Capítulo 2 - Teorias Explicativas do Comércio Internacional Flashcards

1
Q

Qual era a prática dominante antes da que Adam Smith desenvolveu?

Até que ano?

A

Mercantilismo:
- Política comercial fortemente protecionista;
- Comércio internacional visto como soma nula, isto é, uma parte ganha e a outra parte perde.

1776

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2
Q

Quais são as 3 preocupações principais dos autores clássicos?

Adam Smith e David Ricardo

A
  • Estrutura/padrão do comércio;
  • Ganhos do comércio;
  • Termos de troca do comércio.
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3
Q

Quais as teorias desenvolvidas pelos autores clássicos e em que anos?

A

Adam Smith: Teoria das vantagens absolutas (1776).
David Ricardo: Teoria das vantagens comparativas (1817).

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4
Q

Quais são os 10 pressupostos dos modelos clássicos?

A

p
1. 2 países (A e B), 2 bens (X e Y) e 1 fator produtivo (L) => 2x2x1;
2. Fator de produção, trabalho (L), homogéneo;
3. Produtividade diferente nos vários países;
4. Custos de produção constantes;
5. Trabalho é perfeitamente móvel dentro do país (entre indústrias) mas imóvel entre países;
6. Dotação fatorial de cada país fixa;
7. Pleno emprego;
8. Rendimentos constantes à escala;
9. Não há quaisquer impedimentos ao comércio;
10. Mercados de concorrência perfeita.

Rendimentos constantes à escala - um aumento do fator produtivo provoca um aumento do volume de produção na mesma proporção.

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5
Q

Em que consiste a Teoria das Vantagens Absolutas?

A
  • O país deve especializar-se na produção do bem que produz com menos custos.
  • O país deve especializar-se na produção do bem em que é mais produtivo (demora menos tempo a produzir).

O livre comércio gera ganhos para todos os países interveniente (e para a economia mundial), uma vez que a produção é mais eficiente (dedicam-se a produzir o bem que demoram menos bem a produzir) e, desta forma, aumentam a mesma.

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6
Q

Qual é a principal limitação à Teoria das Vantagens Absolutas?

A

Um país menos produtivo na produção de todos os bens não pode participar no comércio.

O mesmo acontece no caso de um país que seja mais produtivo na produção de todos os bens.

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7
Q

O que são as diferenças tecnológicas?

A

Diferenças na produtividade dos fatores produtivos.

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8
Q

Que modelo vem resolver a limitação do modelo de Adam Smith?

A

O modelo de David Ricardo, ou seja, a Teoria das Vantagens Comparativas.

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9
Q

Em que consiste a Teoria das Vantagens Comparativas?

A

Um país deve produzir o bem que cuja produção lhe proporcione o menor custo de oportunidade.

Este modelo admite que todos os países têm vantagem em participar no comércio internacional, mesmo que sejam absolutamente menos eficientes na produção dos bens.

Um país deve produzir e exportar os bens em que é relativamente menos ineficiente.

Ou seja, no caso extremo de um país ser absolutamente eficiente na produção de todos os bens, este deve especializar-se na produção dos bens em que é relativamente mais eficiente.

Tal como no modelo de Adam Smith, a diferença tecnológica continua a ser a chave do modelo.

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10
Q

O que é o custo de oportunidade do bem X?

Que outro nome tem?

A

Quantidade de bem Y que o país abdica de produzir para produzir 1 unidade de bem X.

Razão de troca do país em autarcia.

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11
Q

Quando é que um país tem vantagem absoluta na produção do bem X?

Quando é que um país tem vantagem comparativa na produção do bem X?

A

Vantagem absoluta na produção de X: > produtividade absoluta (< tempo a produzir);

Vantagem comparativa na produção de X: < custo de oportunidade.

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12
Q

O que é a Fonteira das Possibilidades de Produção (FPP)?

Qual o significado económico: do declive, da ordenada na origem e da abcissa na origem?

A

Conjunto das combinações eficientes da produção de dois bens por uma economia dada a completa utilização dos seus recursos produtivos e a teconologia mais eficiente disponível.

O valor absoluto do seu declive corresponde ao custo de oportunidade do bem representado no eixo Ox.

A ordenada na origem corresponde ao volume de produção do bem no eixo Oy se todo o trabalho for exclusivamente alocado à produção desse bem.

A abcissa na origem corresponde ao volume de produção do bem no eixo Ox se todo o trabalho for exclusivamente alocado à produção desse bem.

