D. Const. Flashcards

1
Q

PODER JUDICIÁRIO (Info 983)

“É ou não?” - compatível com a CF a regra segundo a qual apenas os Desembargadores mais antigos possam concorrer aos cargos diretivos dos Tribunais de Justiça

A

Não é compatível

*** A CE de SP tratou sobre a eleição para os cargos de Presidente, Vice-Presidente e Corregedor do TJ. A Carta Estadual afirmou que somente poderiam concorrer a esses cargos os Desembargadores integrantes do órgão especial do TJ/SP, ou seja, os Desembargadores mais antigos, reproduzindo o disposto no art. 102 da LOMAN.

+++ O art. 102 da LOMAN (LC 35/79) não foi recepcionado pela CF/88.

+++ O STF entende que os Tribunais de Justiça possuem autonomia para disciplinar a eleição dos seus cargos de direção (Presidente, Vice-presidente e Corregedor-geral de justiça) e que todos os seus membros podem concorrer às vagas.

+++ O art. 62 da CE de SP, ao restringir o universo dos possíveis candidatos aos órgãos de cúpula do TJ/SP aos integrantes de seu órgão especial, desrespeitou a autonomia administrativa dos tribunais, consagrada no art. 96, I, “a”, e no art. 99 da CF/88.

+++ A composição do órgão especial passa a ser ditada não apenas pela antiguidade, mas também pela eleição dentre os pares do plenário dascortes.

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2
Q

SEGURANÇA PÚBLICA (Info 983)

“É ou não possível?” - que os Estados-membros criem órgão de segurança pública diverso daqueles que estão previstos no art. 144 da CF/88

A

Não é possível

*** Os Estados-membros e o DF devem seguir o modelo federal.

*** O art. 144 da Constituição aponta os órgãos incumbidos do exercício da segurança pública, sendo esse rol taxativo.

*** Assim, a Constituição Estadual não pode prever a criação de Polícia Científica como órgão integrante da segurança pública.

+++ Nada impede que a Polícia Científica, criada pelo Estado-membro para ser o órgão responsável pelas perícias, continue a existir e a desempenhar suas funções, sem estar, necessariamente, vinculada à Polícia Civil. No entanto, deve-se afastar qualquer interpretação que lhe outorgue caráter de órgão de segurança pública.

*** O STF afirmou que essa previsão é CONSTITUCIONAL, mas desde que se interprete que esse órgão criado “Polícia Científica”, não tem caráter de órgão de segurança pública

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3
Q

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA (Info 981)

É - “constitucional ou inconstitucional?” - lei estadual que discipline a instalação de antenas transmissoras de telefonia celular.

A

É inconstitucional

*** É inconstitucional Lei estadual que, a pretexto de proteger a saúde da população, estabelece limites de radiação para a instalação de antenas transmissoras de telefonia celular.

*** Essa lei é formalmente inconstitucional porque adentrou na esfera de competência privativa da União.

*** Essa lei adentra na esfera de competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações.

*** A União, no exercício de suas competências (art. 21, XI e art. 22, IV, da CF/88), editou a Lei nº 9.472/97, que, de forma nítida, atribui à ANATEL a definição de limites para a tolerância da radiação emitida por antenas transmissoras.

*** Compet. Residual = Estado Membro

*** A defesa da saúde é matéria de competência concorrente (art. 24, XII, da CF/88). No entanto, esta Lei, a pretexto de proteger a saúde da população, traz regras sobre a instalação de antenas transmissoras. Esse assunto diz respeito aos serviços de telecomunicação, o que é de competência privativa da União.

Cuidado para não confundir com esse outro entendimento:

É CONSTITUCIONAL lei municipal que discipline o uso e a ocupação do solo urbano para instalação de torres de telefonia celular no respectivo município

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4
Q

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS (INFO 980)

É - “constitucional ou inconstitucional?” - lei municipal que proíba a divulgação de material com referência a “ideologia de gênero” nas escolas municipais

STF. Plenário.ADPF 457 (2020)

A

É inconstitucional

*** Compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional.

*** Inconstitucionalidade formal

*** Há também inconstitucionalidade material nessa lei.

Lei municipal proibindo essa divulgação viola:
• a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (art. 206, II, CF/88); e
• o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas (art. 206, III).

