CONCEITOS GERAIS Flashcards

1
Q

DE ONDE VEM A BILIRRUBINA?

A

85% DA DEGRADAÇÃO DA HEMOGLOBINA DAS HEMÁCIAS
RESTO-> DEGRAÇÃO DE PROTEÍNAS COM GRUPO HEME, COMO CITOCROMO P450 E MIOGLOBINA

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2
Q

ONDE OCORRE A CAPTURA E QUEBRA DAS HEMÁCIAS?

A

NO BAÇO

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3
Q

QUAL A SEQUÊNCIA DE PRODUTOS NA QUEBRA DAS HEMÁCIAS?

A

HEMOGLOBINA->HEME+GLOBINA->FERRO+PROTOPORFIRINA->BILIVERDINA->BILIRRUBINA

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4
Q

COMO A BILIRRUBINA É INICIALMENTE TRANSPORTADA NO PLASMA? COMO ELA SE CHAMA NESSA FASE?

A

A BILIRRUBINA SERÁ INICIALMENTE TRANSPORTADA PELA ALBUMINA, SENDO NESSA FASE CHAMADA DE INDIRETA OU NÃO CONJUGADA

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5
Q

QUAL O PAPEL DO FÍGADO NO METABOLISMO DA BILIRRUBINA?

A

O FÍGADO IRÁ REALIZAR 3 ETAPAS
- CAPTAÇÃO DA BILIRRUBINA INDIRETA
- CONJUGAÇÃO DA BI EM BD (POR ISSO CHAMADA DE CONJUGADA) PELA ENZIMA GLUCURONILTRANSFERASE
- EXCREÇÃO DA BD NAS VIAS BILIARES

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6
Q

QUAL CAMINHO A BD PERCORRE APÓS SAIR DO FÍGADO?

A

A BD SAI DO FÍGADO PELOS CANALÍCULOS BILIARES E ENTÃO SE JUNTA À BILE, SENDO LANÇADA JUNTO A ESTA NO LÚMEN INTESTINAL. ENTÃO, AO ATINGIR O ÍLEO TERMINAL E CÓLONS, A BD IRÁ SENDO METABOLIZADA PELA FLORA INTESTINAL EM UROBILINOGÊNIO. ESTE UROBILINOGÊNIO SERÁ ENTÃO EM PARTES REABSORVIDO PELA CIRCULAÇÃO, SENDO EXCRETADO NA URINA COMO UROBILINA, ENQUANTO A PARTE QUE NÃO É REABSORVIDA É EXCRETADA NAS FEZES COMO ESTERCOBILINA (QUE É QUEM DA COR ÀS FEZES)

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7
Q

Quais são as causas para aumento da bilirrubina indireta (hiperbilirrubinemia indireta)?

A
  • Aumento na degradação de hemácias (hemólise), gerando aumento na produção de BI
  • Medicamentos (Rifampicina e Probenecida), infecções, ICC, shunt portossistêmico, jejum prolongado e outros fatores que possam prejudicar a captação de BI pelo fígado
  • Distúrbios que afetem a conjugação da BI, como doenças genéticas (Síndrome de Gilbert e Crigler-Najjar) relacionadas às enzimas do processo, imaturidade desse sistema (que pode ocorrer em RN), hipertireoidismo, doenças hepáticas avançadas ou medicamentos (Gentamicina, Cetoconazol, inibidores de protease, etinilestradiol)
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8
Q

Quais fatores ou doenças podem levar ao aumento da degradação das hemácias?

A

Anemias autoimunes; hereditárias como anemia falciforme, talassemia, eliptocitose, esferocitose; e adquiridas como hemoglobinúria paroxística noturna, anemia microangiopática e deficiência de B12 intramedular

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9
Q

QUAIS AS DUAS GRANDES SÍNDROMES QUE CAUSAM AUMENTO DE BD?

A
  • Síndrome Hepatocelular, quando os hepatócitos estão lesados e por isso não conseguem excretar a BD nas vias biliares
  • Síndrome Colestática, quando há obstrução das vias biliares, não permitindo a passagem da BD e da bile para o lúmen intestinal
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10
Q

Por que a lesão hepatocelular leva majoritariamente ao aumento de BD e não de BI?

A

Porque a etapa limitante do metabolismo da Bilirrubina é a EXCREÇÃO, sendo a primeira etapa a ser afetada no caso de lesão hepática e fazendo assim com que BD aumente primeiro

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11
Q

Quais as causas para aumento de BD por lesão hepatocelular?

A
  • Hepatites virais e outras viroses como EBV, CMV e Herpes Simplex
  • Hepatite autoimune
  • Álcool, drogas como Paracetamol e Isoniazida, e toxinas como Cogumelos Amanita e Cloreto de Vinila
  • Doença de Wilson (acúmulo de cobre no fígado)
  • Febre Amarela
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12
Q

Quais as duas origens possíveis para uma síndrome colestática? Quais as causas que levam a cada uma?

