Dor Abdominal Flashcards
Clínica da pancreatite?
Dor no abdome superior que irradia para o dorso (em faixa), com vômitos importantes.
Clínica da colecistite?
Dor contínua > 6h no hipocôndrio direito, irradiação escapular, após alimentação gordurosa.
Clínica da perfuração do TGI?
Dor abdominal súbita, difusa, de grande intensidade com defesa e rebote.
Clínica da úlcera duodenal?
Dor subesternal, em queimação, que melhora com alimentação ou antiácidos.
Clínica da ruptura de aneurisma de aorta?
Dor súbita, mesogástrica + massa pulsátil + hipotensão.
Clínica da apendicite?
Dor periumbilical que localiza na FID.
Clínica da colangite?
Dor abdominal em hipocôndrio direito, febre com calafrios e icterícia.
Clínica da isquemia mesentérica aguda?
Dor abdominal súbita e intensa, desproporcional ao exame físico. A isquemia mesentérica aguda é semelhante ao IAM, só que no intestino.
(Quando o coração tem uma das coronárias obstruídas o paciente sente uma precordialgia, pois há uma isquemia. Na isquemia mesentérica há uma obstrução da AMS, portanto vai haver uma isquemia no delgado, gerando uma dor abdominal).
Metabolismo anaeróbio –> Acidose metabólica –> Taquipnéia.
Clínica da diverticulite?
Dor periumbilical que localiza na FIE. (Recorrente, há alguns dias e idade elevada). A proximidade entre o divertículo e a bexiga pode causar disúria, assim como na apendicite.
Clínica do início da obstrução intestinal?
Dor abdominal difusa + distensão + hiperperistaltismo.
Sinais clássicos da apendicite?
Blumberg: descompressão dolorosa no ponto de McBurney.
Rovsing: pressão em FIE e o paciente relata dor em FID.
Psoas: dor à extensão da coxa direita com paciente em decúbito lateral esquerdo (sinal mais específico para apendicite).
Diagnóstico da apendicite?
Se alta probabilidade (história clássica, homem entre 10 e 40 anos): diagnóstico clínico.
Se probabilidade média (criança, idoso, mulher): exame de imagem:
- Criança ou gestante: USG (espessamento da parede do apêndice > 7mm) (na gestante, se inconclusivo = RM).
- Homem ou não gestante: TC com contraste (espessamento da parede do apêndice > 7mm, borramento da gordura periapendicular, abscesso, apendicolito).
Se suspeita de complicação (massa ou mais de 48h de evolução): exame de imagem.
Tratamento da apendicite?
Simples (sem complicação) e precoce (< 48h): apendicectomia + ATB profilático (o ATB deve ser feito do momento da indicação cirúrgica até o final da cirurgia).
Se suspeita de complicação ou se tardia (> 48h): exame de imagem:
- Não complicada: tratar como apendicite simples.
- Abscesso: drenagem + ATB + colonoscopia (4 - 6 sem) +/- apendicectomia tardia. (Obs: a colono é feita para afastar um câncer).
- Fleimão: ATB + colonoscopia (4 - 6 sem) +/- apendicectomia tardia.
Se peritonite difusa: cirurgia de urgência + antibioticoterapia.
Escore de Alvarado para apendicite
Dor que migra para FID: 1 ponto Anorexia: 1 ponto Náusea / vômitos: 1 ponto Dor à palpação em FID: 2 pontos Descompressão dolorosa em FID: 1 ponto Temperatura > 37,5°C: 1 ponto Leucocitose: 2 pontos Desvio para a esquerda: 1 ponto
Diagnóstico da doença diverticular dos cólons?
Colonoscopia
Diagnóstico da diverticulite?
Tomografia. Atenção: evitar a colonoscopia e enema na inflamação (pois esses exames aumentam a pressão intraluminal, agravando as microperfuraçoes).
Sempre fazer colonoscopia após 4 - 6 semanas de resolução da inflamação para afastar um câncer colorretal.
A colonoscopia não é boa para dar diagnóstico, pois o grande problema só é visualizado do lado de fora do cólon, onde se localiza o abscesso pericolico. Do lado de dentro só é possível visualizar os divertículos, assim só conseguimos diagnosticar uma diverticulose, e não uma diverticulite.
Tratamento da diverticulite?
Se não houver complicação:
- sintomatologia mínima: dieta líquida + ATB VO (ambulatorial).
- sintomatologia exuberante: dieta zero + ATB EV (internação).
Se houver complicação (abscesso >= 4 cm, peritonite, obstrução):
- abscesso > 4cm: drenagem + ATB + colonoscopia + cirurgia eletiva (ressecção com anastomose primária).
- peritonite ou obstrução: ATB + cirurgia de urgência (Harttman: sigmoidectomia + colostomia terminal + fechamento retal).
Diagnóstico da isquemia mesentérica aguda?
Exames laboratoriais: Leucocitose, Acidose, aumento do lactato.
AngioTC (+ utilizado): falha no enchimento de contraste.
Angiografia mesentérica seletiva: padrão ouro.
Causas da isquemia mesentérica aguda?
Embolia (50%): Cardiopatia emboligenica (FA).
Vasoconstrição (20%): Choque, vasoconstritor, cocaína.
Trombose arterial (de AMS) (15%): Aterosclerose.
Trombose venosa (de VMS) (5%): Hipercoagulabilidade.
Tratamento da isquemia mesentérica aguda?
Suporte inicial: Hidratação venosa, ATB, correção de DHE e ácido-base.
Embolia ou trombose:
- Heparinização: Evitar progressão da isquemia.
