Dispneia Flashcards
Quais os volumes pulmonares?
- Capacidade vital: soma do volume corrente, volume de reserva inspiratório (inspiração máxima) e volume de reserva expiratório (expiração máxima).
- Volume residual: ar que permanece nos pulmões após expiração máxima).
- Capacidade pulmonar total: capacidade vital + volume residual.
Quais os principais parâmetros espirométricos avaliados?
- Capacidade vital forçada (CVF): volume total de ar exalada de forma forçada após umas inspiração forçada.
- Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1): volume de ar exalado no primeiro segundo de uma expiração forçada.
- Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF): avaliação de doenças obstrutivas.
- Fluxo expiratório forçado ou fluxo mesoespiratório (FEF 25-75%): é o parâmetro mais sensível para identificar doenças obstrutivas.
Qual a característica dos distúrbios obstrutivos?
- Redução do fluxos expiratórios e dos volumes dinâmicos (CVF e, principalmente, VEF1).
- Aumento dos volumes estáticos (volume residual e capacidade pulmonar total).
- VEF1/CVF < 70%.
Qual a característica dos distúrbios restritivo?
- Redução de todos os volumes pulmonares (dinâmicos e estáticos).
- VEF1/CVF normal ou aumentada.
Qual exame devemos fazer nos distúrbios obstrutivos?
Prova broncodilatadora.
OBS.: a prova é positiva se aumento do VEF1 > 200ml e > 12% do volume previsto OU > 20% do peak flow.
Quais os resultados da prova broncodilatadora?
- Positiva: asma.
- Negativa: DPOC.
Paciente de 7 anos vem ao PS com queixas de chiado no peito e dificuldade respiratória há 2 anos. Alega que tem vários episódios semelhantes., ficando assintomático entre eles. Qual o diagnóstico?
Asma.
O que é asma?
Inflamação crônica das vias aéreas inferiores, gerando hiperreatividade brônquica e bronquiolar com obstruções reversíveis.
Quais os fatores de risco para asma?
- Atopia.
- Predisposição genética.
- Exposição à alérgenos.
Quais as características da inflamação da asma?
Infiltrado eosinofílico (NÃO CAUSA FIBROSE).
Qual a fisiopatologia da asma?
- Hiperreatividade brônquica → broncoespasmo, edema e secreção de muco transitórias.
- Duas fases: imediata (mediada por mastócitos) e tardia (mediada por eosinófilos).
OBS.: é uma reação de hipersensibilidade tipo I mediada por IgE (resposta Th2).
Quais os tipos de asma?
- Alérgica: é a mais comum de todas, principalmente em crianças.
- Intrínseca (criptogênica): principal asma na fase adulta.
- Induzida por aspirina.
Qual o quadro clínico da asma?
- Tosse (pode ser o único sintoma).
- Sibilância.
- Dispnéia.
- Aperto no peito.
- Sintomas noturnos (quadros moderados e graves).
OBS.: são sintomas episódicos e flutuantes!
OBS.2: os sintomas podem começar minutos após o início ou término de exercírcios físicos (mas não imediatamente).
Qual o diagnóstico de asma?
- Espirometria com padrão obstrutivo e prova broncodilatadora POSITIVA.
- Teste de broncoprovocação com metacolina ou histamina positivo.
- Variabilidade do pico de fluxo expiratório > 20% pós-broncodilatador.
OBS.: nos períodos intercrise, a espirometria pode ser NORMAL (nesses casos, proceder ao teste de broncoprovocação).
Como é o diagnóstico de asma em crianças < 2 anos?
- Critérios maiores: pai ou mãe com asma, dermatite atópica.
- Critérios menores: rinite alérgica, sibilos sem viroses, eosinofilia > 4%.
- Diagnóstico: 2 critérios maiores OU 1 maior + 2 menores.
Quais os parâmetros avaliados no controle da asma?
ABCDE
- Atividades limitadas?
- Broncodilatador de alívio > 2x/semana?
- Calada da noite (sintomas noturnos)?
- Diurnos (sintomas) > 2x/semana?
- Exames alterados (peak flow < 80% do previsto)?
Qual a classificação da asma quanto ao controle?
- Controlada: 0 critérios.
- Parcialmente controlada: 1-2 critérios.
- Não controlada: 3-5 critérios.
Qual a classificação da asma quanto à gravidade dos sintomas?
- Leve: VEF1 > 80% do previsto.
- Moderada: VEF1 entre 60-80% do previsto.
- Grave: VEF1 < 60% do previsto.
Quais as medicações utilizadas no tratamento da asma?
