FIBRILAÇÃO ATRIAL Flashcards

1
Q

1) Quais as características da F.A.? Como é o traçado no ECG?

A

Múltiplas reentradas nos átrios, não há contração efetiva dos mesmos, que se traduz em resposta ventricular irregular. Alguns estímulos o NAV filtra, outros não - taquiarritmia irregularmente irregular. A mais comum.

Ao ECG: sem onda P, sem onda F (de flutter, que é um ritmo organizado), QRS estreito (exceto se houver bloqueio de ramo ou doença no sistema His-Purkinje), intervalo RR irregular

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2
Q

Qual é a população de risco para desenvolver FA? Quais os fatores de risco? Quais os fatores desencadeantes?

A

A FA atinge 1-2% da população geral e até 10% dos idosos, sendo um pouco mais prevalente em homens e brancos.

Fatores de risco - Idade / HAS / DM1/Cardiopatia estrutural2/ apneia do sono3

1 - por poder ter HAS junto, pela doença microvascular que altera o coração

2 - substrato para reentrada

3 - aumento do tônus simpático, aumenta PA

_Fatores desencadeantes:_Hipertireoidismo1 (tireotoxicose)/álcool2/IAM/TEP/Cirurgia cardíaca/cocaína

1 - Chance de EESV e FA

2 - Miocardiotóxico direto, aumenta tônus adrenérgico

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3
Q

Qual a FA de melhor prognóstico?

A

Pacientes jovens e saudáveis que apresentam FA isolada após exposição a desencadeante. Por exemplo - Holiday heart syndrom. Se não for recidivante não é preciso fazer nada

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4
Q

Qual o QC da FA?

A
  • Decorrente da alta resposta ventricular

Palpitações (percepção de FC alta), EAP1/Angina instável2/taquicardiomiopatia3

1 - as pressões de enchimento aumentam muito no átrio e a FA pode se instalar em minutos e levar a EAP, manifestada por estertores bolhosos, dispnéia

2 - pelo aumento da frequência que aumenta o consumo do oxigênio

3 - fadiga atrial, levando a insuficiência do VE e ICC. Pode ocorrer se deixar uma pessoa, mesmo que assintoma´tica, com FC alta por muito tempo

  • Decorrentes da perda da contratilidade dos átrios

Intolerância ao exercício, falência cardíaca.

Os átrios são responsáveis por 20-30% do enchimento diastólico dos ventrículos. Então dá para viver sem a contração atrial, mas a capacidade cardíaca diminui

  • Decorrente de tromboembolismo

Aumenta risco de eventos, FA é a principal causa do fenômeno cardioembólico. Causa AVCi, isquemia mesentérica, trombose MMII

O mais comum de ocorrer é o AVC, que tem um pior prognóstico dentre os AVC i pois os êmbolos são grandes e se instalam logo na proximal (raiz das artérias cerebrais) gerando grandes áreas de infarto

Auriculeta - Área de maior estase sanguínea

PORÉM MUITOS CASOS SÃO ASSINTOMÁTICOS!

Obs: não pode ter B4 na FA. B4 é a tradução da contração do átrio contra um ventrículo pouco complacente

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5
Q

Qual a classificação clínica da FA?

A

A) PAROXÍSTICA

Resolve espontaneamente em até 7 dias (geralmente 24-48hs). É a mais comum das FA isoladas. Quadros recorrentes são chamados de foco ectópico nas veias pulmonares

B) PERSISTENTE

Dura mais do que 7 dias. Ocorre remodelamento eletrofisiológico (canais iônicos), necessitando de cardioversão. Quanto mais tempo de duração maior a dificuldade em reverter

C) PERMANENTE

Dura mais de 1 ano. Ocorre, além do remodelamento eletrofisiológico, o remodelamento estrutural (expressão da mudança genética celular)

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6
Q

Qual a conduta frente FA aguda?

A

Questionar se o quadro é estável ou instável. Em arritmologia, instável significa = hipotensão com ou sem sintomas, EAP (congestão pulmonar) e angina instável; todos estes indicam EMERGÊNCIA. É preciso avaliar cardioversão, controle da frequência e anticoagulação.

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7
Q

Qual a conduta ante FA instável?

A

Desfibrilar com choque sincronizado de 200J se aparelho monofásico ou 120/200J se bifásico (regra geral –> 200J). Sincronizado porque tem que sincronizar com o QRS, ou seja, no período refratário dos ventrículos, para não desfibrila-los. Objetivo é despolarizar átrios, deixando em período refratário, Não esquecer OVM + Sedoanalgesia antes do choque.

Se não corrige ou volta ao ritmo de FA em seguida - novo choque e associa antiarritmico - o de escolha é IBUTILIDA 1mg EV contínuo 10 minutos

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8
Q

Qual a conduta ante FA estável?

A

1 - Controlar a FC

a) Inibidores do NAV -Betabloqueadores - inotrópico negativo (CI se função ventricular ruim). Lembrar que é CI em asma //// antagonistas do canal de calcio não diidropiridinicos (Verapamil e Diltiazem), também são ino negativos, o verapamil é mais ainda///digitálicos CI de insuf renal
b) Associar as medicações EXCETO BB+DouV ou D+V pelo risco de BAV completo
c) Amiodarona - antiarritmico de classe 3, propriedades BB, Não é a primeira escolha, pois pode causar cardioversão, e ainda não se decidiu se é pra cardioverter

2 - Anticoagular - maioria dos pacientes vai precisar, só não vai quando o fatores desencadeantes são reversíveis.

