Câncer de Tireoide Flashcards

1
Q

O câncer de tireoide é muito frequente?

A

Não

< 1-3% de todas as malignidades

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2
Q

Qual a prevalência do câncer de tireoide?

A

40 pessoas para 1 milhão de indivíduos

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3
Q

Como são classificados a maioria dos casos de câncer de tireoide? Qual a porcentagem?

A
  1. Tumores bem diferenciados

2. 90-95%

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4
Q

Quais são os principais tumores bem diferenciados de tireoide?

A

(1) Carcinoma papilífero
(2) Carcinoma folicular
(3) Carcinoma de células de Hurthle

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5
Q

Qual o principal câncer de tireoide?

A

Carcinoma papilífero

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6
Q

O que é o carcinoma de células de Hurthle?

A

Uma variante do carcinoma folicular

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7
Q

Qual a origem dos tumores bem diferenciados de tireoide?

A

Célula folicular

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8
Q

Qual é o segundo tipo de tumor mais frequente de tireoide?

A

Tumores pouco diferenciados

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9
Q

Quais são os principais tumores pouco diferenciados de tireoide?

A

(1) Carcinoma medular

(2) Carcinoma anaplásico

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10
Q

Qual a origem do carcinoma medular? Qual a função dessa célula?

A

Células C parafoliculares

Secretam calcitonina

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11
Q

Qual a origem do carcinoma anaplásico? Como ele se origina?

A

Epitélio folicular

Na maioria das vezes a partir de um tumor bem diferenciado de tireoide

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12
Q

Qual o tumor de tireoide mais importante, excluindo os tumores bem diferenciados e pouco diferenciados?

A

Linfoma de tireoide

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13
Q

Qual a metástase mais comum que se aloja na tireoide?

A

Câncer de rim

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14
Q

Como ocorre a transformação neoplásica do epitélio tireoidiano na maior parte dos casos?

A

Células que sofrem alteração genética cumulativa em proto-oncogenes e genes supressores tumorais

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15
Q

Quais características clínicas aumentam a probabilidade de um nódulo tireoidiano ser maligno?

A

(1) Crescimento rápido
(2) Fixação aos tecidos adjacentes
(3) Surgimento de rouquidão
(4) Adenomegalia ipsilateral

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16
Q

Em casos de nódulos tireoidianos + diarreia, devemos suspeitar do que?

A

Carcinoma medular de tireoide

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17
Q

Quais os principais proto-oncogenes envolvidos no câncer de tireoide?

A

1) Receptores de superfície celular (tirosinaquinases):
- RET
- Met
- c-erb-2
- TRK
Obs: Mutações ativam a função tirosina-quinase de forma ininterrupta, culminando em proliferação celular descontrolada

2) Moléculas intracelulares de transdução de sinal (segundo-mensageiros):
- BRAF
- Ras (N, H e K)
Obs: Mutações resultam em estímulo constante à proliferação celular, independente da ativação de receptores de superfície celular

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18
Q

Quais são os principais genes supressores tumorais envolvidos no câncer de tireoide?

A

Fatores de transcrição que inibem o crescimento celular:
- p53
- PAX-8/PPAR-gama (proteína de fusão)
Obs: Sua inativação facilita a proliferação celular descontrolada

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19
Q

Quais os principais genes tumorais envolvidos no câncer de tireoide?

A

(1) RET
(2) Met
(3) c-erb-2
(4) TRK
(5) BRAF
(6) Ras
(7) p53
(8) PAX-8/PPAR-gama

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20
Q

Quais os principais fatores de risco para carcinoma papilífero de tireoide?

A

(1) Exposição à radiação ionizante (principal)
(2) História familiar (aumenta 10x se tiver parente de 1º grau), particularmente as síndromes de câncer de tireoide hereditário (polipose adenomatosa familiar e síndrome de Cowden)

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21
Q

O que aumenta o risco de multicentricidade do tumor no carcinoma papilífero de tireoide?

A

História prévia de exposição a radiação ionizante

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22
Q

Quais os principais fatores de risco para o carcinoma folicular de tireoide?