Essa lei contraria ainda um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que é a promoção do bem de todos sem preconceitos (art. 3º, IV, CF/88).

Por fim, essa lei não cumpre com o dever estatal de promover políticas de inclusão e de igualdade, contribuindo para a manutenção da discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.

+++ A Lei municipal que proíbe a divulgação de material com referência a “ideologia de gênero”nas escolas municipaisconfigura censura prévia.

+++ O reconhecimento da identidade de gênero é constitutivo da Dignidade Humana.

+++ Vale ressaltar que a expressão “ideologia de gênero” não é tecnicamente correta.O mais adequado é falar em identidade de gênero.

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5
Q

DIREITOS SOCIAIS (INFO 980)

O art. 522 da CLT, que prevê um número máximo de empregados que podem ser dirigentes sindicais, é - “compatível ou incompatível?” - com a CF/88 e não viola a garantia da liberdade –?–.

A

compatível com a CF; sindical

*** O art. 8º, VIII, da CF/88 prevê que os dirigentes sindicais não podem ser demitidos, salvo se cometerem falta grave.

*** O art. 522 da CLT prevê um número máximo empregados que podem ser dirigentes sindicais

*** A liberdade sindical tem previsão constitucional, mas não possui caráter absoluto.

*** Logo, o art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988.

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6
Q

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Procurador público possui capacidade postulatória para interpor recurso –?– em ação de controle concentrado de constitucionalidade, desde que o legitimado tenha outorgado poderes.

A

extraordinário

*** Os procuradores públicos têm capacidade postulatória para interpor recursos extraordinários contra acórdãos proferidos em sede de ação de controle concentrado de constitucionalidade, nas hipóteses em que o legitimado para a causa outorgue poderes aos subscritores das peças recursais.

Imagine a seguinte situação adaptada:

O Prefeito do Município de Natal(RN) ajuizou ADI no TJ/RN contra determinada lei municipal, de iniciativa parlamentar.

O TJ/RN julgou improcedente o pedido, declarando a constitucionalidade da lei.

O acórdão foi publicado e o Prefeito de Natal interpôs recurso extraordinário para o STF.

O ponto polêmico é que este recurso foi assinado apenas pelos Procuradores Municipais
(e não pelo Prefeito).

Vale ressaltar, contudo, que havia, nos autos, autorização para os procuradores municipais recorrerem contra as decisões proferidas.

Diante disso, surgiu a dúvida: o Prefeito Municipal também precisaria ter assinado o recurso ou basta o Procurador? Basta o Procurador.

*** Os Procuradores (do Estado, do Município, da ALE, da Câmara etc.) possuem legitimidade para a interposição de recursos em ADIn.

*** A ADIn deve ser, obrigatoriamente, assinada pelos legitimados do art. 103 da CF/88 ou, por simetria, pelos legitimados previstos na CE. Isso porque o ajuizamento ou não da ação é um ato de natureza política. Assim, em nosso exemplo, o Prefeito obrigatoriamente teve que assinar essa ADI.

+++ Por outro lado, os atos subsequentes ao ajuizamento da ação (inclusive a interposição dos recursos) são atos de natureza técnica.

Cuidado!!! Não confundir!!!

O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle concentrado de constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador.

A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio Governador (previsto como legitimado pelo art. 103 da CF/88) e não do Estado-membro.

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7
Q

ADIn

O aditamento à petição inicial da ADIn para que sejam incluídos novos –?– legais somente é possível nas hipóteses em que a inclusão da nova impugnação:

a) dispense a requisição de novas –?– e manifestações; e
b) não prejudique o –?– da ação

A

dispositivos

a) informações
b) cerne

*** Admite-se o aditamento ao pedido inicial formulado pelo Procurador-Geral da República por ocasião de seu parecer, em casos em que tal aditamento tenha o objetivo de incluir normas que fazem parte do mesmo complexo normativo em que estão inseridas as normasobjeto do pedido inicial, desde que lhes seja comum o fundamento jurídico invocado

*** Não pode ampliar o escopo da ação.

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8
Q

É cabível o ajuizamento de –?– contra interpretação judicial de que possa resultar lesão a preceito fundamental.

