cardiopatia congênitas Flashcards
Quando o ducto arterioso deixa de ser funcional? Em que situações ele pode permancer aberto por mais tempo?
O ducto arterioso geralmente deixa de ser funcional nas primeiras 10 a 15 horas pós-parto, exceto em prematuros e naqueles com hipóxia persistente, situações em que pode permanecer aberto por mais tempo
Em algumas semanas ou meses, processa-se o fechamento anatômico e o ducto arterial se oblitera e passa a constituir o ligamento arterioso fibroso.
Controle de fechamento do ducto arterial?
• O oxigênio constitui o fator mais importante do controle do fechamento do ducto arterioso. Durante a vida fetal, a abertura deste é controlada pelo baixo nível de oxigênio no sangue, já que o feto vive em ambiente com baixo teor de oxigênio, mantendo, então, o ducto pérvio. O ducto arterial também é mantido pérvio por meio da produção de prostaglandinas durante a vida intrauterina, por esse motivo alguns inibidores da síntese de prostaglandinas, como a indometacina, são usados para promover o fechamento do ducto arterioso que persiste pérvio após o nascimento.
Fechamento funcional e anatômico do forame oval?
A oclusão da circulação placentária provoca queda imediata da pressão sanguínea na veia cava inferior e no átrio direito. Devido ao fluxo sanguíneo pulmonar aumentado, a pressão no interior do átrio esquerdo fica maior que a do átrio direito, e essa pressão acarreta fechamento funcional do orifício do forame oval. Já o fechamento anatômico ocorre até o 1º ano de vida.
Deve-se suspeitar de cardiopatia congênita sempre que o RN apresenta quaisquer dos sinais que seguem:
- Taquipneia, cansaço ou cianose às mamadas;
- Qualquer tipo de sopro cardíaco ou alteração de bulhas cardíacas;
- Alteração de pulsos e/ou hipertensão arterial sistêmica ou, ainda, diferença sensível da pressão arterial sistêmica entre os membros superiores e os inferiores;
- Arritmias: tais manifestações chamam atenção em qualquer RN.
- Com o passar do tempo, impulsão torácica, precórdio hiperdinâmico e dificuldade de ganhar peso, hiperfluxo pulmonar ou, ainda, sinais de hipertensão pulmonar.
- Cianose do tipo central, quase sempre generalizada, entretanto, em alguns casos pode ser evidente no dimidio inferior e ausente no dimidio superior ou vice e versa.
Qual o nível de hb para ocorrência de cianose?
• É observada quando a hemoglobina reduzida no sangue circulante é igual ou superior a 5g/dL.
o Casos de anemia associada a má oxigenação, pode não haver
o Casos em que a circulação e a perfusão estão diminuídas em uma parte do corpo e a oxigenação sanguínea não está prejudicada podem, igualmente, apresentar ausência de cianose, à medida que o pouco sangue que chega àquela área tem relação favorável de hemoglobina oxidada em relação à reduzida.
Quando fazer o teste do coraçãozinho e como proceder?
• Teste do coraçãozinho triagem
o Em todo RN aparentemente saudável com IG > 34 semanas entre 24 e 48 horas de vida
o SpO2 no MS direito e em um dos membros inferiores
Normal: saturação periférica ≥95% em ambas as medidas e diferença menor que 3%.
