Dirs Flashcards
ideologia neoliberal
Baseada no indivíduo empreendedor, estimula-se a busca por
empreendedorismo.
Diante das mudanças do mundo contemporâneo, já não se pensa em formar para o posto de trabalho, mas, para a empregabilidade. Passa-se, portanto, a ideia de que, com os diversos cursos técnicos espalhados pelo país, todos os estudantes se tornarão empregáveis. Caberia às escolas e aos centros de formação profissional, desenvolver diversas competências e habilidades que gerem um novo trabalhador.
Apesar de a formação técnica poder incluir elementos de cidadania e consciência social, a crítica da perspectiva neoliberal produtivista enfatiza que a educação técnico-profissional é predominantemente orientada pela lógica do mercado. Isto é, a prioridade está em atender às demandas do mercado de trabalho, mais do que em promover ativamente a cidadania ou a luta pelos direitos sociais e
trabalhistas.
Embora um dos objetivos da formação técnico-profissional seja melhorar a empregabilidade dos indivíduos, não há garantia de empregabilidade para todos. O mercado de trabalho é afetado por variáveis econômicas, tecnológicas e sociais que podem influenciar a demanda por certas habilidades, fazendo com que a empregabilidade seja um fenômeno complexo e não totalmente assegurado pela formação profissional.
O foco não é apenas a manutenção do emprego atual, mas o desenvolvimento de uma ampla gama de competências que permitam aos indivíduos adaptar-se a diferentes oportunidades de trabalho ao longo da vida. O objetivo é preparar os estudantes para um mercado de trabalho em constante evolução, e não apenas para a manutenção de um emprego específico.
Desemprego Estrutural
A flexibilização das relações de trabalho, parte das mudanças na economia global, tem impacto direto sobre a estrutura do emprego, contribuindo para o surgimento de formas de emprego mais precárias e inseguras. Esse cenário favorece o desemprego estrutural, que se caracteriza pela desvinculação entre a
oferta de mão de obra e as demandas do mercado de trabalho, muitas vezes resultante de mudanças tecnológicas, reestruturação produtiva e a própria flexibilização laboral. Esse tipo de desemprego é particularmente difícil de ser eliminado porque está relacionado com fatores estruturais da economia e não apenas com flutuações econômicas de curto prazo.
Desemprego estrutural, que é a perda de empregos causada
por mudanças permanentes na economia, como o avanço tecnológico que leva à automação e à necessidade de menos mão de obra para realizar o mesmo trabalho. A automação industrial é uma das principais causas do desemprego estrutural, pois as máquinas substituem o trabalho humano em várias funções, tornando
alguns postos de trabalho obsoletos.
O fordismo
É um modelo de produção industrial caracterizado pela produção em massa e por uma linha de montagem altamente especializada e dividida.
Fordismo se refere ao sistema de produção em massa desenvolvido por Henry Ford no início do século XX, que se caracteriza pela produção padronizada e pelo uso da linha de montagem.
Enquanto o fordismo se refere a uma era de industrialização e ao emprego formal e estável, a “uberização” se refere a um modelo de trabalho baseado em tarefas e contratos flexíveis mediados por plataformas digitais.
Taylorismo
Refere-se a um sistema de gestão de produção que busca aumentar a eficiência pela análise científica do trabalho e pela divisão de tarefas. O Taylorismo é centrado na maximização da produtividade individual do trabalhador, enquanto a “uberização” é focada na prestação de serviços mediada por plataformas digitais e não necessariamente segue os princípios da gestão científica do trabalho.
Informacionalismo
Manuel Castells utiliza o termo “Informacionalismo” para designar o que é frequentemente chamado de “pós-industrialismo”. Este conceito-chave reflete a transição para uma era em que a criação, distribuição e manipulação da informação se tornam forças econômicas predominantes. No informacionalismo, a produtividade e a competitividade são impulsionadas pela capacidade das empresas e dos Estados de gerar conhecimento e processar informação eficientemente, o que é facilitado por redes de comunicação globais e avanços tecnológicos, particularmente nas áreas de computação e telecomunicações.
Invisibilidade do profissional.
Por trás da “mágica” do Google Assistant de sua capacidade de interpretar 26 idiomas está uma enorme equipe de linguistas distribuídos globalmente, trabalhando como subcontratados,
que devem rotular tediosamente os dados de treinamento para que funcione. Eles ganham baixos salários e são rotineiramente forçados a trabalhar horas extras não remuneradas. A inteligência artificial não funciona com um pozinho mágico. Ela funciona por meio de
trabalhadores que treinam algoritmos incansavelmente até que eles automatizem seus próprios trabalhos.
Uberização
A “uberização” é um termo derivado do nome da empresa Uber e refere-se à tendência crescente de plataformas digitais que mediam a prestação de serviços por meio de aplicativos. Essas plataformas operam sob um modelo de economia compartilhada, no qual o trabalho é baseado em tarefas específicas, em vez de empregos permanentes ou de longo prazo. Para a uberização é imprescindível a flexibilidade e a precarização das relações de trabalho, condições que levam a questões sobre o enquadramento legal dos
trabalhadores envolvidos, que muitas vezes são tratados como contratados independentes em vez de empregados com direitos trabalhistas garantidos
Ao longo do século XX, o Brasil passou por mudanças demográficas, inovações tecnológicas e transformações econômicas que alteraram a conformação do mercado de trabalho, criaram novas profissões e extinguiram outras.
