ENARE 20/21 Flashcards

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1
Q

O que é tromboangeíte obliterante? E qual seu principal fator de risco?

A

A tromboangeíte obliterante é uma doença inflamatória segmentar não aterosclerótica, que afeta as pequenas e médias artérias e veias nas extremidades superiores e inferiores do corpo, sendo mãos e pés o principal local de acometimento. Geralmente, esses processos inflamatórios vêm acompanhados de processos trombóticos, pois a reação a essa trombose é a resposta do organismo gerando uma inflamação e, então, uma tentativa de recanalização por meio do próprio organismo.

Apesar de sua etiologia ainda não estar definida, o uso do tabaco tem sido o principal fator causal apontado pelos estudiosos, uma vez que todos os doentes são fumantes

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2
Q

Qual a relação de gastrectomia e câncer de estômago?

A

Quando essa cirurgia é combinada com reconstruções de trânsito do tipo Billroth I ou Billroth II, há grande refluxo de bile para o coto gástrico, e essa gastrite alcalina pode gerar atrofia gástrica e intensa metaplasia intestinal, o que aumenta o risco do adenocarcinoma no coto gástrico. Esse risco de evolução maligna ganha importância justamente à partir de 10 a 15 anos após o procedimento cirúrgico

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3
Q

Diagnóstico de HAS

A
  • média de PA em duas ocasiões maior ou igual a 140x90
  • medida isolada maior ou igual a 180x110
  • lesão de órgão-alvo
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4
Q

Analise a seguinte gasometria: pH: 7,15, PaO2: 95mmHg, pCO2: 54mmHg, HCO3: 27,3mmol/L, lactato: 2,2mmol/dL

A

1 – analisar o pH: ph menor que 7,35, portanto, temos uma acidemia.

2 – Distúrbio primário: notamos uma elevação significativa do pCO2, logo temos uma acidose respiratório.

3 – Avaliar resposta compensatória:
Nas acidoses respiratórias, a resposta natural é o aumento da reabsorção de bicarbonato no túbulo proximal. Devemos, portanto, calcular o bicarbonato esperado para aquela determinada variação de pCO2. Vale ressaltar que, para o cálculo, utilizamos a pCO2 média de 40 mmHg e o HCO3 médio de 24 mEq/L.
A resposta esperada é de a cada Δ 10mmHg na pCO2 = Δ 1mEq/L HCO3- ).
Se for aguda -> bicarbonato esperado seria de 25,5.
Se fro crônica -> bicarbonato esperado seria de 30.

Portanto, aqui temos uma acidose respiratória. Pode ser misto por provável compensação metabólica insuficiente

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5
Q

Quais as principais causas de síndrome nefrítica?

A

GNPE
Não estreptocócica - qualquer infecção, exemplo endocardite

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6
Q

O que é tireoidite de Hashimoto?

A

A tireoidite de Hashimoto é uma tireoidopatia autoimune na qual há destruição imunomediada crônica e progressiva do parênquima tireoidiano, além de prejuízo da síntese de T4 e T3 por meio de autoanticorpos (anticorpo antitireoglobulina e anticorpo antiperoxidase tireoidiana). É a causa mais frequente de hipotireoidismo primário em áreas iodo suficientes. Costuma acometer mais mulheres e, em geral, a partir de 60 anos.

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7
Q

O que é tireoidite pós-parto?

A

A tireoidite pós-parto é uma variante da tireoidite de Hashimoto. É um quadro raro e ocorre até 1 ano após o parto ou aborto e cursa com elevados níveis de anticorpo antiperoxidase tireoidiana (anti-TPO) e antitireoglobulina. Como há uma destruição intensa dos folículos tireoidianos de forma imunomediada, ocorre liberação do T4 e T3 estocados, culminando com uma fase tireotóxica (a paciente tem sintomas como agitação, insônia, perda ponderal, tremores, palpitações), que é autolimitada. Por esse motivo, o tratamento consiste apenas no uso de betabloqueadores (como o propranolol) para controle dos sintomas adrenérgicos. Após a fase tireotóxica, pode ocorrer uma fase de hipotireoidismo, podendo a paciente retornar para a função normal ou evoluir para hipotireoidismo permanente.

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8
Q

O que é tireoidite de De Quervain?

A

A tireoidite de De Quervain (também chamada de tireoidite granulomatosa subaguda, tireoidite dolorosa, tireoidite de células gigantes) é uma tireoidite subaguda, com predisposição por determinados genes de HLA (HLA B35 e HLABw35), na qual uma infecção viral de vias aéreas superiores deflagra o processo inflamatório destrutivo dos folículos tireoidianos. Isso resulta na liberação do T4 e T3 estocados, evoluindo com tireotoxicose.
Quanto às características clínicas, encontramos dor cervical anterior, VHS elevado (em geral, > 50 mm/h) e anti-TPO e antitireoglobulina negativos.
Caracterizada por fase tireotoxica, com posterior hipotireoidismo crônico em 10% dos casos

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9
Q

Qual o tratamento de tireoidite de De Quervain?