A

ADPF

*** Cabe ADPF contra o conjunto de decisões judiciais que determinam medidas de constrição judicial em desfavor do Estado-membro, das Caixas Escolares ou das Unidades Descentralizadas de Execução da Educação UDEs e que recaiam sobre verbas destinadas à educação.

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9
Q

TRIBUNAIS DE CONTAS (INFO 980)

É - “constitucional ou inconstitucional?” - dispositivo da CE/SP que preveja que o TCM/SP será composto por cinco conselheiros e que obedecerá às normas da Constituição Federal, da Constituição Estadual e as normas pertinentes aos Conselheiros do TCE.

A

É constitucional.

*** Para o STF, essa previsão não ofende a autonomia municipal nem viola o princípio da simetria.

Se a Constituição Federal prevê nove conselheiros para a composição do TCU e sete para composição dos tribunais de contas dos estados, é razoável que um tribunal de contas municipal tenha um número inferior de conselheiros.

Desse modo, não se vislumbra nenhuma ofensa ao princípio da simetria.

+++ Vale ressaltar que a CF/88 nãoproíbe que os Estados criem novos Tribunais de Contas dos Municípios (Tribunais que servem para fiscalizar vários Municípios de um Estado).

+++ A CF/88 proíbe que sejam criados novos Tribunais de Contas Municipais (de um só Município)

*** A fixação da remuneração dos conselheiros cabe ao Município (mesmo que em valor diverso do fixado para os conselheiros estaduais).

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10
Q

ADVOCACIA PÚBLICA

a) Técnico superior em Direito de autarquia estadual não pode exercer atribuições de –?– jurídica da entidade, mas pode fazer atuação jurídica no âmbito –?– da autarquia, desde que sob a supervisão de –?– do Estado.
b) É vedada a atribuição de atividades de representação judicial e de consultoria ou assessoramento jurídicos a –?– administrativo da área jurídica

A

a) representação; interno; Procurador
b) analista

*** É inconstitucional lei estadual que preveja que servidor de autarquia (no caso, era Técnico Superior do DETRAN) será responsável por:

  • representar a entidade “em juízo ou fora dele nas ações em que haja interesse da autarquia”.
  • praticar “todos os demais atos de natureza judicial ou contenciosa, devendo, para tanto, exercer as suas funções profissionais e de responsabilidade técnica regidas pela Ordem dos Advogados do Brasil OAB”.

A legislação impugnada, apesar de não ter criado uma procuradoria paralela, atribuiu ao cargo de Técnico Superior do Detran/ES, com formação em Direito, diversas funções privativas de advogado.

O STF decidiu modular os efeitos dadecisão para:

  • manter os cargos em questão, excluídas as atribuições judiciais inerentes às procuradorias;
  • declarar a validade dos atos praticados (ex: contestações, recursos etc.) até a data do julgamento, com base na teoria do funcionário de fato.

*** Também são inconstitucionais os dispositivos da lei que preveem que o Técnico Superior do DETRAN possa “apresentar recursos em qualquer instância”, “comparecer às audiências e outros atos para defender os direitos do órgão” e “promover medidas administrativas e judiciais para proteção dos bens e patrimônio do DETRAN-ES.

*** Princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal:

Segundo este “princípio”, os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal serão os únicos responsáveis pela representação judicial e pela consultoria jurídica das respectivas unidades federadas

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11
Q

a) É possível que o Estado-membro (ou DF) crie Procuradorias autárquicas como órgãos distintos da PGE?
b) Segundo a jurisprudência do STF, é possível que lei estadual crie cargos em comissão para o desempenho das atribuições de assessoramento jurídico no âmbito do Poder Executivo?

A

a) NÃO.
b) Não.

*** Isso porque a CF/88 determina que a representação judicial e a consultoria jurídica do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, deve ser feitapela PGE, nos termos do art. 132 da CF/88.

