CICLO 01 O Brasil colonial - A América Portuguesa do século XVI ao século XVIII: As primeiras formas de exploração da América Portuguesa, a sociedade do açúcar e o período minerador. Flashcards

1
Q

Os velhos, as mulheres, os meninos que não têm forças, nem armas com que se defender, morrem como ovelhas inocentes às mãos da crueldade herética, e os que podem escapar à morte, desterrando-se a terras estranhas, perdem a casa e a pátria. […] Não fora tanto para sentir, se, perdidas fazendas e vidas, se salvara ao menos a honra; mas também esta a passos contados se vai perdendo; e aquele nome português, tão celebrado nos anais da fama, já o herege insolente com as vitórias o afronta, e o gentio de que estamos cercados, e que tanto o venerava e temia, já o despreza.

VIEIRA, A. Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra a Holanda. In: BOSI, A. (org.) Essencial Padre Antônio Vieira. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 248.

Item 1
Condenada por intelectuais da igreja como Antônio Vieira, a escravidão indígena foi proibida logo no primeiro século de colonização da América portuguesa. Sintomas da mudança do padrão de mão de obra indígena para o africano ao longo do século 16 foram o fim das bandeiras, na capitania de São Vicente, e o início da edificação de reduções jesuíticas, como a de Sete Povos das Missões.

A

Item errado!

O item está errado pois data o fim das bandeiras no século XVI, quando, na realidade, elas se iniciam. O fim das bandeiras ocorre duzentos anos depois, no século XVIII. Mesmo com a proibição da escravização indígena, ainda havia as bandeiras de apresamento, de monções e de sertanismo por contrato.

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2
Q

A escassez de meios, nas forças armadas regulares de Portugal, para guarnecer suas possessões no ultramar motivou as elites coloniais a organizarem meios de defesa próprios, geralmente sem instrução militar formal. Exemplos disso são a construção, com mão de obra indígena, de um enorme galeão a mando de Salvador Correia de Sá e Benevides para a própria empresa de reconquista de Angola, e a expulsão, pelas ordenanças da cidade do Rio de Janeiro, dos invasores franceses liderados por Jean-François Duclerc.

A

Item correto!

O Rio de Janeiro tinha uma grande relação com o tráfico de escravos no Atlântico, por isso, os cariocas ajudaram a expulsar os holandeses de Angola. Além disso, a cidade do Rio de Janeiro foi invadida por corsários franceses entre 1710-1711, liderados Jean-François Duclerc.

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3
Q

A descoberta de ouro e a consequente circulação de riquezas na capitania das Minas Gerais atraiu grande número de migrantes para a região, propiciando o surgimento de um ambiente cosmopolita e intelectualmente sofisticado. Nesse contexto, a abertura das primeiras gráficas na América portuguesa – autorizadas pelo Marquês de Pombal no âmbito de um conjunto de medidas ditas esclarecidas, que visavam a atualizar a relação entre Metrópole e Colônia – contribuiria para catalisar a circulação dos ideais revolucionários do Iluminismo francês entre a elite letrada local.

A

Item errado!

Pombal não abriu gráficas na América Portuguesa, o que faz do excerto incorreto. As gráficas somente chegaram ao Brasil por ação de D. João VI com a criação da Imprensa Régia, o primeiro jornal editado e impresso no Brasil.

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4
Q

Tal como a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana, de 1798, também conhecida como Revolução dos Alfaiates, foi uma sublevação formada pela elite econômica local descontente com os altos impostos cobrados na colônia. No caso da Conjuração Baiana, um dos principais pleitos dos revoltosos era a abertura dos portos brasileiros, com vistas a permitir a aquisição de algodão britânico a preços mais econômicos.

A

Item errado!

A questão está errada, pois afirma que a Revolução dos Alfaiates foi uma sublevação das elites. De forma contrária, a Revolução dos Alfaiates foi formada principalmente por membros das camadas baixas (mulatos, negros livres ou libertos, alguns escravos e brancos de origem popular). Além disso, tal revolução tinha como principais pleitos a abolição da escravidão e a proclamação da república.Item errado!

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5
Q

(CESPE/TPS/2017)
A configuração territorial da América portuguesa colonial foi alcançada por meio de um processo histórico dinâmico, iniciado no século XVI. A respeito desse tema, julgue (C ou E) os seguintes itens. No final do século XVI, os portugueses tinham posições fortificadas na foz do rio Amazonas e na margem oriental do rio da Prata.