- Corticóide inalatório (budesonida, fluticasona): principal droga!
- Beta-2 agonistas de curta ação (salbutamol, fenoterol): alívio dos sintomas.
- Beta-2 agonista de longa ação (salmeterol, formoterol): manutenção.
- Outras: tiotrópio, antileucotrienos e anti-IgE.
Quais as doses de corticóide inalatório (budesonida) em crianças?
- Baixa: 100-200 mcg/dia.
- Média: 200-400 mcg/dia.
- Alta: > 400 mcg/dia.
OBS.: para a beclometasona, basta dividir a dose por 2.
Como é feito o tratamento da asma?
- 5 steps (etapas).
- Geralmente se inicia no step 2 (ou 3 se muito sintomático → sintomas quase diários e despertares noturnos).
- Quando houver controle por 3 meses, descer um step.
- Quando não houver controle, AVALIAR ADESÃO antes de subir um step (principal causa de falha terapêutica).
- Sempre fazer CONTROLE AMBIENTAL.
OBS.: não se faz fisioterapia respiratoria no inicio do tratamento.
Qual o tratamento de alíva da asma para pacientes > 12 anos?
Beta-2 de longa + corticóide inalatório (BudForm).
Qual o step 1 no tratamento de manutenção da asma em pacientes > 12 anos?
Beta-2 de longa ação de alívio + corticoide inalatório de alívio (BudForm).
Qual o step 2 no tratamento de manutenção da asma em pacientes > 12 anos?
Corticóide inalatório de manutenção em baixas doses OU formoterol de alívio + budesonida de alívio (BudForm).
Qual o step 3 no tratamento de manutenção da asma em pacientes > 12 anos?
Budesonida + formoterol (BudForm) contínuo.
Qual o step 4 no tratamento de manutenção da asma em pacientes > 12 anos?
Corticóide inalatório em doses médias + formoterol em doses médias contínuos.
OBS.: pode-se adicionar antileucotrienos.
Qual o step 5 no tratamento de manutenção da asma em pacientes > 12 anos?
Corticóide inalatório em doses altas + formoterol em doses altas + LAMA OU omalizumabe/corticóide oral OU encaminhar para um especialista.
OBS.: indicações de omalizumabe → asma refratária à corticóides e beta-agonistas em dose alta, e IgE plasmática elevada.
Qual o tratamento de alívio da asma para pacientes < 12 anos?
Beta-2 de curta ação.
Qual o tratamento de manutenção da asma em pacientes
- Step 1: corticóide inalatório em doses baixas (contínuo ou apenas em conjunto com beta-2 de alívio).
- Step 2: corticóide inalatório em baixas doses contínuo.
- Step 3: corticóide inalatório em dose média contínuo OU beta-2 de longa ação + corticóide inalatório em baixas doses.
- Step 4: beta-2 de longa ação + corticóide inalatório em dose média.
- Step 5: adicionar corticóide oral em dose baixa OU omalizumabe.
OBS.: em crianças < 6 anos, evita-se o uso de beta-2 de longa ação.
Quais as características de uma crise asmática?
- Exacerbação aguda dos sintomas.
- Geralmente causada por infecções virais ou alérgenos ambientais.
Qual a classificação da crise asmática?
- Leve/moderada.
- Grave.
- Muito grave.
Quais as características da crise asmática leve/moderada?
- Dispnéia leve ou ausente.
- Consegue completar frases.
- SatO2 > 95%.
- Pick flow >50%.
Quais as características da crise asmática grave?
- Dispnéia moderada.
- Paciente agitado.
- Frases incompletas.
- Alcalose respiratória.
- FC > 120.
- SatO2 < 95%.
- Peak flow entre 50 e 30%.
Quais as características da crise asmática muito grave?
- Cianose.
- Confusão mental.
- Insuficiência respiratória.
- Acidose respiratória (PaCO2 > 35).
- Ausência de sibilos (“torax silencioso”).
- SatO2 < 90%.
- Peak flow < 30%.
OBS.: necessidade atual ou prévia de UTI = mal prognóstico.
Quais exames solicitar na crise asmática?
- Rx de tórax.
- Gasometria arterial.
Qual a conduta na crise asmática?
- Beta-2 de curta ação (fenoterol): a cada 20/20 minutos por 3x (principal droga).
- Se falha, crise grave ou muito grave: corticóide oral (principal) e ipratróprio na 1ª hora.
- O2 1-3l/min: se SatO2 < 92% em adultos e < 95% em crianças.
OBS.: reavaliar a cada 20 minutos. Se falha, repetir esquema.