Caso anormal nova aferição após 1 horas
Se o resultado se confirme Ecocardiograma dentro de 24h
As lesões cardíacas congênitas acianóticas são divididas em quais tipos? cite os exemplos
- Sobrecarga de volume .Comunicação interventricular (CIV) .Comunicação Interatrial (CIA) .Persistência do canal arterial .Defeito do septo AV .Retorno Venoso Pulmonar Anômalo Parcial - Sobrecarga de pressão .Estenose Pulmonar . Estenose aórtica .Coarctação da Aorta .Prolapso mitral .Regurgitação tricúspide
As lesões cardíacas congênitas cianóticas são divididas em quais tipos? cite os exemplos
- Hipofluxo pulmonar . Tetralogia de Fallot . Anomalia de Ebstein - Excesso de fluxo . Transposição de grandes vasos . Retorno venoso pulmonar anômalo total . Sindrome do coração esquerdo hipoplasico
Fisiopatologia das cardiopatias com Sobrecarga de volume
• Sobrecarga de volume
o SHUNT E D
Comunicação entre as circulações sistêmica e pulmonar
Resulta num shunt de sangue rico em oxigênio de volta para os pulmões
Tamanho do Shunt
• Fluxo pulmonar + Fluxo sistêmico
o Normal 1 – 1
o Repercussão 2 -1 ou mais
o Regurgitação AV
o Remodelamento dilatação das câmaras
o Caso a doença não seja tratada, há, progressivamente, aumento da resistência vascular pulmonar que pode reduzir o shunt ou mesmo inverter o seu sentido, passando a ser direitoesquerdo (fisiologia ou síndrome de Eisenmenger) levando a cianose e prognóstico ruim (transplante)
•Sobrecarga de pressão
• Sobrecarga de pressão
o Obstrução do fluxo normal do sangue.
o Remodelamento Hipertrofia ventricular e dilatação em estágios mais avançados.
Qual a cardiopatia congênita mais comum?
É a cardiopatia congênita mais comum (cerca de 25% dos casos)
CIV fisiopatologia
Defeito septal atrial e ventricular contíguos + válvulas AV normais
Abertura no septo interventricular (em alguns casos, todo o septo interventricular está ausente)
• Como resultado, parte do sangue já oxigenado e que está no ventrículo esquerdo é devolvida ao ventrículo direito e novamente impulsionada aos pulmões, determinando sobrecarga ventricular direita e aumento do trabalho cardíaco.
• Shunt menor no período nenatal
• Após 2 a 3 meses, quando os níveis de pressão na circulação pulmonar declinam e o VE ganha força, o fluxo esquerdo-direito pela CIV é máximo, exigindo trabalho cardíaco acima das suas capacidades levando as manifestações de insuficiência cardíaca (sobrecarga de volume).
CIV incidência maior em que sindrome?
Incidência maior em pacientes com síndrome de Down
Quando o shunt E–>D na CIV é maior?
- Shunt menor no período nenatal
- Após 2 a 3 meses, quando os níveis de pressão na circulação pulmonar declinam e o VE ganha força, o fluxo esquerdo-direito pela CIV é máximo, exigindo trabalho cardíaco acima das suas capacidades levando as manifestações de insuficiência cardíaca (sobrecarga de volume).
Clínica CIV
• Após 2 a 3 meses, quando os níveis de pressão na circulação pulmonar declinam e o VE ganha força, o fluxo esquerdo-direito pela CIV é máximo, exigindo trabalho cardíaco acima das suas capacidades levando as manifestações de insuficiência cardíaca (sobrecarga de volume).
o As manifestações clínicas iniciais podem restringir-se a apenas 1 sopro holossistólico na borda paraesternal esquerda, acompanhado ou não de frêmito
o Pode-se ter também um sopro mesodiastólico de baixa frequência no apíce
Devido a muito retorno venoso para o AE funcionando como um estenose mitral (apesar de a mitral estar normal)
Indica hiperfluxo grave
o dispneia, taquicardia e sudorese, dificuldade para mamar, infecções respiratórias, hipertensão pulmonar e sibilância.
Achados raio X e ECG na CIV
o A radiografia de tórax pode evidenciar área cardíaca aumentada (principalmente o ventrículo esquerdo), além do aumento da trama vascular e da artéria pulmonar.
o O ECG pode mostrar alterações elétricas indicativas de sobrecarga de ventrículo esquerdo ou biventricular, onda T invertida em V-1 ou onda T ascendente.
TTO CIV
- Com exceção das CIVs muito pequenas (que podem regredir espontaneamente), todas as demais devem ser operadas, de preferência durante os 2 primeiros anos de vida.
