Bexiga Hiperativa Flashcards

1
Q

Definição

A

presença de sintoma de urgência miccional, com ou sem incontinência, frequentemente associada com aumento da frequência urinária e da noctúria, na ausência de causa infecciosa
ou de outra doença óbvia para a situação clínica.

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2
Q

Como identificar hiperreatividade detrusora

A

Essa disfunção pode ser identificada na avaliação urodinâmica por meio da presença de uma contração involuntária do músculo detrusor (CID) durante o registro de pressão vesical na fase de enchimento ou cistometria.

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3
Q

É necessário que o pct apresente hiperreatividade detrusora para diagn de bexiga hiperreativa?

A

Não! Bexiga hiperativa é um diagnóstico es-
sencialmente clínico e hiperatividade detrusora é um diagnóstico urodinâmico, sendo que sua presença não é obrigatoriedade para o diagnóstico de bexiga hiperativa
(BH), uma vez que até 40% dos casos de urgência miccional podem não apresentar CIDs durante a realização do estudo urodinâmico

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4
Q

Prevalência

A

Com base em estudos de prevalência, é possível estimar que entre 50 e 100 milhões de pessoas sejam acometidas por BH no mundo, o que faz desta afecção um importante problema de saúde pública, uma vez que figura
entre as doenças mais prevalentes no mundo. Considerando as definições supracitadas, o estudo EPIC, realizado no Canadá e em quatropaíses europeus por Irwin et al., 2006,
registrou a prevalência de bexiga hiperativa como 11,8%.3 Em outros estudos, a prevalência de BH variou entre 7% a 27% em homens e entre 9% a 43% em mulheres.

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5
Q

Fisiopat básica da doença

A

anormalidades na sinalização aferente e em mecanismos envolvidos na gênese da hiperatividade detrusora, que provavelmente é a base do sintoma de urgência

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6
Q

Hipótese neurogênic da fisiop

A

Hipótese neurogênica: Por meio dela, BH é explicada pela supressão da atividade neurológica sobre o detrusor. Colabora com esta hipótese a evidência de que lesões cerebrais (como AVC) podem produzir HD por reduzir a inibição suprapontina sobre o detrusor. Lesões em vias espinhais (como empacientes vítimas de TRM – trauma raquimedular) permitem a expressão de reflexos vesicais primitivos, ocasionando HD, que também constitui evidência da hipótese neurogênica

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7
Q

Hipotese miogênica da fisiop

A

Hipótese miogênica: Resulta da combinação de aumento da excitabilidade espontânea do músculo liso com aumento da capacidade de propagação do estímulo na parede vesical. Colabora com esta hipótese a evidência de que denervação é uma causa comum de HD, independentemente da causa. Assim sendo, mecanismos que levam a hipertrofia do detrusor, como obstrução infravesical, podem induzir hipóxia crônica e formação de áreas de denervação que precipitam HD. Esta teoria também é conhecida por hipersensibilidade à acetilcolina, que é o neurotransmissor responsável pela deflagração da contração vesical.

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8
Q

Hipótese urotelial

A

Hipótese urotelial: Células uroteliais possuem propriedades sensoriais e sinalizadoras que as permitem responder às condições físico-químicas locais e comunicá-las a estruturas subjacentes. Por essa teoria, BH é explicada por alterações uroteliais que interferem no limiar de excitabilidade da contração vesical em resposta à distensão provocando o aparecimento das CIDs identificadas na urodinâmica

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9
Q

Hipótese das fibras tipo C

A

Com base nesta teoria, as CIDs são deflagradas a partir da estimulação aferente das fibras sensoriais tipo C, que são fibras desmielinizadas e que não participam do reflexo miccional em situações normais. Porém, é observado que após lesão medular e interrupção do arco reflexo normal, substâncias, como fator de crescimento neural, estimulam as fibras C que passam a ser a principal via de estímulos aferentes, sendo uma das causas de BH neurogênica. Mecanismos desconhecidos, não relacionados a lesão medular, podem atuar nessas fibras levando-as a atividade e consequente BH.

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10
Q

Princípio diagn

A

O princípio diagnóstico consiste em documentar alguns sinais e sintomas que caracterizam BH, de acordo com as definições apresentadas e excluir outras causas que poderiam justificar a presença desta síndrome

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11
Q

Padrão diurno miccional

A

um padrão diurno normal resulta de micções a cada quatro horas, totalizando aproximadamente seis vezes ao dia.Medicações em uso devem ser avaliadas a fim de identificar drogas que possam interferir nos sintomas.