A

Colestase Intra-Hepática
- Hepatite viral (principalmente A) e alcóolica
- Drogas como Clorpromazina e Esteróides
- Leptospirose
- Cirrose biliar primária
- Síndrome do desaparecimento de ductos biliares
- Hereditárias como Colestase Recorrente Benigna e Colestase Intra-Hepática Familiar Progressiva
- Gravidez, NPT, Colestase pós operatória, Doença veno-oclusiva, Síndrome Paraneoplásica, Doença enxerto versus hospedeiro, Doenças infiltrativas (TB, Linfoma, Amiloidose)

Colestase Extra-Hepática
Benignas
- Coledocolitíase
- Síndrome de Mirizzi
- Estenose Biliar pós-operatória
- Colangite Esclerosante primária
- Colangiopatia associada a AIDS
- Pancreatite Crônica
- Ascaridíase e outros parasitas

Malignas
- Colangiocarcinoma
- Câncer de Vesícula Biliar
- Câncer de Cabeça de Pâncreas
- Câncer periampular
- Acometimento de Linfonodos Hepáticos

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13
Q

Quais os sintomas da Hiperbilirrubinemia Direta?

A

Icterícia, Colúria, Acolia Fecal, Dor no Hipocôndrio direito, náuseas, vômitos, fadiga e anorexia

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14
Q

Qual único sintoma capaz de diferenciar Lesão Hepatocelular de Síndrome Colestática?

A

O Prurido, que é muito mais característico das Síndromes Colestáticas, devido à impregnação de ácidos e sais biliares na pele

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15
Q

Porque ocorrem Colúria e Acolia Fecal na Hiperbilirrubinemia? Esses sintomas serão presentes tanto no aumento de BD quanto de BI?

A

A colúria só pode ocorrer no aumento de BD, já que a BI é insolúvel e carreada por albumina, enquanto a BD pode ser filtrada pelos glomérulos renais e gerar uma coloração acastanhada escura na urina
Já a Acolia Fecal pode ocorrer em ambos os casos, sendo decorrente da falta de bilirrubina na bile secretada no intestino, que gera falta de estercobilina nas fezes, o que pode advir de qualquer mal funcionamento do metabolismo

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16
Q

Qual a ordem de locais onde a icterícia se apresenta inicialmente?

A

A icterícia começa na esclera dos olhos, seguindo então para debaixo da língua e depois para a pele

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17
Q

Quais os valores séricos normais de Bilirrubina, BI e BD?

A

Bilirrubina-> até 1 mg/dl
BI-> até 0,9 mg/dl
BD-> até 0,3 mg/dl

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18
Q

Quais enzimas são normalmente observadas nos exames laboratoriais para diferenciação de síndromes hepáticas?

A

As transaminases TGO e TGP, também chamadas de AST e ALT, respectivamente, além de gama-GT e Fosfatase Alcalina

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19
Q

Onde as Transaminases estão presentes no organismo? Como ocorre a variação dos níveis séricos?

A

Enquanto a ALT/TGP só se encontra presente no fígado, a AST/TGO está presente também no miocárdio, nos músculos, nos rins e no cérebro. Essas enzimas são vistas em baixa quantidade (até 45 U/L) no sangue em condições normais, mas é em situações de lesão dos hepatócitos que elas mais extravasam e se apresentam no sangue

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20
Q

E a FA? Onde é produzida no organismo? Como variam seus níveis séricos?

A

A FA é produzida nos fígados e também nos ossos. Por estar presente tanto no interior quanto nos canalículos biliares, seus níveis séricos aumentam quando há aumento da pressão no sistema biliar, como na Colestase, ou quando há doença infiltrativa (Neoplasias ou Granulomas). Devido a essa produção óssea, os níveis também são afetados por condições como neoformações ósseas (metástases osteoblásticas) e até mesmo pela idade, sendo os níveis em crianças e adolescentes maiores pelo crescimento ósseo da idade. Além disso, esses níveis séricos variam muito de acordo com o método laboratorial usado.

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21
Q

Por que é usada a dosagem de Gama GT ou de 5 NT?

A

Justamente devido à ambiguidade no aumento dos níveis de FA, é utilizada a dosagem de uma dessas enzimas (Gama GT e 5NT), que são produzidas pelo epitélio dos ductos biliares e também se elevam em condições de Colestase, servindo como uma confirmação para o diagnóstico

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22
Q

Ocorre também aumento das transaminases nas Síndromes Colestáticas? Por que?

A

Sim, isso ocorre porque na Colestase, com alguma obstrução na árvore biliar, é gerado um represamento retrógrado e uma hipertensão em toda o sistema biliar, incluindo os canalículos biliares, que não possuem parede própria e ficam somente entre os hepatócitos. Dessa forma, essa hipertensão das vias biliares acaba gerando sofrimento dos hepatócitos, levando ao aumento das transaminases

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23
Q

Quais são as 4 regras práticas dos exames laboratoriais hepáticos?

A
  • Regra 1: Se o valor das Transaminases for 10x maior que o valor de referência (em algumas fontes >300 U/L), a síndrome é certamente Hepatocelular
  • Regra 2: Se o valor de FA for 4x maior que o valor de referência, a síndrome é certamente Colestática
  • Regra 3: Se o valor das transaminases for superior a 1000 U/L com TGP>TGO, é um forte indicativo de Hepatite Viral Aguda
  • Regra 4: Em geral nas hepatites, TGP será maior que TGO, sendo que a inversão disso, com TGO>2xTGP, indica fortemente hepatite alcóolica (há exceções como intoxicação por Paracetamol e Isquemia Hepática Grave)
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24
Q

Cite 4 exceções que podem ocorrer às regras dos exames laboratoriais hepáticos

A

1) Aumento isolado de TGO, sem aumento de TGP, indica lesão em localidade não hepática, mais comumente coração, músculos, rins ou cérebro, já que TGO também é produzida nesses órgãos, enquanto a TGP é exclusivamente hepática

2) Cálculos de árvore biliar que acabam por obstruir colédoco geram rapidamente dor no hipocôndrio direito, icterícia e colúria, mas também um grande aumento de transaminases (>1000 U/L), que é transitório, havendo queda dessas enzimas para <300 U/L em dias

3) Hepatites virais agudas (principalmente a A), hepatites medicamentosas ou hepatites virais com obstrução prévia da árvore biliar podem gerar padrão também colestático (FA aumentada junto à TGO/TGP)

4) Hepatites ou colestases associadas a hemólise crônica geram um quadro confuso com aumento tanto de BI quanto de BD

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25
Q

Qual a sequência da conduta caso os exames laboratoriais iniciais indiquem lesão hepatocelular?