A

(1) Deficiência de iodo (principal)
Obs: acredita-se que seja por estímulo trófico do TSH elevado na tireoide
(2) Exposição a radiação ionizante (menor importância)

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23
Q

O carcinoma folicular de tireoide tem relação com as síndromes de câncer de tireoide hereditário?

A

NÃO

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24
Q

Quais os principais fatores de risco para o carcinoma medular de tireoide?

A

(1) Neoplasia endócrina múltipla do tipo 2 (NEM-2)

2) Carcinoma medular de tireoide familiar (não NEM

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25
Q

Quais os principais fatores de risco para o carcinoma anaplásico de tireoide?

A

(1) Antecedentes de neoplasias tireoidianas
Obs: 20-30% dos carcinomas anaplásicos possuem história prévia ou atual de câncer de tireoide bem diferenciado
(2) Bócio multinodular
(3) Mulheres e idosos

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26
Q

Quais os principais fatores de risco para linfoma de tireoide?

A

(1) Tireoidite de Hashimoto
Obs: após um tempo da doença, o risco de linfoma é 60x maior que na população geral
Obs2: 50% dos casos de linfoma de tireoide tem história prévia de tireoidite de Hashimoto

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27
Q

De todos os cânceres conhecido, qual possui maior associação com exposição a radiação ionizante?

A

Carcinoma papilífero de tireoide

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28
Q

As síndromes de câncer de tireoide hereditário estão associadas ao carcinoma folicular?

A

Não

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29
Q

Qual o câncer de tireoide mais frequente na NEM-2?

A

Carcinoma medular de tireoide

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30
Q

Sobre o carcinoma medular de tireoide, qual tipo é mais frequente? (esporádico x familiar/NEM-2)

A

Esporádico (80%)

Obs: NEM-2 + familiar = 20%

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31
Q

Quais as características do carcinoma medular de tireoide quando é esporádico?

A

Unilateral e isolado

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32
Q

Quais as características do carcinoma medular de tireoide nos casos de NEM-2 ou familiar?

A

Precoce (na infância), bilateral e multicêntrico

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33
Q

Com qual gene o carcinoma medular de tireoide está mais associado?

A

RET (proto-oncogene)

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34
Q

Qual o principal fator de risco para carcinoma papilífero?

A

Exposição à radiação ionizante

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35
Q

Qual o principal fator de risco para carcinoma folicular?

A

Deficiência de iodo

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36
Q

Qual câncer de tireoide está relacionado com Tireoidite de Hashimoto?

A

Linfoma de tireoide

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37
Q

Qual o sexo mais acometido por carcinomas bem diferenciados?

A

Sexo feminino

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38
Q

Os carcinomas bem diferenciados apresentam o mesmo modo de disseminação?

A

Não

(1) Carcinoma papilífero: sistema linfático
(2) Carcinoma folicular: angioinvasivo
(3) Carcinoma de células de Hurthle: angioinvasivo + agressivo

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39
Q

Dentre os carcinomas bem diferenciados de tireoide, quais apresentam metástases mais precoces?

A

Carcinoma folicular e sua variante (CA de células de Hurthle)

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40
Q

Qual o tumor maligno mais comum de tireoide?

A

Carcinoma papilífero

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41
Q

O carcinoma papilífero apresentam predileção por sexo?

A

Sexo feminino

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42
Q

Qual a idade média de apresentação do carcinoma papilífero de tireoide?

A

20-40 anos

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43
Q

Qual o tumor maligno de tireoide mais comum em crianças?

A

Carcinoma papilífero (80%)

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44
Q

Como é o prognóstico do carcinoma papilífero de tireoide?

A

Excelente, maioria dos pacientes não morre pela doença;

Obs: existem raros subtipos mais agressivos, como o carcinoma de células altas (Tall Cells), típico de pacientes idosos

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45
Q

Quais as principais alterações citológicas no carcinoma papilífero de tireoide?

A

(1) Núcleos aumentados; podem ter aspecto fissurado -> “grão de café”
(2) Cromatina hipodensa -> “vidro fosco”
(3) Corpúsculo de inclusão intranucleares
(4) Corpos psamoma (grupamentos de células calcificadas -> papilas que sofreram necrose)

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46
Q

Qual a característica histopatológica (biópsia) do carcinoma papilífero de tireoide?