Tendo em conta os pressupostos dos modelos clássicos, a FPP será linear uma vez que o CO é constante.

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13
Q

Comparando duas FPPs de países diferentes, o que podemos concluir?

A

O país cuja FPP tem menor declive terá vantagem comparativa na produção do bem representado no eixo Ox.

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14
Q

Quando é que se realiza comércio internacional, tendo por base as razões de troca?

A

Realiza-se comércio internacional quando a razão de troca internacional (RTI) se situa entre as razões de troca em autarcia (RTA) em cada país.

Ou seja, se RTA(A) < RTI < RTA(B) (assumindo que A tem VC na produção de X).

RTA(A)=0.3(3) e RTA(B)=0.5
A só exporta 1X se receber em troca mais do que 0.3(3)Y e B só importa 1X se pagar menos do que 0.5Y.

Como RTA(A) = CO(X) de A, vem:
CO(X) em A < RTI < CO(X) em B

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15
Q

Como se calcula a RTA?

A
RTA_(y/x)^A=(Prod_y^A)/(Prod_x^A )=CO_A (x)
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16
Q

O que é a Fonteira das Possibilidades de Consumo (FPC)?

É diferente da FPP?

A

Conjunto das combinações eficientes de consumo dos bens da economia.

Em autarcia, a FPP e a FPC de um país são coincidentes, ou seja, são a mesma curva.

Com o comércio internacional, há uma expansão da FPC, dado o benefício que as economias retiram deste, ou seja, conseguem consumir mais unidades de um determinado bem porque o outro país é mais eficiente a produzí-lo e, dada a razão de troca, o benefício é evidente (correspondente à área entre a FPP e a FPC com comércio internacional).

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17
Q

Como se repartem os ganhos da troca com comércio livre?

A

O país ganha tanto mais quanto mais afastada a RTI estiver da sua RTA.

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18
Q

O princípio das vantagens comparativas conduz a um ótimo relativo ou absoluto?

A

Relativo, dada a restrição da imobilidade entre países do fator produtivo.

Para ser um ótimo absoluto, então um país produziria toda a produção no seu país, mas implicaria a deslocação do fator trabalho do outro país para este.

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19
Q

No modelo de Ricardo, o que acontece no caso de A ser um país grande e B um país pequeno?

A

Assumindo que A tem VC em X e B tem VC em Y:
- B especializa-se exclusivamente à produção de Y;
- A especializa-se à produção de X mas não deixa de produzir Y (dada a sua dimensão).

=> RTI = RTA(A) => todos os ganhos da troca vão para o país B (país pequeno).

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20
Q

No modelo de Ricardo, o que acontece no caso de os países terem igual vantagem?

A

Não há bases para comércio mutuamente benéfico.

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21
Q

Para que e como surge o modelo de Ricardo com moeda?

A

Surge para tornar o modelo mais realista.

Os consumidores/produtores não comparam custos de oportunidade mas comparam preços.

A construção do preço tem em consideração duas compoentes: o salário, ou seja, a remuneração/custo do fator trabalho e a taxa de câmbio (de forma a ser possível comparar entre os países).

A taxa de câmbio será definida ao certo para A, ou seja, quantidade de unidades monetárias de moeda de B por uma unidade monetária de moeda de A.

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22
Q

Qual é a condição de VC em termos de preços dos bens?

A

A tem VC na produção de X se Px em A for menor que o PX em B.

Haverá comércio internacional se Px em A < Px em B e se Py em A > Py em B.

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23
Q

Qual é a expressão dos preços dos bens em moeda do país A?

A

Px em A = cx em A x w em A
Px em B = cx em B x (w em B) / e
Py em A = cy em A x w em A
Px em B = cy em B x (w em B) / e

De uma forma mais geral:
O preço do bem x definido em moeda de A corresponde ao custo unitário de trabalho multiplicado pela remuneração desse fator.

Sendo:
Px - preço do bem x;
Py - preço do bem y;
cx - custo unitário de trabalho (em horas de trabalho);
cy - custo unitário de trabalho (em horas de trabalho);
w - salário;
e - taxa de câmbio ao certo para A.

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24
Q

Qual é a condição de exportação em termos de custo de oportunidade? E em termos de preços?

A
  • CO(X) em A < CO(X) em B
  • CO(Y) em A > CO(Y) em B
  • Px em A < Px em B
  • Py em A > Py em B

Vice-versa

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25
Q

Qual é a relação de ordem dos preços?