A

Solicitar Sorologia Viral, Exame toxicológico, Ceruloplasmina se menor de 40 anos, FAN, Anticorpo anti músculo liso, Anticorpo anti LKM, Eletroforese de proteínas

Caso os resultados sejam negativos, devem ser solicitados testes adicionais para EBV, CMV, Hepatite D e E

Caso ainda não se tenha respostas, é feita biópsia hepática

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26
Q

Qual a sequência de conduta em casos de exames laboratoriais que apontem Síndrome Colestática?

A

Solicitar Ultrassonografia

Caso se denote Colestase Extra Hepática, devem ser solicitados TC e CPRE

Caso se denote Colestase Intra Hepática, com os ductos não dilatados, devem ser solicitadas sorologia para Hepatite A, B e C; dosagem de Anticorpo Anti Mitocôndria (AMA) e avaliadas as drogas em uso. Caso os resultados sejam negativos, pode ser solicitada Colângio RNM ou feita biópsia hepática, enquanto que se o AMA for positivo, deve ser feita biópsia hepática

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27
Q

O que define uma Hepatopatia como aguda ou crônica?

A

O tempo de manifestação clínica superior a 6 semanas, sendo nesse caso considerado uma condição crônica

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28
Q

Como é dividido o fígado anatomicamente?

A

O fígado é inicialmente dividido em Lobos, havendo o Lobo direito (maior) e o Lobo esquerdo (menor). É possível ainda dividir o fígado em zonas
Além disso, o fígado se divide em Lóbulos, que são a unidade básica do órgão, formados pela união de hepatócitos. No centro de cada um desses lóbulos, sempre haverá uma Veia Centrolobular, enquanto que nas extremidades entre os lóbulos existem os Espaços Porta, onde estará a Tríade Portal (Ducto biliar, Artéria hepática e Veia Porta Hepática)

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29
Q

Qual o padrão histológico das hepatites virais?

A

Ocorre infiltração predominante de mononucleares (monócitos e linfócitos) em um padrão Panlobular (acometendo todas as partes de todos os lóbulos). É gerada então a destruição dos hepatócitos, o que começa pelas áreas próximas ao Espaço Porta, sendo então um padrão Periportal.
Em casos graves pode ocorrer o padrão ‘‘em ponte’’ ou de necrose subaguda, onde a lesão dos hepatócitos se estende de uma veia central ao espaço periportal, ou ainda de uma veia central a outra

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30
Q

Como os Hepatócitos reagem na presença de álcool ou outras toxinas? Em que indivíduos isso pode ser notado? O que caracteriza a hepatite?

A

Sob a presença de álcool ou outras toxinas, os hepatócitos reagem acumulando grandes quantidades de gordura. Na maioria dos indivíduos com ingestão de 60g/dia de Etanol, é possível observar infiltração gordurosa. A partir de certo ponto, começa a haver infiltração inflamatória e lesão do tecido hepático (o que caracteriza a hepatite)

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31
Q

Qual padrão da lesão hepática na Hepatite Alcóolica? Qual achado laboratorial é gerado por esse padrão?

A

Na hepatite alcóolica, há um padrão centrolobular, com a infiltração inflamatória se iniciando próxima à veia centrolobular e sendo composta principalmente por Polimorfonucleares (Neutrófilos). Isso acaba gerando o achado de reação leucemóide (leucocitose) no exame laboratorial

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32
Q

Qual padrão da lesão hepática na Hepatite Isquêmica? Por que?

A

Na hepatite isquêmica, é gerado um padrão de lesão Centrolobular. Isso ocorre porque a circulação nos lóbulos é da periferia para o centro, fazendo então com que na isquemia as últimas células nessa fila comecem a sofrer primeiro

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33
Q

Por que ocorre lesão hepatocelular e aumento de transaminases em casos de Colestase? Qual padrão dessa lesão?

A

Em casos de Colestase, com obstrução de algum ponto da árvore biliar, se inicia um represamento retrógrado da bile, que não para de ser produzida. Dessa forma, ocorre hipertensão do sistema biliar e extravasamento da bile dos Dúctulos de Hering para o Espaço Porta (esses ductos são os menores vasos da via biliar, que formam a tríade portal e ficam em contato íntimo com os hepatócitos no Espaço Porta). Assim, com o extravasamento da bile e a hipertensão do sistema biliar em contato íntimo com os hepatócitos, essas células ficam espremidas, entram em sofrimento e morrem. Como isso irá se iniciar próximo ao Espaço Porta, se descreve uma lesão Periportal

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34
Q

Qual Hepatite viral é mais comum em adultos? E em crianças?