Princípio da Unicidade da representação judicial e da consultoria jurídica dos Estados e do Distrito Federal

A atividade de assessoramento jurídico do Poder Executivo dos Estados deve ser exercida por Procuradores do Estado, organizados em carreira, cujo ingresso depende de concurso público de provas e títulos, nos termos do art. 132 da CF/88.

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12
Q

O modelo constitucional da atividade de representação judicial e consultoria jurídica dos Estados exige a unicidade orgânica da advocacia pública estadual, incompatível com a criação de órgãos jurídicos paralelos para o desempenho das mesmas atribuições no âmbito da Administração Pública Direta ou Indireta.

Este princípio possui exceções?

A

SIM.

Podemos mencionar a existência de duas exceções:

EXCEÇÃO 1:

É possível a criação de procuradorias vinculadas ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas, para a defesa de sua autonomia e independência perante os demais Poderes, hipótese em que se admite a consultoria e assessoramento jurídico dos órgãos por parte de seus próprios procuradores. Nesse sentido já decidiu o Supremo: é constitucional a criação de órgãos jurídicos na estrutura de Tribunais de Contas estaduais, vedada a atribuição de cobrança judicial de multas aplicadas pelo próprio tribunal (STF. Plenário. ADI 4070/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016).

EXCEÇÃO 2:

ADCT/Art. 69. Será permitido aos Estados manter consultorias jurídicas separadas de suas Procuradorias-Gerais ou Advocacias-Gerais, desde que, na data da promulgação da Constituição, tenham órgãos distintos para as respectivas funções.

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13
Q

Os Municípios são obrigados a possuir Procuradorias Municipais, organizadas em carreira, mediante concurso público, para o desempenho das funções de representação judicial e consultoria jurídica?

A

Infelizmente, prevalece que NÃO

*** Não existe, na Constituição Federal, a figura da advocacia pública municipal. Os Municípios não têm essa obrigação constitucional.

*** Tramita no CN uma PEC com o objetivo de “alterar a redação do art. 132 da CF para estender aos Municípios a obrigatoriedade de organizar carreira de procurador (para fins de representação judicial e assessoria jurídica).

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14
Q

COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS (Info 979)

É inconstitucional lei estadual que afasta as exigências de revalidação de diploma obtido em instituições de ensino superior de outros países para a concessão de benefícios e progressões a servidores públicos.

Essa lei invade a competência privativa da –?– para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional.

A

União

*** Muitas carreiras públicas pagam gratificações ou concedem promoções caso o servidor tenha especialização, mestrado ou doutorado. Ex: gratificação de 20% para o servidor que tenha mestrado

*** O Estado argumentou que essa lei foi editada com base na competência legislativa suplementar prevista no art. 24, IX, da CF/88:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

(…)IX -educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;

O STF afirmou que o tema em questão se enquadra no inciso XXIV do art. 22 da CF/88:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:(…)

XXIV -diretrizes e bases da educação nacional

Esse tema precisa ter um tratamento uniforme em todo o território nacional, devendo os Estados seguirem, portanto, os parâmetros fixados pela União.

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15
Q

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE (Info 978)

Lei estadual que modifique os limites geográficos de Município pode ser objeto de –?–.

A

ADIn

*** Lei estadual que dispõe sobre criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios possui natureza normativa e abstrata, desafiando o controle concentrado

*** A A.L. do Estado do RJ sustentou que essa lei seria um ato normativo de efeitos concretos e, por isso, não poderia ser questionada por meio de ADIn.

*** Leis estaduais que modificam limites geográficos municipais possuem natureza normativa e abstrata e, portanto, podem ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade.

*** Tais atos normativos inovam e perpetuam-se no sistema jurídico pátrio.

+++ Lei estadual que dispõe sobre criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios possui natureza normativa e abstrata, desafiando o controle concentrado.

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16
Q

COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS (Info 978)

Padece de –?– formal lei de iniciativa parlamentar que disponha sobre atribuições de órgãos da –?– Pública

A

inconstitucionalidade; Administração

*** A A.L. de SP aprovou a Lei estadual nº 12.636/2007, de iniciativa de um Deputado Estadual, impondo à Secretaria de Segurança Pública do Estado uma série de providências. Uma as medidas exigidas foi a de que no fardamento dos policiais deveria ter estampado o número do registro.

