Crise Asmática Flashcards

1
Q

Defina exacerbação da asma.

A

Piora aguda dos sintomas de asma e da função pulmonar, geralmente desencadeada por algum trigger.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Cite 6 fatores desencadeantes de crise asmática.

A

(1) Infecções virais: principal, ex: IVAS; (2) Infecções bacterianas: ex: sinusite, pneumonia;
(3) Exposição a alérgenos;
(4) Exercício físico: a asma induzida pela atividade física é uma entidade bem conhecida;
(5) Medicações: beta-bloqueador, bloqueador do canal de cálcio, AAS;
(6) Má adesão.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Cite 8 fatores de risco para crise asmática.

A

(1) Exacerbação previa grave (internação em UTI);
(2) 3 ou + visitas à emergência ou 2 ou + hospitalizações no último ano, devido à crise;
(3) Uso frequente de corticoide sistêmico;
(4) Necessidade de 2 ou + frascos de beta 2 agonista de ação rápida ao mês;
(5) Uso de 3 ou mais classes de medicações;
(6) Baixa adesão à tratamentos prévios;
(7) Dificuldade de percepção da gravidade;
(8) Presença de comorbidades.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Qual a tríade clássica da asma?

A

Dispneia, opressão torácica e sibilância.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Quais os sintomas da crise asmática? (6)

A

Dispnéia, chiado no peito, tosse, opressão torácica, fadiga, intolerância à atividade física.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Quais os sinais da crise asmática? (6)

A

Taquipneia, uso de musculatura acessória, sibilos (a presença de sibilos fala muito a favor de obstrução de via aérea inferior), taquicardia, agitação psicomotora (é um sinal de hipoxemia), rebaixamento do nível consciência (pode representar hipoxemia mais grave ou uma hipercapnia).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Quais achados que falam contra exacerbação de asma?

A

Expectoração purulenta (pneumonia), urticária (anafilaxia), dor pleuritica (pneumotorax, trauma), sinais de hipervolemia (insuficiência cardíaca).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Diagnóstico da crise asmática.

A

É clínico!

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Cite 6 diagnósticos diferenciais de crise asmática.

A

Pneumonia; pneumotorax; TEP; anafilaxia; insuficiência cardíaca;
discinesia de cordas vocais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Quando pensar em Pneumotórax como diagnóstico diferencial na crise asmática?

A

Na presença de dor pleurítica + exame físico característico (MV abolido unilateralmente, percussão timpânica unilateralente, hipotensão, desvio de traqueia, insuficiência respiratória).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Crise asmática

Quais os tipos de pneumotórax e o quanto pensar em cada um?

A

Pode ser espontâneo ou traumático, sempre perguntar história de trauma. Espontâneo geralmente ocorre em pacientes mais longelíneos e jovens.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

(V) ou (F)

A asma pode gerar pneumotorax como complicação.

A

Verdadeiro.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Quando pensar em TEP como diagnóstico diferencial da crise asmática?

A

Paciente com taquipneia, hipoxemia refratária as medidas iniciais para a exacerbação de asma. Fator de risco: acamado, TVP prévia, CA, sinas de TVP.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Crise asmática
Como avaliar a presença de anafilaxia ?

A

Perguntar sobre exposição a alérgenos e avaliar outros sintomas de anafilaxia que não sejam pulmonares (sintomas de TGI, cardiovasculares, pele).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

O que é asma cardíaca?

A

A Asma Cardíaca (AC) é um espectro particular das manifestações pulmonares da IC, caracterizando-se por xieira, sibilos, tosse e dispneia de predomínio noturno e que ocorre pelo edema de brônquio -> sibilo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Quando pensar em IC como diagnóstico diferencial da crise asmática?

A

Em paciente que tem história de IC ou sinais de hipervolmia no exame físico (turgência jugular, refluxo hepatojugular, estertores).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

O que é a discinesia de cordas vocais?

A

Descordenção das cordas vocais em que quando o paciente inspira elas fecham -> estridor.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Crise asmática

Quando desconfiar de discinesia de cordas vocais?

A

Em paciente com estridor, ansiedade, taquipneia e dispneia importante sem sibilos, que tem história de várias internações no pronto socorro e que, ao entuba-lo, ventila-se muito fácil e extinta-se fácil também. O diagnóstico é pela laringoscopia direta ou indireta.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Crise asmática

Como é feito o diagnóstico da discinesia de cordas vocais?

A

Laringoscopia direta ou indireta.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Qual o 1º passo no manejo da crise asmática?

A

ABCD + MOV

21
Q

Qual o 2º passo no manejo da crise asmática?

A

Classificar a asma.

22
Q

Como classificar a crise asmática?

A

Paciente confuso, sonolento, tórax silento, sim -> Crise asmática muito grave; não -> leve a moderada ou grave. Se fala frases, prefere ficar sentado, calmo, FR < 30 irpm, FR < 120 bpm, SatO2 > 90 %, peak flow > 50% -> leve a moderada. Se fala palavras “picadas” (não completa frases), fica sentado apoiado para frente (posição tripode: retifica a via aérea e facilita a inspiração), agitado (sinal de hipoxemia ou hipercapnia), FR > 30 irpm, FC > 120 bpm, SatO2 < 90%, peak flow < 50% -> grave.