A

Em adultos a Hepatite viral mais comum é a B, enquanto que em crianças é a A

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35
Q

Qual é a apresentação clínica das hepatites virais?

A

A apresentação clínica das hepatites virais é trifásica.
A primeira fase é chamada de Prodrômica, durando alguns dias e se caracterizando por síndrome gripal leve (mialgia, artralgia e mal estar) com febre (em 75% dos casos, principalmente A, que pode atingir até 39º mas raramente passa disso), sintomas gastrointestinais inespecíficos (anorexia, fadiga, náuseas, vômitos de baixa monta e perversão do paladar com aversão a alimentos gordurosos e tabaco), dor no quadrante superior direito e manifestações imunomediadas (principalmente na Hepatite B, como rash, esplenomegalia e glomerulonefrite). Cefaleia e fotofobia também podem estar presentes. Na B pode ocorrer uma espécie de doença do soro, com rash eritematopapular e poliartrite simétrica distal

A segunda fase é chamada de Ictérica, durando 2 semanas em crianças e 2-6 semanas em adultos e se apresentando com Icterícia, Colúria, Acolia Fecal e melhora dos sintomas prodrômicos (exceto os gastrointestinais). É possível e comum que não haja icterícia nas hepatites virais. Podem haver achados incomuns como telangiectasias, adenopatia cervical, esplenomegalia

A terceira fase é chamada de fase de convalescência, onde há uma melhora clínica lenta e progressiva dos sintomas, durando 2-12 semanas. A regressão completa ocorre após 1-2 meses em hepatites A e E e 3-4 meses em hepatites B e C

36
Q

Quais são os achados laboratoriais compatíveis com hepatite viral?

A

Haverá Bilirrubinemia às custas de BD, Bilirrubinúria, aumento expressivo das transaminases (em mais de 10x, frequentemente acima de 1000 U/L), com predomínio de TGP. O hemograma pode ser normal ou com padrão compatível com infecção viral (discreta leucopenia com linfocitose)

37
Q

Quais são os achados histopatológicos compatíveis com hepatite viral?

A

Apesar de a biópsia não ser indicada em geral nesses casos, a realização de uma observaria infiltração inflamatória mononuclear (linfócitos e monócitos) panlobular e de início periportal. Poderia ser observada ainda degeneração eosinofílica apoptótica dos hepatócitos, com aparição de Corpúsculos de Councilman e diferentes tipos de necrose, como necrose em saca bocado (chamado de piecemeal ou hepatite de interface), necrose em ponte ou necrose maciça

38
Q

Quais são as possíveis complicações das hepatites virais?

A

Hepatite Fulminante (principalmente A e B)

Hepatite recorrente (A, B e C)

Hepatite crônica (principalmente em hepatite C onde atinge 80-90%, e em hepatites B)

Síndrome Colestática Prolongada (principalmente em Hepatite A)

Manifestações autoimunes extra-hepáticas (urticária, angioedema, glomerulonefrite, poliartrite em Hepatite B e Crioglobulinemia e Líquen Plano em Hepatite C)

Fenômenos raros como mielite transversa, anemia aplásica e síndrome de Guilain-Barré

39
Q

Qual o tratamento indicado em geral para casos de hepatite viral?

A

Suporte, com repouso relativo e aumento da ingesta calórica. Sempre é recomendada terapia medicamentosa específica em Hepatites C agudas com Interferon associado ou não a Ribavirina. Casos graves de Hepatite B também podem ser submetidos a tratamento com Tenofovir ou Lamivudina

40
Q

De que nível é considerada a endemicidade da Hepatite Viral no Brasil atualmente? O que mudou nesse sentido?

A

Atualmente o MS considera a Hepatite Viral de endemicidade baixa a intermediária no Brasil, alterando a classificação anterior da OMS que colocava como intermediária a alta endemicidade

41
Q

Qual a endemicidade da Hepatite A no Brasil? Em que condições ela está mais presente?

A

A Hepatite A é considerada de baixa a intermediária endemicidade no Brasil. Essa doença é conhecida por ser mais propagada em regiões com condições sanitárias desfavoráveis e baixo nível socioeconômico

42
Q

Qual a endemicidade da Hepatite B no Brasil? O que fez isso mudar recentemente?

A

A Hepatite B já foi considerada de alta endemicidade na região amazônica, partes do Espírito Santo e Oeste Catarinense; média endemicidade no Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste; e baixa endemicidade no Sul. Entretanto com a vacina contra o HBV, essa realidade foi mudando ao longo dos anos, sendo considerada hoje de baixa endemicidade no país

43
Q

Qual a endemicidade das Hepatites C, D e E no Brasill?

A

A Hepatite C é considerada de baixa endemicidade, enquanto a Hepatite D está focada na Amazônia Ocidental, sendo ausente nas regiões Nordeste, Sudeste e na Amazônia Oriental. Já a Hepatite E nunca apresentou epidemias no Brasil, havendo apenas casos isolados

44
Q

Qual o período de incubação aproximado dos vírus da Hepatite?

A

Hepatite A-> 5 a 45 dias (em média 4 semanas)
Hepatite E-> 2 semanas a 2 meses (em média 5-6 semanas)
Hepatite C-> 2 semanas a 5 meses (em média 7 semanas)
Hepatite B e D-> 1 mês a 6 meses (em média 8-12 semanas)

45
Q

Qual fator indica mau prognóstico em quadros de Hepatite?

