Cricotireoideotomia Flashcards
A IOT oral é o método mais comum para obter uma via área segura, porém, em algumas situações, ela pode estar contraindicada ou ser extremamente difícil. Nessas situações, a cricotireotomia é a melhor forma de estabelecer uma via aérea.
Quando não fazer IOT e fazer a crico:
− Incapacidade de realizar IOT oral ou nasal
− Hemorragia maciça oral, nasal ou faríngea
− Êmese maciça
− Laringospasmo
− Efeito de massa (câncer, tumor)
− Deformidades estruturais da orofaringe (anatomia difícil)
− Estenose de vias aéreas superiores
− Edema de orofaringe
− Obstrução por corpo estranho
− Lesões maxilofaciais
− Instabilidade da espinha cervical
− Edema de glote
Onde é feita a incisão/punção da cricotireoidotomia?
É um procedimento de emergência onde faz uma abertura na traqueia (entre o 2º e 4º anéis traqueais). A crico cirúrgica é um procedimento temporário, visto que o cateter é de diâmetro menor que o da traqueo, e com isso, é menos eficaz em fornecer ventilação adequada; deve-se fazer enquanto prepara traqueostomia cirúrgica. A crico com agulha é o método preferível para estabelecer via aérea de emergência em crianças > 10 anos (porque a laringe é lesada por crico cirúrgica).
O procedimento deve ser feito na sala de emergência mesmo na ausência do consentimento.
A membrana cricotireoidea tem localização imediatamente subcutânea, sem músculos sobrejacentes e nenhuma artéria, veia ou nervo importantes.** A membrana cricotireoidea fica entre as cartilagens tireoide e cricóidea**
Contraindicações:
− Fratura da laringe ou dano significativo à cartilagem cricóidea (contraindicação absoluta)
− Intubação endotraqueal que pode ser realizada de forma fácil e rápida
− Bebês e crianças menores de 5 anos (contraindicação relativa)
− Diátese hemorrágica (contraindicação relativa)
− Edema maciço do pescoço (contraindicação relativa)
− Ausência de profissional habilitado
Complicações:
− Perfuração esofágica (quando a lâmina penetra muito profundamente)
− Enfisema subcutâneo (se a incisão horizontal for muito ampla, permitindo que o ar fique prezo no tecido
subcutâneo) – perfuração de esôfago, hemorragia, estenose laríngea, disfunção das pregas vocais
− Sangramento excessivo ou hemorragia (caso um vaso seja rompido)
Punção:
Passos para punção: fazer por 30-45 minutos até cirurgia
- Solicitar material necessário
- Colocar paciente em posição supina/decúbito dorsal – pode colocar um apoio embaixo
- Ficar do lado esquerdo do paciente (médico canhoto)
- Luva de procedimento
- Palpar o espaço cricotireoideo
- Estabilizar a cartilagem tireoide com a mão não dominante e manter essa estabilização até a intubação
ser concluída - Inserir cateter 45º (no HAC fazer 90º) e para baixo, bisel alinhado, acoplado na seringa
- Deve-se aspirar à medida que a agulha avança (se aspirar ar, quer dizer que entrou na traqueia →
avance) - Remover a seringa e retirar a agulha
- Conectar a uma borracha de látex com 1 furo (ou usar o three way)
- Fazer inspiração (1001) e expiração (1001, 1002, 1003, 1004)
Passos crico cirúrgica
Passos para cirúrgica: pode deixar por até 72 horas e depois avaliar a traqueostomia (que é mais recomendada
para manejo de longo prazo, mas deve ser feita em cirurgia)
1. Solicitar material necessário
2. Colocar paciente em posição supina
3. Ficar à esquerda do paciente (médico canhoto)
4. Luva de procedimento
5. Fazer degermação
6. Luva estéril
7. Fazer antissepsia (muitas vezes na urgência do quadro, não dá tempo de fazer essa etapa)
8. Colocar o campo
9. Fazer anestesia – botão anestésico – com lidocaína 2% com epinefrina (se o paciente estiver consciente)
10. Palpar o espaço cricotireoideo
11. Estabilizar a cartilagem tireoide com a mão não dominante e manter essa estabilização até a intubação
ser concluída
12. Fazer uma incisão transversal na pele (bisturi) sobre a membrana cricotireoidea (de 0,5 a 1 cm) – evitar
aprofundar mais de 1,3 cm
13. Inserir uma pinça hemostática ou um afastador traqueal dentro da incisão e girá-lo 90º para abrir a via
aérea de forma – para fazer uma dissecção romba no tecido subcutâneo
14. Inserir a cânula endotraqueal com cuff – tubo de traqueo (usamos no HAC a cânula de traqueo), com
ele fechado, na direção para dentro da traqueia
15. Inflar o balão (ver a quantidade pela pressão indicada)
16. Acoplar a um ventilador (manual ou mecânico – 15L/min)
17. Observar as insuflações pulmonares e auscultar o tórax para verificar se a ventilação se fez
adequadamente
18. Fixar o tubo endotraqueal ao doente para evitar deslocamentos
Traqueostomia
Traqueo com tubo de plástico com cuff: recomendado para pacientes que vão precisar por pouco tempo
e que necessitam do balonete insuflado. Com o balonete insuflado, deve verificar a possibilidade de desinflar e trocar pela de metal. Melhores balonetes são aqueles que tem alta complacência e baixa pressão. O lado ruim da de plástico é que para limpeza, precisa ficar aspirando lá dentro, e com isso pode traumatizar aquela região e causar sangramento e estenose.
Funções do balonete → impedir o fluxo retrógrado; evitar broncoaspiração; estabilização do tubo
Traqueo com tubo de metal:
Traqueo com tubo de metal: para avaliar a retirada tapa ela com a tampa de dentro da seringa – se o pacientetiver boa resposta (sem estenose, com reflexos de tosse e deglutição, ventilando bem) com ela tapada, pode
indicar a retirada. A de metal é mais fácil de limpar (retirando a parte interna diariamente).