BCP 1 - Estrutura e função da célula procariota Flashcards

1
Q

Quais são as morfologias mais comuns das células procariotas?

A
  1. Cocos
  2. Bastonetes
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Q

Dentro da morfologia cocos existem 5 outras morfologias. Quais são e que características têm?

A
  1. Diplococos - cocos que se dividem e as células ficam ligadas (ficam aos pares) passando a tratar - se de uma organização.
  2. Estreptococos - as células continuam a dividir - se e não se separam formando cadeias.
  3. Estafilococos - as células dividem - se para um lado e para o outro e ficam agregados irregulares, tipo cachos.
  4. Tetradococos - este é outro tipo de agrupamento em que os planos de divisão são perpendiculares - primeiro uma célula dá origem a 2 e depois estas dividem - se seguindo um plano perpendicular, ficando 4 células.
  5. Sarcila - se estas 4 se dividirem novamente num plano tridimensionalmente perpendicular, passam a ser 8.
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3
Q

No caso dos bastonetes as coisas são de maneira diferente. Explica melhor!

A

A maioria deles são isolados, mas podem existir diplobacilos e estreptobacilos.

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4
Q

As células procariotas têm morfologias mais comuns, como já falámos. Mas também existem as menos comuns. Quais são e quais as suas características?

A

Espirilo - é como um bastonete parcialmente torcido ou em forma de vírgula (vibrião).

Espiroqueta - morfologia que aparece em alguns grupos de bactérias gram (-), exclusivamente. São uns bastonetes que se estão a enrolar em forma de saca - rolhas. Têm flagelos que os fazem ter um tipo de movimentação que se adapta a ambientes de alta viscosidade (Spirochaete é o género representativo).

Bactérias gemulantes:

Pedunculadas: geralmente aquáticas, podendo no seu ciclo de vida ter forma de bastonete mas depois de repente perdem o flagelo, passando a estar sésseis e captando os nutrientes que por elas passam. Fixam - se através do seu pedúnculo, que tem normalmente glicolípidos que excreta para o exterior e funciona como uma placa adesiva. Quando os nutrientes deixam de ser suficientes e se desencadeia um sistema de diferenciação celular, o pedúnculo desaparece e a célula entra em divisão, mas de uma maneira diferente. A célula filha é uma célula flagelada e portanto móvel, indo fazer uma colónia para outro local com melhores condições.

Hifa - são prolongamentos que podem aparecer em algumas bactérias mas não são adesivos e portanto são apenas extensões celulares.

Filamentosa - a célula divide - se e à medida que vai crescendo vai formando filamentos compridos que em alguns casos até podem ser ramificados. Este tipo de estrutura é muito frequente em bactérias que se encontram a nível das estações de tratamento de águas residuais.

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5
Q

Qual é a constituição da parede celular das bactérias Gram (+)?

A

Bactérias Gram (+): membrana citoplasmática + camada densa de peptidoglicanos

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6
Q

Qual é a constituição da parede celular das bactérias Gram (-)?

A

Bactérias Gram (-): membrana citoplasmática + camada fina de peptidoglicanos + membrana externa + espaço periplasmático (ou periplasma)

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7
Q

Quais são as principais características da membrana citoplasmática?

A
  • Formada através do modelo do mosaico fluido, em que os fosfolípidos são a molécula constituinte da dupla camada.
  • Esta membrana é impermeável devido à sua dupla camada fosfolipídica.
  • É formada por aquaporinas, que são proteínas que atravessam a membrana, sendo responsáveis pelo transporte de água.
  • Transporte especializado - a passagem de moléculas pela membrana faz - se de uma forma seletiva através de proteínas transmembranares.
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8
Q

Qual é a diferença da membrana citoplasmática das bactérias para a membrana citoplasmática das árqueas?

A

A membrana citoplasmática das árqueas em vez de ser formada por fosfolipídos, é formada por eterlipidos.

Eterlipidos - molécula de glicerol com um fosfato, mas que em vez de ter 2 ácidos gordos, tem 2 álcoois.

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9
Q

Nas árqueas existem 2 tipos de estrutura de membrana. Quais são?