A

A persistência de Bilirrubina aumentada ao longo da doença

46
Q

Quais autoanticorpos podem ser encontrados na fase aguda de hepatites?

A

Fator reumatoide, FAN, Fator anti músculo listo, Anti LKM 1 (em Hepatite C) e Anti LKM 3 (em Hepatite D)

47
Q

Qual o primeiro marcador sorológico da Hepatite B? Quando ele surge e o que marca na cronologia da doença?

A

O primeiro marcador é o HBsAg, que marca com seu surgimento o fim do período de soroconversão, que pode levar de 1 a 10 semanas, e o início do período de incubação

48
Q

O que marca o início e o fim do período de incubação da Hepatite B? Quanto tempo dura?

A

O período de incubação da Hepatite B irá iniciar com o surgimento do HBsAg, durando de 1 a 6 meses (em média 8 a 12 semanas), e se encerrando com o surgimento do Anti HBc e aumento de TGO/TGP, que marcam o início da fase sintomática

49
Q

Qual a diferença do Anti HBc IgM para o Anti HBc IgG?

A

Enquanto o IgM indica contato recente, desaparecendo 4 a 5 meses após o início dos sintomas, o IgG é como uma cicatriz sorológica, surgindo logo após o IgM mas perdurando indefinidamente, indicando então apenas que houve contato prévio

50
Q

Como é a cronologia sorológica da fase sintomática da Hepatite B?

A

O início da fase sintomática da Hepatite B ocorre com aumento de TGO/TGP e surgimento de Anti HBc, dando início a fase prodrômica. Essa fase dura 1 a 2 semanas, sendo seguida pela fase ictérica, que irá durar mais algumas semanas. Já após o fim da fase ictérica, se inicia a fase de convalescência, onde os sintomas sistêmicos, icterícia e transaminases irão começar a cair. O início dessa fase é marcado pelo Anti HBs, que surge logo após ou algumas semanas após o HBsAg desaparecer, indicando a cura

51
Q

O que é a chamada Janela Imunológica da Hepatite B?

A

A janela imunológica se refere ao período entre o desaparecimento do HBsAg e o surgimento do Anti HBs, podendo gerar (em poucos casos) um período de Hepatite B aguda com HBsAg negativo

52
Q

O que determina se a Hepatite B evoluirá para cura ou cronificação?

A

A capacidade do organismo de produzir Anti HBs dentro de 6 meses. Caso isso não ocorra, com o anticorpo não estando presente após 6 meses, o paciente terá evoluído para Hepatite Crônica ou para ser um portador assintomático crônico

53
Q

O que o HBeAg e o Anti HBe indicam? Qual a cronologia desses marcadores?

A

O antígeno E indica replicação viral, começando a estar presente no início da fase sintomática e se acentuando conforme maior for a replicação. Dessa forma, a presença de HBeAg indica doença ativa e maior infectividade. Depois de algum tempo do surgimento desse antígeno, o corpo começa a produzir seu anticorpo (Anti HBe), com o antígeno então desaparecendo. Esse anticorpo continua presente mesmo após a cura, enquanto que em casos de cronificação, quando há piora do quadro (agudização), o HBeAg volta a estar presente, indicando aumento da replicação viral

54
Q

Em qual ordem os marcadores sorológicos da Hepatite B devem ser analisados? Qual o raciocínio feito?

A

Primeiro se analisa o HBsAg, que caso esteja positivo indica que há presença do vírus (agudo, crônico ou portador) e caso esteja negativo dá indícios de que não haja doença, mas isso não pode ser confirmado, pois existem casos de falso negativo. Depois, se analisa o Anti HBc, que caso esteja aumentado as custas de IgM indica que o contato é recente e a infecção aguda, caso esteja aumentado as custas de IgG o contato é antigo e, caso não esteja aumentado, indica que o paciente nunca teve contato (ou que está em período pré sintomático). Por fim, deve ser observado o Anti HBs, que caso esteja ausente indica que ainda não há cura ou que a doença cronificou (caso tenha IgG alto e IgM não), enquanto que quando este anticorpo está presente temos a cura da doença

55
Q

Que tipo de vírus é o HBV? Como ele se replica? Que característica isso confere a ele?

A

O vírus HBV é um vírus DNA que se replica por transcrição reversa, o que o confere grande capacidade de mutação

56
Q

O que devemos suspeitar em caso de HBsAg positivo associado a Anti HBs positivo?

A

Falha laboratorial ou HBsAg mutante, com imunidade ao Anti HBs presente

57
Q

Quais métodos podem detectar o DNA viral do HBV? Onde o vírus pode ser detectado? O que essa detecção indica e para que é útil?

A

O DNA do HBV pode ser detectado no soro ou no fígado por PCR ou pelo método de DNA ramificante, sendo o método mais sensível para determinação da replicação viral e útil em casos de difícil diagnóstico (onde os outros marcadores não indicam doença), para triagem antes de transplante hepático, avaliação terapêutica e diagnóstico em casos de hepatite fulminante (nesses casos o HBsAg pode estar negativo pela intensa resposta imune)

58
Q

A biópsia hepática costuma ser utilizada no diagnóstico da Hepatite B? Qual achado histopatológico é específico da Hepatite B e em que fase ele aparece?

A

Não, a biópsia não é utilizada em geral. Entretanto, o achado de inclusões em vidro fosco é específico da Hepatite B, mas só aparecendo em fase crônica

59
Q

Qual a mutação clinicamente mais importante do HBV? O que ela causa sorológica e clinicamente? Em que casos podemos suspeitar disso?