A

Agrupamento em papilas (evaginações com uma ou duas camadas celulares)

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47
Q

Quais as principais características gerais do carcinoma papilífero de tireoide?

A

(1) Não encapsulado
(2) Crescimento lento
(3) Invasão de linfonodos regionais (na maioria dos casos; observada até mesmo em tumores <1 cm)

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48
Q

Em qual faixa etária é mais comum a invasão linfonodal pelo carcinoma papilífero de tireoide?

A

Crianças

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49
Q

É comum ocorrer metástases no carcinoma papilífero de tireoide? Qual a porcentagem?

A

Não

2-10%

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50
Q

Quais os principais sítios de metástases do carcinoma papilífero de tireoide?

A

Pulmão (70%)
Osso (20%)
SNC (10%)

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51
Q

Qual o principal sítio de metástase do carcinoma papilífero de tireoide?

A

Pulmão

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52
Q

Quais as principais manifestações clínicas do carcinoma papilífero?

A

(1) Eutireoidiano
(2) Massa de crescimento lento e não dolorosa em topografia de tireoide
(3) Linfonodo palpável

Em casos avançados:

(4) Disfagia
(5) Rouquidão

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53
Q

Por que ocorre a rouquidão nos pacientes com carcinoma papilífero?

A

Pelo comprometimento do nervo laríngeo recorrente

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54
Q

Como deve ser feito o diagnóstico do carcinoma papilífero de tireoide?

A

1º USG de tireoide (indicado em todos os casos de nódulos palpáveis)

  • Verificar se o nódulo é cístico ou sólido
  • Avaliar multicentricidade da doença
  • Avaliar linfonodos regionais
  • OBS: pode usar USG com doppler para avaliação de vascularização central e altos índices de resistividade -> sugestivos de câncer

2º PAAF

  • Avaliação citológica
  • OBS: Em casos de CA papilífero de tireoide, a PAAF confirma diagnóstico
  • OBS2: em caso de adenomegalia palpável pode ser feita a PAAF para confirmar presença de tecido neoplásico no pré-operatório

3º TC/RNM na suspeita de doença extensa (acometimento linfonodal mais profundo, bócio mergulhante)

4º Laringoscopia na suspeita de invasão de estruturas contíguas

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55
Q

Quais as características que indicam malignidade no USG cervical?

A

(1) Hipoecogenicidade
(2) Limites não definidos
(3) Margens irregulares
(4) Microcalcificações
(5) Fluxo sanguíneo predominantemente central ao doppler*

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56
Q

A maioria dos nódulos de tireoide são malignos? Qual a porcentagem?

A

Não

Apenas 5-10%

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57
Q

Qual a finalidade da cintilografia de tireoide? Quando devemos nos preocupar?

A
  • Investigação de nódulo tireoidiano único ou bócio multinodular no paciente com TSH reduzido
  • Quando for um nódulo frio (10% malignos)
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58
Q

Quais os exames laboratoriais devem ser indicados no pré-operatório de câncer de tireoide? Como estarão esses exames?

A

TSH e T4 livre
Frequentemente normais
OBS: Se TSH estiver reduzido -> cintilografia

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59
Q

Quais os exames laboratoriais devem ser indicados no pós-operatório de câncer de tireoide?

A

TG sérica e Anti-TPO

60
Q

A calcitonina é indicada na investigação de qual tumor de tireoide?

A

Carcinoma medular de tireoide

61
Q

Quais as indicações da PAAF em nódulos de tireoide?

A

<5 mm: não é indicada
>= 5mm: indicada em pacientes com alto risco de malignidade ou nódulo suspeito no USG
>= 10mm: indicada em pacientes com nódulo sólido e hipoecoico
>= 15mm: nódulo sólido iso ou hiperecoico
>= 20mm: nódulo complexo ou espongiforme

Obs: nódulo com aparente invasão extra-tireoidiana -> puncionar todos
Obs2: linfonodo suspeito no USG -> punção do linfonodo

62
Q

Quais são os pacientes com alto risco de malignidade que deve ser indicada a PAAF em nódulos de 5-10mm?

