Definitivo Flashcards
Como é usual em textos literários, no texto apresentado, observa-se o emprego recorrente de figuras de linguagem, tais como a prosopopeia, presente em “o papel aceita tudo” (linha 2) e “tipos negros mancham agora uma página branca” (linhas 12 e 13).
Não há uso da prosopopeia nos exemplos citados no item. Essa figura de linguagem é utilizada quando se personificam as coisas inanimadas, atribuindo-lhes os feitos e ações das pessoas, como nas fábulas. No primeiro exemplo (“o papel aceita tudo”), ocorre a metonímia, pois a palavra “papel” é utilizada no lugar de “uma página em branco”. No segundo caso (“tipos negros mancham agora uma página branca”), ocorre a antítese (paradoxo), pois há uma aproximação de duas palavras que expressam ideias opostas – tipos negros e página branca.
nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. A frase contém um hipérbato
correto. Hipérbato é a inversão dos termos da oração
A estrofe: O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente. Configura uma anáfora
Errado. A anáfora consiste na repetição de uma palavra ou expressão no início de frases ou versos, criando um efeito de reforço ou ênfase. No entanto, para que seja considerada anáfora, a repetição deve ocorrer no início das frases ou versos, e não em qualquer posição. Nesse caso, temos a mesma palavra no final de um verso e no começo de outro, o que é conhecido como anadiplose.
O trecho “Na dor lida sentem bem”. Contém uma sinestesia
Certo. Sinestesia é uma figura de linguagem que consiste na mistura de sensações percebidas por diferentes sentidos. Neste caso, a leitura envolve a visão, enquanto a dor envolve o tato.
No texto, Para viver um grande amor de Vinícius de Moraes, a linguagem foi empregada predominantemente em suas funções emotiva e poética.
Trechos: “Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-reportagem de Oscar Niemeyer sobre sua experiência em Brasília.”
“Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso.”
A função emotiva reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a utilização do sentido conotativo das palavras. Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das figuras de linguagem.
Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto se os infinitivos flexionados fossem substituídos pelas respectivas formas do infinitivo não flexionado no segmento “as gotas a evaporarem, as lesmas a prepararem os corpos para novas caminhadas”.
O usuário da língua só é obrigado a empregar o verbo no infinitivo pessoal (flexionado), caso o sujeito esteja explícito, próximo e o antecedendo. Como, nas duas ocorrências, a preposição “a” dá início a novas orações, o sujeito acaba por ficar apenas subentendido antes de tais verbos. É imperioso observar que os termos “as gotas” e “as lesmas” complementam o sentido de “olhar”, desempenhando a função de objeto direto. Logo, não havendo sujeito explicitado em “a evaporarem” e “ a prepararem os corpos para novas caminhadas”, o emprego do infinitivo impessoal também se coaduna com as prescrições gramaticais.
Brasil e Paraguai assinaram a Ata das Cataratas em 1966, com o propósito de atenuar as rivalidades territoriais no Salto das Sete Quedas e de aproveitar conjuntamente os recursos hidrelétricos do rio Paraná. Nessa ata, os dois países concordaram em realizar a partilha igualitária da energia elétrica que eventualmente seria produzida nos desníveis do rio Paraná até a foz do rio Iguaçu.
A Ata das Cataratas é o ponto de partida da chamada “diplomacia das cachoeiras” na Bacia do Prata, que gerou grande tensão com a argentina até a assinatura do Acordo Tripartite (Brasil, Argentina e Paraguai) sobre coordenação técnico-operativa para o aproveitamento hidrelétrico de Itaipu e Corpus, que resolve definitivamente a disputa política em relação à utilização dos recursos energéticos da bacia do Rio Paraná.
Os termos “trágico” (R.15), “de Uirá” (R.16) e “deste século” (R.16) exercem a mesma função sintática, na oração em que ocorrem.
Todos os termos exercem a função de adjunto adnominal (acompanham nomes). “(…) trágico percurso de Uirá (…)”; “(…) no Maranhão deste século (…)”.
Mantendo-se a correção gramatical do texto, o segmento “fora transformado em filme” (R. 11 e 12) poderia ser reescrito da seguinte forma: foi transposto para o cinema.
Item certo!
A presença do adjunto adverbial de tempo “no início da década de 70” permite que o verbo seja alterado do tempo pretérito mais que perfeito para o tempo pretérito perfeito (já que o item fala apenas em manter a correção gramatical).
No trecho “porque eu, Dom Pedro Quaderna” (R.54), a conjunção “porque” é expressão de realce, empregada de modo expletivo, visto que não estabelece relação entre a oração que ela introduz e outra oração do período.
Comprova-se a expressão de realce, ou expletiva, quando o termo pode ser retirado da oração sem prejuízo gramatical e do sentido.
“Sim, nobres Senhores e belas
Damas: porque eu, Dom Pedro Quaderna, desafio qualquer irônico…
A inserção de uma vírgula logo após “impossível”, em “um mal de amor impossível que leva a alma à desesperança” (l. 70 e 71), obrigaria à interpretação de que todo mal de amor impossível leva a alma a tal consequência.
Item certo! A inserção de uma vírgula após “impossível” realmente mudaria a interpretação da frase, indicando que todo mal de amor impossível leva a alma à desesperança, o que caracteriza uma oração adjetiva explicativa. Sem a vírgula, a frase sugere que apenas um mal de amor impossível específico leva a alma à desesperança, o que caracteriza uma oração adjetiva restritiva.
O trecho “se não corrente” (l.4) poderia ser corretamente substituído por se não for corrente, preservando-se o sentido original do texto.
O trecho “se não corrente” (l.4) poderia ser corretamente substituído por “se não for corrente”, preservando-se o sentido original do texto. A expressão “se não corrente” indica que a dupla significação do termo “caráter” ainda é vernácula, mesmo que não seja comum ou usual. A substituição por “se não for corrente” mantém essa ideia, indicando que a dupla significação ainda é vernácula, mesmo que não seja frequentemente utilizada.
No excerto entre parênteses (R.5-8), em que predomina a função poética da linguagem, é exemplo de construção sintática típica da linguagem coloquial: ‘e desgraçadamente está certo, essa é a lei dos homens.’
(“Disputam esfomeadamente a presa sublime, e desgraçadamente está certo, essa é a lei dos homens. Dos homens selvagens.”, desabafa Mário em carta a Paulo Duarte”) predomina a função poética, na qual se realça a expressividade da mensagem. Percebe-se, também, elementos de coloquialidade, como o sujeito elidido (suposto pelo autor).
Aquilo que reputava indispensável ao escritor, “certo sentimento íntimo que o torne homem do seu tempo e do seu país, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espaço”, ele o possuiu inteiramente.
A retirada do pronome oblíquo na oração “ele o possuiu inteiramente” preservaria a correção gramatical e o sentido original do texto.
Certo. Caso de pronome oblíquo pleonástico, com mera função de realce. O pronome se refere à “Aquilo”.
A substituição da oração relativa “que não formula” (R.11) por embora não a formule manteria o sentido original do texto e sua correção gramatical, desde que fossem mantidas as vírgulas que isolam referida oração.
“No plano cultural, satiriza a tirania da herança greco-latina e aspira a algo diferente, que não formula, sendo porém significativo que enquanto menciona Homero como exemplo de poeta desligado do real”
A oração “que não formula” faz referência a “algo diferente”. Por isso, para manter o sentido original do texto, o trecho “embora não a formule” deveria vir com o pronome oblíquo no masculino “o”, para fazer referência correta a “algo diferente”.