Conhecendo os Protozoários e as Protozooses Flashcards
Caracterize os Protozoários quanto ao ambiente onde vivem e à forma de nutrição.
A maioria dos protozoários é aquática, vivendo em água doce,água salgada, regiões lodosas e terra úmida. Algumas espécies são parasitas, habitando o interior do corpo de animais invertebrados e vertebrados, causando doenças. Há também protozoários que mantêm relações de troca de benefícios (mutualismo) com outros seres vivos (ex.: flagelados e cupins).
Algumas espécies alimentam-se de matéria orgânica de cadáveres ou de restos de outros seres vivos; outras ingerem microrganismos
vivos, como bactérias, algas e outros protozoários; existem ainda protozoários parasitas que se alimentam de tecidos corporais dos hospedeiros.
De que maneira os protozoários de água doce enfrentam o problema osmótico decorrente de viver em uma solução hipotônica em relação ao seu citoplasma?
A eliminação do excesso de água nesses protozoários está a cargo dos vacúolos contráteis, bolsas citoplasmáticas que acumulam água, eliminando-a de tempos em tempos. Assim, pode-se dizer que os vacúolos contráteis são responsáveis pela regulação da osmose nos protozoários, ou seja, por sua osmorregulação.
Quais são as características típicas dos rizópodes (ou sarcodinas) e onde vivem esses protozoários?
O filo Rhizopoda, também chamado Sarcodina, compreende os protozoários que se locomovem por meio de expansões citoplasmáticas denominadas pseudópodes, também utilizados para capturar alimento. Há espécies de rizópodes vivendo livremente em água doce ou no mar, sobre os fundos e a vegetação submersa. Algumas amebas podem viver no corpo humano sem causar prejuízo, em uma relação que os biólogos chamam de comensalismo. Exemplos de amebas comensais humanas são Entamoeba gengivalis, que vive na boca, e Entamoeba coli, que vive no intestino. Por outro lado, a Entamoeba histolytica é parasita, e ao se instalar no intestino humano, provoca a doença conhecida como amebíase ou disenteria amebiana.
Caracterize os actinópodes quanto à organização de sua célula e ao ambiente onde vivem.
Os radiolários e os heliozoários, que integram o filo Actinopoda, apresentam pseudópodes afilados, os axópodes, sustentados por um eixo central e que se projetam como raios em torno da célula. Os radiolários apresentam uma cápsula interna central, esférica e perfurada, constituída de quitina e ligada a um esqueleto
formado por espículas de sílica (SiO2) ou de sulfato de estrôncio(SrSO4); eles vivem exclusivamente no mar, constituindo um importante componente do plâncton. Os heliozoários podem ou não ser dotados de estruturas esqueléticas, mas nunca apresentam cápsula esférica central, como os radiolários. A maioria dos
heliozoários é de água doce; algumas espécies habitam o fundo de lagos de água doce ou vivem sobre a vegetação submersa.
Caracterize os foraminíferos quanto à organização de sua célula e ao ambiente onde vivem.
O filo Foraminifera (do latim foramen, buraco, furo) reúne
protozoários dotados de uma carapaça externa, constituída de carbonato de cálcio (CaCO3), quitina ou mesmo de fragmentos calcários ou silicosos selecionados da areia pelo foraminífero. A carapaça apresenta numerosas perfurações, através das quais se projetam finos e delicados pseudópodes, usados na captura de alimento.
A maioria dos foraminíferos vive no mar. Muitas espécies de foraminíferos flutuam, constituindo parte importante do plâncton.
Outras espécies vivem sobre algas, animais ou no fundo do mar.
Caracterize os protozoários apicomplexos (esporozoários) quanto à organização de sua célula e ao ambiente onde vivem.
O filo Apicomplexa engloba exclusivamente protozoários parasitas, sem estruturas locomotoras e dotados, em algum estágio do ciclo de vida, de uma estrutura celular proeminente, o complexo apical (daí o nome do grupo). Estudos têm mostrado que o complexo apical desempenha papel importante na penetração desses protozoários parasitas nas células hospedeiras. O termo
Sporozoa, antigamente utilizado para designar o filo, se refere ao fato de muitos representantes do grupo possuírem ciclos de vida com estágios em que se formam esporos.
Caracterize os protozoários flagelados, comentando os ambientes em que podem ser encontrados.
O filo Zoomastigophora, também conhecido por Flagellata, compreende protozoários que se locomovem por meio de estruturas filamentosas em forma de chicote, os flagelos. Geralmente há um ou dois flagelos, mas algumas espécies podem apresentar dezenas
deles. Muitos flagelados podem viver no meio aquático, no mar e em água doce. Alguns têm vida livre, utilizando os flagelos para a natação e capturando alimentos por fagocitose. Outros são sésseis, isto é, vivem fixados a um substrato, e utilizam o movimento flagelar
para criar correntezas líquidas que arrastam partículas de alimento para perto de si. Diversas espécies de flagelados são parasitas, causando doenças em animais e na espécie humana.
Que crítica pode ser feita à adoção do critério “presença de flagelo” para caracterizar o grupo de protozoários flagelados?