A

A fase tireotóxica dura ao redor de 8 semanas, sendo o tratamento focado no controle da dor cervical e nos sintomas tireotóxicos. Assim, caso a dor seja leve a moderada, podemos utilizar ácido acetil salicílico ou anti-inflamatórios não esteroidais e, em casos mais graves, prednisona. Para controle dos sintomas adrenérgicos, é recomendado o uso de betabloqueador. Não utilizamos tionamidas (propiltiouracil ou metimazol), visto que o excesso de hormônios tireoidianos não é decorrente de hiperprodução pela tireoide (portanto, não precisamos inibir a síntese com tais drogas).
Após a fase tireotóxica, o paciente pode evoluir para uma fase de hipotireoidismo, que necessitará de tratamento caso o TSH fique > 10 mUI/L ou ocorram sintomas.
A maioria dos pacientes retorna para a função tireoidiana normal, porém, cerca de 10% evoluem com hipotireoidismo permamente.

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10
Q

Como o ocorre a tireoidite aguda secundária a infecções?

A

A tireoide aguda, causada por infecções bacterianas e fúngicas, é rara e só cursa com tireotoxicose quando há acometimento extenso da tireoide (que ocorre em pacientes imunossuprimidos). O quadro clínico é caracterizado pelas manifestações clínicas da sepse (febre, taquicardia, queda do estado geral), muitas vezes com presença de abscesso tireoidiano. Em crianças, é fundamental a realização de tomografia ou ressonância para investigação de anomalias congênitas que, quando presentes, devem ser corrigidas cirurgicamente, a fim de evitar novas recidivas infecciosas.

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11
Q

O que é crise hipertensiva?

A

Aumento súbito e expressivo da PA -> PA maior ou igual a 180x120
EMERGÊNCIA = lesão de órgão-alvo
URGÊNCIA = sem lesão aguda

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12
Q

Qual o tratamento de crise hipertensiva?

A

EMERGÊNCIA (LOA): diminuir PA em 20 a 25% em 1 hora / PA 160x100 em 2-6h
- medicamentos: nitroprussiato, nitroglicerina (+IAM), BB (+dissecção)
OBS: Dissecção de aorta - FC <60 e PAS <120 o quando antes

URGÊNCIA: medicamentos de ação rápida - captopril, clonidina (sedativo), furosemida

Em caso de encefalopatia hipertensiva, a PA média deve ser reduzida de forma lenta (cerca de 10 a 15% na primeira hora e não mais do que 25% no primeiro dia). Reduções rápidas e intensas podem provocar hipoperfusão cerebral e isquemia. Como precisamos ter um controle rigoroso da PA, os anti-hipertensivos endovenosos são as drogas de escolha. O mais utilizado é o nitroprussiato de sódio (Nipride®). Nas primeiras 24 a 48h, anti-hipertensivos via oral devem ser administrados juntamente com o nitroprussiato

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13
Q

O que é hipertensão maligna?

A

A hipertensão maligna é uma complicação grave da hipertensão arterial, caracterizada por elevação importante e aguda da pressão arterial, insuficiência renal rapidamente progressiva, retinopatia com exsudatos, hemorragias e papiledema, culminando com a morte do paciente em 90% dos casos.
Mais comum em homens
Os órgãos mais acometidos são a retina, que se manifesta com edema de papila no fundo de olho, e o rim, que sofre um processo de necrose vascular fibrinóide e arteriosclerose hiperplásica devido à elevação pressórica, com consequente elevação da ureia e da creatinina nos exames laboratoriais. Nesse caso, a pesquisa da função renal ajuda a esclarecer o diagnóstico entre encefalopatia hipertensiva e hipertensão maligna.

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14
Q

Como diferenciar hipertensão maligna e encefalopatia hipertensiva

A

Na hipertensão maligna, há acometimento de retina e rim, que sofre um processo de necrose vascular fibrinóide e arteriosclerose hiperplásica devido à elevação pressórica, com consequente elevação da ureia e da creatinina nos exames laboratoriais.

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15
Q

Conduta em suspeita de dissecção de aorta

A

BETABLOQUEADOR
Controle de FC e de PA

FC <60 e PAS <120 o quando antes

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16
Q

Estatinas devem ser suspensas em caso de IRA e hepatite aguda?

A

Hepatite aguda SIM + reavaliar seu uso nos casos em que o uso crônico cause aumento de transaminases em x3
IRA NÃO - exceto em caso de rabdomiolise

17
Q

Quais as indicações de diálise na LRA?