A

(1) Sexo masculino, <20 ou >70 anos, história de exposição à radiação ionizante ou radioterapia cervical na infância ou adolescência, diagnóstico prévio de câncer de tireoide tratado com tireoidectomia parcial
(2) História familiar em parente de 1º grau, especialmente se mais que 2 membros afetados com carcinoma diferenciado de tireoide
(3) Síndromes hereditárias (NEM-2, síndrome de Cowden, síndrome de Pendren, síndrome de Werner, complexo de Carney, polipose adenomatosa familiar)
(4) Nódulo com rápido crescimento ou volumoso com sintomas compressivos
(5) Nódulo endurecido, aderido a planos profundos, pouco móvel, paralisia ipsilateral de cordas vocais ou linfonodomegalia cervical
(6) Nódulo incidentalmente detectado no FDG-PET com captação focal em pacientes oncológicos

63
Q

Como é classificado o nódulo tireoidiano pela PAAF?

A

Classificação de Bethesda

1: Amostra não diagnóstica
2: Benigno
3: Atipias ou lesão folicular de significado indeterminado
4: Suspeito para neoplasia folicular OU é neoplasia folicular
5: Suspeito para malignidade
6: Maligno

64
Q

De acordo com a classificação de Bethesda pela PAAF, qual é a conduta a ser seguida?

A

1) Amostra não diagnóstica: repetição da PAAF a cada 3-6 meses, sempre guiada por USG
2) Benigno: repetição da USG 6-18 meses após a PAAF
3) Atipias ou lesão folicular de significado indeterminado: repetição da PAAF com intervalos de 3-6 meses e se o resultado persistir, a cirurgia é indicada para pacientes com alta suspeita clínica ou ultrassonográfica de malignidade, ou em nódulos >2 cm
4) Suspeito para neoplasia folicular OU neoplasia folicular: realizar cintilografia -> se for hipercaptante não realiza cirurgia, se for hipocaptante é indicação de cirurgia
5) Suspeito para malignidade: cirurgia
6) Maligno: cirurgia

65
Q

Como é feita a estratificação de risco dos pacientes com carcinoma de tireoide?

A
AMES e AGES
Fatores:
1) Idade
2) Sexo
3) Extensão
4) Metástase
5) Tamanho
6) Grau histológico
66
Q

Na estratificação prognóstica do câncer bem diferenciado de tireoide, quais são os fatores de alto risco?

A

1) Idade: >40 anos
2) Sexo: masculino
3) Extensão: extratireoidiana ou invasão capsular
4) Metástase: regional ou à distância
5) Tamanho: >4 cm
6) Grau histológico: pouco diferenciado

67
Q

Na estratificação prognóstica do câncer bem diferenciado de tireoide, quais são os fatores de baixo risco?

A

1) Idade: <40 anos
2) Sexo: Feminino
3) Extensão: confinada à tireoide sem extensão capsular ou extracapsular
4) Metástase: ausentes
5) Tamanho: <2 cm
6) Grau histológico: bem diferenciado

68
Q

De maneira isolada, qual o fator de risco prognóstico é mais importante?

A

Idade no momento da apresentação

69
Q

Qual o tratamento dos tumores bem diferenciados de tireoide (CA papilífero)?

A

(1) Cirúrgico

A) Indicações de tireoidectomia total:
1) >= 1 cm
2) Extensão extratireoidiana, metástases, associação com exposição prévia à radiação -> independente do tamanho
OBS: Alguns autores consideram que pacientes <15 anos devem ser submetidos à tireoidectomia total

B) Indicações de tireoidectomia parcial (lobectomia com istmectomia)

1) Tumores menores de 1 cm
2) Ausência dos critérios de tireoidectomia total

(2) Radioablação
(3) Terapia supressiva com levotiroxina

70
Q

Qual o motivo da agressividade do tratamento do câncer de tireoide?