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12
Q

Pilares da investigação inicial

A

Anamnese detalhada, exame físico, exame de urina tipo 1

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13
Q

Como avaliar comorbidades

A

Comorbidades devem ser completamente elucidadas com perguntas sobre doenças neurológicas (AVC, esclerose múltipla, lesão medular), déficits motores, diabetes mellitus, distúrbios gastrointestinais (incontinência fecal e constipação), dor pélvica crônica, ITU de repetição, hematúria macroscópica, antecedente de cirurgia pélvica ou vaginal (incontinência/prolapsos) e câncer em órgãos pélvicos (bexiga, reto, cólon, útero e vagina). Esta etapa da anamnese é fundamental, pois o diagnóstico de BH pressupõe a exclusão desses diagnósticos.

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14
Q

O que deve ser incluído no exame físico?

A

O exame físico deve incluir:

  • avaliação abdominal detalhada, com atenção a cicatrizes, tumores, hérnias e sinais de retenção urinária;
  • pesquisa de edema;
  • avaliação genital e toque retal (incluindo avaliação prostática em homens e avaliação de prolapsos em mulheres);
  • avaliação cognitiva a fim de verificar seu impacto na gravidade dos sintomas. Para isso pode-se lançar mão do teste minimental.
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15
Q

Utilidade do exame de urina

A

O exame de Urina I (urinálise) é útil para avaliação de hematúria e indícios de ITU (leucocitúria, bacteriúria, leucócito-esterase e/ou nitritos). Na presença de uma dessas alterações, exames adicionais devem ser solicitados conforme a suspeita clínica, com atenção especial para a urocultura, que não é exame obrigatório na avaliação inicial e, portanto, só deve ser solicitado na suspeita de infecção

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16
Q

Quando deve ser pedido Resíduo Pós-Miccional?

A

Não é nado obrigatório, mas está indicado nos casos de sintomas obstrutivos, história de cirurgia prostática, diagnósticos neurológicos ou a critério clínico. RPM pode ser obtido por US ou cateterização uretral imediatamente após a micção. O US tem a vantagem de não ser invasivo, porém requer disponibilidade.

17
Q

Utilidade do diário miccional

A

O diário miccional, com o registro da ingesta hídrica e das micções (incluindo os episódios de urgência e incontinência) tem grande utilidade na documentação dos níveis basais dos sintomas e como instrumento de avaliação da eficácia do tratamento proposto. Pode ser realizado por meio do autorregistro das informações solicitadas por um período de três a sete dias e constitui o primeiro passo importante nas medidas comportamentais para o tratamento de BH. A documentação mínima deve incluir o volume de líquidos ingerido, o horário/volume de cada micção e os episódios de incontinência, bem como as razões e circunstâncias que levaram a perda. Auxilia na estimativa da capacidade vesical funcional e pode ser fundamental na diferenciação entre poliúria e BH.

18
Q

Questionários padronizados para diário miccional

A

o Urogenital Distress Inventory(UDI), Incontinence Impact Questionnaire (II-Q) e oOveractive Bladder Questionnaire (OAB-q). Na prática, sua utilização é mais difundida na pesquisa clínica. Na escolha do questionário, deverá ser optado pelo traduzido e validado para a língua de interesse.

19
Q

Indicações de avaliação urodinâmica

A

A avaliação urodinâmica (AUD) está indicada nos casos de falha ao tratamento conservador e medicamentoso. Por se tratar de exame considerado invasivo, a falha do tratamento medicamentoso deverá ser rigorosamente verificada com análise da dose, tipo de medicação, forma, tempo de uso e efeitos adversos. Equívocos nesses itens podem justificar a falha terapêutica e contraindicar o exame.

20
Q

O que pode ser identificado no exame urodinâmico?

A

Durante a fase de enchimento do exame, pode ser observada a presença de CIDs (Figura 1), que se caracterizam por elevação da pressão detrusora seguida de retorno à linha de base. As principais alterações presentes na AUD do paciente com BH são hiperatividade detrusora (HD) e aumento da sensibilidade vesical. Além disso, o exame pode identificar obstrução infravesical (OIV) e hipocontratilidade detrusora, que são condições que interferem na decisão do tratamento, pois tais pacientes têm restrições quanto ao uso de antimuscarínicos.

