Convulsão E Mal Epilético Flashcards
Conceito de convulsão
As crises epilépticas com manifestações motoras que, se forem associadas a alterações localizadas em áreas posteriores do cérebro, podem apresentar também sintomas visuais, auditivos ou sensitivos.
Crises não convulsivas?
Se as crises epiléticas forem exclusivamente sensitivas, assim como as ausências, em que não se visualizam atividades motoras, são denominadas “crises não convulsivas”.
Epilepsia conceito
Condição crônica caracterizada pela presença de crises epiléticas recorrentes e espontâneas, na ausência de eventos externos desencadeantes. Também pode ser definida como uma disfunção/doença cerebral caracterizada por uma predisposição permanente para gerar crises epiléticas.
Epilepsia critérios diagnósticos
- 2 crises epiléticas não provocadas com >24 horas de intervalo;
- 1 crise epiléptica não-provocada e uma probabilidade de crises subsequentes semelhante ao risco geral de recorrência após duas crises não provocadas (≥ 60%);
- Diagnóstico deuma síndrome epilética
Quando a epilepsia pode ser considerada curada?
Quando uma síndrome dependente da idade é superada ou quando o indivíduo está livre de crises por pelo menos 10 anos, sem uso de anticonvulsivantes nos últimos 5anos.
Estado de mal epilético (EME), defina
evento, com manifestações motoras ou não, definido como >30 minutos de atividade convulsiva contínuaou≥2crises epiléticas sequenciais sem total recuperação do nível de consciência entre elas (essa situação é considerada uma única crise).
Quanto menor a crise, menor a probabilidade de cessação espontânea? V ou F?
F
Quanto maior a crise, menor a probabilidade de cessação espontânea, controle mais difícil e maior risco de morbimortalidade. O EME é uma condição muito mais grave, pois há um risco de esgotamento dos mecanismos fisiológicos de homeostase, e a criança pode evoluir inclusivo ao óbito.
Como considerar EME eminente?
- Crise epilética prolongada (>5minutos);
- ≥2 convulsões breves com recuperação incompleta da consciência.
Crise epiléptica prolongada, defina
crises com duração > 5 a 10 minutos, contínuas ou intermitentes, sem recuperação do nível de consciência entre as crises. O tempo de crise a ser considerado é de 5 minutos, pois a maioria das crises após 7 minutos de duração evolui para EME estabelecido(ou seja, 30 minutos ou mais de crise)
Fatores de risco de recorrência
- Idade < 6 anos;
− EEG anormal;
− Crise durante o sono;
− Crises febris;
−Déficit focalpós-icta
Como classificar as crises? 3
Início focal, início generalizado e início desconhecido
Fluxograma do início focal 3
Perceptivas ou disperceptivas?
Início motor ou não motor?
Focal para tônico clônica bilateral?
Fluxograma no início generalizado é igual ao de início desconhecido?
Sim
Fluxograma do início generalizado ou do início desconhecido
Motoras ou não motoras?
Se motoras, tônico-clônica, espasmos epiléticos ou outros?
Se não motoras, crise de ausência?
Crise tônica, defina
uma postura tônica mantida(geralmente em opistótono), ou seja, uma contração dos músculos, sem espasmos. Já na crise clônica há abalos/espasmos violentos.
Crise clônica, defina
abalos/espasmos violentos
Crise tônico-clônica, defina
junção dessas duas crises, uma seguida da outra
Crise atônita
Perda abruptado tônus muscular, em que o paciente simplesmente cai.
Classificação EME, qual a progressão?
Fase 1 (<30 minutos), Fase 2 (>30 minutos) e Refratariedade (horas). Quanto mais avançada a fase, pior
Classificação EME, qual a progressão?
Fase 1 (<30 minutos), Fase 2 (>30 minutos) e Refratariedade (horas). Quanto mais avançada a fase, pior
Manejo da crise convulsional
O manejo inicial de um paciente com crise epilética/convulsão é o mesmo atendimento de todo paciente crítico em emergência pediátrica. Deve-se realizar a avaliação inicial com o PAT, a avaliação primária seguindo o ABCDE e a avaliação secundária com o SAMPLE, instituindo as condutas iniciais necessárias para estabilizar o paciente
Via terapêutica preferencial
A via utilizada, preferencialmente, é a endovenosa. Porém, na ausência de acesso vascular (venoso ou intraósseo), deve-se utilizar a via intramuscular.
Qual droga é a melhor?
BZP, porém midazolam é o melhor pela diversidade de vias de administração
Melhor BZD no mundo ideal
Lorazepam tem menos efeitos adversos, mas não tem IV no Brasil
Segunda, terceira e quarta linha, riscos:
Fenitoína (Idantal): não pode fazer mais do que 50 mg/min, não pode ser diluído em soro glicosado, só pode ser IV, maior risco de toxicidade quando há hipoalbuminemia, não pode em cardiopata
Fenobarbital: sedação, depressão respiratória
Valproato de sodio/Ácido valproico: arritmias, hipotensão e depressão respiratória
??Propofol: edema pulmonar, hipertrigliceridemia e síndrome da infusão do propofol (acidose metabólica refratária, rabdomiólise e bradicarida), contraindicado na dieta cetogênica
Pode repetir BZD?
Sim, em 3-5 minutos pós dose caso não veja melhora
Recém nascidos
Pode usar piridoxina com ácido valrpoico quando tudo falhar. Baixa possibilidade de funcionar mas é possível
INSERIR DOSES
DOSES
Exames complementares
TC
RM
Outras abordagens excepcionais no EME
Dieta cetogênica → retirada de carboidratos e oferta de proteínas e lipídeos. Com a cetogênese controlada no corpo, há diminuição do status epilético.
- Usada em casos como de pacientes com Síndrome de West, com episódios convulsivos durante o dia, a despeito do tratamento medicamentoso otimizado.
Hipotermia Terapêutica (na calota craniana ou no corpo todo) → reduz a temperatura no encéfalo para baixar o metabolismo e cessar as crises convulsivas
Cirurgia
Outros exames
Fundoscopia para diagnosticar possível HIC (manitol)
EEG
Hemograma, PCR, Bioquímica (principalmente eletrólitos) e glicemia
Diferença da conduta no RN
Utiliza-se o Fenobarbital(20 mg/kg EV em 10 minutos) antes do Midazolam, repetindo a dose em caso de necessidade (5 a 10 mg/kg, a cada 5 min até dose máxima acumulada de 40 mg/kg)
Sem sucesso, fenitoína (ataque20 mg/kgEV em 30 minutos. Sem sucesso novamente, Piridoxina 50-100 mg EV/IM. Se ainda assim sem sucesso, Midazolam (ataque0,2-0,4 mg/kg EV;manutenção0,1-0,5 mg/kg/hora EV contínuo
Crise convulsiva febril
Entidade benigna que não causa sequelas ou morte. Trata-se de uma convulsão associada a febre, sem evidências de infecção do SNC ou causa definida. Entretanto, há uma chance mínima de aumento da chance de desenvolver epilepsia.
Crise convulsiva febril, conduta teoria e prática
Na teoria, quando se há certeza de uma crise convulsiva febril, é possível tratar apenas com utilização de antitérmico e esperar passar os sintomas. Porém, na prática, não há tranquilidade para colher a história de maneira segura para classificar no momento como uma crise convulsiva febril, e esperar. Portanto, nesses casos, realiza-se o tratamento normalmente, e posteriormente, tenta realizar a confirmação.