Código Civil e demais temas doutrinários Flashcards

1
Q

O que é a teoria da distinção sistemática?

A

Distinção sistemática (Bydlinsky) é o termo utilizado para diferenciar o direito público do direito privado, em contraposição ao dogma positivista de Hans Kelsen. Segundo aquela corrente, o Direito Privado vem se fortalecendo e avançando em todos os setores, inclusive nos espaços ocupados pelo Direito Público.

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2
Q

Art. 65 (…)

Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e vinte dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.

Sobre fundações, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar:

a) Poderá ser constituída para fins de habitação de interesse social.

Certo ou errado?

A

As duas erradas, prazo de cento e oitenta dias e habitação de interesse social não consta no CC.

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3
Q

Art. 50. (…)

§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:

A

I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;

II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e

III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.

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4
Q

O solo é considerado bem imóvel por acessão natural.

A

Errado. é bem imóvel por sua própria natureza.

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5
Q

O que é um ato-fato jurídico?

A

Fatos Jurídicos em sentido amplo -> Fato humano -> Lícitos -> a) Ato-fato Jurídico: Não necessita da vontade, mas apenas de uma conduta, que gera uma consequencia jurídica prevista em lei.
b) Negócio Jurídico
c) Ato jurídico em sentido estrito: Depende da vontade, mas seus efeitos já estarão previstos em lei.

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6
Q

O negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, quando o fato deveria ser conhecido por quem tratou com o representante, será nulo ou anulável?

A

Anulável

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7
Q

O que é uma obrigação de eficácia real?

A

Obrigação com eficácia real é aquela que, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, se transmite e é oponível a terceiro que adquira direito sobre determinado bem (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil brasileiro, vol. 2, 35ª ed., Saraiva, 2020, p. 33).

A promessa de doação de imóvel levada ao Registro Geral de Imóveis constitui uma obrigação com eficácia real.

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8
Q

O que é uma constituição de obrigação de ônus real stricto sensu?

A

Ônus reais são obrigações que limitam o uso e gozo da propriedade, constituindo gravames ou direitos oponíveis contra todos, como, por exemplo, a renda constituída sobre imóveis.

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9
Q

O que é uma obrigação natural?

A

A obrigação natural é um débito em que não se pode exigir, judicialmente, a responsabilização patrimonial do devedor, mas que, sendo cumprido, não caracterizará pagamento indevido (Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho, Manual de Direito Civil [livro eletrônico], 6ª ed., Saraiva Educação, 2022, p. 408).

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10
Q

Qual é a diferença entre obrigação facultativa e alternativa?

A

As obrigações podem ser:

1) alternativas (art. 252-256, CC). obrigação complexa, com pluralidade de prestações, caracterizada por uma relativa indeterminação do objeto. Geralmente o devedor realiza a concentração.

2) cumulativas

3) facultativas (doutrina):quando há uma prestação pactuada, mas o devedor pode se desobrigar cumprindo outra. Há uma obrigação principal (preferível) e outra acessória, subsidiária, já especificada na relação obrigacional.

Obrigação facultativa é um direito protestativo concedido ao devedor de adimplir o débito de uma forma diversa ao estabelecido com o credor. O credor não escolhe o objeto acessório.

Diferentemente da obrigação alternativa, não existe o ato de escolha (concentração), caso uma obrigação se inviabilize. Ao contrário, ela já nasce pronta para ser cumprida, pois há um único vínculo obrigacional e uma só prestação, cujo objeto é imediatamente determinado. Ao devedor é oportunizada a faculdade de, no momento do pagamento, substituir a prestação por outra, previamente consignada no contrato.

Perda do objeto da obg principal nas obrigações facultativas:

  • Sem culpa do devedor: a obrigação se resolve SEM perdas e danos.

Logo, só cabe a resolução do contrato e o ressarcimento do que pagou;

  • Com culpa do devedor: o credor pede o equivalente + perdas e danos, mas o devedor poderá cumprir a obrigação dando o outro objeto, o que se infere do art. 187 do Código Civil.
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11
Q

O que é a Teoria do Inadimplemento Eficiente do Contrato ?

A

é a teoria que justifica o inadimplemento de devedor quando aparece uma oportunidade mais vantajosa, possibilitando a quebra do contrato.

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12
Q

O que é a teoria do Duty to mitigate a loss?

A

Dever que as partes contratantes possuem de mitigar os próprios prejuízos e que decorre da boa-fé objetiva.

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13
Q

No que consiste a teoria do adimplemento substancial segundo o STJ?

A

tem por objetivo precípuo impedir que o credor resolva a relação contratual em razão de inadimplemento de ínfima parcela da obrigação.

o STJ afirma que são necessários três requisitos para a aplicação da teoria:

a) a existência de expectativas legítimas geradas pelo comportamento das partes;

b) o pagamento faltante há de ser ínfimo em se considerando o total do negócio;

c) deve ser possível a conservação da eficácia do negócio sem prejuízo ao direito do credor de pleitear a quantia devida pelos meios ordinários.

STJ. 4ª Turma. REsp 1581505/SC, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 18/08/2016

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14
Q

No que consiste o enriquecimento sem causa, segundo o STJ?