- Quanto a crianças com repercussões hemodinâmicas precoces, a correção deve ser feita precocemente, a fim de evitar lesão da vasculatura com consequente hipertensão pulmonar
- Nos casos em que a conduta é expectante ou a cirurgia não pode ser realizada prontamente, são realizados restrição hídrica, uso de digital, diuréticos e vasodilatadores, se houver insuficiência cardíaca.
CIA clínica?
As manifestações são mais comuns por volta dos 3 ou 4 anos de vida época em que as pressões intracavitárias cardíacas estão sujeitas a algumas alterações e que resultam em maior shunt esquerdo-direito, aumento do átrio e ventrículo direitos, podendo chegar à dilatação da artéria pulmonar.
Dispneia, palpitações e fadiga. Infecções respiratórias e déficit ponderal podem acontecer, e a insuficiência cardíaca é um evento tardio.
Exame físico
• Podem ser auscultados
o Desdobramento fixo de B2, que é típico dessa anomalia
Ocorre pelo retardo no esvaziamento do ventrículo direito, o qual apresenta volume sanguíneo aumentado
o Sopro sistólico de ejeção (Foco pulmonar)
Radiografia de tórax
• Aumento da área cardíaca, do tronco da artéria pulmonar e da trama vascular pulmonar
Achados ECG e Raio X Cia
Radiografia de tórax
• Aumento da área cardíaca, do tronco da artéria pulmonar e da trama vascular pulmonar
ECG
• alterações de condução decorrentes da remodelação cardíaca, como QRS aumentado, mudança na onda P sugerindo aumento atrial
TTO CIA
• A correção cirúrgica da CIA é indicada a sintomáticos e àqueles com relação fluxo pulmonar–sistêmico de 2:1.
o Deve ser realizada eletivamente por volta dos 2 anos, para evitar aumento crônico do átrio e do ventrículo direitos.
Profilaxia para endocardite
• Não é necessária (só é recomendada para as cianóticas)
Persistência do canal arterial associado a que?
Está associada a rubéola na gestação, sendo comum entre prematuros (devido a prematuridade do canal arterial que não responde ao O2 e não se fecha por constrição)
Um RN a termo com esta condição evidencia lesão estrutural, que não se fecha espontaneamente.
Associado a 10% de outras cardiopatias congênitas
Persistência do canal arterial fisiopatologia
Quando há fluxo residual pelo canal arterial, ele ocorre no sentido aorta–artéria pulmonar, desde que não exista associação a hipertensão pulmonar
O fechamento funcional do canal arterial acontece fisiologicamente por volta da 12ª à 15ª horas de vida no RN a termo e, mais tardiamente, no pré-termo, entre o 14º e o 20º dias de vida.
Com o aumento da pressão na artéria pulmonar e as alterações anatômicas no leito arterial (muscularização), há elevação da pressão no leito, podendo levar a inversão do fluxo no ducto arterial e, consequentemente, cianose
no pré-termo, a descompensação cardíaca pode ser muito mais precoce quando comparada ao RN a termo.
persistência do canal arterial clínica?
Sopro sistólico contínuo (maquinaria) no foco pulmonar
• Mais intenso na sístole do que na diástole
pressão arterial divergente (“fuga” da aorta → Pulmonar) (ampla pressão de pulso)
- Com o aumento da pressão pulmonar e inversão do fluxo ocorre, consequentemente, cianose
- no pré-termo, a descompensação cardíaca pode ser muito mais precoce quando comparada ao RN a termo.
Raio x ECO e ECG persistência do canal arterial
Na radiografia de tórax, pode-se observar aumento (hipertrofia) das câmaras cardíacas esquerdas, embora ocorra também aumento do ventrículo direito, da trama vasobrônquica e da aorta ascendente.
O ECG pode evidenciar alterações compatíveis com sobrecarga biventricular ou predomínio do ventrículo direito, uma vez que ela é mais precoce.
Ecocardiograma - Padrão ouro - evidencia a própria persistência do canal e é possível que também evidencie o fluxo sanguíneo local. Pode, ainda, estimar a hipertensão pulmonar, quando ela está presente