Empirismo de Hume Flashcards

1
Q

QUAL É A PERSPETIVA FILOSÓFICA EM QUE SE INSERE A TEORIA DE DAVID HUME?

A

Empirismo

Experiência como fonte principal do conhecimento humano

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2
Q

QUAL É O PAPEL DA FILOSOFIA CRÍTICA DE ACORDO COM DAVID HUME?

A

Investigar o próprio entendimento humano e os seus limites em relação à possibilidade e origem do conhecimento

Hume critica os filósofos que não o fazem e que constroem grandes teorias sobre a ação humana e sobre a moral, sem reconhecer primeiro os limites do conhecimento humano.

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3
Q

QUAL A OPINIÃO DE HUME EM RELAÇÃO À METAFÍSICA?

A

Hume critica a metafísica, como um erro do espírito humano, fruto da sua vaidade.

  • O seu projeto será combater a metafísica através da investigação dos limites do conhecimento.
  • Há em Hume uma crítica das religiões e do seu discurso metafísico.
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4
Q

QUAIS SÃO OS TIPOS DE PERCEÇÕES?

A

Impressões e Ideias

  • Impressões diretas provindas dos sentidos externos ou internos: dados fornecidos pela experiência imediata; perceções vivas.
  • Ideias que ficaram na memória, depois de vermos o tal objeto, ou a recordação da dor que sentimos; têm menos vivacidade.
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5
Q

EM QUE CONSISTE A TEORIA DA CÓPIA?

A

As nossas ideias (perceções mais fracas) são cópias das nossas impressões (sensações vívidas a partir da própria realidade).

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6
Q

DAVID HUME TAMBÉM DEFENDE A EXISTÊNCIA DAS IDEIAS INATAS?

A

Nenhum empirista defende a existência das ideias inatas, ao contrário de Descartes ou outros racionalistas.

Mesmo a ideia de Deus provém dos sentidos, com a ajuda da imaginação.

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7
Q

QUAL É A PROVA DA VERDADE DO EMPIRISMO?

A

As pessoas cegas, p.e., nunca conseguirão ter determinadas ideias porque nunca contactaram, visualmente, com determinadas realidades.

ÚNICO EXEMPLO DE EXCEÇÃO À REGRA: podemos imaginar um determinado matiz de uma cor que nunca conseguimos ver na realidade.

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8
Q

A TEORIA DA CÓPIA CONSEGUE REFUTAR A METAFÍSICA?

A

A teoria da cópia dá uma machadada na metafísica.

  • Defende que não podemos conhecer nada que não sejam as perceções originadas nos sentidos, mesmo que não tenhamos a certeza absoluta de que os objetos a que essas perceções dizem respeito, existam na realidade.
  • Apenas conhecemos as impressões ou ideias que se formam na nossa mente.
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9
Q

DE QUE FORMA AS IDEIAS PODEM ESTAR ASSOCIADAS ENTRE SI?

A

APENAS:
* Por semelhança
* Por contiguidade no espaço e no tempo
* Pela relação de causa e efeito

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10
Q

QUAIS SÃO OS OBJETOS DA RAZÃO E DA INVESTIGAÇÃO HUMANA?

A

Relações de ideias e questões de facto

RELAÇÕES DE IDEIAS:
* Conhecimento obtido através da análise de conceitos
* Conhecimento a priori
* Intuitivas e dedutivas
* Verdade necessária
* Certeza
* Conhecimento não substancial
* Ex.: matemática e geometria
QUESTÕES DE FACTO:
* Conhecimento não obtido através da análise de conceitos
* Conhecimento a posteriori
* Inferências indutivas e causais
* Verdade contingente
* Probabilidade
* Conhecimento substancial
* Ex.: crenças nas inferências indutivas (previsão de que o Sol vai nascer amanhã) e nas relações causais (a neve derrete com o calor)

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11
Q

PARA HUME, QUE TIPO DE CONHECIMENTO EXISTE?

A

Conhecimento a priori e a posteriori

Mas todo o conhecimento do mundo é a posteriori

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12
Q

EM QUE CONSISTE A RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO?

A

Sempre que raciocinamos sobre questões de facto, utilizamos a relação de causa e efeito → ligamos automaticamente um facto a outro facto → o 1.º é a causa e o 2.º é o efeito.

Aparecimento concomitante de dois fenómenos → criação de uma aparente relação entre os dois que parece lógica.
Mas, na verdade, os dois fenómenos acontecem um a seguir ao outro (apenas vejo 2 fenómenos separados).

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13
Q

HÁ ALGUMA RELAÇÃO LÓGICA ENTRE ESTES DOIS FENÓMENOS (DA RELAÇÃO CAUSAL)?

