Diversidade Clonal Flashcards
Qual a estrutura dos anticorpos?
O anticorpo é composto por 2 cadeias leves (sendo elas lambda e capa) e 2 cadeias pesadas. Além disso, essa molécula é dividida em domínios: Domínios variáveis (VL e VH) e domínios constantes (CL, CH1, CH2 e CH3).
Qual a diferença entre o BCR e a imunoglobulina?
O BCR (B Cell Receptor) é uma proteína transmembrana dos linfócitos B que se liga diretamente a um antígeno, causando uma resposta intracelular e a produção de anticorpos.
As imunoglobulinas são moléculas secretadas pelos linfócitos B e possuem 2 funções: se ligar a antígenos específicos e estimular outras células do sistema imune para a destruição desse antígeno(função efetora)
A estrutura dos BCRs e das imuglobulinas são similares. Contudo a parte constante carboxiterminal dos BCRs possuem aminoácidos hidrofóbicos ao passo que nas imunoglobulinas são aminoácidos hidrofílicos. Isso faz com que os anticorpos possam ser secretados e os BCRs não.
Qual a função da região constante das imunoglobulinas (extremidade carboxila terminal)?
A extremidade carboxiterminal da região constante dos anticorpos além de possuir uma ação efetora (recrutamento de outras células de defesa), também são responsáveis pelos 5 tipos existentes de anticorpos (IgA, IgG, IgD, IgE e IgM).
Qual a diferença entre o BCR e o TCR?
O TCR está presente em linfócitos T. Eles são compostos, na maioria das vezes, por 1 cadeia alfa e 1 Beta (podendo ser também, 1 gama e 1 delta). Os TCRs alfa delta não conseguem se ligar diretamente ao antígeno. Ele necessita de uma molécula de MHC para que isso ocorra. Durante o reconhecimento do antígeno, o TCR reconhece o peptídeo e a molécula de MHC simultaneamente. O TCR possui apena 1 sítio de ligação ao antígeno (similar ao fragmento Fab do anticorpos) e ele nunca é secretado.
O BCR tem a mesma estrutura dos anticorpos e está presente nos linfócitos B. Diferentemente dos TCRs, ele consegue se ligar diretamente aos anticorpos. O BCR possui 2 sítios de ligação ao antígeno e pode ser secretado pelo linfócitos B.
Como a molécula de anticorpo pode ser clivada?
A papaína cliva as ligações de dissulfetos na porção aminoterminal. Assim, originam-se 3 fragmentos: 2 fragmentos Fab (não possuem parte efetora) e 1 fragmento Fc (não possui parte variável).
A pepsina cliva as ligações de dissulfeto na porção carboxiterminal. Assim, origina-se um fragmento unido pela ponte dissulfeto, F(ab’)2. O restante da cadeia costante é clivado.
Como é formado o sítio de ligação ao antígeno da região variável do anticorpo?
Na região do anticorpo, existem porções que variam mais, denominadas hipervariáveis (HV1, HV2 e HV3) e porções que variam menos, denominadas estruturais (FR1, FR2, FR3 e FR4). Dentre as regiões hipervariáveis, a que varia mais é a HV3.
Estruturalmente, as porções hipervariáveis são alças que saem da folha Beta pregueada (formada pelas regiões estruturais). Essas alças são denominadas de CDR1, CDR2 e CDR3. A região de ligação ao antígeno é formada pela junção de 6 CDRs, 3 da cadeia leve e 3 da cadeia pesada.
O que é um epítopo (determinante antigênico)?
É a parte estrutural do antígeno que é reconhecida pelo anticorpo.
Como são chamadas as moléculas de MHC de classe I e de classe II nos humanos?
MHC de classe I = HLA-A2
MHC de classe II = HLA-DR1
Quais são as características do MHC de classe I (HLA-A2)?
- Formada por 1 cadeia alfa e uma cadeia de beta microglobulina;
- Apenas a cadeia alfa atravessa a membrana plasmática;
- Possui 4 domínios: alfa 1, alfa 2, alfa 3 e beta microglobulina;
- O sulco de ligação do peptídeo é formado pelas região alfa 1 e alfa 2;
- Está presente em células nucleadas (com diferente expressões entre elas).
- Ligam-se a peptídeos de 8 a 10 aminoácidos de comprimento em ambas as extremidades (aminoterminal e carboxiterminal).
Quais são as características do MHC de class II (HLA - DR1)?
- Formada por 1 cadeia alfa (diferente da do MHC de classe I) e 1 cadeia beta;
- Ambas as cadeias alfa e beta atravessam a membrana plasmática;
- Possui 4 domínios: alfa 1, alfa 2, beta 1 e beta 2;
- O sulco de ligação do peptídeo é formado pelos domínios Alfa 1 e beta 1;
- Encontrados em células que fazem parte do sistema imune, como os macrófagos, linfócitos B, células dendríticas….
- Não têm restrição quando a tamanho dos peptídeos ligantes, uma vez que a ligação com a sulco do MHC de classe II se dá ao longo do esqueleto do peptídeo, e não em suas extremidades.
O que são correceptores de linfócitos T e quais são eles?
Os correceptores são outros tipos de ligantes que estão presentes nos linfócitos T, que ajudam na estabilidade e sensibilidade da ligação com o antígeno. Eles podem ser o CD4 e o CD8. Esses correceptores se ligam em um sítio distante da sulco de ligação do peptídeo (CD4 ao domínio alfa 2 e beta 2, e CD8, ao domínio alfa 3), o que permite com que o MHC se ligue ao TCR e a eles simutaneamente. Logo os linfócitos T podem ser: Linfócitos T CD4 (auxiliadores) ou Linfócitos T CD8 (citotóxicos).
O CD4 se ligam a moléculas de MHC de classe II (HLA-DR1) e o CD8 se ligam a moléculas de MHC de classe I (HLA-A2).
Quais são as características dos TCRs gama/delta?
- São especializados em determinados ligantes (proteínas de choque de calor, ligantes não peptídicos…)
- Não são restritos ao MHC de classe I e de classe II, podendo se ligar a antígenos livres ou através de moléculas semelhantes aos MHCs, mas não tão polimórficas.
O que são fragmentos gênicos?
São fragmentos presentes dentro dos genes que codificam as regiões variáveis dos receptores. Esses fragmentos (V, D e J) podem ser rearranjados ao acaso por meio do rearranjo gênico para formar uma região V completa, processo conhecido como recombinação somática (presente apenas nos linfócitos).
A montagem de uma região V completa compreende a recombinação de 2 fragmentos gênicos (na cadeia leve da imunoglobulinas ou na cadeia alfa dos TCRs) ou 3 fragmentos gênicos (na cadeia pesada das imunoglobulinas ou na cadeia beta dos TCRs).
Como é formado o RNAm de uma cadeia leve completa de imunoglobulina?
Primeiro forma-se o éxon da região V: o fragmento gênico V se liga ao fragmento J.
Logo em seguida, o éxon da região V se liga ao framento C (da região constante).
Por fim, o transcrito primário passa pelo processo de splicing, formando o RNAm da cadeia leve.
Como é formado o RNAm de uma cadeia pesa completa de imunoglobulina?
O processo se dá exatamente igual ao de cadeia leve. Contudo a formação do éxon da região V ocorre em duas etapas: Primeiro o fragmento D se junta com o fragmento J e, logo em seguida, o fragmento V se junta com o fragmento DJ.