da medição / avaliação

Seleção contextualizada: histórica, cultural e cientificamente

Fontes: teoria psicológica; investigação anterior; outros instrumentos

Ex: WAIS. Medida da “Inteligência Global”  conceção de inteligência de Wechsler + investigação fatorial no domínio cognitivo (Spearman, 1904 e sucessores) que faz emergir fator geral no domínio cognitivo e justifica medida global da inteligência – QI de Desvio  posição critica de Wechsler em relação a instrumentos de medida da inteligência anteriores – e ao QI de Razão.

23
Q

ETAPAS do processo de medida REPRESENTACIONAL
2. Observação

A

→ AMOSTRAGEM DE SITUAÇÕES / “FUNÇÕES”: do universo de todas as situações passíveis de facultar a observação da manifestação da dimensão psicológica alvo, selecionar situações de observação pertinentes.
→ Operacionalização das dimensões em situações de observação.
→ Operacionalizar uma dimensão significa “estipular as condições de observação” da manifestação dessa dimensão.
→ Fase da conceção e escolha dos itens do teste, quando se trate de criar uma nova operacionalização / fase da opção quanto ao teste a utilizar, quando se recorra a uma operacionalização antes testada.
→ (Contributo da Conceção Operacional de medida – “Operacionalização”).
Ex: WAIS. Opção por um “Teste Compósito”  conteúdo diversificado / figurativo +verbal
+realização / aplicação individual (contexto clínico)  resultado global + parciais 
operacionalização testada/estudada metrologicamente
(Na altura da sua construção  tipos de itens com maior utilidade prática na avaliação cognitiva  escolha de itens de testes já em utilização, como o de Cubos de Kohs)

EX. WAIS. Opção por um “Teste Compósito”  conteúdo diversificado / figurativo +verbal
+realização / aplicação individual (contexto clínico)  resultado global + parciais 
operacionalização testada/estudada metrologicamente(Na altura da sua construção  tipos de itens com maior utilidade prática na avaliação cognitiva  escolha de itens de testes já em utilização, como o de Cubos de Kohs)

AMOSTRAGEM DE INDIVÍDUOS: do universo dos indivíduos da população alvo,
selecionar uma amostra representativa para observação nas condições
estipuladas (operacionalizadas)
→ Problema da amostragem coloca-se em toda a investigação em Psicologia; em
Psicometria põe-se muito em especial com dois propósitos:
→ Estudo Metrológico dos testes (estudo empírico das qualidades métricas
em determinada população – análise de itens, precisão, validação)
→ Construção de Normas Intra-grupo (necessárias à obtenção de resultados
interpretáveis)
→ Amostragem estratificada: miniaturização das características demográficas da
população num grupo de muito menor dimensão
→ Na observação estabelece-se uma estreita interligação entre situações (itens) e
indivíduos.
Ex: WAIS. Amostra normativa cuidadosamente selecionada (estratificada) / consultar Manual

24
Q

ETAPAS do processo de medida REPRESENTACIONAL
3. Transformação das observações em dados

A

→ A observação do comportamento é efetuada no mundo “real” – sistema empírico; mas na medição a análise e interpretação não é efetuada sobre a observação, mas sobre os dados quantitativos em que se traduz a observação – sistema formal ou numérico;
→ Uma convenção terá de servir para passar da observação aos dados: num teste previamente estudado, as regras de transposição da observação aos dados estão previamente estabelecidas – são os procedimentos de apuramento dos resultados; numa técnica nova, há que estabelecer (convencionar) as regrasnecessárias a essa transposição as quais têm de preservar o isomorfismo entre os fenómenos observados e os números que os representam
→ Este é o momento da quantificação, da passagem do sistema empírico ao sistema numérico; MAS…os dados não são ainda diretamente interpretáveis – geralmente são designados RESULTADOS BRUTOS (RB)

Ex: WAIS → ex: 2/1 ponto por resposta certa, 0 por resposta errada/ bonificações por execuções
rápidas/ somatório das respostas certas → RB dos subtestes (dependem do nº de itens e das
convenções de pontuação ou cotação…não são comparáveis entre si).