A
  1. Membrana que têm uma dupla camada de eterlipidos
  2. Membrana que tem uma monocamada de eterlipidos - neste caso estamos perante lípidos di - éter (moléculas transmembranares)
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10
Q

Qual é que é o marcador das árqueas?

A

Eterlípidos.

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11
Q

Como são formadas as membranas dos eucarioas?

A

As membranas dos eucariotas são formadas por esteroides, que têm como função o aumento da rigidez da membrana,

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12
Q

O que são os micoplamas?

A

Micoplasmas: exceção de um grupo de bactérias que é formada por esteroides e que são desprovidas de parede celular. São parasitas intracelulares obrigatórios porque têm esteróides na membrana que importam da célula hospedeira eucariota.

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13
Q

O que são os hopanoides?

A

Hopanóides - molécula semelhante aos esteroides presente nos procariotas (bactérias e árqueas) que contribui para a rigidez da membrana.

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14
Q

Quais são as funções da membrana citoplasmática?

A
  1. Barreira de permeabilidade: impede a saída indiferenciada de compostos.
  2. Local de ancoragem de proteínas
  3. Participação nos processos de produção e conservação de energia celular: se existirem mecanismos na célula que garantam uma acumulação de cargas positivas no lado externo da sua membrana, e portanto uma deficiência de cargas positivas no seu lado interno, esta fica polarizada (energizada). Esta energia é energia potencial - pode ser utilizada para fazer algo - e pode ser convertida em energia motora, podendo ser utilizada para pôr o flagelo a rodar ou para sintetizar ATP - está - se a converter energia potencial em energia química.
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15
Q

Qual o funcionamento do mecanismo da ATP sintetase?

A
  1. A partir de ADP e Pi é sintetizado ATP
  2. Para que a reação anterior aconteça é necessário que entrem protões (H+) para dentro da célula, através de uma ATPase. Cada vez que entram 3 protões sai uma molécula de ATP.
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16
Q

Quantos sistemas de transporte existem nos procariotas?

A

3

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17
Q

O que é o transporte simples?

A
  1. Transporte simples - o soluto entra acompanhado de um protão. A energia para o transporte vem da força protomotriz.
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18
Q

O que é a translocação de grupos?

A

Translocações de grupos - neste sistema a diferença é que o soluto é modificado durante o transporte (recebe um grupo químico funcional). Este sistema não envolve diretamente uma molécula de ATP, mas necessita de muita energia. O PEP é o dador de grupos fosfato para este transporte. Se o PEP deu logo o seu grupo fosfato é porque a molécula de ATP não foi sintetizada, portanto na prática este transporte vai custar à célula uma molécula de ATP não sintetizada.

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19
Q

O que é o sistema ABC?

A
  1. Sistema ABC - ABC significa “ATP - binding cassete”. Este tipo de sistema é formado por 3 proteínas:
    1. Proteína transmembranar a que damos o nome de proteína transportadora
    2. Proteína externa (nas Gram (-) é periplasmática)
    3. Proteína citosólica - esta proteína está ligada à proteína transportadora e é aquela que tem a capacidade de reconhecer ATP e hidrolisar dando energia para o transporte. Este é portanto um transporte dependente diretamente de ATP.
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20
Q

Quais é que são os 3 tipos de transportadores transmembranares simples?

A
  1. Uniporta - só entra uma molécula
  2. Antiporta - entra uma molécula e sai outra diferente.
  3. Simporta - entram duas moléculas diferentes no mesmo sentido.
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21
Q

Quais os tipos de proteínas que se encontram numa célula procariota?

A

Proteínas estruturais: aparecem associadas à parede ou à membrana citoplasmática e são apenas proteínas de organização da célula.

Proteínas funcionais: podem ser citosólicas, transportadores de membrana ou produzidas para o exterior da célula.

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22
Q

Quais são os sistemas de translocação existentes?

A
  1. Translocação cotraducional
  2. Translocação ligada à tradução
  3. Translocação pós - traducional
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23
Q

Translocação cotraducional

A

Os ribossomas estão perto da membrana, de modo a que à medida que a proteína está a ser sintetizada seja translocada para fora da célula. Isto garante que não haja auto - associação da proteína para formar uma estrutura definitiva dentro da célula.

