DII Flashcards
Qual DII tem efeito protetor do tabagismo e qual tem fator de risco?
RCU - efeito protetor
Chron - fator de risco
Quais o padrão de acometimento da RCU?
Nítida área demarcada entre a mucosa inflamada e a mucosa normal;
Poupa a camada muscular.
Qual o padrão de acometimento da DC?
O reto geralmente é poupado
Doença saltatória - áreas de mucosa doente intercaladas com mucosa normal
Afeta toda a parede do TGI
Imagem de “pedras em calçamento” ou “desenho de ladrilhos”
Granulomas não caseosos (patognomônicos porém nem sempre presentes)
Qual a clínica da RCU?
Diarreia com sangue e muco!
Dor abdominal discreta, evacuações de pequeno volume com tenesmo, podendo ocorrer urgência ou incontinência fecal, podendo ser exacerbada no período pós prandial e noturno.
Qual a clínica da DC?
Diarreia + dor abdominal + perda de peso!
As características da diarreia dependem do local de acometimento (alta x baixa)
Quando há acometimento de jejuno e íleo, pode-se desenvolver síndrome disabsortiva e déficit nutricional grave.
Acometimentos menos frequentes: perianal, gastroduodenal (2 porção do duodeno), boca (lesões aftoides)
Quais as complicações da RCU?
Colite tóxica - 15% dos casos - tto clínico, porém se choque indicado colectomia
Mega cólon tóxico - pode ocorrer em pacientes com doença grave - tto clínico, se piora - colectomia
Perfuração - rara, pode ocorrer no contexto do mega cólon, mas é a complicação mais temida, alta mortalidade
Câncer - a ocorrência de adenocarcinoma de cólon é muito mais frequente na RCU que na DC, principalmente com longo tempo de doença
Quais as complicações da DC?
Fístulas - 20-40% dos casos - acomete mais jovens, principalmente perianais, enteroentéricas e enterocutâneas. Alta recorrência
Estenose - pode levar a obstrução intestinal em 40% dos casos.
Abscessos - geralmente secundários a perfuração de alça, ocorre em 15 a 20% dos casos, mais frequente no íleo terminal. Tto de escolha é a ressecção da porção do intestino em contato com o abscesso.
Doença perianal - pode se manifestar por fístulas (mais comum), úlceras do canal anal, abscessos, hemorroidas ou estenose. Pode levar a incontinência fecal.
Megacolon é raro.
Há também risco aumentado (em comparação com a população em geral) de linfoma Hodgkin e não Hodgkin, carcinoma de células escamosas de vulva e canal anal.
Quais as características da artrite associada a DII?
Mais frequente na DC, piora com as exacerbações da atividade intestinal (diferente das demais complicações articulares), acomete grandes articulações, de forma assimétrica, poliarticular e migratória. A colectomia cura a artrite.
Quais as outras complicações articulares da DII?
Espondilite anquilosante (DC) - não regride com o tto da colite. Sacroileite (DC/RCU) - Nao correlacionada com atividade de doença.
Quais as manifestações cutâneas da DII?
Eritema nodoso
Pioderma gangrenoso - mais associado a RCU que DC. Pode surgir antes dos sintomas gastrointestinais.
Manifestações oculares
Conjuntivite, uveíte anterior (mais comum), episclerite
Manifestações hepatobiliares
DC: Colelitiase - má absorção de ácidos biliares que resulta em bile litogênica
RCU: colangite esclerosante (1-5% dos casos) - muito rara na DC
Complicações urológicas
Nefro/ureterolitíase: baixa absorção de ácidos graxos pela inflamação intestinal > ligação ao cálcio livre > permite passagem do oxalato livre, que é absorvido > se liga ao cálcio sérico/renal e forma cálculos de oxalato de cálcio
Quais os marcadores sorológicos presentes na DII?
p-ANCA (mais frequente na RCU)
ASCA (mais frequente na DC)
Quais imunobiológicos que podem ser utilizados no tratamento de DII?
Anti-TNF: Infliximabe (Mais imunogênico e pode causar efeitos adversos ou resistência a medicação), Adalimumabe, Golimumabe, Certolizumabe peguilado (aplicação mensal)
Anti-íntegrina: Natalizumabe (risco de LEMP - uso restrito aos casos de DC grave refratária que são IgG negativos pra anti-JC), Vedolizumabe
Qual a classificação da DC que ajuda a guiar o tratamento?
Leve-moderada: sem sintomas sistêmicos, aceitação da dieta, sem desidratação, sem perda ponderal > 10%. Sem sinais de complicações graves
Moderada-grave: com sintomas sistêmicos (febre), pobre aceitação da dieta, desidratação, perda ponderal > 10%, náuseas, vômitos, hipersensibilidade abdominal OU pacientes que não responderam ao tratamento inicial.
Grave-Fulminante: paciente toxemico, obstrução intestinal, peritonite, abscessos, caquexia OU que não responderam ao uso de Anti-TNF.
Tratamento Chron
Indução:
Leve-moderada: 5-ASA ou antimicrobianos (cipro ou metro), se pobre resposta, corticoide (budesonida de liberação ileal ou prednisona).
Moderada-grave: já inicia com anti-TNF + Imunomoduladores (associação é mais eficaz que a monoterapia)
Grave-fulminante: tratamento das complicações. Após, iniciar agentes biológicos ou corticoide.
Obs. Na presença de fístulas, deve-se priorizar os agentes biológicos + antibióticos. Somente as fístulas refratárias devem ser tratadas cirurgicamente.
Manutenção:
Se remissão com 5-ASA, manter a medicação;
Os imunomoduladores + biológicos devem ser mantidos por 1 ano. Depois pode-se reduzir para monoterapia
Classificação RCU para o tratamento
Leve: < 4 evacuações/dia + sintomas leves
Moderada: > 4 evacuações/dia + sintomas moderados a intensos, sem perda ponderal expressiva
Grave: > 6 evacuações/dia + sintomas inflamatórios exuberantes, anemia, perda ponderal importante
Tratamento RCU
Colite distal (leve): mesalazina retal, se baixa adesão à medicação retal - 5ASA oral; se ausência de resposta pode-se realizar associações - mesalazina retal + corticoide retal, ou mesalazina retal + 5ASA oral.. se boa remissão, pode ser dispensado tratamento de manutenção.
Colite moderada: 5-ASA VO, geralmente em dobro de dose da utilizada para casos leves. Se resposta pobre em 4 semanas, pode-se associar corticoide. Se reicidiva com terapia dupla ou reicidiva durante o desmame do corticoide, associar imunomodulador (azatioprina ou mercaptopurina, mtx não costuma ser usado).
Colite grave: internação para compensação clínica, antibioticoterapia de amplo espectro, corticoterapia endovenosa (não há benefício de pulso terapia). Se ausência de melhora em 7-10 dias, incluir agentes anti-TNF, ciclosporina ou cirurgia.
Em últimos casos ou mega cólon tóxico, considerar cirurgia.
Manutenção:
5-ASA
Imunomoduladores para os Que apresentam 2 ou mais reicidivas ao ano, bem como aos corticodependentes.
E o tratamento cirúrgico?
RCU: colectomia é curativa!
Indicada para: falhas ao tto clínico, carcinoma/displasias, colite fulminante refratária ou mega cólon tóxico e sangramento colônico maciço.
DC: cirurgia geralmente para tratar apenas complicações!