Capitulo 8 - PRINCIPAIS DISTÚRBIOS REPRODUTIVOS EM MACHOS Flashcards

1
Q

Considerações iniciais :

A

Baseados nos dados de anamnese, nos sinais e sintomas levantados com o exame clínico e nos resultados dos exames laboratoriais executados, você gradativamente eliminará algumas hipóteses até chegar ao diagnóstico. Adicionalmente, é importante ter o pleno domínio da fisiologia, particularmente da endocrinologia, e da anatomia topográfica do sistema genital para identificar e qualificar os achados. É indicado ressaltar que nem sempre teremos as respostas e uma posição firmada no final da primeira avaliação.

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2
Q

CLASSIFICAÇÃO DAS AFECÇÕES REPRODUTIVAS NOS MACHOS

A

a) Primárias: são aquelas que o animal nasce com elas e que são perceptíveis logo ao nascimento, ou se expressam até a maturidade sexual (também chamadas de congênitas). Podem ser hereditárias ou não.

b) Adquiridas: o próprio nome as define. São as que aparecem durante a vida útil do reprodutor.
c) Infecciosas ou não infecciosas.

d) Pré-testiculares, testiculares ou pós-testiculares, isto considerando a origem do agente causal.

e) Pela sintomatologia clínica: ausência de desejo sexual; incapacidade de montar ou de copular (impotência coeundi); incapacidade de ejacular; falta de espermatozoides no ejaculado ou ejaculação alterada; ejaculado e/ou produção espermática inadequados (impotência generandi).

f) Afecções por local de origem: escrotais, testiculares, epididimárias, das glândulas anexas, do pênis ou prepúcio.

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3
Q

AUSÊNCIA DE DESEJO SEXUAL

A

Pode ter múltiplas origens.

A libido é uma característica que é geneticamente transmissível. Portanto, a primeira origem pode ser genética.

Outras causas: Processos dolorosos no sistema genital ou em regiões do corpo associados à execução da copula, subnutrição, disfunções hormonais, experiências sexuais traumatizantes, inexperiência sexual, senilidade (mais encontrada em animais de companhia por permanecerem no convívio do homem até idades mais avançadas), entre outras.

Animais submetidos a uma intensa atividade sexual (muitas fêmeas para cobrir em pouco tempo) podem apresentar a queda temporária da libido (saciedade).

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4
Q

AFECÇÕES REPRODUTIVAS NOS MACHOS (SINTOMATOLOGIA CLÍNICA PRINCIPAL)

A

Temos que considerar que a baixa na fertilidade de um reprodutor pode ter múltiplas origens. A simples ausência de cópula é uma possibilidade e pode ser devido à falta de libido ou à incapacidade do reprodutor com boa libido de executar a monta. Também é importante lembrar que mesmo executando a monta e a intromissão peniana, a ejaculação de espermatozoides pode não acontecer. Ocorrendo a ejaculação, pode haver baixa produção ou produção inadequada de gametas ou simplesmente pode não haver espermatozoides no ejaculado. Além disto, a deposição do ejaculado em local inapropriado pode ser a causa, portanto, nossa análise tem que incorporar estas seis possibilidades.

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5
Q

Melhor maneira de identificar diferença de libido entre animais da mesma espécie:

A

é submetê-los a regimes de cobrição que permitam atingir a saciedade. Quando o desafio é pequeno (poucas fêmeas em cio por unidade de tempo), reprodutores com libido diferente podem demonstrar a mesma capacidade de cobrição.

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6
Q

identificação da origem da ausência de desejo sexual: (libido)

A

Pode requerer um exame clínico minucioso e deve levar muito em conta a vida sexual e social pregressa do reprodutor.

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7
Q

Tratamento para ausência de libido

A

O tratamento da ausência de libido só será possível se for encontrada a causa clínica primária. O simples tratamento com testosterona (hormônio associado à expressão do comportamento sexual) é ineficaz na grande maioria dos casos. Em animais de interesse zootécnico, a ausência de libido de etiologia idiopática é penalizada com o descarte do animal como reprodutor.

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8
Q

INCAPACIDADE DE MONTAR OU DE COPULAR
- ORIGEM NO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO

A

A monta e a cópula propriamente dita são atividades que exigem muito do sistema músculo esquelético, particularmente dos membros posteriores, que têm que sustentar boa parte do peso do animal durante este procedimento. Também estão envolvidos todos os componentes musculares, esqueléticos e neuronais da região pélvica e parte da coluna vertebral. Todos devem estar em perfeitas condições para que o(s) impulso(s) de introdução peniana possa(m) ser executado(s).
Em manejo de monta a campo a exigência do perfeito funcionamento do sistema locomotor é ainda maior. Portanto, estas partes devem ser adequadamente avaliadas. A existência de claudicação dos membros posteriores é um sinal facilmente detectável. No entanto, outras deficiências poderão ser mais discretas e notadas somente quando for dada a oportunidade do macho executar a cópula ou quando da tentativa de coleta de sêmen. As etiologias dos processos que prejudicam estas funções são múltiplas, não convém detalhar aqui cada uma, cabe a você fazer um exame completo para determinar a origem da alteração. A incapacidade de copular também pode advir de processos dolorosos ou não, que impeçam a ereção peniana ou a exteriorização do pênis. A origem dos processos pode estar no prepúcio ou no próprio pênis.