A

(1) Elevado risco de multicentricidade e recidiva

(2) A ressecção completa facilita a aplicação da radioiodoterapia adjuvante pós-operatória

71
Q

A ressecção linfonodal está indicada em todos os casos?

A

Não
Indicações:
(1) Adenomegalia palpável ao exame físico ou detectáveis por métodos de imagem

72
Q

Qual o procedimento indicado para ressecção linfonodal nos pacientes com câncer de tireoide?

A

(1) Dissecção cervical radical modificada

- Ressecção de linfonodos de cadeias envolvidas, preservando o esternocleidomastoideo e o nervo acessório

73
Q

Como é feito o estadiamento do câncer de tireoide?

A

Sistema TNM

A) T
T1: <= 2cm E restrito a tireoide
T1a: <1 cm
T1b: 1-2 cm
T2: tumor com 2-4 cm E restrito a tireoide
T3: tumor >4 cm E restrito a tireoide; OU tumor de qualquer tamanho com invasão extratireoidiana mínima
T4a: Invasão de subcutâneo, laringe, traqueia, nervo laringeo recorrente ou esôfago
T4b: invasão da fáscia pré-vertebral ou envolvimento de carótida ou vasos mediastinais

Obs: todo carcinoma anaplásico é T4
T4a: carcinoma anaplásico restrito à tireoide
T4b: carcinoma anaplásico extratireoidiano

B) N
N0: sem acometimento linfonodal
N1a: metástases para linfonodos pré e paratraqueais
N1b: metástases cervicais uni ou bilaterais, retrofaríngeas ou em mediastino superior

C) M
M0: ausência de metástase à distância
M1: com metástase à distância

74
Q

Qual a indicação para radioablação? Qual a finalidade?

A

(1) Metástase à distância
(2) Envolvimento extra-linfonodal
(3) Tumores > 4 cm
(4) Doença extratireoidiana
(5) Outros critérios de “alto risco” (mesmo em tumores de 1-4 cm)

Finalidade: destruir parênquima remanescente

75
Q

Quando não é indicada radioablação?

A

Não é indicada em tumores <1 cm que não apresentem nenhum fator de alto risco, mesmo que haja múltiplas lesões (todas <1 cm)

76
Q

Qual a principal complicação da radioablação?

A

Sialoadenite (inflamação de glândulas salivares)

77
Q

Qual a finalidade da terapia supressiva com levotiroxina?

A

(1) Reposição hormonal no pós-operatório

(2) Suprimir TSH (as células tumorais são responsivas) -> abaixo de 0,1 mU/L

78
Q

Quando deve ser realizada a cintilografia de corpo inteiro (PCI)?

A

(1) 2-10 dias após o tratamento (PCI pós-dose)

(2) 6 meses após a PCI pós-dose

79
Q

Quando deve ser dosada a tireoglobulina? Qual a importância?

A

(1) Imediatamente antes da ablação (TSH elevado)
(2) A cada 6 meses (deve permanecer negativa; se positiva indica recidiva)

Avalia presença de metástase, recidiva, resultado da PCI pós-dose; É um fator prognóstico independente;

Obs: até 25% dos pacientes tem anticorpos anti-tireoglobulina, o que pode comprometer a dosagem (falso-negativo); por isso, é obrigatório solicitar o Anti-TPO

80
Q

Quando deve ser feita a USG cervical?

A

No acompanhamento pós-operatório, cada 6 meses

81
Q

Após tireoidectomia total, qual a conduta de acompanhamento?

A

(1) Radioablação
(2) Terapia supressiva com levotiroxina
(3) Cintilografia de corpo inteiro (PCI)
(4) Dosagem de tireoglobulina
(5) USG cervical

82
Q

Qual a principal forma de disseminação do carcinoma papilífero de tireoide?

A

Linfática > hematogênica

83
Q

Qual o segundo câncer mais comum de tireoide?

A

Carcinoma folicular (10-15%)

84
Q

O carcinoma folicular tem preferência por sexo?

A

Sim, sexo feminino

85
Q

Qual o principal fator de risco do carcinoma folicular de tireoide?

A

Áreas com deficiência de iodo

86
Q

Qual a faixa etária mais acometida pelo carcinoma folicular de tireoide?

