Fevereiro / 2024 Flashcards
Quais os elementos que devem ser avaliados na hiponatremia?
Osmolalidade sérica, osmolalidade urinária, volemia e sódio urinário.
Como interpretar a osmolalidade sérica na hiponatremia?
A maioria das hiponatremias é hipoosmolar, já que o sódio é um dos principais solutos do sangue, e se está diluído pelo aumento da água, a osmolalidade deveria abaixar.
Sangue hiperosmolar (>295) indica que tem algum soluto a mais no sangue, puxando água e diluindo o sódio (geralmente hiperglicemia). Osmolalidade normal indica uma pseudohiponatremia causada por paraproteinemia ou hipertrigliceridemia.
Como interpretar a osmolalidade urinária no contexto da hiponatremia?
Urina hiposmolar = não tem aumento de ADH
Urina hiperosmolar = aumento de ADH (hipovolemia, SIADH).
Urina hiposmolar indica que não houve aumento da liberação de ADH (= ADH suprimido) -> polidipsia, dietas com pouca proteína e sal (ex= pacientes etilistas)
Urina hiperosmolar -> concentrada, indica que tem ADH sendo liberado a mais OU que o paciente não consegue diluir a urina por ter função renal muito baixa (raro a menos que TFG <10)
Qual o exame laboratorial que indica se há aumento ou não da liberação de ADH na hiponatremia?
Osmolalidade urinária: baixa (ADH inalterado); alta (ADH aumentado)
Como interpretar o ADH aumentado (osmolalidade urinária alta - urina concentrada) no contexto da hiponatremia?
3 contextos:
1- Hipovolemia - ADH está sendo liberado adequadamente para reter água)
2- Euvolemia - o ADH está sendo inapropriadamente liberado (SIADH, insuficiência adrenal porque cortisol inibe ADH)
3- Hipervolemia - estados edematosos, em que há tecnicamente uma hipervolemia mas há redução do volume arterial efetivo, o que aumenta a retenção de água.
Como interpretar o sódio urinário no contexto da hiponatremia com ADH aumentado?
Hipovolemia - se >20, indica que é o próprio rim perdendo sal (e água, o que gera a hipovolemia); se <10, indica que o rim tá preservando o sal que pode, e a perda de água e sal e por outro lugar.
Euvolemia - >20, porque não tem exatamente porque reter sal (e nem água, o aumento do ADH é inapropriado)
Hipervolemia - <10, porque o edema gera redução do volume arterial efetivo, o que gera aumento da retenção de sal e água
O que é o shunting pulmonar?
Quando uma área perfundida do pulmão não é adequadamente ventilada; V/Q baixo.
Ex= pneumonia, edema pulmonar. (shunt não tem Ar)
O que é o espaço-morto alveolar?
Quando uma área do pulmão é ventilada, mas não está sendo perfundida. Geralmente associado à embolia pulmonar. V/Q alto.
Qual a definição da insuficiência respiratória tipo I?
Hipoxêmica (PaO2 < 60mmHg; PaCO2 normal ou baixo -> ou seja, não tem disfunção na troca de CO2)
Qual a definição da insuficiência respiratória tipo II?
Hipercárbica (PaCO2 >45mmHg) - gera hipoxemia porque o CO2 desloca o O2.
Qual tipo de insuficiência respiratória é facilmente corrigida com oxigênio suplementar?
Tipo II, hipercárbica -> não existe problema na passagem do O2 em si, o que acontece é o CO2 aumentado deslocando o O2; quando você aumenta o O2, desloca o CO2 e oxigena.
Qual a definição da insuficiência respiratória tipo III?
Perioperativa -> associada à atelectasia; tanto hipoxêmica quanto hipercárbica (hipoventilação pela limitação de movimentação torácica, quanto diminuição da área)
O que é o ABC do manejo da insuficiência respiratória?
Airway = posicionamento, sucção, broncodilatadores, via aérea oral.
Breathing = oxigênio suplementar; se não corrige, ou tem comprometimento da ventilação; ventilação mecânica.
Circulation = tratar hipotensão/hipertensão, e otimizar o débito cardíaco.
Como a ventilação mecânica afeta a hemodinâmica do paciente?
Pressão positiva diminui retorno venoso (pré-carga) e pós-carga.
Qual a meta para o tratamento da insuficiência respiratória?
PaO2 > 55-60mm; SatO2 > 88%. OBS= em relação ao CO2, dependendo do paciente, pode ser necessário hipercapnia permissiva ou hiperventilação terapêutica.
Quais os riscos da ventilação mecânica invasiva?*
Comprometimento hemodinâmico por alteração da pré-carga e pós carga, efeitos da sedação, queda do drive respiratório, hiperinsuflação, lesão pulmonar, pneumonia.
Quais são os cuidados após entubar um paciente?
Confirmar posicionamento do tubo, conforto do paciente, efetividade da troca gasosa, waveforms do ventilador, analgesia adequada (usando a menor sedação necessária que garanta conforto e sincronia com o ventilador)
Quando começa a tentativa de extubar o paciente na IR?
Testes de respiração espontânea devem ser feitos diariamente assim que o paciente estiver estável.
Quais são as causas de íleo paralítico?
Cirurgia do TGI/abdominal, irritação peritoneal (pancreatite, peritonite, hemorragia), doenças graves (pneumonia, IResp com intubação, sepse, uremia, cetoacidose, distúrbios eletrolíticos)
Qual a sintomatologia do íleo paralítico e como se diferencia da obstrução mecânica?
Dor abdominal moderada, difusa e contínua, náusea, vômitos, distensão abdominal sem sinais de irritação peritoneal (a menos que tenha peritonite subjacente).
No caso da obstrução, a dor é intermitente, em cólica, e com vômitos profusos inicialmente.
Quais os princípios do manejo do íleo paralítico?
Manejo da dor; dieta zero (apenas pequenos goles de água); reposição volêmica (quando vômitos intensos ou grande retorno na sonda nasogástrica); descompressão gástrica (sonda nasogástrica) se vômitos ou distensão abdominal significantes; suporte nutricional parenteral em pacientes que não toleram enteral.