A

enriquecimento sem causa é um fenômeno jurídico que ocorre quando uma pessoa enriquece à custa de outra, sem que haja um fundamento jurídico que justifique essa situação. O enriquecimento sem causa é expressamente vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro, sendo objeto de reparação.

Ademais, nos termos do art. 884 do Código Civil, caracteriza enriquecimento sem causa ocupar, usar, fruir ou explorar ilicitamente a totalidade ou parte do patrimônio público, material e imaterial.

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15
Q

No que consiste a posse precária e a posse justa?

A

A posse precária é uma das espécies de posse injusta, que se caracteriza quando alguém recebe uma coisa para restituí-la oportunamente, mas se recusa abusivamente a entregá-la, como era de seu dever. A posse precária não merece proteção legal, pois não traz qualquer sentido de posse jurídica 1. Ela é indicativa da posse que resulta de um abuso de confiança da pessoa que recebeu a coisa para restituí-la oportunamente e se recusa, abusivamente, a entregá-la, como era de seu dever 2.

Por outro lado, a posse justa é aquela que não for violenta, clandestina ou precária 3. A posse justa é aquela cuja aquisição não repugna ao Direito. Já a posse injusta será aquela adquirida por meio do uso da força ou ameaça (violência), ardil (clandestinidade) ou abuso da confiança (precariedade)

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16
Q

No que consiste a posse clandestina?

A

A posse clandestina é uma das espécies de posse injusta, que se caracteriza quando alguém adquire a posse de uma coisa por meio de um processo de ocultamento, sem que o proprietário ou possuidor legítimo tenha conhecimento imediato 1. A posse clandestina é realizada de forma sorrateira, às escuras, onde o proprietário ou possuidor não toma conhecimento imediato 2.

17
Q

as servidões não aparentes não podem ser adquiridas por usucapião, porque repelem a ideia de posse, faltando-lhes, ainda, a visibilidade, ponto de referência sem o qual não pode ter início o transcurso do prazo prescritivo. Por isso, as servidões não aparentes só se estabelecem pelo registro no cartório de registro de imóveis (art. 1.378 do atual Código).

A

Verdadeiro

18
Q

Qual é a diferença entre o pacto comissório e o pacto marciano?

A

O pacto comissório consiste na cláusula que permite a transferência ou a consolidação da propriedade da coisa dada em garantia ao credor na hipótese de inadimplemento da dívida, sem que se proceda à fixação do justo valor desse bem.
Difere essa convenção do denominado pacto marciano, ajuste que também assegura a apropriação do bem dado em garantia pelo credor, mas exige para tanto a avaliação do justo preço e a devolução de eventual excedente (valor do bem que excede o da dívida) ao devedor.

  O pacto comissório é uma cláusula nula, pois autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Já o pacto marciano é válido, pois, após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida.
19
Q

O que é a anticrese?

A

a anticrese é um direito real de garantia sobre coisa alheia, em que o credor recebe os frutos e rendimentos do imóvel do devedor até o montante da dívida a ser paga 2.

Um exemplo de anticrese seria o contrato em que o locador de imóvel repassa a seu credor os valores mensais recebidos a título de aluguel do imóvel de sua propriedade 1.

20
Q

O que é negócio bifronte?

A

Negócios jurídicos bifrontes são aqueles que tanto podem ser gratuitos como onerosos, o que depende da intenção das partes (Flávio Tartuce, Manual de Direito Civil, 13ª ed., Método, 2023, p. 1.067). Ex. Direito de laje

21
Q

Quando o partido político adquire a personalidade jurídica?

A

Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro

22
Q

Quando se aplica a exceção do contrato não cumprido? e qual é o seu conceito?

A

A exceção de contrato não cumprido somente pode ser aplicada nos chamados contratos bilaterais (art. 476, Código Civil), sinalagmáticos ou de prestações correlatas, em que se tem uma produção simultânea de prestações para todos os contratantes, pela dependência recíproca das obrigações.

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

A exceção de contrato não cumprido consiste em um meio de defesa, pelo qual a parte demandada pela execução de um contrato pode arguir que deixou de cumpri-lo pelo fato da outra ainda também não ter satisfeito a prestação correspondente (Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho, Manual de Direito Civil, 5ª ed., Saraiva Educação, 2021, p. 760).

23
Q

O que são as cláusulas gerais e os conceitos jurídicos indeterminados?

A

Cláusulas gerais são normas com diretrizes indeterminadas, que não trazem expressamente uma solução jurídica (consequência). A norma é inteiramente aberta. Uma cláusula geral, noutras palavras, é um texto normativo que não estabelece “a priori” o significado do termo (pressuposto), tampouco as conseqüências jurídicas da norma (conseqüente). Sua idéia, de acordo com Fredie Didier Jr., é “estabelecer uma pauta de valores a ser preenchida historicamente de acordo com as contingências históricas”. Um exemplo de cláusula geral é o devido processo legal 1.

Já os conceitos jurídicos indeterminados são palavras ou expressões contidas numa norma que são vagas/imprecisas, de modo que a dúvida encontra-se no significado das mesmas, e não nas conseqüências legais de seu descumprimento. Um grande exemplo de conceito jurídico indeterminado está no parágrafo único do art. 927 do CC de 2002, que trata da “atividade de risco” 12.