A

O rácio dos salários tem de estar entre o rácio da produtividade de y (limite inferior) e o rácio da produtividade de x (limite superior). Ou seja, os salários em moeda comum estão condicionados pelas produtividades.

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26
Q

Qual é a condição necessária para A ter vantagem preço em X e preço ter vantagem preço em Y?

A

Prody A / Prody B < (wA x e) / wB < Prodx A / Prodx B
cy B / cy A < (wA x e) / wB < cx B / cx B

(wA x e) / wB corresponde ao custo relativo dos salários nas duas economias.

Prody A / Prody B < (wA x e) / wB significa que o rácio de custos salariais de A quando comparado com B é superior ao rácio da produtividade de A em Y quando comparado com B.

Qualquer uma destas relações se obtêm resolvendo o sistema:
Px em A < Px em B e Py em A > Py em B

27
Q

Qual a ordenação das seguintes variáveis do mais volátil para o menos volátil: taxa de câmbio, salários e tecnologia produtiva?

A
  1. Taxa de câmbio
  2. Salários
  3. Tecnologia produtiva
28
Q

O que acontece à moeda de A e de B quando a taxa de câmbio, definida ao certo para A, está mais próxima dos limites inferior e superior do intervalo?

A

Mais próxima do limite inferior: a moeda de B está mais valorizada e a de A menos valorizada, pelo que a maior parte dos ganhos da troca irão para B;
Mais próxima do limite superior: a moeda de A está mais valorizada e a de B menos valorizada, pelo que a maior parte dos ganhos da troca irão para A;

Ou seja, quanto mais valorizada estiver uma moeda, maiores são os ganhos resultantes do comércio internacional, uma vez que os termos de troca aumentam.

29
Q

Como é calculada a RTI em termos de preço?

A

RTI y por x = Px A / Py B

30
Q

O que acontece no caso de a produtividade de A em X aumentar, ou seja, de o custo unitário de X em A diminuir?

A
  • Se W e E se mantiverem => Px A desce => economia importadora beneficia => quase todos os ganhos vão para B;
  • Se P e E se mantiverem => salários de A sobem => A ganha poder de compra, bem estar => quase todos os ganhos vão para A.

No entanto a prazo a situação pode alterar-se

31
Q

O que se pode concluir da generalização do modelo de Ricardo a n bens?

A
  • (wA x e) / wB > Prodz A / Prodz B quer dizer que o preço do bem Z em A será maior que o preço do bem Z em B;
  • (wA x e) / wB < Prodz A / Prodz B quer dizer que o preço do bem Z em A será menor que o preço do bem Z em B.
32
Q

O que podemos retirar da condição necessária de vantagem preço de A quando generalizada a n bens?

A

A exportará todos os bens que se situarem à direita do rácio dos salários e B os que estiverem à esquerda do rácio dos salários.

33
Q

Se a inflação do país A for maior do que a inflação do país B, o que acontece?

A

O país A está a perder competitividade relativamente ao país B.

Salários nominais de A crescem mais rápido que os de B => rácio dos salários desloca-se para a direita => A perde competitividade relativamente a B.

34
Q

Que políticas podem ser aplicadas para compensar a inflação superior no país A relativamente ao país B?

A
  • Desvalorização da moeda de A => subida dos salários de B em relação aos de A, compensando a subida dos sal nominais de A) => bens importados em A sobem de preço => perda de poder de compra de A.
  • Aumentar a produtividade de A => aumento dos salários nominais de A (rácio dos salários desloca-se para a esquerda) => ganho de poder de compra => aumento do bem estar => não há perda de competitividade.

Aumentar a produtividade é muito mais complexo e, por isso, muito menos apelativo para os políticos.

35
Q

O que acontece no modelo de Ricardo com n países e dois bens?

A

A mesma coisa que acontece com 2 países e n bens. Construindo-se uma cadeia de vantagens comparativas tendo por base o custo relativo do bem X:
O país que estiver mais na esquerda tem vantagem comparativa na produção do bem X e o que estiver mais na direita tem vantagem comparativa na produção do bem Y.

36
Q

Quais são os 11 pressupostos dos modelos neoclássicos?