A

NÃO

Com a repetição da mesma ação, começo a acreditar que os dois factos estão intimamente ligados e estabeleço uma relação de causa e efeito.
Começo a acreditar que esta relação é lógica, necessária, obrigatória e evidente.
Mas se fosse necessária/lógica, eu teria podido estabelecer esse conhecimento a priori, sem qualquer experiência. Ora, ela não é lógica nem evidente; foi a experiência e a repetição que me levaram a criar aquela relação de causa e efeito. E como ela parece tão natural, até parece lógica.
Baseados nas experiências passadas, não só acreditamos que dois fenómenos separados estão misteriosamente ligados e que essa relação é lógica/necessária, assim como se deu no passado e no presente, também acreditamos que, logicamente, se dará no futuro, mesmo que nós ainda não estejamos lá para ver (com os nossos sentidos).

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14
Q

ENTÃO POR QUE RAZÃO CONSIDERAMOS COMO LÓGICA UMA LIGAÇÃO QUE À PARTIDA NÃO SERÍAMOS CAPAZES DE ESTABELECER?

A

É apenas a força do hábito que nos leva a considerar isso.

É uma ligação entre dois fenómenos que à partida não têm nada a ver um com o outro.
Só o hábito, que é psicológico, nos faz acreditar numa ligação lógica que não existe.

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15
Q

É LÓGICO DIZER-SE QUE UM LIMÃO É AMARGO?

A

NÃO.
Só a experiência o pode dizer: não há nada de lógico em um limão ser amargo. Quem não saiba como sabe um limão, só por lógica não era capaz de sabê-lo. Só provando o limão, o saberá (ou seja, só experimentando).

Ninguém é capaz de dizer, com absoluta certeza, a priori, sem qualquer experiência, qual vai ser o efeito provocado por determinado objeto. Todas as afirmações, à partida, podem ser corretas.

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16
Q

QUAL A UTILIDADE DA CRENÇA NA UNIFORMIDADE DA NATUREZA?

A

Só a nossa crença na uniformidade da natureza, que também não é lógica, no sentido de necessária/obrigatória, nos pode fazer acreditar que amanhã, os mesmos fenómenos provocarão os mesmos efeitos (p.e., daqui a 10 anos, a água continuar a ferver a 100 ºC).
Acreditamos, por instinto, que a natureza é uniforme, que os fenómenos se processam sempre da mesma maneira: só assim poderá haver conhecimento científico, leis científicas, na física, na química, etc.

Só o hábito nos faz acreditar nisso, não temos provas, certeza absoluta, de que isso vá acontecer: só daqui a 10 anos o saberemos quando o virmos com os nossos olhos.

17
Q

A RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO DEMONSTRA-SE A PRIORI OU A POSTERIORI?

A

Nem de uma forma nem de outra.

  • NÃO É A PRIORI: não é uma lei lógica.
  • NÃO É A POSTERIORI: os nossos sentidos mostram-nos dois fenómenos, um a seguir ao outro, mas não nos mostram a relação. É o hábito que nos faz acreditar na existência dessa relação.
18
Q

POR QUE UTILIZAMOS O RACIOCÍNIO INDUTIVO?

RACIOCÍNIO INDUTIVO: previsão e generalização

A

Como acreditamos que a natureza é uniforme, a partir de alguns exemplos representativos e com o devido cuidado, atrevemo-nos a generalizar para todos os casos semelhantes e a prever o que acontecerá também no futuro.

19
Q

A VALIDADE DO RACIOCÍNIO INDUTIVO PODE JUSTIFICAR-SE A PRIORI OU A POSTERIORI?

A

Nem de uma forma nem de outra.

  • NÃO PODE JUSTIFICAR-SE A PRIORI (POR LÓGICA): nada garante que um objeto que produziu determinado efeito, continuará a produzi-lo; não há nada de lógico nisso, só a experiência o poderá mostrar.
  • NÃO PODE JUSTIFICAR-SE A POSTERIORI (PELA EXPERIÊNCIA): vamos cair numa petição de princípio - só acreditamos na indução (generalização), porque acreditamos na uniformidade da natureza; só acreditamos na uniformidade da natureza, porque vimos muitos casos semelhantes e generalizamos; utilizamos a indução (generalização) para provar a validade da indução e isto é uma falácia.
20
Q

DAVID HUME É CETICISTA?

A

Hume defende o ceticismo moderado/mitigado.

Apesar de não poder ser justificada, é a relação de causa e efeito que nos permite conhecer a realidade física.
Não é lógica, mas sim força do hábito, que é uma espécie de instinto que todos temos.
Tudo o que podemos conhecer e, apenas com prudência, são os fenómenos que captamos pelos sentidos e que acreditamos serem provocados pela realidade física, apesar de não podermos provar que esta realidade exista mesmo.
E este é o limite do nosso conhecimento: não podemos conhecer nada de metafísica (realidade não física, espiritual).