23
Q

Qual a medida mais objetiva de mensurar a gravidade do paciente?

A

Do peak flow.

24
Q

Como utilizar o peak flow?

A

Passo à passo:
(1) Zerar o peak flow;
(2) Ficar ereto (seja sentado ou em pé);
(3) Realizar a inspiração profunda;
(4) Colocar o peak flow na boca - bem vedado;
(5) Assoprar o mais forte possível;
(6) Escrever o resultado.
Repetir o teste 3 vezes e utilizar a maior medida.

25
Q

Como interpretar o resultado peak flow?

A

Interpretação do resultado: tabela que indica, de acordo com o sexo, a idade e a altura do paciente, o valor predito (valor de 100%). Pegar o valor maior das 3 medidas do peak flow e dividir pelo valor predito = % do peak flow. Se peak flow < 50% paciente grave.

26
Q

Qual a conduta diante de paciente em crise asmática muito grave?

A

IOT imediatamente.

27
Q

Como deve ser realizada a IOT no paciente com crise asmática muito grave?

A

(1) Devem ser monitorizados e pré-oxigenados antes do procedimento.
(2) Idealmente, utiliza-se sequência rápida (SRI), reservando-se a sequência estendida de intubação para pacientes agitados e com SatO2 < 92%.
(3) O tubo orotraqueal deve ter o maior diâmetro possível.
(4) Deve ser realizada pré-otimização, indução e bloqueio neuromuscular de forma adequada.
(5) A ventilação invasiva deve utilizar o modo de ventilação controlada, com baixos volumes correntes, frequência respiratória entre 6-12 incursões respiratórias por minuto e tempo inspiratório curto, para diminuir a hiperinsuflação pulmonar, mesmo à custa de aumentos moderados da PaCO2.
(6) A FiO2 deve ser ajustada para manter SatO2 > 90%.
(7) Aspiração frequente das secreções é um cuidado muitas vezes necessário.

28
Q

Qual a droga de pré-medicação na intubação na crise asmática?

A

Fentanil ou lidocaína, sendo lidocaína a de escolha pois tem efeito de broncodilatação (controverso: é raramente feita atualmente, tem indicações restritas, sendo elas emergência hipertensiva e hipertensão intracraniana).

29
Q

Como realizar a indução na intubação na crise asmática?

A

Sedativo -> há a possibilidade do propofol e da quetamina, que são drogas indicadas no paciente com asma pois também tem ação broncodilatadora. O propofol tem início de ação rápida mas leva a hipotensão, de modo que se o paciente já estiver com PA limítrofe, a droga escolha é a quetamina, que é uma droga mais hipertensora. Além disso, a quetamina tem efeito de dissociação, dependendo da dose o paciente não perde o drive, e tem efeito analgésico.

30
Q

Como realizar o bloqueio neuromuscular na intubação na crise asmática?

A

Bloqueador neuromuscular: succinil ou rocurônico. Sempre tentar bloquear o paciente, pois aumenta a taxa de sucesso da primeira intubação.

31
Q

Qual o 3º passo no manejo da crise asmática?

A

Medicamentos para o tratamento.

32
Q

Quais as medidas do passo 3? (5)

A

Oxigênio suplementar, agonista-2–adrenérgicos, anticolinérgicos, corticosteroides e sulfato de magnésio.

33
Q

Quando e como realizar suplementação de oxigênio em paciente em crise asmática?

A

Somente para pacientes hipoxêmicos, com alvo de saturação maior do que 92%/95% (crianças e em gestantes).
Em geral, 1- 3 L de fluxo são suficientes, e é recomendado utilizar o menor fluxo possível para atingir o alvo.

34
Q

Tratamento da crise asmática leve a moderada?

A

(1) Beta 2 inalatório;
(2) Considerar anti-muscarínico inalatório (no Gina está indicado só depois do paciente não responder ao primeiro curso de inalação);
(3) Oxigênio para SatO2 93-95% (crianças 94-98%);
(4) Corticoides orais.

35
Q

Tratamento da crise asmática grave?

A

(1) Beta 2 inalatório;
(2) Anti-muscarínico inalatório em todos os casos;
(3) Oxigênio para SatO2 93-95% (crianças 94-98%);
(4) Considerar magnésio endovenoso;
(5) Considerar corticoide inalatório.

36
Q

Tratamento crise asmática muito grave?

A

IOT imediatamente + UTI + Beta 2 inalatório + Anti-muscarínico inalatório em todos os casos + Magnésio endovenoso + Corticoide EV.

37
Q

Como usar beta 2 agonista na crise asmática?