A
  1. 2 países (A e B), 2 produtos (X e Y), 2 fatores produtivos (L e K): (2x2x2);
  2. Escassez de fatores produtivos;
  3. Fatores produtivos homogéneos;
  4. Pleno emprego dos fatores produtivos;
  5. Mobilidade perfeitas dos fatores produtivos a nível nacional mas impossível a nível internacional;
  6. Rendimentos marginais decrescentes;
  7. Mercados de concorrência perfeita;
  8. Mercados em equilíbrio;
  9. Não há obstáculos à circulação internacional de bens;
  10. Rendimentos constantes à escala;
  11. Custos de oportunidade crescentes (f. prod. utilizados em diferentes proporções.
37
Q

Qual é a forma da FPP segundo os modelos neoclássicos?

A

É côncava em relação a origem, representando CO crescentes ao longo da curva.
Ou seja, à medida que aumento a produção de X, o CO(X) também aumenta.

38
Q

O que quer dizer a Taxa Marginal de Transformação? Como se calcula? E qual é a expressão em equilíbrio?

A

A TMT de Y por X corresponde ao CO(X), ou seja, ao número de unidades de Y que abdico de produzir para produzir uma unidade adicional de X.

TMT Y/X = CmgX / CmgY

Em equilíbrio: TMT Y/X = Px/Py

39
Q

O que são as Curvas de Indiferença? E quais as suas características?

A

São curvas que pretendem representar as preferências dos consumidores baseando-se na utilidade que estes retiram dos bens.

Têm como características:
- Negativamente inclinadas;
- Convexas em relação à origem (porque TMS Y/X decrescente);
- Quanto mais afastadas da origem, maior a utilidade que representam;
- Nunca se intersetam.

40
Q

O que é a Taxa Merginal de Substituição? Como se calcula? E qual é a sua expressão em equilíbrio?

A

TMS de Y por X corresponde ao CO(X), ou seja, corresponde à quantidade de unidades de Y que um indivíduo deixa de consumir para consumir uma unidade adicional de X.

TMS Y/X = UmgX / UmgY

Em equilíbrio: TMS Y/X = Px/Py

Quanto maior o consumo de um bem, menor a TMS para o bem mais consumido.

41
Q

Qual a caracterização do equilíbrio em economia fechada?

A

Em autarcia, o país tem de consumir os bens que produz, caso contrário iria haver excesso de oferta e vice-versa, ou seja, a oferta interna tem de igual a procura interna de cada bem.

=> A CPP corresponde à restrição da oferta do país.

=> Em autarcia, a CPP coincide com a CPC.

Em equilíbrio: TMS Y/X = TMT Y/X = Px/Py = RTA Y/X = declive da restrição orçamental da economia.

O ponto de equilíbrio em autarcia (EA) corresponde ao ponto que resulta da tangência da RO com a CI mais afastada da origem e com a CPP.

Quanto maior a preferência do consumidor por X, mais para baixo e para a direita estará o EA.
Quanto maior a preferência do consumidor por Y, mais para cima e para a esquerda estará o EA.

42
Q

Qual é a condição necessária para haver comércio internacional?

A

(Px/Py) em A ≠ (Px/Py) em B (em autarcia)

Só assim haverá motivação à especialização e à troca.

43
Q

Quais são os mecanismos de ajustamento do mercado se (Px/Py) em A > (Px/Py) em B (em autarcia)?

A

A tem VC na produção de Y e B tem VC na produção de X, pelo que A especializa-se na produção de Y e B na produção de X.

Com a abertura do comércio, ou seja, com a insttuição do comércio livre:
- Dy em A aumenta (D de A + D de B) => excesso de procura de Y em A => subida de PyA => aumento da qtd. oferecida de Y => novo equilíbrio em A.
- Dx em A diminui (porque importa X de B) => excesso de oferta de X em A => descida de PxA => diminuição da qtd. procurada de X => novo equilíbrio em A.
- Dy em B diminui (porque importa Y de A) => excesso de oferta de Y em B => descida de PyB => diminuição da qtd. procurada de Y => novo equilíbrio em B.
- Dx em B aumenta (D de B + D de A) => excesso de procura de X em B => subida de PxB => aumento da qtd. oferecida de X => novo equilíbrio em B.

=> (Px/Py) em B aumenta e (Px/Py) em A diminui.
=> no novo equilíbrio, isto é, no equilíbrio de comércio internacional: (Px/Py) em A = (Px/Py) em B = RTI Y/1X.

A maior consequência é a da separação da produção do consumo. Isto é, com o comércio livre, há uma expansão da FPC.
Desta forma: eq. no consumo passa de C0 para C1 e o eq. na produção passa de P0 para P1.

44
Q

Quais são as componentes do ganho total da abertura do comércio?