A
  • Hipercalemia refratária à medidas clínicas.
  • Acidose metabólica grave refratária à reposição de bicarbonato ou com contraindicação a sua utilização.
  • Hipervolemia grave refratária à diuréticos (por exemplo: edema agudo de pulmão)
  • Manifestações urêmicas graves: rebaixamento do nível de consciência, pericardite urêmica, sangramento digestivo.
  • Intoxicações exógenas graves por substâncias sabidamente dialisáveis (metanol, etilenoglicol, metformina, lítio e salicilato)
18
Q

Qual a diferença entre Kwashiorkor e Marasmo?

A

Kwashiorkor -> deficiência energético-proteica: descamação de pele, retenção de líquidos, hepatomegalia, fóvea… (edema do mal nutrido)
Marasmo -> deficiência energético-calórica: queda de cabelo, fisionomia de idoso, pele pegajosa, massa muscular diminuída, débito cardíaco e volume sistólica diminuídos…

19
Q

Quais parâmetros laboratoriais para determinar desnutrição?

A

Albumina: encontra-se diminuída em pacientes desnutridos, contudo sua meia vida é de 20 dias, não sendo um método sensível para avaliar a desnutrição aguda.
Pré-albumina: encontra-se está reduzida na desnutrição energético–proteica, sua meia vida é de 2 dias, sendo um bom indicador da desnutrição aguda
Transferrina: tem meia vida de 8 dias está diminuída na desnutrição aguda
Proteínas de ligação ao retinol: meia vida de 12 horas e muito sensível para avaliação do estado nutricional
Creatinina: permite inferir a quantidade de massa muscular magra do indivíduo

20
Q

Como a desnutrição afeta a função renal?

A

A desnutrição acarreta diminuição da filtração glomerular, da excreção de sódio e ácidos

21
Q

O tipo histológico mais comum de neoplasia de tireoide e seu padrão de disseminação são, respectivamente:

PAPILIFEROxFOLICULAR
LINFONODALxHEMATOGÊNICO

A

carcinoma papilífero, padrão linfonodal.

22
Q

Sintomas: Coriza hialina / Espirros em salva / Obstrução nasal / Prurido nasal
Diagnóstico?

A

Rinite alérgica
Pode ocorrer também: prurido ocular e tosse seca.

23
Q

Rinoscopia da rinite alérgica

A

hipertrofia e palidez (ou arroxeamento) dos cornetos inferiores, também ocorrendo essa palidez nas demais regiões da mucosa nasal

24
Q

Rinite alérgica intermitente x persistente

A

Intermitente: < 4d/semana ou <4 semanas
Persistente: > 4d/semana e >4 semanas

25
Q

Características da rinite alérgica moderada-severa

A
  • Prejuízo ao sono
  • Prejuízo às atividades diárias, lazer ou esportes
  • Impedimento escola/trabalho
  • Sintomas graves
26
Q

O que é doença de Binswanger?

A

condição clínica causada por múltiplos infartos na substância branca frontal, levando a demência, distúrbios de marcha e incontinência urinária.

27
Q

Como é feito o diagnóstico de pericardite aguda

A

2 de 4 critérios:
- Dor torácica ventilatório-dependente, que irradia para trapezio, piora ao deitar-se e melhora ao sentar-se, pode ter inicio subito e forte intensidade.
- Atrito pericárdico
- Alterações ao ECG - supra de ST que não respeita território coronariano (+ comum em DI, DII, aVF e V3-V6) e intra desnivelamento do segmento PR.
- Derrame pericárdico novo ou piora de derrame pré existente

28
Q

Quais as principais causas de pericardite?
E em imunossuprimidos?

A

Sua principal etiologia é viral, mas também pode ocorrer por infecções bacterianas, fúngicas, parasitárias, secundária a tumores, doenças autoimunes, uremia, pós IAM, traumáticas etc.

CMV principal causa em imunossuprimidos

29
Q

Tratamento pericardite

A

Para alívio de sintomas, recomenda-se o uso de AINES por um período de 1-2 semanas. Com o objetivo de reduzir os efeitos colaterais dessas drogas, pode-se introduzir a colchicina que será usada por até 3-6 meses de acordo com a reposta clínica do paciente. Em casos refratários aos AINES, considera-se o uso de corticosteróides, associados à colchicina.

30
Q

O que é síndrome de Marfan?

A

É uma doença hereditária e multissistêmica do tecido conjuntivo, com transmissão autossômica dominante. Apresenta uma incidência de um caso por cada 5000 indivíduos e não demonstra predileção geográfica, étnica ou de gênero. Também é conhecida como aracnodactilia, pois é um dos sinais da síndrome de Marfan, que se caracteriza por dedos das mãos e pés anormalmente longos, delgados ou finos e a magreza também se torna um fator recorrente.