A

A mutação mais importante do HBV é a ocorrida na região pré core do vírus, que gera falha de expressão no HBeAg e clinicamente gera quadros mais graves, com mais morbimortalidade, maior incidência de hepatite fulminante e maior exacerbação de casos crônicos. Nesses casos ainda podemos ter a presença de Anti HBe a despeito da redução do HBeAg, formando então um quadro sorológico de HBsAg positivo, HBeAg negativo, Anti HBe positivo, transaminases elevadas e DNA viral altamente detectável por PCR

60
Q

Como a Hepatite B se relaciona com as Hepatites A e C em termos de agressividade dos sintomas?

A

A Hepatite B normalmente apresenta quadros mais intensos clinicamente

61
Q

Qual a relação entre agressividade dos sintomas e risco de cronicidade na Hepatite B, para adultos e crianças?

A

Enquanto em crianças os sintomas costumam ser mais brandos e há mais risco de cronicidade, em adultos ocorre o inverso, com os sintomas sendo normalmente mais intensos, mas havendo menor chance de cronificar

62
Q

Como a maioria das Hepatites B se apresentam? Em que parcela dos casos ocorre icterícia? Qual a relação entre a ocorrência de icterícia e o risco de cronicidade?

A

A maioria das Hepatites B se apresentam de forma assintomática, havendo icterícia em apenas 30% dos casos. É mais comum que haja conversão para hepatite crônica em quadros anictéricos

63
Q

Em que fase da doença costumam haver manifestações extra hepáticas? A que elas normalmente se devem?

A

As manifestações extra hepáticas normalmente ocorrem na fase crônica, devido a circulação de imunocomplexos contendo o HBsAg

64
Q

Quais são as manifestações extra hepáticas mais comuns da Hepatite B? Como elas se apresentam?

A

Poliarterite Nodosa (PAN): é uma forma de vasculite necrosante sistêmica, onde os imunocomplexos e anticorpos da hepatite B atacam os vasos
Glomerulonefrite Difusa Aguda: Mais comum em crianças, sua forma mais comum é a membranosa
Acrodermatite Papular: se caracteriza por erupções maculopapulares, eritematosas e simétricas, não pruriginosas, que acometem face, membros e nádegas, normalmente poupando as membranas mucosas. Pode haver Adenopatia Inguinal e Axilar, além de ser mais comum em crianças, em geral até 4 anos. Nesses casos, os sinais de lesão hepatocelular surgem junto à dermatite ou depois

65
Q

O HBV só é capaz de se alojar no fígado? Qual razão teria para buscar outros órgãos e qual a repercussão disso?

A

Não, o HBV também pode se alojar no baço, pâncreas e na medula óssea. Entretanto, não costuma gerar lesão tecidual nestes locais, só ficando lá como reserva. Contudo, isso faz com que, em casos de transplante hepático, possa surgir uma Hepatite na sequência

66
Q

Qual a definição de Hepatite Fulminante?

A

A Hepatite Fulminante é definida como o quadro onde há encefalopatia hepática até a 8 semana de evolução

67
Q

Como a Hepatite Fulminante se apresenta clinicamente?

A

A Hepatite Fulminante irá se apresentar com acentuação dos sintomas gastrointestinais e da icterícia na fase ictérica, além de febre persistente. No exame, o fígado apresenta redução do seu volume na palpação e então começam a surgir sinais de insuficiência hepática, com flapping, distúrbios eletrolíticos e distúrbios de consciência

68
Q

Quais alterações laboratoriais são esperadas na Hepatite Fulminante?

A

A hepatite fulminante se caracteriza laboratorialmente por intensa necrose do parênquima hepático, com rápido e acentuado surgimento dos anticorpos Anti HBs, Anti HBe e Anti HBc IgM; rápido desaparecimento dos antígenos (como o HBsAg); redução das transaminases; e possível leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda

69
Q

Qual a mortalidade da Hepatite Fulminante? Como é a recuperação dessa doença?

A

A mortalidade da hepatite fulminante é muito alta, chegando a 80%. Entretanto, dentre aqueles que se recuperam, a maioria volta a ter suas funções hepáticas normais

70
Q

Qual o risco de cronificação da Hepatite B para diferentes faixas etárias?

A

Independente do curso da doença, o risco de cronificação de uma hepatite B é de 1 a 5% para adultos, 20 a 30% para crianças e de 90% para recém nascidos

71
Q

Qual o tratamento indicado para Hepatite B?

A

Em geral, o tratamento da Hepatite B é sintomático e de suporte. É recomendado repouso relativo e, quanto à dieta, há recomendação de dieta hipercalórica rica em carboidrato e pobre em gordura, mas não é algo essencial. Em geral, a dieta é mais tolerada pela manhã e pode se deixar o paciente defini-la. A única obrigação é suspender o consumo de álcool por pelo menos 6 meses. Em casos graves (hepatite fulminante), é recomendado suporte intensivo com uso de droga oral (Lamivudina, Tenofovir, Entecavir, Adefovir ou Telbivudina), sendo muito indicado nesses casos o transplante hepático

72
Q

Onde o vírus HBV pode estar presente no corpo, além dos órgãos já citados? Qual desses sítios podem ser infecciosos? Como se dá então sua transmissão?