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24
Q

Translocação ligada à tradução

A

Neste caso a proteína ainda está a ser sintetizada quando começa a ocorrer a translocação, mas existem outras proteínas, chamadas chaperonas, que se ligam à proteína que se quer exportar, e a impedem de adquirir a sua conformação nativa. Se não existirem as chaperonas, a proteína adquire a sua conformação e o processo de translocação é interrompido.

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25
Q

Translocação pós - traducional

A

Neste caso a proteína ainda está a ser sintetizada quando começa a ocorrer a translocação, mas existem outras proteínas, chamadas chaperonas, que se ligam à proteína que se quer exportar, e a impedem de adquirir a sua conformação nativa. Se não existirem as chaperonas, a proteína adquire a sua conformação e o processo de translocação é interrompido.

26
Q

Quantos sistemas de secreção existem em bactérias gram - negativas?

A

6!

27
Q

O que é que o sistema do tipo I, II e V têm em como?

A

Secretam proteínas para fora da célula bacteriana.

28
Q

E em relação aos tipos III, IV e VI…

A

Secretam moléculas também para fora da célula bacteriana, mas também na célula hospedeira.

29
Q

Qual é a estrutura da parede celular gram - positiva?

A

Existem duas coisas a considerar na estrutura da parede celular gram - positiva: os ácidos teicóicos e os ácidos lipoteicóicos.

Um tipo de ácido teicóico é o ribitol. É um álcool de 5 carbonos composto por uma cadeia linear de ribitolfosfato. Globalmente, a molécula de ácido teicóico tem à sua volta muitos substituintes de natureza hidrofílica, sendo por isso uma molécula altamente hidrofílica.

Ácido lipoteicóico - molécula de ácido teicóico que na parte final tem 2 ácidos gordos, que lhe permitem inserir - se na membrana citoplasmática.

Estes ácidos ajudam a manter a estrutura da membrana e conferem - lhe o seu carácter hidrofóbico.

30
Q

Qual é a estrutura da parede celular gram - negativa?

A

A membrana externa é formada por uma dupla camada:

  1. Folheto interno: fosfolípidos
  2. Folheto externo: lipopolissacáridos ou LPS.

Na face externa, da membrana externa existem fosfolípidos e LPS. A bactéria consegue regular esta proporção consoante as condições ambientais.

31
Q

Os lipopolissacáridos são moléculas formadas por 3 partes

A

Lípido A: pode ser designado por endotoxina e está inserido na membrana externa. Desencadeia reações do tipo alérgicas com os organismos animais com os quais tem contacto. É uma toxina endógena, o que significa que todas as bactérias gram - negativas têm esta toxina. Tem duas moléculas de glucosamina, cada uma esterificada por pelo menos 2 ácidos gordos. Parte hidrofóbica.

Núcleo do LPS: estrutura formada por glúcidos. As heptoses são açúcares com 7 átomos de carbono. KDO é uma molécula característica do LPS e é formada por 8 átomos de carbono.

Oligossacárido O (Polissacárido O, Antigénio O): polímero de grandes dimensões cuja unidade monomérica (tetrassacárido) se repete n vezes.

A sua composição química pode variar dentro da mesma espécie de estirpe para estirpe, o que é uma estratégia de invasão nos sistemas de defesa do hospedeiro. Parte hidrofílica. Então a parte superior (oligossacárido O) serve como barreira para compostos hidrofóbicos mas permite a passagem de compostos hidrossolúveis, e a parte inferior da face externa da membrana externa impede a passagem de compostos hidrofilicos.

32
Q

O que são as porinas?

A
  • São trímeros (3 unidades proteicas)
  • Os canais estão voltados para o exterior que:
    • ou são independentes atravessando toda a membrana
    • ou se reúnem num canal único para o interior da célula
  • “Sistema de exclusão molecular” - funcionam como poros para uma determinada dimensão
  • As porinas da membrana externa, como são “outer membrane proteins”, são chamadas de Omp.
  • Na membrana externa de E.Coli há dois tipos principais de porinas:
    • OmpC - poro mais pequeno
    • OmpF - poro com maiores dimensões.
    • E.Coli pode regular a proporção das duas purinas consoante o ambiente em que se encontra.
    • Se o ambiente for rico em nutrientes, aumenta a quantidade de purinas OmpC;
    • Se o ambiente tiver falta de nutrientes, aumenta a quantidade de purinas OmpF, de modo a maximizar a entrada destes.
33
Q

O que são as lipoproteínas?