25
Q

ETAPAS do processo de medida REPRESENTACIONAL
4. Transformação dos dados em medidas

A

→ A medida psicológica representacional envolve sempre um processo de inferência, de uma amostra de comportamento observada para uma dimensão atente (atributo psicológico);
→ Envolve abstração, posto que os atributos são medidos separadamente, em isolamento de todo um contexto;
→ Os dados não representam medidas porque dizem respeito ao comportamento observado (conceção operacional), não à dimensão latente (conceção representacional);
→ A passagem dos dados – quantificação das respostas / RESULTADOS BRUTOS RB – a medidas

– RESULTADOS DERIVADOS (RD) – estabelece a correspondência entre a quantificação do comportamento observado (RB) e a medida da dimensão latente (RD) (atributo psicológico) que está a ser medida.

Ex: WAIS → Apuramento de um resultado derivado – o QI EC – por comparação com a Norma; QI representa o nível do indivíduo no construto psicológico (ou dimensão) latente (Inteligência)
→ QI: nível do indivíduo no construto latente (inteligência) por comparação com os pares

→ A passagem dos dados – Resultados Brutos RB – a medidas – Resultados Derivados
RD – estabelece a correspondência entre a quantificação do comportamento
observado e a dimensão latente (atributo psicológico) que está a ser medida.
→ Legitimidade desta passagem assenta em três fundamentos:
1. VALIDAÇÃO: definem significado psicológico do resultado obtido (Que constructo ou dimensão latente representa o Resultado Derivado? O que estou a medir?) (TEORIA DOS TESTES – tema de aulas futuras)
2. NORMAS: definem quadro de referência populacional para a localização do resultado individual (Como se situa o Resultado Bruto obtido na população?) (TEORIA DOS TESTES - tema de aulas futuras)
3. MODELOS DE MEDIDA: definem significado do ato de medir (“o que estou a fazer quando estou a medir?”) (TEORIA DA MEDIDA)

MODELOS DE MEDIDA
→ Fundamentam a transformação dos dados em medidas e permitem estabelecer ligação entre os dados de observação e os atributos (dimensões latentes) sob medida;
→ Viabilizam a interpretação psicológica dos dados da observação → que se convertem, através da aplicação do modelo de medida, em medidas (“representações”) de um construto psicológico.
Os dois mais importantes MODELOS DE MEDIDA:
→ 4a.MODELO do RESULTADO VERDADEIRO ou CLÁSSICO (início séc.XX; 1904 -Spearman)
→ 4b.MODELOS de TRAÇO LATENTE ou de RESPOSTA AO ITEM (TRI / IRT) (anos 50-60, séc.XX – utilização a partir dos anos 80; pioneiros independentes - Lord, Rasch, Lazarsfield)
O que definem os Modelos de Medida?
→ O QUE ESTOU A FAZER QUANDO ESTOU A MEDIR?
→ MODELO CLÁSSICO ou do RESULTADO VERDADEIRO
→ baseia-se no princípio de que toda a medida comporta erro de medida;
→ o resultado de um teste é uma estimativa imperfeita da dimensão latente, porque é afetado por erros introduzidos por diversas fontes de erro (os itens do teste, o momento da avaliação, as condições de aplicação, o examinador, etc.);
→ o “resultado verdadeiro” do indivíduo é desconhecido; a única maneira de o medir seria aplicar o mesmo teste um número infinito de vezes à mesma pessoa e calcular a média das medidas obtidas;
→ o “erro de medida” também é desconhecido (num número infinito de medições seria zero); mas este erro pode ser estimado separadamente para cada tipo de fonte de erro (PRECISÃO – TEORIA DOS TESTES – tema de aulas futuras); quanto menor o erro de medida, mais um teste permite fazer uma estimativa correta ou exata (aproximada) do resultado verdadeiro do indivíduo na dimensão latente;
→ as dimensões psicológicas (ex: inteligência) são contínuos latentes ao longo dos quais se distribuem os “resultados verdadeiros” dos indivíduos; um teste permite estimar o “resultado verdadeiro” do sujeito no constructo latente, com margem de erro conhecida.