A

Pacientes um pouco mais velhos que os acometidos pelo carcinoma papilífero
40-60 anos de idade

87
Q

O carcinoma folicular de tireoide pode ter diagnóstico confirmado pela PAAF? Por que?

A

Não

As alterações citológicas do carcinoma folicular são virtualmente idênticas aos do adenoma folicular de tireoide

88
Q

Como é feita a confirmação diagnóstica do carcinoma folicular de tireoide?

A

Análise histopatológica (peça cirúrgica)

89
Q

Quais os sinais de malignidade na análise histopatológica do carcinoma folicular de tireoide?

A

(1) Invasão vascular

(2) Invasão de cápsula

90
Q

Qual a principal via de disseminação do carcinoma folicular de tireoide?

A

Via hematogênica (ao contrário do carcinoma papilífero)

91
Q

Quais os principais sítios de metástases do carcinoma folicular de tireoide?

A

(1) Ossos
(2) Pulmonar
(3) Hepática
Obs: são precoces

92
Q

Quais são os subtipos do carcinoma folicular de tireoide?

A

(1) Minimamente invasivo: invasão microscópica da cápsula

(2) Altamente invasivo ou angioinvasivo: atravessa a cápsula e penetra em vasos sanguíneos

93
Q

Quais as principais manifestações clínicas do carcinoma folicular de tireoide?

A

Nódulo solitário e indolor em tireoide

94
Q

A multicentricidade do carcinoma folicular de tireoide é comum?

A

Não, ao contrário do carcinoma papilífero (70% dos casos multicêntricos)

95
Q

O acometimento linfonodal no carcinoma folicular é frequente?

A

Não (ao contrário do papilífero)

Obs: disseminação hematogênica

96
Q

Como é feito o diagnóstico do carcinoma folicular de tireoide?

A

1º USG
2º PAAF (inconclusiva)
Obs: todos os pacientes com “tumor” folicular são encaminhados para a cirurgia
3º Análise histopatológica convencional (único modo de confirmar diagnóstico de carcinoma folicular de tireoide)

97
Q

O diagnóstico de carcinoma folicular pode ser confirmado pela biópsia de congelação?

A

Não; não consegue definir sinais de malignidade (invasão de cápsula e/ou angioinvasão)

98
Q

Como deve ser feito o tratamento do tumor folicular de tireoide?

A

Cirúrgico

(1) Nódulo unilobar <= 2 cm: tireoidectomia parcial (lobectomia com istmectomia)
- Se o histopatológico confirmar adenoma, não é necessário procedimento adicional
- Se o histopatológico demonstrar malignidade, a conduta é uma nova cirurgia para totalizar a tireoidectomia + radioablação com iodo e supressão de TSH com levotiroxina

(2) Nódulo > 2 cm: tireoidectomia total
- Se o histopatológico confirmar malignidade -> radioablação com iodo + supressão de TSH com levotiroxina

99
Q

A linfadenectomia é indicada nos pacientes com tumor folicular de tireoide?

A

Paliativamente não

A única indicação é se houver indício clínico ou de imagem de acometimento linfonodal

100
Q

O que são as células de Hurthle?

A

Células derivadas do epitélio folicular, grandes, com citoplasma eosinofílico e granular

101
Q

O que é o carcinoma de células de Hurthle?

A

Variação mais agressiva e menos diferenciada do carcinoma folicular de tireoide

102
Q

Qual população é mais afetada pelo carcinoma de células de Hurthle?

A

Idosos

Obs: é incomum em crianças

103
Q

Na prática, o que define o carcinoma de células de Hurthle?

A

Abundância de células oxifílicas (oncócitos)
Algumas vezes bilateral
Múltiplo
Envia metástases com frequência para linfonodos regionais

104
Q

O carcinoma de células de Hurthle capta iodo?

A

Não. Não é indicada a radioablação por conta disso.

105
Q

Como deve ser feito o tratamento do carcinoma de células de Hurthle?