- Laparotomia: Embolectomia / Trombectomia + Avaliar viabilidade da alça intestinal.
- Papaverina pós-operatória: evitar o vasoespasmo.
Vasoconstrição:
- Papaverina: para reestabelecer a vascularização.
- Cirurgia se refratário ou sinal de irrigação peritoneal.
Clínica da isquemia mesentérica crônica?
Angina mesentérica: comeu doeu (na angina estável há dor aos esforços, já na angina mesentérica há dor quando exigimos mais do intestino, ou seja, após alimentarmos).
Causa da isquemia mesentérica crônica?
Aterosclerose
Diagnóstico da isquemia mesentérica crônica?
Angiografia mesentérica
Tratamento da isquemia mesentérica crônica?
Revascularização:
- Jovens: cirurgia.
- Idosos ou comorbidades: stent (endovascular)
Causa da colite isquêmica?
Hipoperfusão gerando uma isquemia no cólon.
(No paciente idoso a vascularização distal já é naturalmente mais comprometida, e quando passa por um quadro de hipoperfusão pode evoluir com colite isquêmica)
Clínica da colite isquêmica?
Dor, diarréia mucossanguinolenta, febre e distensão.
Clínica da colite isquêmica?
Dor, diarréia mucossanguinolenta, febre e distensão.
Diagnóstico da colite isquêmica?
Clister opaco: sinal das “impressões digitais” (thumbprinting).
Retossigmoidoscopia: mucosa inflamada.
Tratamento da colite isquêmica?
Suporte clínico: resolve grande parte dos casos.
Cirurgia: colectomia parcial ou total: Indicações: peritonite, hemorragia, colite fulminante, refratário.
Causas mais comuns de pancreatite aguda?
Litíase biliar (30 - 60%)
Alcoólica (15 - 30%)
Outras: Hipertrigliceridemia, autoimune (dosar IgG4), drogas, pós CPRE, escorpião amarelo.
Sinais semiologicos (manchas equimóticas) da pancreatite?
Cullen: periumbilical
Grey Turner: em flanco
Fox: na base do pênis
OBS: não dão patognomonicos de pancreatite aguda, mas sim de hemorragia retroperitoneal.
OBS: raros na pancreatite aguda, mas indicam maior gravidade.
Diagnóstico da pancreatite aguda?
2 dos 3 achados:
Clínica: dor abdominal em barra, náusea, vômitos.
Laboratório: amilase e lipase > 3x o normal (lipase é mais específica).
Imagem: TC ou USG (O ideal é fazer a TC após 72 - 96h de evolução, pois se fizer muito precocemente, principalmente em quadros leves, é possível não encontrar uma complicação).
Tratamento da pancreatite aguda?
Leve: Dieta zero, hidratação venosa, analgesia, correção de DHE e ácido-base.
Grave: CTI, reanimação volemica, analgesia.
Se etiologia biliar:
- Leve: colecistectomia antes da alta hospitalar.
- Grave: colecistectomia após 6 semanas.
Complicações pancreatite aguda?
Sem necrose:
- Coleção fluida (30 - 50% dos casos): um líquido se acumula ao redor do parênquima pancreático, devido uma inflamação intensa –> Conduta expectante –> Se infectado: punção + ATB.
- Pseudocisto pancreático (15%): coleção fluidanaue ganhou um revestimento –> Se sintomático ou complicação –> Drenagem endoscópica.
Com necrose:
- Estéril –> Expectante.
- Infectada –> Punção + Necrosectomia + ATB (Imipenem).
Clínica da pancreatite crônica?
Dor abdominal: “comeu doeu”.
Esteatorreia (pelo déficit de secreção de enzimas pancreáticas).
DM (pela destruição das ilhotas pancreáticas).
Icterícia, colangite (fibrose e retração do parênquima pancreático, podendo obstruir a via biliar) (estágio mais avançado).
Diagnóstico da pancreatite crônica?
Histopatológico: Padrão ouro.
Imagem: TC, USG endoscópica.
Métodos funcionais: Teste da secretina.
Tratamento da pancreatite crônica?
Paliativo (pois a lesão é irreversível).
Suspender álcool e tabagismo.
Diagnóstico da Doença Inflamatória Pélvica (DIP)?
MÉTODO 1: 3 critérios maiores + 1 critério menor
- Critérios maiores: dor hipogástria + dor anexial + dor à mobilização do colo
- Critérios menores: febre (>= 38,3°C), Leucocitose, VHS/PCR elevados, cervicite, conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal…
MÉTODO 2: 1 critério elaborado
- Critérios elaborados: endometrite (na biópsia), Abscesso tubo-ovariano (geralmente unilateral) ou no fundo de saco, DIP na laparoscopia.
Classificação de Monif para DIP?
Estágio 1: DIP não complicada –> Ambulatorial
Estágio 2: DIP com peritonite –> Hospitalar
Estágio 3: Oclusão de trompa / Abscesso –> Hospitalar
Estágio 4: Abscesso > 10cm ou foto –> Hospitalar
Tratamento da DIP?
Ambulatorial (Monif 1): Ceftriaxona 400mg IM DU + Metronidazol 500mg VO de 12/12h por 14 dias + Doxiciclina 100mg VO de 12/12h por 14 dias.
Hospitala (Monif 2, 3 ou 4): Ceftriaxona 1g EV + Metronidazol 400mg EV de 12/12h + Doxiciclina 100mg VO por 14 dias.
Complicações da DIP?
Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (aderências perihepaticas), infertilidade, gravidez ectópica, dor pélvica crônica.