A

Via preferencial sempre é a inalatória!
B2 inalatório (fenoterol - berotec - ou salbutamol - aerolin -) 10 a 20 gotas ou diluídos em 3-5 ml de SF 0,9% 4 a 8 puffs (aerossol) a cada 20 min, até completar 1 h (primeiro curso de inalação). Depois, repetir a cada uma a quatro horas, conforme necessidade (tremores, palpitação, hipocalemia).

38
Q

Como usar o anti-muscarínico na crise asmática?

A

Anti-muscarínico inalatório (Ipratrópio) 20 a 40 gotas (500 microgramas), diluídos em 3-5 ml de SF 0,9%. Repetir a dose a cada 6-8 hrs ou 2-3 puffs.

39
Q

Como usar corticoide na crise asmática?

A
  • Corticoide oral (prednisona) 40 a 60 mg/dia por 5-7 dias.
  • Em casos graves ou refratários: Metilpredinisona 60-125 mg IV a cada 6/6h ou 12/12h ou Hidrocortisona 200-300 mg IV ao dia seguidos de 100mg a cada 8/8h ou 6/6h. Considerar desmame gradual nos casos mais graves.
    Não tem diferença o corticoide IV ou oral, de forma que devemos optar pelo oral. Prescrever na alta, o que facilita a adesão ambulatorial e diminui a readmissao hospitalar. X via oral/endovenosa (geralmente de escolha).

Obs: Início de ação a partir de 4-6hrs.

40
Q

Como usar o sulfato de magnésio na crise asmática?

A

Sulfato de magnésio endovenoso 1-2g IV em 20 min (diluir 1-2g em 100-500ml de SF 0,9% e deixar correr em 20 min com o paciente monitorizado).

41
Q

Qual a ação do sulfato de magnésio que justifica seu uso na crise asmática?

A

Ação do Sulfato de magnésio: ocupa o lugar do cálcio dentro das células musculares lisas dos brônquios -> relaxamento muscular -> broncodilatação.

42
Q

Por que é tão importante manter o paciente monitorizado ao usar sulfato de magnésio na crise asmática?

A

Pelo risco de hipotensão! Tem que deixar o paciente monitorizado.

43
Q

Qual o 5º medicamento que pode ser usado em paciente com crise asmática e quando e ele deve ser usado?

A

Antibióticos!
Eles não devem ser utilizados rotineiramente, devendo ser reservados para pacientes nos quais infecção bacteriana (p. ex., pneumonia ou sinusite) esteja associada. Ou seja, em caso de febre, tosse produtiva, dor pleurítica.

44
Q

Qual a conduta diante de refratariedade mantida na crise asmática?

A

Adrenalina 0,3-0,5mg (0,3-0,5 ml de solução 1:1000) IM ou SC.
Terbutalina 0,25mg SC a cada 20 min por até 3 doses.

45
Q

Qual o 4º passo no manejo da crise asmática?

A

Indicação de exames complementares.

46
Q

Quais exames complementares devem ser realizados em todos os pacientes?

A

(1) Saturação arterial de oxigênio: deve ser verificada em todos os pacientes e, se menor do que 90%, orienta a prescrição de oxigenioterapia suplementar.
(2) Prova de função pulmonar ou aferição do pico de fluxo (peak-flow): indicada para todos os pacientes com exacerbação aguda de asma no DE. Os pacientes são reavaliados constantemente com peak-flow (idealmente a cada hora) para verificar necessidade de modificação no plano terapêutico ou possibilidade de alta hospitalar.

47
Q

Que outros exames complementares podem ser solicitados em paciente com crise asmática e quando devem ser solicitados?

A

São úteis no manejo, não são imprescindíveis para iniciar o tratamento.

  • Gasometria arterial: sinais de gravidade, indicada se SatO2 < 93% ou sinais de insuficiência respiratória, se peak flow < 50%, pacientes graves ou falha no tratamento inicial.
  • Radiografia de tórax: possibilidade de pneumotórax, pneumonia ou necessidade de internação por crise grave. Achados no paciente asmático (diferente do DPOC, são transitórios): aumento do número de EIC (normal é de 8-9), aumento do espaçamento entre os EIC, parênquima pulmonar atenuado/mais preto, diafragama mais retificado e coração em gota com ar embaixo.
  • Hemograma: suspeita de infecção. Resultado: normal/ o uso de corticoide pode elevar contagem de leucócitos.
  • Eletrólitos: outras comorbidades, como IC, uso de diuréticos.
  • TC de tórax: não define diagnóstico, mas ajuda em caso de sinais de complicações.
48
Q

Qual o 5º passo no manejo da crise asmática?

A

Reavaliação:
Reavaliar 30-60 min após o atendimento inicial, com reclassificação da gravidade do paciente.
- Peak flow > 60%: alta para casa; manter inalações e corticoide por 5-7 dias; retorno em 1-2 semanas com pneumologista.
- Peak flow 40-60%: continuar o tratamento por mais 1-3 hrs; após, realziar outro peak flow.
- Peak flow < 40%: internação hospitalar.
Além disso, deve ser avaliado: melhora dos sintomas, redução do aparecimento de sibilos, diminuição da FR e FC, saturação de O2 > 95%, melhora da estabilidade.