A

Para formas malignas: tireoidectomia total e dissecção cervical central ipsilateral
Para adenoma de células de Hurthle: lobectomia ipsilateral com istmectomia

106
Q

Qual a porcentagem representada pelo carcinoma medular de tireoide nos tumores malignos de tireoide?

A

5-10% dos tumores malignos

107
Q

Qual a origem celular do CMT?

A

Células parafoliculares ou células C

108
Q

Qual é o hormônio produzido pelas células C?

A

Calcitonina

109
Q

Qual a função da calcitonina?

A

(1) Diminui reabsorção tubular de cálcio

(2) Inibe reabsorção óssea pelos osteoclastos

110
Q

Qual a classificação do CMT?

A

(1) Esporádica (80%)

(2) Familiar (20%) - NEM-2A ou NEM-2B e CMT familiar isolado

111
Q

No CMT esporádica, qual a faixa etária mais acometida? Qual a apresentação?

A

50-60 anos da idade

Geralmente unilateral

112
Q

No CMT no contexto da NEM-2, qual a apresentação mais comum?

A

Geralmente bilateral, multicêntrico e pode apresentar material amiloide

113
Q

O que caracteriza as células do CMT?

A

Atividade biossintética exagerada:

1) CALCITONINA
(2) Serotonina
(3) Prostaglandinas
(4) Corticotrofina (ACTH

114
Q

Quais as principais manifestações clínicas do CMT esporádico?

A

(1) Massa palpável
(2) Diarreia (30% dos casos)
Localmente avançada:
(2) Rouquidão
(3) Disfagia
(4) Sinais de comprometimento respiratório

115
Q

Por que ocorre diarreia no CMT?

A

Maior secreção jejunal de água e eletrólitos induzida pela calcitonina

116
Q

Quais as principais manifestações clínicas do CMT familiar associado à NEM?

A

(1) Hipertensão (Feocromocitoma)

(2) Hipercalcemia e cálculos renais (hiperparatireoidismo) - NEM-2A

117
Q

O que pode ser observado na radiografia cervical do paciente com CMT?

A

Imagens esparsas de hipotransparência que correspondem a degeneração calcífica que o tumor pode sofrer; as mesmas imagens podem ser encontradas nos linfonodos mediastinais em caso de metástase

118
Q

Qual o marcador tumoral do CMT?

119
Q

Quais substâncias são produzidas pelo CMT?

A

(1) CEA
(2) Histaminase
(3) Calcitonina

120
Q

Qual a disseminação do CMT?

A

(1) Contiguidade (invasão local)
(2) Linfática
(3) Hematogênica -> fases tardias

121
Q

Quais os principais sítios de metástase do CMT?

A

(1) Ossos
(2) Pulmão
(3) Fígado

122
Q

Como é feito o diagnóstico do CMT?

A

1º Clínico: massa cervical palpável
2º Dosagem de calcitonina (elevada)
3º PAAF

Obs: história familiar é importante na pesquisa de CMT familiar
Obs: Sempre pesquisar NEM-2
- Catecolamina na urina de 24 horas (feocromocitoma)
- Dosagem de cálcio sérico (hiperparatireoidismo)

123
Q

Qual o tratamento do CMT?

A

Tireoidectomia total + ressecção de linfonodos de cadeia central (bainha carotídea e traqueia) junto com os paratraqueais
Obs: Em pacientes com linfonodo cervical clinicamente acometidos devem ser submetidos à esvaziamento cervical radical modificado

124
Q

O CMT responde bem à radioterapia, ablação com radio-iodo ou terapia supressiva com hormônio tireoidiano?

A

Não; não há resposta

125
Q

Como deve ser o acompanhamento do CMT?

A

Dosagem de calcitonina sérica e CEA após 6 meses de cirurgia;
Obs: calcitonina >100 pg/mL -> possível doença residual ressecável na região cervical ou metástase à distância = pedir USG cervical de alta resolução
Obs2: calcitonina >1000 pg/mL -> metástase à distância

126
Q

No CMT, qual o principal sítio de metástase?

127
Q

No CMT, metástases para linfonodo no momento do diagnóstico influencia no prognóstico e mortalidade do paciente?