A urbanização acelerada, o crescimento da população e a transição de uma economia majoritariamente agrária para uma mais industrializada e, posteriormente, para a ênfase no setor de serviços, criaram novas profissões e demandas de habilidades. Paralelamente, muitas profissões tradicionais foram reduzidas ou completamente extintas devido à automação, à mecanização e à mudança nas estruturas produtivas e comerciais. Estas transformações refletem a dinâmica do desenvolvimento socioeconômico e o impacto das
tecnologias na reconfiguração das relações de trabalho.
De acordo com uma análise da Universidade de Oxford e do Banco Mundial, 35% dos empregos no Reino Unido podem ser substituídos pela automação. Nos países da OCDE, 57% dos empregos estão em risco.
Esta afirmação é baseada em estudos reais que projetam o impacto potencial da automação e da inteligência artificial nos mercados de trabalho em todo o mundo. Os números indicam uma significativa
transformação nos tipos de empregos disponíveis, com muitas funções tradicionais sendo automatizadas, o que destaca a necessidade de adaptação dos trabalhadores e das políticas de emprego para lidar com essas mudanças.
De acordo com Ricardo Antunes, os processos de intensificação do uso de novas tecnologias e de novas formas de organização de produção, na era pós-fordismo, possibilitam um trabalho
mais qualificado e revalorizado, acarretando, entretanto, o desemprego e exclusão dos trabalhadores.
na era pós-fordismo, a intensificação do uso de novas tecnologias
e de novas formas de organização da produção contribui para a redução de custos e para a otimização da produtividade. Isso, por sua vez, pode levar a um trabalho mais qualificado e revalorizado. No entanto, o mesmo processo que aumenta a eficiência e potencialmente a qualidade do trabalho resulta em desemprego
e exclusão para boa parte da classe trabalhadora. Isso ocorre porque as inovações tecnológicas muitas vezes substituem a mão de obra humana, reduzindo o número de trabalhadores necessários para realizar determinadas tarefas.
Sociedade em rede, conforme discutido por teóricos como Manuel Castells
Sociedade em rede é um termo que descreve a forma como as
sociedades contemporâneas estão organizadas, enfatizando a importância das redes de informação e comunicação. Essas redes são fundamentais para a estrutura social, econômica e política na era da globalização. A ênfase na produção econômica no setor de serviços e na utilização intensiva do conhecimento, especialmente por meio de inovações tecnológicas, é uma característica marcante dessas sociedades, onde a informação e o conhecimento são recursos críticos.
Transição do taylorismo/fordismo para formas mais flexíveis e desregulamentadas de trabalho
Com a transição do taylorismo/fordismo para formas mais flexíveis e desregulamentadas de trabalho, os
trabalhadores são cada vez mais requisitados a serem flexíveis em suas funções. Isso inclui a capacidade de
adaptar-se rapidamente a novas tarefas, tecnologias e ambientes de trabalho, bem como a disposição para
lidar com arranjos de trabalho variáveis, como contratos temporários, trabalho autônomo e projetos de
curto prazo. A flexibilidade tornou-se uma competência essencial no mercado de trabalho contemporâneo,
refletindo a necessidade de ajustar-se às demandas de um ambiente econômico em rápida mudança e a uma
organização do trabalho cada vez mais fluida e precarizada.
O processo de reestruturação produtiva do capitalismo, iniciado nas décadas de 1970 e 1980
Caracterizouse por uma série de transformações no modo de produção e nas relações de trabalho. Entre essas transformações, destacam-se a adoção de novas tecnologias, a globalização da produção, a flexibilização do trabalho, e a busca por eficiência e redução de custos pelas empresas. Essas mudanças levaram à
precarização das relações de trabalho, com a expansão de formas de emprego mais flexíveis, mas também mais inseguras, como contratos temporários, trabalho autônomo, e empregos sem proteção social adequada. Além disso, o processo contribuiu para o aumento do desemprego em muitas regiões do mundo, à medida que a automação e a deslocalização da produção reduziram a demanda por mão de obra em setores tradicionais.
A flexibilização das leis que regulam as atividades laborais resulta em aumento da assimetria nas relações entre capital e trabalho, dificultando especialmente a ação de sindicatos em favor dos trabalhadores e trabalhadoras.
Reflete a realidade de que a flexibilização das leis trabalhistas, muitas vezes promovida sob a premissa de aumentar a competitividade e a eficiência das empresas, pode levar a uma maior precarização do trabalho. Isso aumenta a assimetria nas relações entre empregadores e empregados, enfraquecendo a posição dos trabalhadores e dificultando a ação coletiva de sindicatos que buscam defender os direitos e interesses da classe trabalhadora. A insegurança no emprego e a deterioração das condições de trabalho são algumas das consequências frequentemente associadas a essa flexibilização.
“Mais-valia”
A “mais-valia” é um conceito marxista que descreve a diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador mais a quantidade destinada à reprodução do próprio capital, representando também o lucro que é apropriado pelo capitalista. No contexto da modernidade, especialmente com a ascensão das tecnologias da informação, há um aumento da mais-valia devido à
capacidade dessas tecnologias de intensificar o trabalho e aumentar a produtividade sem necessariamente elevar a remuneração dos trabalhadores. Esse processo, combinado com a terceirização e a precarização, transforma trabalhadores tradicionais em “infoproletariado” - um termo que descreve trabalhadores
submetidos às novas formas de exploração no setor de tecnologia da informação.