A

Item errado!

As fortificações não existiam no século XVI. Apenas no século XVII os portugueses iniciaram a construção de fortes e vilas para proteger os litorais amazônicos e a margem oriental do Prata. Exemplos: Forte do Presépio, em 1616; Colônia de Sacramento, em 1680.

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6
Q

Com a finalidade de garantir a efetiva ocupação da região de São Vicente, no atual litoral paulista, Martim Afonso de Souza deu início, por ordem da Coroa portuguesa, às concessões hereditárias de terras a portugueses que trazia, com esse objetivo, em sua expedição.

A

Item errado!

Considerações políticas levaram a Coroa Portuguesa à convicção de que era necessário colonizar a nova terra. A expedição de Martim Afonso de Sousa (1530-1533) representou um momento de transição entre o velho [arrendamento para Fernão de Noronha, entre 1503 e 1505, e exploração de pau-brasil diretamente pela Coroa] e o novo período [introdução das Capitanias Hereditárias]. Tinha por objetivo patrulhar a costa, estabelecer uma colônia através da concessão não-hereditária de terras aos povoadores que trazia (São Vicente, 1532) e explorar a terra, tendo em vista a necessidade de sua efetiva ocupação.

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7
Q

As capitanias hereditárias foram concedidas a militares portugueses, que recebiam as doações como reconhecimento por serviços prestados à Coroa, bem como para reforçar a defesa do território colonial e facilitar a sua exploração.

A

Os beneficiários das capitanias hereditárias não eram militares portugueses, mas membros da baixa nobreza de Portugal.

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8
Q

A doação de terras pelos capitães-donatários a sesmeiros deu origem à formação de latifúndios.

A

Item certo!

As sesmarias recebidas pelos sesmeiros foram estruturadas para a produção de monoculturas visando o mercado externo, dando início à formação de grandes latifúndios de terra no Brasil.

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9
Q

O colonizador português tolerou bem e conviveu harmoniosamente com as diferenças culturais da sociedade, evitando impor a hegemonia de sua cultura a indígenas e africanos.

A

Item errado!

Não faz sentido algum essa afirmativa. Os colonizados (índios, africanos e homens livres pobres) foram submetidos à hegemonia econômica e cultural portuguesa, inclusive religiosa.

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10
Q

Antônio Vieira, de olhos no futuro, aconselhava o fortalecimento do poder monárquico luso, tendo como um dos instrumentos a máquina mercantil do Estado, com o fim de vencer a concorrência entre os impérios europeus.

A

Item certo!

Exatamente. No contexto da União Ibérica, o padre Antônio Vieira pregou a retomada do poder político por parte de Lisboa, além de advogar pelo fortalecimento do aparato mercantil do Estado, propôs a transferência da capital da Metrópole para o Brasil.

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11
Q

O padre João Antônio Andreoni, o Antonil, amante da estatística e do cálculo, escreveu obra importante acerca da economia colonial no Brasil.

A

Item certo!

Exato. Sua obra de maior êxito, Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas promoveu minucioso estudo a respeito das atividades econômicas da Colônia, especialmente em relação aos lucros e os custos dos engenhos de açúcar.

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12
Q

A colonização do Brasil, desde as origens, em 1500, até a transferência da Corte portuguesa, em 1808, orientou-se apenas pelo modelo estatal, sem recorrer ao setor privado ou à cooperação entre o setor público e o privado.

A

Item errado!

Desde o início da colonização portuguesa no Brasil houve atuação do poder estatal em conjunto com o setor privado. O maior exemplo disso são as capitanias hereditárias, criadas em 1532, e cedidas à nobres portugueses para ocupar, explorar e defender a colônia em nome do Estado.

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13
Q

A descoberta das minas de ouro no interior da colônia decorreu, essencialmente, da ação dos bandeirantes, expressão clássica de movimento expansionista de uma região — neste caso, São Paulo — cujo elevado dinamismo econômico requeria a incorporação de novas áreas ao seu processo de crescente desenvolvimento.

A

Item errado!

