Estrutura e dinâmica da geosfera Flashcards
O que distingue métodos diretos de métodos indiretos no estudo do interior da Terra?
Os métodos diretos dependem da observação direta das rochas, seja através do vulcanismo como através da exploração mineira ou sondagens. Relativamente aos métodos indiretos estes dizem respeito ao estudo de outras ciências que permitem conhecer o interior da Terra, como por exemplo a sismologia.
Demonstra como é que o vulcanismo pode ser considerado um método direto no estudo do interior da Terra.
O vulcanismo pode ser considerado um método direto, uma vez que este diz respeito a rochas que se formam a partir da solidificação de magmas, constituintes do interior da Terra. Estas rochas magmáticas ou, até mesmo, os produtos do vulcanismo, através de fenómenos de erosão ou através do movimento das placas tectónicas, irão aflorar na superfície terrestre, o que irá permitir a observação deste conteúdo rochoso.
Explica como é que a sismologia pode ser considerada um método indireto no estudo do interior da Terra.
A sismologia pode ser considerada um método indireto, uma vez que as ondas sísmicas, quando atravessam outros materiais de diferentes densidades, composições ou rigidez alteram a sua direção e velocidade de propagação.
O que marca uma descontinuidade?
Uma descontinuidade é uma linha imaginária que separa dois meios diferentes. Estas descontinuidades são possíveis de conhecer através das alterações bruscas que ocorrem nas ondas sísmicas.
As ondas sísmicas podem apresentar três formas, quais são?
As ondas sísmicas podem ser:
- Diretas - quando possuem origem no foco e não interagem com nenhuma descontinuidade.
- Refletidas - quando estas, chegando a uma descontinuidade, propagam-se no mesmo meio mas em sentido oposto.
- Refratadas - quando estas, chegando a uma descontinuidade, propagam-se num meio distinto.
Aborda a descontinuidade de Mohorovic ou Moho.
A descontinuidade de Moho, situada a 40km de profundidade, separa a crusta do manto. Nesta descontinuidade a velocidade de propagação das ondas P e S aumentam significativamente, o que revelam um aumento da densidade e rigidez de um meio para outro. Podemos concluir então que o manto é mais rígido e denso que a crusta.
O que ocorre, às ondas sísmicas, a partir dos 100km de profundidade?
Entre os 100 e os 350km de profundidade, tanto a velocidade de propagação das ondas P como das ondas S diminui significativamente, o que leva a crer que ocorre uma mudança de densidade e rigidez, ultrapassando estas uma camadas mais plástica, a astenosfera.
Aborda a descontinuidade de Gutenberg.
A descontinuidade de Gutenberg, situada aos 2900km de profundidade, separa o manto do núcleo externo. Nesta descontinuidade a velocidade de propagação das ondas P diminui drasticamente. As ondas P são refratadas e as ondas S deixam de ser registadas, uma vez que são refletidas. Acredita-se portanto que o núcleo externo é um meio fluído. A este acontecimento denominamos de zona de sombra, uma vez que não são registadas quaisquer tipo de ondas diretas. Esta zona de sombra é diferente para os dois tipos de ondas: 103º aos 142º (ondas P) e 103º aos 180º (ondas S).
Aborda a descontinuidade de Lehmann.
A descontinuidade de Lehmann, situada aos 5150km de profundidade, separa o núcleo externo do núcleo interno. Nesta descontinuidade a velocidade de propagação das ondas P aumenta significativamente, o que leva a crer que o núcleo interno é mais rígido e encontra-se em estado sólido. Podem ainda serem registadas ondas S, uma vez que as ondas P podem ao longo desta descontinuidade serem convertidas nestas.
Explica o geotermismo.
O geotermismo é um método indireto no entendimento do interior do planeta e é responsável pelo estudo do calor interno deste, resultante da desintegração de certos elementos químicos e decaimento de certos isótopos.
O que é o gradiente geotérmico?
O gradiente geotérmico diz respeito à variação da temperatura por quilómetro de profundidade.
Como é que a temperatura varia com a profundidade, de uma maneira geral?
A temperatura, de uma maneira geral, vai aumentando com a profundidade. No entanto este não pode ser considerado um aumento gradual, uma vez que existe uma zona de temperatura constante.