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9
Q

INCAPACIDADE DE MONTAR OU DE COPULAR

ORIGEM PREPUCIAL

A
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10
Q

INCAPACIDADE DE MONTAR OU DE COPULAR

ORIGEM PENIANA

A
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11
Q

INCAPACIDADE DE EJACULAR

A
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12
Q

AUSENCIA DE ESPERMATOZOIDES NO EJACULADO OU “AZOOSPERMIA”

A

A azoospermia pode ser devida à obstrução de ductos e pode ser de origem congênita ou adquirida.

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13
Q

OCLUSÃO CONGÊNITA DO(S) DUCTO(S)

A
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14
Q

OCLUSÃO ADQUIRIDA DO(S) DUCTO(S)

A
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15
Q

EJACULAÇÃO ALTERADA

A

A ejaculação imprópria pode ser causada pela deposição do sêmen em local inapropriado ou pela retroejaculação.

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16
Q

DEPOSIÇÃO INADEQUADA DO EJACULADO

A

A hipospadia ou epispadia é uma alteração que pode ter origem congênita ou adquirida e é caracterizada pela abertura da uretra antes da glande, levando à ejaculação fora da cavidade vaginal ou em lugar inapropriado. A correção cirúrgica pode ser tentada em casos adquiridos.

17
Q

RETROEJACULAÇÃO

A

É caracterizada pela ejaculação retrógrada para dentro da bexiga. Pode ser causada pelo fechamento ineficiente do esfincter da bexiga em consequência de processo infecciosos e traumáticos da região. Nos garanhões podem ser identificadas as pulsações uretrais na região ventral do pênis no momento do orgasmo, associadas à presença de um ejaculado com um volume restrito (oligospermia), ou ausência de ejaculado (aspermia).
Nestes casos, a genitália interna e externa aparece normal. Uma das formas de comprovar a retroejaculação é coletar a urina imediatamente após a ejaculação. Espermatozoides serão encontrados no precipitado após centrifugação da urina coletada. A aplicação de drogas que estimulem a contração do esfíncter da bexiga pode ajudar na redução de ocorrência de retroejaculação

18
Q

EJACULADO INADEQUADO

A
19
Q

PRODUÇÃO ESPERMÁTICA INADEQUADA

A
20
Q

NEOPLASIAS

A
21
Q

PRODUÇÃO ESPERMÁTICA INADEQUADA

A hipoplasia testicular

A

A hipoplasia testicular é o crescimento incompleto dos testículos atingindo tamanhos menores do que o esperado para a idade do animal (Foto 1). Geralmente se expressa após a ocorrência da puberdade. Pode ser uni ou bilateral e geralmente é de caráter hereditário, no entanto pode ser adquirida. A hipoplasia é devida ao crescimento incompleto de parte ou de todos os túbulos seminíferos, associado a vários graus de redução no número de espermatogônias e de suas descendentes.
A hipoplasia de caráter hereditário é causada por genes autossômicos recessivos que apresentam penetrância incompleta. Esta particularidade indica que o(s) testículo(s) pode(m) apresentar grau variado de subdesenvolvimento. Este distúrbio pode advir de anormalidades cromossômicas (XXY).
A hipoplasia adquirida pode ter origem sistêmica ou local. Agentes que causem deficiência de LH e FSH ou que sejam tóxicos às células envolvidas na espermatogênese podem prejudicar o crescimento testicular. O acometimento pode vir ainda na fase fetal ou ser provocado após o nascimento. Por exemplo, o uso de anabolizantes durante o período de crescimento pode retardar a ocorrência da puberdade e, dependendo da dose e da duração do tratamento, pode prejudicar definitivamente o crescimento testicular levando à hipoplasia.
As hipoplasias completas bilaterais são facilmente identificadas e estão associadas à infertilidade. A dificuldade em diagnosticar este distúrbio ocorre quando o subdesenvolvimento testicular é discreto, já que estes reprodutores podem se reproduzir apresentando apenas um quadro de subfertilidade. Este distúrbio é encontrado em várias espécies. Nos touros, geralmente é do tipo unilateral parcial.
Deve-se cuidar em diferenciar a hipoplasia da hipotrofia. Esta última é caracterizada pela diminuição temporária ou permanente do tamanho testicular por alguma causa adquirida.

Na hipoplasia, além do menor tamanho testicular, o ejaculado é alterado. O espermiograma é geralmente caracterizado pela diminuição do número de espermatozoides (oligozoospermia) associada ao aumento na incidência de anormalidades espermáticas, particularmente, os defeitos de cabeça dos espermatozoides. Pelo quadro espermático não é possível diferenciar a hipoplasia da degeneração testicular (veja abaixo).
LEMBRE-SE:
A hipoplasia parcial, uni ou bilateral é a mais perigosa, pois não impede os animais acometidos de se reproduzirem. Como muitas vezes é difícil certificar se a causa da hipoplasia é adquirida ou se tem caráter hereditário (sabendo que na maioria das vezes tem origem congênita/hereditária), os animais com este distúrbio devem ser descartados da reprodução!
A degeneração testicular é o distúrbio reprodutivo adquirido mais frequente em machos e ocorre na maioria das espécies. A espécie suína é particularmente sensível. Nos bovinos, os Bos taurus taurus são mais susceptíveis que os Bos taurus indicus. Na maioria das vezes é um distúrbio transitório, mas que em casos mais graves, pode deixar sequelas que alterem definitivamente a capacidade reprodutiva do animal (por exemplo: hipotrofia testicular, uni ou bilateral).
Existe um grande número de causas que levam à degeneração testicular. Todo processo que resulte no aumento da temperatura sistêmica ou local pode afetar o testículo.

22
Q

DOENÇAS INFECCIOSAS

A