A

O HBV se encontra presente em diversas secreções no corpo, mas somente sangue, saliva e sêmen são documentados como potencialmente infecciosos. Dessa forma, sua transmissão se dá por via parenteral, a partir do contato com essas secreções

73
Q

Quais são as formas de transmissão mais comuns da Hepatite B? Qual população representa a maior fonte de transmissão desse vírus?

A

Os portadores assintomáticos formam a maior fonte de transmissão do HBV, que possui 5 formas mais comuns de transmissão
- Via sexual, é a forma de transmissão mais comum, especialmente em países desenvolvidos
- Transmissão vertical, que pode ocorrer pelo contato do feto com sangue ou líquido amniótico durante a gestação, pelo contato com o canal vaginal (mais comum) ou raramente via transplacentária. É essencial que a mãe seja HBeAg positiva para essa transmissão ocorrer, com a probabilidade caindo de 90% a 15-20% caso esse antígeno seja negativo. O parto cesareano não reduz as chances de contaminação, enquanto a amamentação pode ser mantida já que a transmissão dessa forma nunca foi comprovada
- Percutânea, especialmente em pacientes usuários de drogas EV que compartilham seringas ou agulhas, mas também por acidentes com material contaminado (cuidado aos profissionais da saúde), hemodiálise, ou compartilhamento de materiais de tatuagem, piercing, lâminas de barbear, manicure, acupuntura e cuidado dentário
- Transfusão sanguínea, hoje muito raro devido ao rastreamento sorológico que é feito
- Outros, como transplante hepático ou transmissão horizontal, que se dá por contato próximo, normalmente com secreções (sangue, saliva ou sêmen), seja no contato com feridas ou com mucosas, sendo mais comum em crianças. Como o HBV fica vivo por muito tempo fora do corpo, o contágio por superfícies é possível

74
Q

O que é flapping?

A

O flapping é um tremor que surge em pacientes com condições como insuficiência hepática (muitas vezes após encefalopatia), sendo provocado pela extensão dos punhos, que gera então uma flexão incompleta, em ‘‘bater de asas’’, como resposta, por isso sendo chamado de flapping. Denota mioclonia (contração curta, em onda) negativa (surgem por relaxamento da musculatura, após serem provocados)

75
Q

Quais as profilaxias possíveis para Hepatite B?

A

Para Hepatite B, é possível realizar a profilaxia pré exposição, feita com a Vacina para HBV, ou a profilaxia pós exposição, feita com Vacina para HBV associada a Imunoglobulina Humana Anti HBV (IGHAHB)

76
Q

Que tipo de vacina é a vacina para Hepatite B?

A

A vacina para Hepatite B é uma vacina de DNA viral recombinante

77
Q

Para que pessoas está indicada a Vacina para HBV?

A

A vacina para HBV é indicada para todas as faixas etárias!!

78
Q

Sob qual esquema a vacina para HBV deve ser idealmente administrada?

A

A Vacina para HBV deve idealmente ser administrada em 4 doses, sendo a primeira dose feita ao nascer (idealmente até 12 horas, mas pode ser feita até 30 dias). A partir da segunda dose, a vacina para HBV é administrada de forma conjunta, dentro da Vacina Pentavalente, com intervalo de 60 dias entre as doses (idealmente aos 2, 4 e 6 meses de vida). Pacientes que não recebem a primeira dose dentro de 30 dias não devem mais realizar essa primeira dose, recebendo apenas as administrações da Penta

79
Q

Qual esquema é realizado em pessoas que não são de populações especiais, que não tenham recebido a vacina para HBV, desconheçam seu status ou tenham vacinação incompleta?

A

Até a criança completar 7 anos de idade, deve ser iniciado o esquema Penta habitual (0, 2, 4) em casos de não ter recebido a vacina ou desconhecer. Caso esteja incompleto, basta completar o esquema a partir de onde se parou. A partir dos 7 anos de idade, a vacina para HBV é dada isoladamente, em esquema (0, 1, 6), em casos de não recebimento da vacina ou desconhecer. Caso esteja incompleto, basta completar o esquema (0, 1, 6) a partir de onde se parou

80
Q

Para gestantes, como fica o esquema da vacina para HBV?

A

A vacina pode ser administrada normalmente, de acordo com o esquema 0, 1, 6. Em caso de não ser possível completar antes do parto, pode ser completado após o parto

81
Q

Como é feito o esquema de vacinação para HBV para grupos especiais? Que grupos são esses?

A

Fibrose cística, Doenças de depósito (Gaucher, Niemann-Pick), Mucopolissacaridoses tipo 1 ou 2, Glicogenoses, Asplenia funcional ou anatômica, Hemoglobinopatias ou outras disfunções esplênicas: Esquema normal (0, 1 e 6 meses), sem necessidade de confirmação sorológica

Diabetes Mielitus, Transplantados de medula óssea, Profissionais da saúde, Doenças hemorrágicas, Politransfundidos ou Hepatite C em estágio inicial:
Esquema normal (0, 1 e 6 meses) sendo indicada confirmação sorológica após a vacinação

Hepatopatias crônicas, Hepatite C em estágio avançado, Transplantes de órgãos sólidos, Doentes Renais Crônicos Pré Dialíticos ou Dialíticos, Portadores de neoplasias, pacientes em Quimioterapia, Radioterapia, Corticoterapia, HIV ou outras imunodeficiências:
Esquema de 4 doses (0, 1, 2, 6 meses) com o dobro da dose recomendada normalmente para a idade, sendo indicada confirmação sorológica após a vacinação

Recém nascido de mãe HIV+ ou RN com HIV:
Esquema de 5 doses, primeira de Hepatite B isolada ao nascimento, e depois aos 2, 4, 6 e 15 meses (0, 2, 4, 6, 15)

82
Q

Qual o resultado esperado após a vacinação para HBV? Em que pacientes pode se esperar que os títulos sejam menores? O que pode acontecer com o passar do tempo e o que fazer a respeito?