À época das bandeiras, São Paulo não apresentava elevado dinamismo econômico, muito pelo contrário. As bandeiras eram expedições de exploração que foram estimuladas como alternativa econômica à falta de produtividade na região paulista, além do sonho em encontrar ouro no território português.

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14
Q

Por suas características, a atividade mineradora possibilitou o aparecimento de núcleos urbanos, de uma estrutura social menos impermeável, quando comparada ao patriarcalismo nordestino, e de outras atividades econômicas voltadas para o abastecimento das áreas de mineração.

A

Item certo!

Exatamente. O item lista algumas das alterações sociais introduzidas pela atividade mineradora no Brasil. O Ciclo do Ouro proporcionou o rápido surgimento de arraiais, vilas e cidades, que demandava mão de obra menos estratificada que a existente nos canaviais. Além disso, a nova conjuntura de concentração populacional demandava o suprimento de alimentos, que deu origem a um novo dinamismo econômico de produção para o mercado interno.

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15
Q

Na mineração, diferentemente do ocorrido no Nordeste açucareiro, a presença do Estado metropolitano como agente econômico foi preponderante, evidenciada no elevado nível de investimento financeiro na região, na exploração estatal das minas e na adoção de mecanismos diretos de arrecadação de impostos.

A

Item errado!

Havia presença reguladora do Estado na economia mineradora (diferentemente do que ocorria na economia açucareira); no entanto, a Coroa não investiu diretamente na região, deixando à iniciativa privada a exploração das riquezas minerais.

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16
Q

A mineração contribuiu para o esvaziamento econômico do Nordeste e transferiu para o Centro-Sul o eixo político da colônia, de que seria exemplo marcante a mudança da capital, de Salvador para o Rio de Janeiro.

A

Item certo!

É isso mesmo. O deslocamento do eixo dinâmico da economia colonial para o Centro-Sul do Brasil é acompanhado da concentração de poder político nessa região. Tudo isso contribuiu para o esvaziamento da economia e da representação política nordestina.

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17
Q

O processo de colonização do Brasil, tal como o ocorrido nas demais colônias ibero-americanas, subordinou-se, em linhas gerais, ao processo de surgimento do capitalismo europeu de base mercantil e de sua afirmação ao longo da Idade Moderna.

A

Item correto!

Exatamente. As companhias de exploração e de extração de riquezas coloniais foram, em larga medida, as instituições do capitalismo mercantilista que se estabeleceu na América ibérica durante a colonização.

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18
Q

Latifúndio, escravidão e monocultura foram os traços definidores da colonização portuguesa em terras americanas, nela prevalecendo a produção voltada para o mercado externo.

A

Item correto!

Isso mesmo. O item descreve, brevemente, as características do sistema de plantation estabelecido pelos portugueses no Brasil.

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19
Q

À época da independência, a economia colonial podia ser descrita de maneira simplificada. Era composta por: latifúndios voltados para a produção de mercadorias exportáveis, como o açúcar, o tabaco, o algodão; fazendas dedicadas à produção para o mercado interno (feijão, arroz, milho) e à criação de gado, estas sobretudo no norte e no sul; e centros mineradores já em fase de decadência. Acrescente-se, ainda, grande número de pequenas propriedades voltadas para a agricultura e a pecuária de subsistência. Nas cidades costeiras, capitais de províncias, predominavam o grande e o pequeno comércio. Os comerciantes mais ricos eram os que se dedicavam ao tráfico de escravos. A única alteração importante nessa economia deu-se com o desenvolvimento da cultura do café. Já na década de 30, o produto assumira o primeiro lugar nas exportações. Mas o café não mudou o padrão econômico anterior: era também um produto de exportação baseado no trabalho escravo. Esse modelo sobreviveu ainda por mais cem anos. Só começou a ser desmontado após 1930. As conseqüências da hegemonia do café foram principalmente políticas. O fato de se ter ela estabelecido a partir do Rio de Janeiro ajudou a consolidar o novo governo do país, sediado nesta província. Se não fosse a coincidência do centro político com o centro econômico, os esforços da elite política para manter a unidade do país poderiam ter fracassado.

J. M. de Carvalho. Fundamentos da política e da sociedade brasileiras. In: L. Avelar e A. O. Cintra (orgs.). Sistema político brasileiro: uma introdução. Rio de Janeiro: Fundação Konrad-Adenauer-Stiftung; São Paulo: Fundação UNESP, 2004, p. 23.