*** Essa lei possui um vício de inconstitucionalidade formal por violar o art. 84, VI, “a” e o art. 61, § 1º, II, “e”, da CF/88.

Compete privativamente ao Presidente da República:

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

II -disponham sobre:

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI

+++ O STF, ao interpretar esses dispositivos, entende que a CF/88 reservou ao chefe do Poder Executivo a iniciativa para propor leis que tratem sobre as atribuições ou a estrutura dos órgãos públicos.

+++ Apesar de os dispositivos acima falarem apenas em “Presidente da República”, eles também são aplicados, por simetria, aos Governadores do Estado,.

17
Q

CNMP (Info 978)

É - “constitucional ou inconstitucional?” - a Resolução 27/2008, do CNMP, que proíbe que os servidores do Ministério Público exerçam advocacia.

A

É constitucional.

*** A liberdade de exercício profissional não é um direito absoluto, devendo ser interpretada dentro do sistema constitucional como um todo.

*** O direito dos administrados de ter uma Administração Pública proba e eficiente se sobressai em face do direito individual de alguns servidores de exercer a advocacia privada concomitantemente ao exercício do cargo público.

18
Q

PODER LEGISLATIVO (Info 977)

É –?– norma da CE que preveja a possibilidade de a A.L. convocar o Presidente do TJ ou o PGJ para prestar informações na Casa, afirmando que a sua ausência configura crime de responsabilidade.

A

inconstitucional

*** O art. 50 da CF/88, norma de reprodução obrigatória, somente autoriza que o Poder Legislativo convoque autoridades do Poder Executivo, e não do Poder Judiciário ou do Ministério Público. (P. Simetria).

*** O Estado-membro, ainda que por meio de sua Constituição, não pode criar crime de responsabilidade. (Compet. legislativa União)

19
Q

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

A MP 954/2020 exorbitou dos limites traçados pela –?– ao autorizar a disponibilização dos dados pessoais de todos os consumidores dos serviços STFC e SMP, pelos respectivos operadores, ao IBGE.

A MP 954/2020 exorbitou os limites impostos pela CF/88, violando o princípio da –?–.

Ao não definir apropriadamente como e para que serão utilizados os dados coletados, a MP 954/2020 não oferece condições para avaliação da sua adequação e –?–.

A MP viola, portanto, a garantia do devido –?– legal em sua dimensão substantiva (princípio da proporcionalidade)

A MP 954/2020 não apresenta também mecanismos –?– ou administrativo para proteger os dados pessoais de acessos não autorizados, vazamentos acidentais ou utilização indevida.

A

Constituição; Proporcionalidade; necessidade; processo; técnico

*** A MP 954/2020 determinava que, durante a emergência de saúde decorrente do covid-19, as empresas de telefonia fixa e móvel deveriam fornecer ao IBGE os dados dos seus clientes: relação dos nomes, números de telefone e endereços.

Segundo a MP, essas informações seriam utilizadas para a produção das estatísticas oficial, com o objetivo de realizar entrevistas não presenciais com os clientes das empresas

As informações disciplinadas pela MP 954/2020 configuram dados pessoais e, portanto, estão protegidas pelas cláusulas constitucionais que asseguram a liberdade individual a privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade (art. 5º, X e XII). Sua manipulação e tratamento deverão respeitar esses direitos e os limites estabelecidos pela Constituição.

As entrevistasdomiciliares feitas pelos pesquisadores do IBGE ficaram prejudicadas e a forma de resolver esse problema seria utilizar as informações das companhias para a realização de entrevistas via telefone.

ADIs

Foram ajuizadas cinco ADIn contra a MP 954/2020 alegando, em síntese, que ela violaria os dispositivos da CF que garantem a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, o sigilo dos dados e a autodeterminação informativa.

O STF, por maioria, ao apreciar a medida cautelar, decidiu suspender a eficácia da MP954/2020.

20
Q

COMPETÊNCIAS FEDERATIVAS (Info 976)

“É ou não??” - possível exigir que Estados-membros e Municípios se vinculem a autorizações e decisões de órgãos federais para tomar atitudes de combate à pandemia.