A
  • O ganho que vem puramente da troca de bens, ou do consumo: C0 para C’0.
  • O ganho que vem da especialização, ou da produção: C0’ para C1.
45
Q

Quais são os objetivos do modelo da procura neoclássica?

A

Mostrar que os fluxos de comércio entre duas economias pode ser condicionado pelo comportamento distinto da procura / das preferências nessas duas economias.
Mas pressupõe-se que as preferências por produção (ou melhor, dotações fatoriais) são as mesmas, isto é, que as CPP são iguais nas duas economias.
=> Em autarcia haverão equilíbrios distintos.

46
Q

O que acontece no comércio se este for explicado pela via da procura e se A tiver mais preferência pelo consumo de Y e B pelo consumo de X?

A

Em autarcia (Px/Py) em A < (Px/Py) em B, porque tg(a) < tg(b), ou seja, A tem VC em X e B tem VC em Y.
=> Cada economia especializa-se no bem que menos prefere.

=> a produção de ambos os países será igual para ambos os bens, P, mas o consumo será diferente.

47
Q

Existe algum padrão de especialização no comércio internacional com preferências distintas no consumo dos bens nas diferentes economias?

A

Sim, a economia irá especializar-se na produção do bem que menos prefere, uma vez que fica mais “barato” importar o bem que mais prefere, isto é, tem maior custo de oportunidade a produzir esse bem e por isso não compensa fazê-lo.

48
Q

No modelo da procura neoclássica a FPP e a FPC continuam a ser as mesmas para as duas economias?

A

Sim, nem a FPP nem a FPC se alteram, o que acontece é que agora as economias consumem em pontos distintos na FPC.

49
Q

Que ideias inovadoras foram introduzidas por Hecksher-Ohlin?

A

A de que o comércio internacional baseia-se na dotação dos fatores capital e trabalho.

  • As economias caracterizam–se pelas respetivas dotações fatoriais, isto é, se são relativamente abundantes em L ou em K;
  • Os produtos caracterizam-se pelas respetivas proporções fatoriais utilizadas, ou seja, se são relativamente intensivos em L ou em K.
50
Q

Qual é o princípio geral do Modelo das Dotações Fatoriais?

Modelo de Hecksher-Ohlin

A

A economia irá especializar-se na produção do bem mais intensivo no fator produtivo mais abundante nesta.

51
Q

Quais são so critérios utilizados para caracterizar a abundância de um país num determinado fator produtivo?

A

Critério físico (atende à oferta): determina a abundância fatorial tendo em conta as quantidades físicas de capital e de trabalho existentes na economia => (K/L) em A.

Critério económico (atende à oferta e à procura): determina a abundância fatorial tendo em conta os preços de capital e de trabalho na economia => (w/r) em A.

(K/L) em A > (K/L) em B => A é relativamente mais abundante em capital, pois possui uma maior quantidade de capital por unidade de trabalho do que em B.
(w/r) em A > (w/r) em B => A é relativamente mais abundante em capital, pois este é relativamente mais barato do que em B.

52
Q

Qual é a relação entre a intensidade relativa dos fatores (K/L) e a remuneração relativa dos fatores (w/r)?

A

Se (w/r) aumenta, então (K/L) também aumenta, pelo que é uma relação linear positiva.

Isto quer dizer que, se o trabalho se tornar relativamente mais caro que o capital, (w/r) aumenta, então os produtores irão aumentar a intensidade capitalística, (K/L) aumenta (não sendo necessário que se torne relativamente intensivo em K, apenas torna-se mais intensivo).

53
Q

Qual é a relação entre a remuneração relativa dos fatores (w/r) e a quantidade produzida de cada produto (Qx e Qy)?

A

Se X for capital intensivo, então a relação é negativa. Se X for trabalho intensivo, então a relação é positiva.
No caso de um bem ser capital intensivo, o outro será trabalho intensivo.

Se Qx aumenta, e sendo X trabalho intensivo, haverá um excesso da procura de L e, por sua vez, haverá um aumento de w. Assim, Qy desce e, sendo Y capital intensivo, há um excesso de oferta de K, pelo que haverá uma diminuição de r.
=> Aumento de Qx e diminuição de Qy provoca aumento de (w/r).

54
Q

Qual é a relação entre a remuneração relativa dos fatores (w/r) e o rácio dos preços dos produto (Px/Py)?

A

Relação positiva.