MODELO do RESULTADO VERDADEIRO ou CLÁSSICO
→ O QUE ESTOU A FAZER QUANDO ESTOU A MEDIR?
→ ESTOU A…estimar o “resultado verdadeiro” do sujeito no constructo latente, com margem de erro conhecida(determinada nos estudos de Precisão).(RD = estimativa do nível do Resultado Verdadeiro do sujeito no constructo latente, com probabilidade de erro conhecida a partir dos estudos de Precisão)

Ex: WAIS → QI EC = estimativa do Resultado Verdadeiro de uma pessoa na
dimensão latente Inteligência com probabilidade de erro conhecida (intervalo de
confiança → Aulas Práticas).

→ MODELOS DE TRAÇO LATENTE (ou da RESPOSTA AO ITEM, TRI) (Ex: Rasch, 1960)
→ conjunto de modelos que estabelecem uma ligação (baseada na aplicação de funções matemáticas, por ex, logarítmicas) entre o nível de competência do sujeito no traço latente e a probabilidade de sucesso num item →baseiam-se na predição da probabilidade (p) de um sujeito (s) dar uma determinada resposta (r) a um determinado item (i) (ver slide seguinte →);
→ modelos mais comuns: unidimensionais – admitem que um único traço latente é suficiente para explicar as resposta emitidas por um sujeito aos itens;
→ a medida de cada sujeito no traço latente (θ - teta) representa o seu nível de “competência” e determina a probabilidade de que acerte em cada item;
→ modelos mais comuns: de um parâmetro – assumem que os itens variam entre si quanto a um único parâmetro, o nível de dificuldade;
→ a medida de cada item no traço latente (β - beta) representa, neste caso, o seu nível de “dificuldade”;
→ O modelo exprime a relação entre “competência” (dos indivíduos) e “dificuldade” (dos itens) e estima a probabilidade Pi de que um sujeito (s) dê a resposta indicativa do traço (r = 1) a cada item (i) (ver slide seguinte →)
→ MODELOS DE TRAÇO LATENTE (ou da RESPOSTA AO ITEM, TRI) (Ex: Rasch, 1960)
→ conjunto de modelos que estabelecem uma ligação (baseada na aplicação de funções matemáticas, por ex, logarítmicas) entre o nível de competência do sujeito no traço latente e a probabilidade de sucesso num item →baseiam-se na predição da probabilidade (p) de um sujeito (s) dar uma determinada resposta (r) a um determinado item (i) (ver slide seguinte);
→ modelos mais comuns: unidimensionais – admitem que um único traço latente é suficiente para explicar as resposta emitidas por um sujeito aos itens;
→ a medida de cada sujeito no traço latente (θ - teta) representa o seu nível de “competência” e determina a probabilidade de que acerte em cada item;
→ modelos mais comuns: de um parâmetro – assumem que os itens variam entre si quanto a um único parâmetro, o nível de dificuldade;
→ a medida de cada item no traço latente (β - beta) representa, neste caso, o seu nível de “dificuldade”;
→ O modelo exprime a relação entre “competência” (dos indivíduos) e “dificuldade” (dos itens) e estima a probabilidade Pi de que um sujeito (s) dê a resposta indicativa do traço (r = 1) a cada item (i)
→Modelo mais comum: Modelo de um parâmetro → DIFICULDADE(os itens diferem entre si apenas quanto ao nível de dificuldade – ex: modelo de Rasch);
→Modelo de dois parâmetros → DIFICULDADE e DISCRIMINAÇÃO
→Modelo de três parâmetros → DIFICULDADE, DISCRIMINAÇÃO e GUESSING DIFICULDADE define-se a partir do ponto ou nível da variável em que a probabilidade de acerto é .50 (nos itens fáceis, este ponto situa-se num nível baixo de competência na dimensão latente (θ); nos itens difíceis, esse ponto situa-se num nível elevado de competência); DISCRIMINAÇÃO representado pelo declive da curva; GUESSING representado pela assimptota inferior da curva.
→MODELOS DE TRAÇO LATENTE (ou da RESPOSTA AO ITEM – TRI)
→ O QUE ESTOU A FAZER QUANDO ESTOU A MEDIR?
→ ESTOU A… estimar o “nível de competência” no construto latente a partir da determinação das probabilidades de resposta certa a cada tem [função do nível de dificuldade dos itens (β) e do nível de competência da pessoa (θ)] (o nível de dificuldade de cada item é previamente conhecido ou determinado nessa medida; o nível de competência de cada pessoa é identificado a partir do padrão de respostas certas/erradas a itens de diversos níveis de dificuldade) (RD = nível do Resultado no Traço Latente, obtido a partir da determinação do nível de competência demonstrado na resolução de itens de nível de dificuldade conhecido)