O STF, ao apreciar a medida cautelar, decidiu:

• confirmar a medida acauteladora concedida monocraticamente pelo Relator para “tornar explícita, no campo pedagógico e na dicção do Supremo, a competência –?–.

Em outras palavras, as providências adotadas pelo Governo Federal não afastam atos a serem praticados por Estado, o DF e Município considerada a competência concorrente na forma do artigo 23, inciso II, da Lei Maior.

Estados e Municípios não precisam de autorização da –?– para adotar as medidas necessárias ao combate do coronavírus. Logo, essa exigência de que os gestores locais de saúde tenham autorização do Ministério da Saúde para adotar as medidas não é compatível com a Constituição e, por isso, foi suspensa.

A União tem a possibilidade de atuar na questão do transporte e das rodovias intermunicipais, mas desde que fique demonstrado que haja interesse –?–. Ex: a União pode determinar a interdição de rodovias para garantir o abastecimento mais rápido de medicamentos, sob a perspectiva de um interesse –?–.

A

Não é possível; concorrente; União; geral; nacional

*** O art. 3º, VI, “b”, e os §§ 6º e 7º, II, da Lei nº 13.979/2020 estabeleceram que os Estados e Municípios somente poderia adotar algumas medidas se houvesse autorização da União.

+++ O STF, ao apreciar ADI contra a Lei, decidiu:

a) suspender parcialmente, sem redução de texto, o disposto no art. 3º, VI, “b”, e §§ 6º e 7º, II, da Lei nº 13.979/2020, a fim de excluir estados e municípios da necessidade de autorização ou de observância ao ente federal; e
b) conferir interpretação conforme aos referidos dispositivos no sentido de que as medidas neles previstas devem ser precedidas de recomendação técnica e fundamentada, devendo ainda ser resguardada a locomoção dos produtos e serviços essenciais definidos por decreto da respectiva autoridade federativa, sempre respeitadas as definições no âmbito da competência constitucional de cada ente federativo.

+++ Assim, os Estados/DF e Municípios podem, mesmo sem autorização da União, adotar medidas como isolamento, quarentena, exumação, necropsia, cremação e manejo de cadávere restrição à locomoção interestadual e intermunicipal em rodovias, portos ou aeroportos.

Vale ressaltar que Estados e Municípios não podem fechar fronteiras, pois sairiam de suas competências constitucionais.

A adoção de medidas restritivas relativas à locomoção e ao transporte, por qualquer dos entes federativos, deve estar embasada em recomendação técnica fundamentada de órgãos da vigilância sanitária e tem de preservar o transporte de produtos e serviços essenciais, assim definidos nos decretos da autoridade federativa competente.

Autonomia dos entes deve ser respeitada.

O governo federal tem o papel primordial de coordenação entre os entes federados.

21
Q

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE (Info 976)

O advogado que assina a petição inicial da ADIn precisa de procuração com poderes –?–.

A procuração deve mencionar a lei ou ato –?– que será impugnado na ação.

Não basta que a procuração autorize o ajuizamento de ADI, devendo indicar, de forma –?–, o ato contra o qual se insurge.

Essa exigência constitui vício sanável?

A

específicos;

normativo;

específica

Sim. É possível a sua regularização antes que seja reconhecida a carência da ação.

*** Ex: uma entidade de classe de âmbito nacional contrata um escritório de advocacia para ajuizar uma ADI; na procuração outorgada pelo presidente dessa entidade deverá constar expressamente algo como: outorga poderes para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra os artigos X, Y e Z, da Lei nº XXX/XXXX

É sanável o vício na representação processual consistente na ausência de procuração com poderes específicos com expressa referência ao ato normativo questionado.

22
Q

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

É - “cabível ou incabível?” -, em tese, ADO pedindo a instituição de pagamento de valor mínimo em favor dos mais necessitados durante situação de calamidade pública decorrente de pandemia

A

É cabível

*** Alguns dias após o ajuizamento da ADO, foi publicada a Lei nº 13.982/2020, que criou um benefício semelhante ao que se pretendia na ação.