A

Sim, ao contrário do CA papilífero, influencia de maneira significativa

128
Q

Quais as indicações para tireoidectomia profilática?

A

(1) Familiares com mutação no gene RET
(2) Crianças com mutação da NEM-2B -> no primeiro ano de vida
(3) Crianças com mutação no codon 634 -> operar antes dos 5 anos de idade
(4) Crianças com outras mutações no RET -> operar por volta dos 5 anos de idade

129
Q

Quais as principais características do carcinoma anaplásico (indiferenciado)?

A

(1) Tumor de maior agressividade
(2) Extremamente invasivo, acometendo em poucos meses toda a tireoide e estruturas vizinhas
(3) Quase sempre fatal, independente da terapia adotada
(4) Sobrevida baixa em 6 meses
(5) Incidência maior em áreas deficientes de iodo
(6) Mais comum em idosos, mulheres
(7) Corresponde à 1% das neoplasias tireoidianas

130
Q

Qual a faixa etária mais acometida pelo carcinoma anaplásico de tireoide?

A

Idosos (> 60 anos de idade)

131
Q

Como é o prognóstico do carcinoma anaplásico de tireoide?

A

Péssimo; poucos sobrevivem por mais de 1 ano após diagnóstico

132
Q

Como é o crescimento do carcinoma anaplásico de tireoide?

A

Extremamente rápido, invadindo linfonodos e estruturas contíguas

133
Q

Como é feita a disseminação do carcinoma anaplásico de tireoide?

A

(1) Via linfática

(2) Hematogênica

134
Q

Quais os principais sítios de metástases do carcinoma anaplásico de tireoide?

A

(1) Linfonodos cervicais
(2) Cérebro
(3) Pulmão
(4) Ossos

135
Q

Do ponto de vista histológico, como é o carcinoma anaplásico de tireoide?

A

Tumor com grande variedade de células:

  • Células pequenas, grandes e com graus diferentes de diferenciação
  • Células gigantes com invaginação citoplasmática
136
Q

Como é feita a classificação do carcinoma anaplásico de tireoide?

A

De acordo com o tipo histológico predominante:

1) De pequenas células
2) De grandes células
3) De células escamosas

137
Q

Qual o principal gene relacionado com o carcinoma anaplásico de tireoide?

A

p53 (gene supressor tumoral) - 15% dos casos

138
Q

Como é feito o diagnóstico do carcinoma anaplásico de tireoide?

A

1º Clínico
- Nódulo presente por um período que aumenta de volume e/ou torna-se doloroso
- Disfagia, disfonia, dispneia
- Nódulo aderido e pode estar ulcerado; pode haver áreas amolecidas no meio da massa tumoral (necrose)
2º PAAF com citologia
3º Imuno-histoquímica (tumores muito indiferenciados)
4º Pesquisa de antígenos
Tireoglobulina: anaplásico
Antígeno linfocitário: linfoma
Calcitonina: medular

139
Q

Como deve ser feito o tratamento do carcinoma anaplásico de tireoide?

A

1º Traqueostomia
2º Radioterapia hiperfracionada
3º Quimioterapia com doxorrubicina

140
Q

A ressecção de tireoide está indicada em pacientes com carcinoma anaplásico de tireoide?

A

Não (invasão de estruturas vizinhas)

141
Q

Os linfomas de tireoide são tumores comuns?

A

Não, são raros

142
Q

Qual o tipo de linfoma mais comum de tireoide?

A

Linfoma B de grandes células (não Hodgkin), seguido do linfoma MALT

143
Q

Como deve ser feito o diagnóstico do linfoma de tireoide?

A

1º USG (padrão pseudocístico)

2º BAF (biópsia por agulha fina)

144
Q

Como deve ser feito o tratamento do linfoma de tireoide?

A

(1) Quimioterapia (esquema CHOP)
(2) Radioterapia
(3) Cirurgia

145
Q

Qual tipo de linfoma de tireoide responde melhor à cirurgia?

A

Linfoma MALT

146
Q

Quais as principais complicações de tireoidectomia?

A

(1) Lesão de nervos laríngeos superior e recorrente

(2) Hipoparatireoidismo