Item 7
Infere-se do texto que a existência de um mecanismo definidor das relações de dominação e de dependência entre metrópoles e colônias — o pacto colonial — inviabilizava, na prática, o desenvolvimento, na colônia, de atividades econômicas não diretamente voltadas para a exportação.

A

Item errado!

O item está errado porque o “pacto colonial” não impedia atividades econômicas alheias ao mercado externo. No Brasil, por exemplo, havia intensa atividade produtiva voltada para o mercado interno, com grande produção de charque, roupas para escravos e alimentos para a subsistência da população.

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20
Q

A agroindústria açucareira nordestina monopolizou a economia colonial brasileira entre meados do século XVI e o transcurso do século seguinte, a despeito de não contar com fontes externas de financiamento e da falta de adequado mercado consumidor.

A

Item errado!

Há dois erros nesse item:

O primeiro está na afirmação de que a agroindústria tenha monopolizado a economia colonial brasileira entre os séculos XVI e XVII. Havia atividades econômicas menos representativas, mas que eram importantes para a economia brasileira, como a pecuária, a extração das drogas do sertão e, ao final do século XVII, a extração de ouro e diamante.

O segundo erro está presente na afirmação de que faltava à agroindústria açucareira financiamento externo e mercado consumidor. Essa empresa era largamente financiada por bancos holandeses e encontrava na Europa seu grande mercado de consumo.

21
Q

(CESPE/TPS/2018/Questão 45)
A principal autoridade em todos os domínios coloniais portugueses era o rei, que, na administração desses domínios, contava com o auxílio do Conselho Ultramarino e da Mesa de Consciência e Ordens. Tendo em vista que, apesar do auxílio dessas instituições, a organização administrativa do Brasil colonial funcionava de modo precário, julgue (C ou E) os seguintes itens, relativos às causas dessa precariedade. As distâncias, a consequente lentidão das comunicações, e a falta de aparato humano burocrático dificultavam o controle da população e a observância restrita das leis.

A

Item certo.

Trata-se de ressaltar as dificuldades de comunicação na colônia como entrave ao exercício da administração colonial e à afirmação de uma unidade político-administrativa-econômica efetiva.

22
Q

Embora fosse consensual e geograficamente constatável, a unidade territorial brasileira aparecia oficialmente visível apenas nos títulos do vice-rei e do príncipe do Brasil.

A

Item certo.

Apesar do CESPE ter considerado o item como correto, entendemos que não havia consenso, seja entre os países ibéricos, seja entre os países colonialistas ocidentais em termos mais amplos, destacando-se a França e o Reino Unido, em relação ao que constituía o território brasileiro.

23
Q

Embora fosse consensual e geograficamente constatável, a unidade territorial brasileira aparecia oficialmente visível apenas nos títulos do vice-rei e do príncipe do Brasil.

A

Item certo.

Apesar do CESPE ter considerado o item como correto, entendemos que não havia consenso, seja entre os países ibéricos, seja entre os países colonialistas ocidentais em termos mais amplos, destacando-se a França e o Reino Unido, em relação ao que constituía o território brasileiro.

24
Q

O processo administrativo era excessivamente centralizado: todas as decisões de maior ou média envergadura administrativa passavam pelo crivo de Portugal; de tudo se queria saber em Lisboa e por tudo se interessavam o Conselho Ultramarino e a Corte.

A

Item certo.

Do ponto de vista institucional, refletindo a lógica do exclusivo metropolitano, são inegáveis as tentativas de promover extrema centralização na condução dos assuntos administrativos. De tudo queria saber Lisboa, isto é um fato. Embora, na prática, não fosse possível administrar tudo o que acontecia na colônia, esta, no entanto, era a vontade da metrópole.

25
Q

A Coroa Portuguesa, do início ao fim da colonização, procurou manter o controle total sobre o empreendimento colonial, motivo pelo qual resistiu às investidas da iniciativa privada (ou particular), no sentido de assumir papel exclusivo na exploração econômica da colônia.

A

Item errado.

Não houve controle total por parte da Coroa. Ao enfatizar o período colonial do “início ao fim”, o item leva em conta a constituição das capitanias hereditárias, as quais refletem momento em que a metrópole não estava comprometida com o controle total sobre o empreendimento colonial.