A Lei nº 13.982/2020 instituiu o “auxílio emergencial”, um benefício financeiro no valor de R$ 600,00 por mês, pago pela União a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e que tem por objetivofornecer proteção emergencial, pelo prazo de 3 meses.

+++ Quanto ao mérito, o pedido foi julgado prejudicado uma vez que foi aprovado o auxílio emergencial (Lei nº 13.982/2020) e, consequentemente, foi satisfeito o objeto da ADO.

23
Q

ACESSO À INFORMAÇÃO

É - “inconstitucional ou constitucional?” - o art. 6º-B da Lei nº 13.979/2020, incluído pela MP 928/2020, porque ele impõe uma série de restrições ao livre acesso do cidadão a informações.

A

É inconstitucional

*** O art. 6º-B não estabelece situações excepcionais e concretas impeditivas de acesso à informação. Pelo contrário, transforma a regra constitucional de publicidade e transparência em exceção, invertendo a finalidade da proteção constitucional ao livre acesso de informações a toda sociedade.

STF. Plenário.ADI 6351

+++ O art. 6º-B é inconstitucional porque pretende transformar a exceção (sigilo de informações) em regra, afastando a plena incidência dos princípios da publicidade e da transparência

*** Transparência e publicidade são decorrência da democracia representativa

*** Dever de prestar as informações

+++ Publicidade só pode ser restringida, excepcionalmente, se houver interesse público que justifiquea medida

*** O Ministro Roberto Barroso acrescentou que, na Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação), “existem válvulas de escape para situações emergenciais”.

Assim, a Lei nº 12.527/2011 permite, excepcionalmente, que haja arecusa do acesso à informação, caso haja uma impossibilidade fática ou jurídica, mas desde que isso seja devidamente justificado

24
Q

COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS

É - “constitucional ou inconstitucional?” - lei estadual que proíba a utilização de animais para desenvolvimento, experimentos e testes de produtos cosméticos, de higiene pessoal, perfumes e seus componentes

A

É constitucional

*** A proteção da fauna é matéria de competência legislativa concorrente (art. 24, VI, da CF/88).

+++ Mesmo que o tema tenha sido tratado de forma mais restrita pela lei estadual, isso não se mostra inconstitucional porque, em princípio, é possível que os Estados editem normas mais protetivas ao meio ambiente, com fundamento em suas peculiaridades regionais e na preponderância de seu interesse, conforme o caso.

*** ADI

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos –ABIHPEC ajuizou ADI questionando a lei sob o argumento de que ela teria invadido campo legislativo reservado à União para legislar sobre fauna, conservação da natureza e proteção do meio ambiente.Sustentou a inconstitucionalidade formal da lei ao argumento de que a União, por meio da Lei nº 11.794/2008, autorizou a realização de testes em animais.

*** O STF possui o entendimento de que, em princípio, em regra, é possível que os Estados editem normas mais protetivas ao meio ambiente que as normas gerais da União, com fundamento em suas peculiaridades regionais e na preponderância de seu interesse, conforme o caso.

25
Q

MINISTÉRIO PÚBLICO (Info 975)

É - “constitucional ou inconstitucional?” - LC estadual que preveja que compete exclusivamente ao Procurador-Geral de Justiça interpor recursos ao STF e STJ

A

É constitucional.

Situação Concreta - LOMP do R. Grande Norte:

Se um Procurador de Justiça entender que se deve interpor recurso extraordinário ou recurso especial contra um acórdão do Tribunal de Justiça, ele deveria encaminhar uma manifestação nesse sentido para o PGJ e este interporia o recurso

*** Lei Orgânica estadual do Ministério Público pode atribuir privativamente ao Procurador-Geral de Justiça a competência para interpor recursos dirigidos ao STF e STJ.

Além disso, não há ofensa aos princípios do promotor natural e da independência funcional dos membros do Parquet, uma vez que:

  • se trata de mera divisão de atribuições dentro do Ministério Público estadual, veiculada por meio de lei;
  • e não se possibilita a ingerência do PGJ nas atividades dos Procuradores de Justiça, que conservam plena autonomia no exercício de seus misteres legais.