Quais as medidas tomadas na crise de asma grave e refratária as medidas iniciais?
- Sulfato de magnésio (primeira droga).
- Metilxantinas/aminofilila (mais efeitos colaterais).
- Adrenalina SC (se refratário a tudo).
- Intubação: se crise muito grave → primeira medida.
OBS.: em crianças, a maioria das crises raramente evoluem com insuficiencia respiratória e risco de ventilação mecânica.
Qual a dose das medicação da crise asmática no adulto?
- Berotec (fenoterol): 2,5mg (10 gotas).
- Atrovent (ipratrópio): 250mg (20 gotas).
- Presinisona: 60mg.
- Hidrocortisona: 200mg.
Qual a dose das medicação da crise asmática na criança?
- Berotec: 0,1mg/kg (mínimo 5 gotas).
- Atrovent: 125-250 microgramas (o dobro de gotas do berotec).
- Predinisona: 1mg/kg.
Qual a receita da crise asmática após alta?
Predinisona por 5-7 dias.
Paciente de 68 anos vem ao PS com queixas de dispnéia a 6 anos. Já foi internado 3 vezes por problemas respiratórios. Fumou durants 50 anos. Qual o diagnóstico?
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
O que é DPOC?
Obstrução crônica dos bronquíolos, com destruição progressiva e fibrose do parênquima pulmonar de forma irreversível.
Quais os principais fatores de risco para a DPOC?
- Tabagismo (principal).
- Deficiência de alfa-1-antitripsina (pacientes jovens).
Quais as características da deficiência de alfa-1-antitripsina?
- Doença genética que promove a destruição pulmonar pela ação de proteases.
- Causa enfisema, DPOC e hepatopatia em pacientes jovens (< 45 anos).
- Raio x: hiperinsuflação pulmonar com predomínio do enfisema nas bases.
Qual a fisiopatologia da DPOC?
- Inflamação crônica da parede alveolar e brônquica.
- Infiltrado de mononucleares e polimorfonucleares.
- Redução do calibre dos brônquios.
- Destruição dos septos alveolares.
- Hipoventilação e retenção de CO2.
OBS.: devido a retenção de CO2, ocorre alterações no drive respiratório, que passa a responder á hipoxemia!
Quais as alterações gasométricas de um paciente com DPOC?
- Baixa PaO2 e SatO2.
- Alta PaCO2 e BE.
- pH normal ou LEVEMENTE reduzido.
Qual a clínica da DPOC?
- Tosse produtiva crônica.
- Dispnéia aos esforços.
- Tórax em tonel.
- Murmúrio vesicular diminuido.
- Cianose ou eritrocianose.
- Hipofonese do componente P2 de B2.
OBS.: a DPOC NÃO causa baqueteamento digital!
Quais os fenótipos típicos da DPOC?
- Pink puffer: paciente magro, com tórax em tonel e eritrocianose (sem cor pulmonale).
- Blue bloater: paciente obeso, com tosse produtiva, edema e cianose (cor pulmonale).
Como é o diagnóstico da DPOC?
Espirometria com prova broncodilatadora NEGATIVA.
OBS.: o primeiro parâmetro a se alterar é a FEF 25-75%.
Qual o estadiamento da DPOC?
- GOLD I: VEF1 > 80%.
- GOLD II: VEF1 50-79%
- GOLD III: VEF1 30-49%.
- GOLD IV: VEF1 < 30%.
OBS.: sempre pós-broncodilatador!
OBS.2.: cuidado! GOLD 1, 2, 3… é DIFERENTE de GOLD A, B, C…
Quais as alterações radiográficas da DPOC?
HIPERINSUFLAÇÃO!
- Aumento do espaço intercostal.
- Retifição da cúpula diagragmática.
- Hipotransparência pulmonar.
Qual a classificação do GOLD para pacientes com DPOC?
- 0 ou 1 exacerbação/ano: grupo A (poucos sintomas → mMRC 0-1 OU CAT < 10) e grupo B (muitos sintomas → mMRC 2 ou mais OU CAT 10 ou mais).
- 2 ou mais exacerbações/ano OU 1 internação: grupo C (poucos sintomas) e grupo D (muitos sintomas).
OBS.: mMRC > 2 = anda mais devagar que pessoas da mesma idade por falta de ar, tem que parar por falta de ar ao andar no mesmo passo ou limitação das atividades diárias.
Qual o tratamento da DPOC classificação GOLD A?
- LABA (beta agonista de ação longa).
- Opção: SABA (beta agonista de ação curta).