Calcular risco de trombo.

Não é preciso calcular para casos de FA valvar, principalmente se valva protetica. A não ser em hemorragia grave

C - Congestão (1 ponto)

H - Hipertensão ( 1 ponto)

A - Age 65-74 1 pt >=75 2 pt

D - Diabetes 1pt

S - Stroke 2pt

V - Vasculopatia (doença coronariana, DAOP, aterosclerose)

S - Sex - feminino

>=2pt anticoagula / 1 preferencialmente anticoagula

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9
Q

Como anticoagular um caso de FA?

A

1) Warfarina, associando heparina nas primeiras 48-72hs, para prevenir efeito paradoxal da warfarina, até o INR ter duas medidas consecutivas entre 2-3, aí pode deixar só a warfarina

existem também fatores anticoagulantes dependentes de vitamina K, então o antagonista da vitamina K pode aumenta-los nos primeiros dias

2) Novos anticoagulantes orais - NÃO USAR SE VALVULA MECANICA OU VALVOPATIA REUMÁTICA PELO AUMENTO DE MORBIMORTALIDADE

Problema - não tem antídoto, Mas alguns guidelines já recomendam como 1a escolha

Inibição direta da trombina - DABIGATRAN

Inibição direta do fator Xa - RIVAROXABAN, APIXABAN

Obs: é orientado anticoagular, não antiagregar

Obs: o anticoagulante não lisa o trombo, mas bloqueia a cascata de coagulação, deixando livre o sistema fibrinolítico intrínseco para agir

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10
Q

Qual o antídoto da heparina? E da warfarina?

A

Protamina e vitamina K/fatores de coagulação, respectivamente

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11
Q

Qual heparina escolher?

A

Depende.

A HNF tem que ser feita EV, necessita monitorar KPTT, tem que ser iniciada isoladamente antes, somente apót dois KPTT consecutivos entre 1,5-2,5 é que se pode associar a warfarina. Já a HBPM (Enoxa) pode ser iniciada já em associação a warfarina, dose de 1mg/kg SC 12/12hs

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12
Q

Qual a estratégia a longo prazo para controle da FA?

A

Controlar o ritmo ou a FC.

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13
Q

Como fazer e o que ponderar no controle do ritmo a longo prazo?

A

Para controlar o ritmo é necessária a cardioversão, com ou sem antiarritmico associado. Vale a pena controlar o ritmo se é o 1o episódio de FA, fator reversível e se persistem sintomas mesmo com FC controlada, ou a FC não controla, ou há CI para uso de inibidores do NAV.

O controle do ritmo não melhora sobrevida ou a qualidade de vida, associada a mais internação pela taxa de recidiva. Se a pessoa tem FR que irão continuar influenciando, pode-se até tentar cardioverter, mas tem muita chance de a FA voltar. A longo prazo, os antiarritmicos são arritmogenicos, tem que ser muito rigido na tomada dos mesmos, e eles sofrem interação medicamentosa

Se não se sabe há quanto tempo o paciente está em FA, ou é >48hs, pelo fenômeno de Remore, há 6% de risco de evento após cardioverter. Primeiro solicitar ECOTE (o ECOTT não vê bem a auriculeta). Se não houver ECOTE, assumir que há trombo, e anticoagular 3 semanas antes de cardioverter, e após a cardioversão anticoagular conforme risco (calculado por CHADSVASC/presença de valvopatia). Se não há trombo, cardioverter e anticogular após, de acordo com o risco.

Se <48hs, cardioverte; se alto risco para trombo, anticoagular ad eternum mesmo se volta ao ritmo sinusal (grande chance de voltar a ter FA assintomática); se baixo risco anticoagula por 4 semanas após a cardioversão devido a duração do fen de Remora (miocárdio atrial atordoado)

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14
Q

Quais os tipos de cardiovérsão?

A

1) Elétrica
2) Química
- Sem cardiopatia: ibutilida, proprafenona, flecainamida - não podem ser usadas por cardiopata por aumentar a chance de arritmia e depressão da função ventricular
- Com ou sem cardiopatia: amiodarona, sotalol, dofetilida. Os 2 últimos precisam ser iniciados no hospital, prolongam o intervalo QT. Amiodarona é a mais eficaz em prevenir recidiva

O ideal é usar a mesma droga no período de manutenção

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15
Q

Quais os tipos de ablação disponíveis para tratamento de FA?

A

1) Cateter com emissão de radiofrequencia - para FA paroxística recorrente (isolar veias pulmonares) ou refratárias. Tão eficaz quanto o uso crônico de antiarritmicos
2) Cirurgia - faz cortes no átrio e induz criação de cicatriz/fibrose, que não conduz estímulo elétrico. Atrial maze - vários cortes, “labirinto”, perde a contratilidade. Geralmente não é feito cx só para isso, se aproveita na hora que a pessoa faz outra cirurgia cardíaca
3) Ressecção de auriculeta - sem evidências

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16
Q
A