O art. 61, § 1º, d, da CF afirma que o Pr. Rep. possui iniciativa privativa para as leis federais que tratem

  • sobre a organização do MPU (a Lei editada foi a LC 75/93);
  • sobre as normas gerais para a organização dos MP dos Estados (a Lei editada foi a Lei nº 8.625/93).

Art. 128 (…)§ 5º, CF/88:

LC da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros

A Lei nacional não pormenoriza a atuação dos Procuradores-Gerais de Justiça e dos Procuradores de Justiça em sede recursal.

26
Q

Se o Ministério Público Estadual é parte em um processo e houve recurso para o STJ e STF, ele poderá atuar diretamente neste recurso ou ele precisará da participação do MPF?

A

Poderá atuar sozinho, sem a participação do MPF.

*** O Ministério Público Estadual tem legitimidade para atuar diretamente como parte em recurso submetido a julgamento perante o STJe STF.

27
Q

É constitucional LC estadual que preveja que compete exclusivamente ao Procurador-Geral de Justiça interpor recursos ao STF e STJ

Mas atribuir essa competência apenas para o PGJ não violaria o princípio da independência funcional?

A

NÃO.

O membro do Ministério Público é independente no exercício de suas funções, não ficando sujeito às ordens de quem quer que seja, somente devendo observância à Constituição e às leis.

No Parquet, a hierarquia se dá apenas no âmbito administrativo.

Contudo, a independência funcional do órgão do Ministério Público é exercida dentro das atribuições fixadas na lei, até porque a atuação do Parquet se dá, institucionalmente, de forma organizada e hierarquizada, uma vez que seus agentes exercem as respectivas funções sob determinadas regras e limites impostos pela estrutura interna do organismo.

28
Q

É constitucional LC estadual que preveja que compete exclusivamente ao Procurador-Geral de Justiça interpor recursos ao STF e STJ

Essa atribuição privativa do PGJ viola o princípio do promotor natural?

A

Não.

O princípio do promotor natural significa tão somente a existência de órgão do Ministério Público escolhido por critérios legaispreviamente definidos.

Distribuição de atribuições pela lei não viola, em regra, os princípios da independência funcional e do promotor natural

29
Q

ADVOCACIA PÚBLICA (Info 975)

Norma estadual - “pode ou não?” - conferir autonomia para a PGE.

As Procuradorias de Estado, por integrarem os respectivos Poderes –?–, não gozam de –?– funcional, administrativa ou financeira, uma vez que a administração direta é una e não comporta a criação de distinções entre órgãos em hipóteses não contempladas explícita ou implicitamente pela Constituição Federal.

A

não pode

Executivos; autonomia

*** mesmo havendo a possibilidade de os Estados-membros se auto-organizarem, eles não podem afrontar os modelos estabelecidos pela Constituição Federal

30
Q

Norma estadual - “pode ou não?” - conferir inamovibilidade aos Procuradores do Estado.

A

não pode

*** A garantia da inamovibilidade conferida pela Constituição Federal aos magistrados, aos membros do Ministério Público e aos membros da Defensoria Pública (arts.93, VIII; 95, II; 128, § 5º, b; e 134, parágrafo único) não pode ser estendida aos procuradores de estado.

31
Q

Princípios e garantias funcionais do MP e da Defensoria - “podem ou não?” - ser estendidas à PGE

A

não podem

+++ Os princípios institucionais e as prerrogativas funcionais do Ministério Público e da Defensoria Pública não podem ser estendidos às Procuradorias de Estado, porquanto as atribuições dos procuradores de estado – sujeitos que estão à hierarquia administrativa –não guardam pertinência com as funções conferidas aos membros daquelas outras instituições.

32
Q

Norma estadual - “pode ou não?” - conferir independência funcional aos Procuradores do Estado

A

não pode

*** A Procuradoria-Geral do Estado é o órgão constitucional e permanente ao qual se confiou o exercício da advocacia (representação judicial e consultoria jurídica) do Estado-membro

*** A parcialidade é inerente às suas funções, sendo, por isso, inadequado cogitar-se independência funcional, nos moldes da Magistratura, do Ministério Público ou da Defensoria Pública