Diabetes gestacional Flashcards
Alterações fisiológicas da gestação relacionadas
Aumento da resistência à insulina e estado diabetogênico
Quando é diagnosticado?
Geralmente no segundo ou terceiro trimestre da gestação. Diabetes diagnosticado no primeiro trimestre sugere DM pré-gestacional.
Classificação de Priscila-White
Classe A1: DMG controlado com dieta.
Classe A2: DMG com necessidade de tratamento farmacológico.
Classe B: DM iniciado após 20 anos de idade E duração inferior a 10 anos.
Classe C: DM iniciado entre 10 e 19 anos de idade E duração entre 10 e 20 anos.
Classe D: DM iniciado antes dos 10 anos de idade OU duração superior a 20 anos OU retinopatia benigna.
Classe F: Nefropatia.
Classe R: Retinopatia proliferativa.
Classe RF: Retinopatia e nefropatia.
Classe T: Transplante renal prévio.
Classe H: Doença Arterial Coronariana.
Fatores de risco DMG
Idade > 35 anos
Sobrepeso/obesidade
História familiar de DM em parentes de primeiro grau
Crescimento fetal excessivo (macrossomia ou polidrâmnio)
Passado obstétrico adverso (malformações, abortamentos, óbito fetal/neonatal)
Uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticoides, hormônios tireoidianos em altas doses)
HAS
Dislipidemia
Síndrome dos ovários micropolicísticos
História de doença CV
Baixa estatura (<1,5m)
Esquema de rastreio
Início do pré-natal <20 semanas: GLICEMIA DE JEJUM imediatamente.
GJ maior ou igual a 126: DM pré-gestacional.
GJ entre 92 e 125: DM gestacional.
GJ menor que 92: repetir com TTOG entre 24-28 semanas.
Início do pré natal depois de 20 semanas: TTOG 75g (jejum, primeira hora e segunda hora).
Valores normais:
Jejum 92, 1a hora: 180 e 2 hora: 153.
👉🏻Se ao menos um valor
Jejum entre 92 e 125, 1a hora maior igual a 180 e 2a hora entre 153 e 199: DM gestacional.
Se jejum maior que 126 e segunda hora maior que 200: DM pré-gestacional.
Conduta pré-concepcional DM
✨Paciente deve ser orientada a engravidar apenas quando houver controle da doença por pelo menos 3 meses.
👉🏻Controle glicêmico rigoroso e HbA1C < 6,5%.
👉🏻Terapia intensiva para pacientes em uso de insulina (com múltiplas aplicações ao dia).
👉🏻Hipoglicemiantes orais que podem ser mantidos: metformina e glibenclamida (em casos selecionados).
👉🏻Ácido fólico deve ser iniciado 1 mês antes da concepção.
👉🏻Avaliar retinopatia.
👉🏻Rastrear DAC (se presente —> considerar potenciais riscos de gestação).
👉🏻Avaliação renal: albumina/creatinina urinária, creatinina sérica e TFG.
👉🏻Avaliação tireoidiana.
👉🏻PA <130/80 antes de tentar engravidar.
👉🏻Rever medicações potencialmente teratogênicas, como IECA, BRA, estatinas e fibratos.
👉🏻Redução de peso, se necessário.
👉🏻Aconselhamento genético.
Rotina pré-natal
É a mesma tanto para a diabética gestacional quanto para a pré-gestacional.
Se compensada: consultas mensais até 28 semanas, quinzenais até 34 é semanais de 34-parto.
Se descompensada: acompanhamento mais rigoroso.
Solicitar: proteinúria de 24 horas, fundoscopia, ECG, creatinina, lipograma e Hb glicada.
Pacientes com retinopatia devem ser avaliadas a cada 3 meses.
Critérios de mau prognóstico
Proteinúria > 3g por 24 horas.
Creatinina > 1,5 mg por decilitro.
HT < 25%.
PAM > 107 mmHg
Avaliação Fetal
👉🏻USG
1o trimestre: datar gestação e realizar translucência nucal.
2o trimestre: morfológico e eco.
3o trimestre: avaliar peso e índice de líquido amniótico.
👉🏻Mobilograma: a partir de 28 semanas.
👉🏻Cardiotocografia: 28 (descompensada) ou 32 semanas.
👉🏻Perfil Biofísico Fetal: se CTG não tranquilizadora.
👉🏻Doppler: Se vasculopatia, HAS e pré-eclâmpsia.
Principais complicações maternas relacionadas a diabetes
Hiperglicemia, hipertensão/pré-eclâmpsia, infecções recorrentes.
Cetoacidose diabética.
Abortamentos espontâneos.
Coma e morte.
Principais complicações fetais relacionadas a diabetes na gestação
Parto Prematuro
Macrossomia
Morte Fetal
Complicações neonatais: hipoglicemia, síndrome do desconforto respiratório, hipocalcemia, hiperbilirrubinemia, policitemia, cardiomiopatia, ICC e malformações fetais.
Tratamento
Orientação e educação da paciente.
Tratamento deve iniciar com dieta e mudança de estilo de vida.
Terapia nutricional indicada.
Exercícios físicos por no mínimo 30 min/dia (há contraindicações* - movimentos fetais reduzidos ou glicemia <60 ou >250).
Farmacológico quando dieta e exercícios não forem suficientes para controle glicêmico adequado (após 1-2 semanas) ou quando houver crescimento fetal excessivo.
Tratamento farmacológico
👉🏻Insulinoterapia
Insulina basal com NPH e insulina prandial com regular.
‼️Não iniciar bomba de insulina na gestação, exceto se a paciente já fizer uso anterior à gravidez ou se houver falha de todos os outros métodos.
Iniciar com 0,5 unidade/kg/dia.
👉🏻Hipoglicemiantes orais
⚡️Metformina: exceto quando DM diagnosticado antes de 25 semanas ou GJ>116.
⚡️Glibenclamida: última escolha. Maiores taxas de macrossomia e hipoglicemia neonatal.
👉🏻AAS: para gestante com diabetes pré-gestacional. Iniciar a partir de 12 semanas até 36.
Critérios de internamento
Controle metabólico inadequado Alteração de função renal HAS Restrição de crescimento fetal Polidrâmnio moderado a grave ITU complicada Cardiotocografia suspeita
Parto
👉🏻Pode ser feito corticoide (é hiperglicemiante) para maturação pulmonar - desde que com monitoramento intensivo de glicemia e ajustes necessários às doses de insulina.
👉🏻Tocólise também pode ser realizada, evitando beta-agonistas.
👉🏻Via de parto de acordo com indicação obstétrica.
✨Indicação de cesárea: peso>4kg, histerotomias prévias, apresentações não cefálicas, implantação anormal da placenta, oligoidrâmnio.
👉🏻Durante o parto:
Não administrar insulina quando diagnosticado TP ou na manhã do parto eletivo.
Solução glicosada 5% 50 ml por hora e glicemia capilar a cada 2 horas.
Se Gcap > 80 ➡️ bomba de infusão de insulina.
👉🏻Pós-parto
Monitorizar glicemias pós-prandial e antes de dormir.
Descontinuar tto em DMG (exceto em hiperglicemias francas persistentes). 💡DMG: Realizar TTOG 6 semanas após o parto. Recomendar mudança de estilo de vida e avaliação glicêmica a cada 1-3 anos, dependendo dos fatores de risco.
Pacientes com DM tipo 1 devem fazer teste para tireoidite pós-parto (com medida de TSH 3 e 6 meses após o parto).