A

Após a vacinação para HBV, é esperada a soroconversão com ao menos 10UI/ml de Anti HBs. Pacientes obesos, fumantes, idosos, imunocomprometidos ou com padrão de Haptoglobina 2-2 são passíveis de apresentar títulos baixos de soroconversão. Com o tempo, é normal que os títulos de Anti HBs caiam, podendo chegar a estar indetectáveis. Entretanto, não se costuma fazer nada a respeito, não sendo necessária dose de reforço, exceto em casos específicos (discutido a seguir)

83
Q

Que casos configuram exceção quanto a redução dos níveis de Anti HBs depois de longa data da vacinação? O que é feito nesses casos?

A

Em alguns grupos como profissionais da saúde e Doentes Renais Crônicos Dialíticos, é feita dose de reforço caso haja redução do Anti HBs a nível menor que 10 UI/ml. Deve ser feita a confirmação sorológica 1 mês após a dose de reforço e, caso não haja soroconversão, o esquema deve ser completado. No caso dos pacientes dialíticos, esse reteste sorológico deve ser anual

84
Q

Em geral, o que se faz nos casos em que a confirmação sorológica retorna resultados negativos, indicando falha da vacinação?

A

Nesses casos, deve ser repetido o esquema especificamente indicado para o paciente, e realizada nova confirmação sorológica após o fim do esquema. Entretanto, caso não haja soroconversão após 2 esquemas completos, não deve se continuar tentando, sendo então o paciente considerado não responsivo e suscetível caso exposto

85
Q

Quais as indicações para administração de profilaxia pós exposição?

A
  • Prevenção de transmissão vertical: Todo RN de mãe com HBsAg positivo deve receber IGHAHB+Vacina para HBV idealmente nas primeiras 24 horas, podendo receber a IGHAHB até o 7 dia. Em casos de desconhecimento da presença de HBsAg na mãe, somente administrar a primeira dose da vacina e testar a mãe, sendo feita IGHAHB em caso de positividade. A profilaxia pós exposição é ineficaz em casos de infecção intra útero
  • Exposição a material biológico contaminado ou de alto risco: Também é feito preferencialmente até 24 horas, podendo ser feito até 7 dias. Caso o profissional de saúde já tenha tido Hepatite B ou seja vacinado, ele é imune e nada deve ser feito; caso seja desconhecido o status, deve se testar o profissional, não fazendo nada em caso de Anti HBs positivo e tratando como não vacinado em caso de anticorpo negativo; caso não seja vacinado, deve ser feito IGHAHB+Vacina para HBV se o paciente for HBsAg positivo ou não identificado de grupo de risco (HSH, presos, internados em hospital psiquiátrico, héteros com múltiplos parceiros desprotegido, histórico de DST, usuário de droga injetável, contato sexual ou domiciliar com HBsAg positivo, dialíticos ou de áreas de alta endemicidade) e somente iniciada a vacinação se o paciente for HBsAg negativo ou não identificado que não seja de grupo de risco; caso o profissional tenha vacinação incompleta, deve se completar a vacinação se o paciente for HBsAg negativo ou não identificado que não seja de grupo de risco e completar a vacinação junto a uma dose de IGHAHB se o paciente for HBsAg positivo ou não identificado de grupo de risco; caso o profissional tenha resposta vacinal inadequada após um esquema, deve se realizar mais um esquema se o paciente for HBsAg negativo ou não identificado e, quando o paciente for HBsAg positivo, pode-se iniciar mais um esquema associado a uma dose de IGHAHB ou administrar duas doses de IGHAHB separadas por 1 mês (nesse caso se considera que o profissional não irá responder à vacina); caso o profissional tenha resposta vacinal inadequada após 2 esquemas, não há nada a ser feito se o paciente for HBsAg negativo, mas devemos fazer duas doses de IGHAHB se o paciente for HBsAg positivo ou não identificado
  • Contato Sexual com indivíduo com Hepatite B Aguda: É feito IGHAHB+Vacina para HBV se o paciente for suscetível (não vacinado, vacinação incompleta ou status desconhecido), devendo a IGHAHB ser feita o mais rápido possível, num máximo de 14 dias
  • Vítimas de Abuso sexual: É feito IGHAHB+Vacina para HBV se o paciente for suscetível e o agressor for HBsAg positivo ou de grupo de risco. Entretanto, como normalmente é difícil identificar o status do agressor, costuma ser feita a profilaxia pós exposição para toda vítima de abuso sexual. Essa profilaxia deve ser feita o mais rápido possível, num máximo de 14 dias. Não deve ser feita profilaxia pós exposição caso o agressor seja vacinado, se tiver sido usado preservativo ou em casos de abuso sexual crônico, de um mesmo agressor repetidamente
  • Pacientes imunodeprimidos, após exposição de risco, mesmo que tenham sido previamente vacinados, devem receber profilaxia pós exposição com IGHAHB+Vacina para HBV, já que sua resposta vacinal pode ser inadequada