26
Q

Entre 1626 e 1772, a América Portuguesa teve seu território dividido em duas regiões administrativas: as capitania meridionais formavam o Estado do Brasil, com sede em Salvador e, posteriormente, no Rio de Janeiro: a parte setentrional, por sua vez, constituía o Estado do Maranhão e Grão-Pará até 1751, quando foi substituído pelo Estado do Grão-Pará e Maranhão, e sua sede foi transferida de São Luís para Belém.

A

Item anulado!

O CESPE anulou o item com a seguinte justificativa: “Uma vez que há erros referentes a data e nome utilizados na redação do item, prejudicou‐se seu julgamento objetivo”.

De fato, apenas em 1626 houve a efetiva instalação de um governo separado para a “parte setentrional” da América Portuguesa.

Mas o nome dessa unidade administrativa era “Estado do Maranhão”. Além disso, o “Estado do Maranhão” (sem “Grão-Pará” no nome) fora criado, formalmente, antes disso, em 1621.

A divisão administrativa iniciada na década de 1620 adota, portanto, nomenclatura diferente da denominação “Estado do Maranhão e Grão-Pará”, que o item indica corretamente ter vigorado até 1751. O novo nome foi adotado apenas na década de 1650 (criado em 1654, instalado efetivamente em 1655).

27
Q

A ausência de rotas comerciais internas na América Portuguesa dificultou o controle do território e resultou no isolamento das capitanias, que tratavam quase que exclusivamente com a sede do governo colonial e a metrópole europeia.

A

Item errado!

Uma coisa é falar em escassez de rotas internas, mas, falar em ausência de rotas internas seria negar o papel histórico dos bandeirantes no sentido de integrar, de algum forma o centro-sul da América Portuguesa, bem como a iniciativa das monções que, mesmo que precariamente, promoveram certa integração entre o Centro-Oeste e o Norte da colônia. Trata-se, aqui, de rotas fluviais e rotas terrestres. A comunicação escassa, no entanto, fazia com que as capitanias do norte, por exemplo, quase não tivessem contato com a sede do governo colonial.

28
Q

A transferência da Corte portuguesa para a América foi proposta em crises anteriores à de 1807. Seus defensores consideravam a fragilidade de Portugal em meio às disputas entre as potências europeias, marcadamente entre França e Inglaterra, e a importância das possessões coloniais para a manutenção da Coroa portuguesa. Entre os proponentes dessa ideia, encontrava-se o padre Antônio Vieira, ainda no século XVII.

A

Item certo!

Além da proposição feita pelo padre Antônio Vieira, a geração de 1790, dos chamados estrangeirados, propôs a constituição do Império Luso-brasileiro, com sede no Rio de Janeiro. O maior expoente e teórico desse grupo foi dom Rodrigo de Souza Coutinho.

29
Q

“Os acontecimentos são como a espuma da história, bolhas que, grandes ou pequenas, irrompem na superfície e, ao estourar, provocam ondas que se propagam a maior ou menor distância”. São de Georges Duby essas observações. De acordo com ele, “acontecimentos sensacionais” — a exemplo da chegada da corte portuguesa à cidade do Rio de Janeiro, em 1808; da criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, em 1815; da oficialização do rompimento entre Brasil e Portugal, em 1822; da outorga da Carta Constitucional do Império, em 1824; e da abdicação de D. Pedro I, em 1831 — podem apresentar valor inestimável para a compreensão das circunstâncias históricas nas quais se evidenciaram.

Cecília Helena de Salles Oliveira. Repercussões da revolução: delineamento do império do Brasil, 1808/1831. In: Keila Grinberg e Ricardo Salles (Orgs.). O Brasil imperial (vol. I - 1808-1831). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 17 (com adaptações).

As teses libertárias do Iluminismo, que embalaram a Revolução Francesa de 1789 e impulsionaram a independência das treze colônias inglesas na América do Norte, em 1776, também chegaram ao Brasil, presentes em movimentos emancipacionistas como as Conjurações Baiana (1798) e Mineira (1789).

A

Item certo!

A Inconfidência Mineira, até pela coincidência temporal com a Revolução Francesa, foi menos influenciada por ela. No entanto, o ideário iluminista estava presente no seio da revolta, assim como a inspiração na independência das 13 colônias. A Conjuração Baiana, por sua vez, teve sinais mais claros de inspiração na Revolução Francesa.