21
Q

Objetivos do tt

A

É importante reconhecer que BH não é propriamente uma doença e sim um conjunto complexo de sintomas que pode comprometer significativamente a qualidade de vida, porém geralmente não tem efeito na sobrevida dos pacientes. Assim sendo, é fundamental muita cautela na escolha do tratamento a fim de se evitar que quaisquer efeitos adversos provenientes da terapia possam causar mais desconforto do que alívio dos sintomas. Também é fundamental que o paciente seja capaz de perceber e/ou avaliar a melhora advinda do tratamento. Isso é particularmente relevante para os casos de associação de BH com déficit cognitivo, que é frequente.

22
Q

Lista de tts agrupados por prioridade

A
Primeira linha
• Terapia comportamental
• Treinamento vesical
• Fisioterapia do assoalho pélvico
Segunda linha
• Antimuscarínicos
Terceira linha
• Neuromodulação sacral central
• Neuromodulação periférica
• Toxina botulínica
• Cirurgia
23
Q

Componentes da terapia comportamental

A

Os componentes específicos da terapia são diário miccional, treinamento vesical (micção programada e retardo da micção), exercícios de oclusão uretral e supressão de urgência usando contração do assoalho pélvico, técnicas para micção normal, biofeedback, eletroestimulação, controle da ingesta de líquidos, redução de cafeína, mudanças alimentares (evitar irritantes vesicais), redução de peso e mudança do estilo de vida.

24
Q

Eficácia do tt comportamental

A

Estudos revelaram taxas de melhora da frequência de incontinência entre 50% e 80%. Reduções na frequência miccional também foram documentadas em homens e mulheres.Estudos de revisão com trabalhos randomizados compararam a efetividade de tratamento comportamental com o medicamentoso e concluíram que os métodos possuem resultados semelhantes.
A terapia comportamental pode ser combinada com antimuscarínicos com o objetivo de otimizar o controle dos sintomas e melhorar a qualidade de vida, sobretudo nos pacientes que não obtiveram bons resultados com a terapia comportamental apenas

25
Q

Opções terapêuticas medicamentosas

A

Existem várias opções de drogas: oxibutinina, tolterodina, fesoterodina, solifenacina ou darifenacina.

26
Q

Eficácia dos antimusc

A

Em geral, observa-se que os casos mais graves são melhores respondedores. Para o sintoma de urgeincontinência, apenas os pacientes com sintomas leves parecem ter melhora completa do sintoma. Para urgência miccional e noctúria, entretanto, os estudos não conseguem revelar melhora.

Em relação à eficácia entre as drogas disponíveis, não há evidência de droga superior quanto ao controle dos sintomas. Porém, para os efeitos colaterais, existem alguns estudos controversos que sugerem menor taxa de efeitos colaterais com a tolterodina

27
Q

Deve ser optado pelos antimusc de ação rápida ou lenta?

A

As preparações de liberação lenta devem ser preferidas porque levam a menores taxas de boca seca

28
Q

Contraindicações aos antimusc

A

Os antimuscarínicos estão contraindicados nos pacientes com glaucoma de ângulo agudo e devem ser usados com muita cautela em pacientes com história de retenção urinária ou retardo no esvaziamento gástrico (risco de obstrução intestinal). Em pacientes com hipocontratilidade detrusora, seu uso também deve ser evitado.

29
Q

Eficácia da neuromodulação sacral central

A

Aproximadamente 13 estudos observacionais atestam a eficácia desse método para casos graves, refratários a múltiplos tratamentos. Os casos com sintomas leves ou moderados não apresentam melhora comprovada. Pelos estudos, os pacientes que se beneficiam dessa terapia são os de casos graves que se caracterizam por apresentarem de cinco a 11 episódios de incontinência por dia, uso de mais de quatro absorventes/dia e frequência urinária superior a 13 micções diárias

30
Q

Indicação de neuromodulação periférica

A

a neuromodulação periférica, por meio da esti-
mulação do nervo tibial posterior constitui tratamento indicado para pacientes selecionados, refratários à primeira e segunda linhas terapêuticas e que apresentam sintomas moderados.

31
Q

Eficácia da toxina botulínica

A

Vários estudos têm analisado seus resultados, com registros de melhora nos sintomas de urgência, frequência, incontinência, qualidade de vida e parâmetros urodinâmicos porém, há necessidade de melhores estudos para conclusões mais fidedignas.