Se há um aumento do preço relativo de um dos fatores, como consequência o preço relativo do bem que utiliza intensivamente esse fator também aumenta.

55
Q

Quais são os pressupostos do modelo de Hecksher-Ohlin?

A
  1. 2 economias (A e B), 2 produtos (X e Y) e 2 fatores produtivos (L e K) => 2x2x2
  2. Mobilidade perfeita dos fatores dentro de uma economia garante que a sua remuneração é igual em todas as indústrias da economia;
  3. Imobilidade dos fatores entre economias garante que a remuneração dos fatores pode ser diferente nas diferentes economias, em autarcia;
  4. Mercados sob concorrência perfeita e inexistência de custos de transporte garantem a igualização dos preços dos fatores e dos produtos entre as economias após o comércio livre;
  5. Fatores homogéneos;
  6. Fatores escassos;
  7. Rendimentos marginais decrescentes dos fatores;
  8. Pleno emprego dos fatores;
  9. Fatores irreversíveis;
  10. Produção com rendimentos constantes à escala;
  11. Funções de produção idênticas entre economias, ou seja, não há diferenciação tecnológica;
  12. Neutralidade da procura das economias (as condições da procura nas duas economias é similar).
56
Q

O que se pode concluir se houver neutralidade na procura e tecnologia idêntica?

A

A diferença no preço relativo dos bens deve-se, exclusivamente, de distintas dotações fatoriais (distintas condições da oferta).

57
Q

O que diz o Teorema de Hecksher-Ohlin?

A

Um país terá vantagem comparativa na utilização relativa do fator mais abundante no país.

Ou seja, um país relativamente mais abundante em trabalho irá exportar bens trabalho intensivos.

58
Q

Que informações nos dá o diagrama de Harrod-Johnson?

A
  • Abundância relativa dos fatores na economia através de (w/r) da economia;
  • Intensidade relativa dos fatores nos produtos através de (K/L) entre produtos na mesma economia;
  • Vantagens comparativas das economias na produção dos bens através de (Px/Py).
59
Q

O que diz o Teorema de Samuelson?

A

Nos pressupostos do modelo HO, o preço relativo e absoluto dos dois fatores produtivos vai ser igual em ambas as economias.
Ou seja, há convergência de preços.

=> (Px/Py) em A = (Px/Py) em B = (Px/Py) em CL = RTI
=> (w/r) em A = (w/r) em B em comércio livre.

Não há mobilidade direta de fatores, mas o comércio internacional de bens funciona como substituto perfeito desta.

Assim sendo, uma economia vai importar o produto que é mais intensivo no fator menos abundante nesta e exportar o que é mais intensivo no fator mais abundante nesta economia.

60
Q

Quais são as principais críticas ao Teorema de Samuelson?

A

No mundo real pode não haver igualização do preço dos fatores, aliás, podem até haver diferenças significativas.

Explicações possíveis:
1. Não se verificam alguns dos pressupostos considerados: não há ausência de custos de transporte e não há igualdade tecnológica entre economias.
2. Diferenças na produtividade dos fatores: trabalho não é homogéneo nem os restantes fatores são.

61
Q

Qual é a conclusão que se retira do Teorema de Samuelson?

A

O comércio livre tende a reduzir as diferenças na remuneração dos fatores produtivos entre economias, mas não se observa a total igualização.

62
Q

Em que consiste o Teorema de Stolper-Samuelson?

A

O comércio livre gera ganhos ao setor competitivo da economia, mas gera perdas no setor não competitivo.
Gera, assim, pressões internas pois há ganhos para uma parte e perdas para outra parte da sociedade.

Um país que tenha vantagem na produção de um bem com um fator de trabalho vai aumentar a produção desse bem, aumentando a remuneração do fator produtivo em que esse bem é intensivo, mas sacrificando a produção do outro bem e, assim, descendo a remuneração do outro fator produtivo.

Há, assim, um aumento do rendimento real dos detentores do fator produtivo relativamente intensivo na produção do bem exportado e deterioração dos outros.

Há o aparecimento de lobbies protecionistas contra o comércio livre.

63
Q

Em que consiste o Teorema de Rybczinski?

A

Sendo constantes os termos de troca, um aumento na dotação de um dos fatores leva a economia para um novo equilíbrio que regista o aumento da produção do bem que o usa intensivamente e à redução da produção do outro.

Manter constantes os termos de troca implica manter constantes os preços relativos dos fatores produtivos => (K/L) tabém se manterá entre as economias.