30
Q

As últimas décadas do século XVIII foram marcadas por acontecimentos internacionais com reflexos no Brasil. A conjuntura

econômica e política agravava a situação do lado de cá do Atlântico, pois tinha início a passagem de um regime de monopólios para o de livre concorrência. A crise do sistema colonial foi explorada por três conspirações capazes de revelar a influência dos ideais de liberdade disseminados pela Revolução Francesa, e a ideia de que uma eventual independência da América portuguesa tomava forma.

Mary Del Priore e Renato Venâncio. Uma breve história do Brasil. São Paulo: Ed. Planeta do Brasil, 2010, p. 143-4 (com adaptações).

Entre as conspirações que exploraram o quadro de crise do sistema colonial, como apontado no texto, nenhuma foi mais importante que a Conjuração Mineira, em 1789, quando, a partir de Vila Rica — próspero centro minerador e no auge de sua capacidade exploradora —, os inconfidentes disseminaram pela colônia seus ideais emancipacionistas, republicanos e abolicionistas.

A

Item errado!

Alguns erros importantes nesse item. Primeiro: a Inconfidência Mineira teve início a partir de São João Del Rey e Tiradentes; segundo: a extração mineradora na região já experimentava grande declínio (o auge havia sido na primeira metade do século XVIII); terceiro: não havia ideais abolicionistas entre os conspiradores da Conjuração Mineira.

31
Q

Enquanto as ideias iluministas, que fundamentaram a Revolução Francesa em 1789, chegavam ao Brasil e incendiavam os movimentos pela independência, que se multiplicavam pela colônia, a independência das treze colônias inglesas da América do Norte foi ignorada tanto nas colônias hispânicas quanto no Brasil.

A

Item errado!

A independência das Treze Colônias teve, sim, influência nas revoltas independentistas de finais do século XVIII. Ao mesmo tempo, pode-se questionar se estes movimentos independentistas “multiplicavam-se pela colônia”. Importante foram dois, talvez três, na Bahia, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

32
Q

Transformando as bases materiais da sociedade, com vigorosa repercussão política, social e cultural, a Revolução Industrial rompeu com os elementos de sustentação da economia vigente na Idade Moderna, subvertendo os pilares do antigo sistema colonial sobre os quais se assentara a colonização portuguesa na América.

A

Item certo!

Exato. As antigas práticas mercantilistas de acumulação por meio do exclusivo colonial foram rompidas com a imposição das mudanças que vigorarvam no sistema comercial da Revolução Industrial, baseado no livre comércio.

33
Q

A descentralização administrativa da América portuguesa foi uma das estratégias políticas pombalinas de constituição de um império em dois continentes, no intuito de preservar a integridade do Brasil.

A

Item errado!

Conhecido por sua característica despótica, a administração pombalina foi centralizadora, não descentralizadora como diz o item. Em seu período à frente do governo, extinguiu o Governo-Geral do Brasil e o Governo-Geral do Estado do Maranhão para criar o Vice-Reino do Brasil.

34
Q

No período referido acima, Portugal reafirmou a sua soberania sobre a província do Maranhão ao reprimir a tentativa do aventureiro inglês Beckman de se apossar dessa província.

A

Item errado!

Dois erros na questão:

A Revolta dos Beckman ocorreu em 1684, bem antes do período pombalino;

Essa revolta foi liderada pelos irmãos Beckman, que não eram ingleses.

35
Q

O enfrentamento militar com os espanhóis no Brasil meridional culminou com a ocupação parcial do Rio Grande de São Pedro, pela Espanha, por mais de uma década.

A

Item certo!

A ocupação a que se refere o item ocorreu na região de Desterro e em parte do Rio Grande de São Pedro. Por estar em vantagem militar no Sul do Brasil, os espanhóis conseguiram articular um tratado favorável às suas demandas. No Tratado de Santo Ildefonso, de 1777, Portugal cede à Espanha a Colônia de Sacramento em troca das terras invadidas.

36
Q

A Convenção de Sintra, assinada por Portugal e Inglaterra, por influência do Marquês de Pombal, possibilitou a consolidação da soberania inglesa na Guiana, no norte da Amazônia.

A

Item errado!