Ex: WAIS → QI EC = estimativa do nível de competência no construto latente Inteligência determinado a partir do padrão de respostas a itens com propriedades conhecidas (nível de dificuldade, discriminação e guessing).

26
Q

Etapas do processo de medida
(5. Transformações complementares eventuais)

A

→ Tratamentos estatísticos efetuados sobre as medidas (para fins de investigação;
para determinação de resultados compósitos, etc.)
→ Transformações tendo em vista a apresentação de resultados → sínteses,
estatísticas descritivas, representações gráficas, etc.
→ Imprescindível: atender às transformações permissíveis em função do nível de
medida em que se expressam as medidas → para manter isomorfismo entre
propriedades dos números e propriedades dos atributos (dimensões psicológicas
latentes) que se está a medir.
EXEMPLO: se os resultados se exprimem numa escala ORDINAL – em Percentis, por ex. –
não é permitido obter resultados compósitos somando-os (não se pode somar percentis
porque são posições de ordem e não têm distâncias regulares – não se exprimem em termos
de uma unidade de medida ou distância, mas em termos de uma posição numa distribuição).
Ex: WAIS → apresentação do resultado num gráfico da curva Normal ; estudo estatístico dos
resultados (exemplo: média e variância empíricas do QI numa amostra).

27
Q

Síntese e relação das Etapas da Medida REPRESENTACIONAL

A

Medir
o que?
Etapa 1 - Conceptualização
DEFINIÇÃO DO CONSTRUTO(construto)
Como?
Etapa 2 - Observação
OPERACIONALIZAÇÃO DO CONSTRUTO (operações de medida)
Etapa 3 - Agrupamento de Resultados
CONVERSÃO DA OBSERVAÇÃO EM DADOS (cotação das respostas)
Para quê?
Etapa 4 - Interpretação de resultados
CONVERSÃO DOS DADOS EM MEDIDAS DO CONSTRUCTO (derivação de resultados)
Etapa 5- Tratamento de resultados

28
Q

Processo de medida (Resumo)

A

◼ O processo de medida envolve uma sequência de ETAPAS que visam a transformação das observação do comportamento (sistema empírico) em dados
quantitativos (RB) (sistema formal), e destes em medidas (RD) (do constructo latente).
◼ Os dados quantitativos a que conduz o processo de medida são manifestação de
dimensões/constructos “latentes” (não direta/ observáveis) – T. Representacional;
◼ Os Modelos de Medida permitem passar dos dados quantitativos (RB) às medidas
nas dimensões latentes (RD) (que são as que interessam ao psicólogo para fins de generalização e predição do comportamento) (junta/ com Normas e Validação);
◼ O modelo de medida mais generalizado em Psicometria é o do Resultado Verdadeiro, muitas vezes associado a outros, como um Modelo de Traço Latente (TRI);
◼ Diferentes modelos de medida aplicam-se a diferentes tipos de dados e a diferentes finalidades de utilização das medidas (investigação, avaliação psicológica,
seleção, etc.) ou diferentes pressupostos da medição (ex: conceito central do modelo: “resultado verdadeiro”, ou “nível de competência”);
◼ Diferentes utilizações requerem tratamento com recurso a diversas técnicas complementares de análise e descrição dos resultados (dos RD).