O que é o grau geotérmico?
O grau geotérmico diz respeito à distância, em profundidade, necessária para que ocorra um aumento de 1ºC.
O que entende por fluxo geotérmico?
O fluxo geotérmico é quantidade de calor libertada do interior da Terra para a superfície terrestre.
O que acontece se não se estabelecer uma relação correta entre a pressão e a temperatura. Por exemplo se a temperatura aumentar muito e a pressão manter-se constante?
Neste caso, ocorreria a fusão dos materiais rochosos, sendo necessário existir uma relação direta entre a pressão e a temperatura, com o aumento da profundidade.
O que entende por gradiente geobárico?
O gradiente geobárico diz respeito ao aumento da pressão por quilómetro de profundidade.
O que é a gravimetria?
A gravimetria é um método indireto do estudo do interior da Terra. Esta estuda a intensidade e a variação da força gravítica, através de gravímetros.
A gravidade terrestre varia a partir de quais fatores.
A gravidade terrestre varia conforme a latitude, altitude e existência de materiais densos.
Qual o valor da força gravítica ao nível médio do mar.
Este valor é igual a 0.
O que são as anomalias gravimétricas?
As anomalias gravimétricas correspondem a locais em que o valor da força gravítica não é regular, apresentando alguma variações. As anomalias gravimétricas positivas revelam que existe um material rochoso mais denso (jazigo/magmas) do que as rochas envolventes. Já as anomalias gravimétricas negativas mostram a existência de um material menos denso (grutas) do que as rochas envolventes.
Quais são as anomalias gravimétricas registadas nas cadeias montanhosas.
Nas cadeias montanhosas não existem anomalias gravimétricas positivas. No entanto, existem negativas, o que revela a existência de grutas e raízes constituídas por materiais rochosos pouco densos.
O que é o geomagnetismo?
O geomagnetismo é um método indireto, no estudo do interior do planeta. Este estuda a intensidade e sentido do campo magnético terrestre, através de magnetómetros.
Quais são as rochas mais comuns que registam a polaridade do campo magnético terrestre?
As rochas mais comuns que possuem tal função são os basaltos, uma vez que possuem na sua constituição minerais ferromagnesianos que se comportam como ímanes e registam essa mesma polaridade. Por essa razão, o estudo do geomagnetismo é mais favorável no fundo oceânico, pois este é constituído essencialmente por rochas basálticas.
O que é a polaridade inversa e a polaridade normal?
A polaridade inversa diz respeito ao acontecimento de quando o polo magnético norte encontra-se mais perto do polo geográfico sul.
Em contrapartida, a polaridade normal (e atual) diz respeito ao acontecimento de quando o polo magnético norte coincide com o polo geográfico norte.
Como é que o campo magnético fica registado nas rochas?
O campo magnético fica registado nas rochas desde o seu momento de formação.
Este é formado devido aos movimentos de convecção que ocorrem no núcleo externo, que criam uma corrente elétrica.
De que forma a astronomia pode ser vista como método indireto do estudo do interior da Terra?
Uma vez que se acredita que todos os astros do sistema solar possuem uma origem comum e semelhante, podemos pressupor que a constituição interna destes será semelhante à do nosso planeta. Podemos então prosseguir ao estudo de meteoritos, asteroides e fragmentos de outros astros, de maneira a obter essas informações.
Qual o método que contribuiu para a criação dos dois modelos sobre a constituição do interior da Terra?
O método mais útil na criação destes modelos foi a sismologia, uma vez que a velocidade de propagação das ondas sísmicas depende da rigidez e da densidade do material em questão.
A densidade e a rigidez são influenciadas por que aspetos?
A densidade e a rigidez são influenciadas pela pressão e a temperatura, que aumentam com o aumento progressivo da profundidade.
Quais são os dois modelos que permitem estudar a constituição do interior da Terra.
Existem dois modelos que permitem tal estudo. O modelo físico, composto por 4 camadas e o modelo químico, composto por 3.
Quais são as camadas do modelo químico?
Crusta (granitos - continental / basaltos - oceânica)
Manto (peridotitos)
Núcleo (ferro e níquel)