Não há consolidação inglesa na Guiana antes da década de 1830 do século XIX. Além disso, a Convenção de Sintra foi um acordo assinado entre Inglaterra e França, em 1808, para regulamentar a evacuação de Portugal no contexto das invasões napoleônicas.

37
Q

Segundo Frei Vicente do Salvador, em uma das ocasiões em que foi necessário pegar em armas para submeter os gentios da região do Cabo de Santo Agostinho, Duarte de Albuquerque Coelho organizou várias companhias de guerra. Em Olinda, servindo-se de “mercadores e moradores, porque eram de diversas partes do Reino”, o donatário “ordenou outras três companhias”: “que por capitão dos de Viana do Castelo fosse João Pais, dos do Porto, Bento Dias Santiago e dos de Lisboa, Gonçalo Mendes d’Elvas, mercador”.

Leonor F. Costa. Redes interportuárias nos circuitos do açúcar brasileiro. O trajecto de Gaspar Pacheco, um banqueiro de D. João IV. In: M. Cunha

(Coord.). Do Brasil à metrópole. Efeitos sociais (séc. XVII-XVIII). Anais da Universidade de Évora, jul./2001, p. 15 (com adaptações).

Item 5
A despeito da importância econômica que desempenhavam, comerciantes e mercadores reinóis enfrentavam, no Brasil, grande dificuldade para alcançar representação política.

A

Item certo!

Realmente, os comerciantes e mercadores portugueses dificilmente encontravam abertura política na colônia. De acordo com Ilmar Mattos, em O tempo saquarema, a população colonial era formada por: ‘1. Os colonizadores, que definiam os interesses da metrópole; 2. Os colonos, que implementavam, na colônia, as diretrizes da metrópole; 3. Os colonizados, que eram submetidos à exploração dos dois grupos anteriores”. Os comerciantes e mercadores de Portugal se opunham aos colonos (responsáveis pela administração pública). Exemplo marcante desse embate é a guerra dos Mascates, de 1710 a 1711, que colocava frente à frente os senhores de engenho (que detinham a influência na política local), de Olinda, e os comerciantes reinóis de Recife, chamados de mascates.

38
Q

Entre as cláusulas do Pacto Colonial incluía-se a da obrigatoriedade de que os mercadores portugueses, quando solicitados, colaborassem militarmente com as forças da metrópole.

A

Item errado!

O Pacto Colonial, apesar de ser um termo aceito pela banca, não foi um acordo por escrito, com cláusulas e artigos a serem respeitados. Além disso, os mercadores portugueses não faziam parte do arranjo institucional proposto pela metrópole, na medida em que existiam diversas autoridades e instâncias na própria colônia responsáveis pela implementação da política e da defesa do território.

39
Q

A centralização do poder político, refletida na concentração do aparato burocrático do império português em Lisboa, deu origem à monopolização do comércio colonial pelos mercadores lisboetas.

A

Item errado!

Existia, sim, uma centralização do poder político em Lisboa (pelo menos até o período Pombalino). No entanto, a monopolização do comércio colonial não veio a partir da atuação dos mercadores lisboetas, mas da criação de Companhias de Comércio pela Coroa, como a fundação, em 1649, da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil, ou, em 1682, da Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão.

40
Q

As companhias de guerra configuravam soluções econômicas típicas do mercantilismo colonial português, estando as expedições de exploração dos novos territórios associadas à captura de mão de obra escrava indígena.

A

Item errado!

As companhias de guerra não se associavam à captura de mão de obra escrava indígena. Essa empresa foi objeto das bandeiras, das entradas e das monções, no século XVI.

41
Q

Em oposição às determinações da Coroa portuguesa, ao longo do século XVII, colonos partiram de Piratininga em busca de riquezas pelos sertões afora, o que foi decisivo para a configuração das fronteiras do Brasil e para a consolidação de São Paulo como importante polo econômico no período colonial.

A

Item errado!

Não houve oposição às bandeiras paulistas por parte da Coroa portuguesa. Conforme Synesio Sampaio Goes Filho, em Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas, “(…) ficou provado que, em muitos casos, se confundem a participação do poder público com a da iniciativa privada”.