Reunir os protozoários pela presença de flagelo não parece ser um bom critério para refletir o parentesco evolutivo. Provavelmente o flagelo surgiu independentemente em diversos grupos
de organismos e não constitui um apomorfismo que permita reunir os flagelados em um grupo monofilético. Em outras palavras, o flagelo não é uma novidade evolutiva exclusiva de protozoários,
ocorrendo também em organismos classificados como algas(euglenoides e dinoflagelados). Por isso, alguns sistemas modernos de classificação distribuem os protozoários flagelados em diferentes filos e até mesmo em reinos diferentes.
Caracterize os protozoários ciliados e comente o ambiente onde eles vivem.
O filo Ciliophora, ou Ciliata, compreende os protozoários que apresentam estruturas locomotoras filamentosas geralmente mais curtas e mais numerosas que os flagelos, os cílios, e mais de um núcleo por célula, um deles maior, o macronúcleo, e um ou mais
núcleos menores, os micronúcleos. A maioria dos ciliados tem vida livre. Entre as pouquíssimas espécies parasitas destaca-se Balantidium coli, que parasita o intestino do porco e pode, eventualmente, infectar a espécie humana. Certos ciliados vivem no
tubo digestório de animais ruminantes como bois, carneiros, cabras, girafas etc., auxiliando a digestão da matéria vegetal e servindo, eles próprios, de alimento para os seus hospedeiros.
Quais são as principais formas de reprodução assexuada dos protozoários?
A maioria dos protozoários de vida livre se reproduz assexuadamente por divisão binária. A célula cresce até determinado tamanho e se divide ao meio, originando dois novos indivíduos.
Entretanto, alguns sarcodíneos e apicomplexos podem se reproduzir assexuadamente por divisão múltipla. Nesse caso, a célula multiplica seu núcleo diversas vezes por mitose antes de se fragmentar em inúmeras pequenas células.
O que é amebíase ou disenteria amebiana?
A amebíase ou disenteria amebiana é a parasitose causada pelo rizópode Entamoeba histolytica (entameba). Adquire-se esse parasita
ao se ingerir cistos de entameba presentes na água ou em alimentos contaminados com fezes de pessoas doentes. Apenas uma em cada dez pessoas infestada por E. histolytica apresenta sintomas da doença. Estes são geralmente brandos, como diarreias e dor de estômago; em casos mais graves, ocorrem diarreias sanguinolentas e a pessoa pode se tornar anêmica.
Como é possível tratar e prevenir a amebíase?
Atualmente há medicamentos eficazes contra amebíase, que devem ser utilizados após o diagnóstico da parasitose por meio de um exame das fezes do doente. Entre as maneiras de prevenir a amebíase destaca-se a construção de instalações sanitárias adequadas, tais como privadas, esgotos e fossas sépticas, que
impeçam a contaminação da água e de alimentos por fezes que contenham cistos de ameba. A água, caso não seja tratada, deve ser fervida antes de ser usada para beber ou para lavar alimentos consumidos crus. Esses e outros cuidados básicos, associados a uma maior higiene pessoal, previnem não só a amebíase como também inúmeras outras doenças infecciosas.
O que é leishmaniose?
Leishmaniose é a denominação genérica da infecção causada
por protozoários flagelados denominados leishmanias. Há dois tipos de leishmaniose: visceral e tegumentar. A leishmaniose visceral (ou calazar) é causada pela Leishmania chagasi, que ataca o baço e o fígado. Os sintomas da doença são febre contínua, perda de apetite, crescimento exagerado do fígado,
lesões na pele, anemia, em alguns casos levando à morte.
A leishmaniose tegumentar (ou úlcera-de-bauru) é uma doença parasitária de pele e mucosas causada pela Leishmania brasiliensis. Na pele, a doença se manifesta pela formação de feridas ulcerosas, com bordas elevadas e fundo granuloso. Nas mucosas (cavidade nasal, faringe ou laringe) a leishmaniose
destrói tecidos e, em casos graves, pode perfurar o septo nasal e causar lesões deformantes.
Como se adquire leishmaniose e como é possível tratar e prevenir essa parasitose?
A parasitose é transmitida pela picada de mosquitos, conhecidos popularmente como mosquitos-palhas. A leishmaniose visceral é transmitida pela espécie Lutzomya longipalpis e a tegumentar por várias espécies do gênero Lutzomya. O tratamento é feito com a administração prolongada de medicamentos à base de antimônio que, devido à toxicidade, não podem ser ingeridos por mulheres grávidas e pessoas com problemas cardíacos. A prevenção consiste em combater os mosquitos transmissores e em evitar sua picada, pelo uso de cortinados e telas.
O que é doença de Chagas?
A doença de Chagas, também chamada tripanossomíase americana, é a infecção pelo flagelado Trypanosoma cruzi, o tripanossomo. Nos primeiros estágios da doença, os principais sintomas são cansaço, febre, aumento do fígado ou do baço e inchaço dos linfonodos. Depois de 2 a 4 meses esses sintomas desaparecem.
Somente 10 a 20 anos após a infestação é que começam a aparecer os sintomas mais graves da doença; os protozoários instalam-se preferencialmente no músculo cardíaco e causam lesões que prejudicam o funcionamento do coração, o que leva à insuficiência cardíaca crônica.