42
Q

A decisão portuguesa de dar início efetivo à colonização de suas terras americanas, trinta anos após a descoberta, deveu-se, fundamentalmente, a dois fatores: o perigo concreto de perdê-las para concorrentes europeus, como os franceses, e a sensível redução dos lucros do comércio oriental de especiarias.

A

Item certo!

O início formal da colonização portuguesa ocorrem em 1532, com o estabelecimento das capitanias hereditárias. O item acerta ao apontar questões de segurança como um dos motivos para se estabelecer a ocupação territorial mais efetiva, pois franceses e holandeses já se mostravam hostis ao Tratado de Tordesilhas. Da mesma maneira, a colônia na América era uma alternativa ao início de esgotamento dos lucros oriundos das Índias Orientais.

43
Q

A colonização portuguesa processou-se conforme os padrões da época, ou seja, transferiu-se à iniciativa privada toda a responsabilidade de promover a ocupação da terra, defendê-la e fazê-la produzir. Essa situação, marcada pela ausência do Estado no empreendimento colonial, perdurou até o momento da independência.

A

Item errado!

O modelo de concessão da exploração econômica e da manutenção da segurança da colônia à “iniciativa privada” fracassou logo no início do período colonial. Por isso, em 1549, a Coroa de Portugal estabeleceu um Governo-Geral em Salvador, centralizando politicamente a administração colonial.

44
Q

A extração de pau-brasil garantiu o êxito da empreitada colonizadora por cerca de dois séculos, perdendo a primazia somente a partir das descobertas das jazidas auríferas no interior da colônia.

A

Item errado!

A ideia de cíclos econômicos pode contribuir para entender o período colonial, mas não esgota a explicação das complexidades econômicas do Brasil colonial. A exploração do pau-Brasil foi fundamental nos anos iniciais; entretanto, já em 1550, a produção de cana de açúcar foi introduzida no país.

45
Q

Analisando o caso brasileiro, o texto focaliza um aspecto primordial da primeira fase do capitalismo, aquela em que a acumulação de capitais se dá, sobretudo, por meio da circulação das mercadorias.

A

Item certo!

Exatamente, trata-se de uma característica intrínsica ao sistema mercantilista presente à época, marcado pela circulação de mercadorias.

46
Q

A ampliação do tráfico atlântico de escravizados, a chegada de reinóis, majoritariamente do Minho, e a intensificação da comunicação política com a Coroa são elementos característicos da América portuguesa no século 18. O crescimento demográfico registrado no período acarretou, entre outras mudanças sociais, o aumento do número de lavradores forros e a perda de poder socioeconômico dos negociantes de grosso trato perante a nobreza principal da terra.

A

Item errado!

A parte final do item está errada, pois não há perda de poder econômico dos traficantes de escravos.

47
Q

Verifica-se, na América portuguesa setecentista, a existência de um mercado interno caracterizado pela formação de eixos mercantis e sistemas agropastoris voltados para o comércio e o abastecimento de regiões mineradoras. Entre as consequências desse processo, está a ascensão econômica do Rio de Janeiro. Ao superar a Bahia como principal porto de desembarque de escravizados da África centro-ocidental, o caso do Rio de Janeiro é indicativo de um processo de relativa particularização dos circuitos mercantis coloniais.

A

Item certo!

O item descreve corretamente as consequências da descoberta do ouro e a mudança do eixo dinâmico do Nordeste para o Centro-Sul.

48
Q

O declínio da produção aurífera afetou as regiões da Capitania de Minas Gerais de forma desigual. Os centros urbanos e os termos de Vila Rica e Mariana foram mais afetados do que a região da Comarca do Rio das Mortes, uma vez que esta irrigava o vasto mercado interno da Capitania e, até mesmo, o Rio de Janeiro.

A

Item certo!

O item cobrou um conhecimento de geografia da região mineradora. De fato, alguns centros urbanos foram mais afetados do que outros quando o ouro começou a sofrer um declínio.

49
Q

A organização familiar na sociedade da América lusa do século 18 esteve pautada por concepções corporativas e estamentais de Antigo Regime. A dinâmica social de uma monarquia pluricontinental como a portuguesa permitia a construção de relações de parentesco extensas, reunindo, além dos consanguíneos, colaterais, criados e escravizados, classificados e organizados por uma hierarquia rigidamente vinculada ao nascimento.

A

Item errado!

Não existe relação de parentesco com criados e escravizados.