A
  • Lipoproteínas - ligam a membrana externa ao peptidoglicano.
34
Q

O que são os PHOA?

A

PHOA - porinas específicas para fosfato.

35
Q

O que são os Ton B?

A

Proteína cuja função é a transdução de energia da membrana citoplasmática para a membrana externa.

36
Q

Estrutura do peptidoglicano

A

O peptidoglicano é construído fora da célula.

É um polímero formado por cadeias lineares com ligações cruzadas entre si.

As cadeias lineares são formadas por dois glúcidos ligados entre si por ligações glicosídicas B(1,4), que são a N-Acetilglucosamina (NAG) e o ácido N-Acetilmurâmico, NAM. Na realidade o que temos são cadeias lineares NAG - NAM com ligações B(1,4) formando as cadeias do peptidoglicano.

O que é a unidade repetitiva do peptidoglicano? NAG,NAM e um curto péptido com 4 aa.

37
Q

Modelo estrutural do peptidoglicano em E.coli (gram negativa) vs Modelo estrutural do peptidoglicano em Staphylococcus aureus

A

As cadeias lineares são idênticas mas o aminoácido da terceira posição não é conservado, variando consoante sejam gram - positiva ou gram - negativa. Na maior parte das gram - negativas o aa na 3 posição é o ácido diaminopimélico (DAP), enquanto na maior parte das gram - negativas é a lisina. Ou seja, o aa da 3ª posição é obrigatoriamente um di - aminoácido - aminoácido com dois grupos amina.

A outra diferença entre os dois modelos é que no caso da E.coli, a ligação cruzada entre o 3 aminoácido de uma cadeia e o 4 da outra (3,4) é direta, enquanto no modelo da gram - positiva a ligação já não é direta, havendo uma ponte de pentaglicina no meio.

Uma característica peculiar do peptidoglicano é a presença de aa da série D, que não existem nas biomoléculas dos outros organismos. A presença destes aa é portanto um marcador taxonómico de bactéria.

38
Q

Síntese do peptidoglicano

A
  1. Fase citosólica - são produzidos os precursores (monómeros) dentro do citoplasma
  2. Fase membranar - a unidade repetitiva é transferida para o exterior
  3. Fase mureínica - fora da célula, onde são adicionados ao peptidoglicano pré - existente.
39
Q

Qual é o efeito da penincilina?

A

Inibe a transpeptidase, não há pontes cruzadas, a parede fica fraca e a célula lisa.

40
Q

Qual é o efeito da cicloserina?

A

Inibe a D - alanina racemase e a D - ala - D - ala sintetase. Não há a ligação do dipéptido de D - alanina, não havendo a energia para a formação das pontes cruzadas.

41
Q

Qual é o efeito da fosfomicina?

A

Inibe a transferase, que converte o NAG em NAM, o que faz com que não haja crescimento do peptidoglicano.

42
Q

Qual é o efeito da bacitracina?

A

Inibe a pirofosfatase, o que faz com que o peptidoglicano deixe de aumentar a sua estrutura e ocorra a lise celular.

43
Q

Como funciona a fase mureínca?

A

Esta fase acontece fora da célula e o objetivo é realizar a ligação cruzada. É realizada pela transpeptidase (esta é inibida pela penicilina). Esta enzima reconhece a ligação das duas D - alaninas, corta - a e faz a ponte cruzada, libertando uma molécula de D - alanina.

44
Q

Sistema de funcionamento da camada de peptidoglicano em gram - negativas e gram - positivas

A

Gram (+): o peptidoglicano vai crescendo, e para que a sua estrutura e espessura se mantenham, vai sendo degradado na face externa. Esta degradação é feita pelas proteínas denominadas de carboxipeptidases, que estão associadas à parede das gram - positivas. Estas proteínas quando encontram D - ala D - ala cortam a ligação, impossibilitando a que a transpeptidase possa formar uma ligação cruzada.

Gram (-): os precursores são transmitidos para o espaço periplasmático e adicionados ao peptidoglicano, que vai crescendo intersticialmente.

Comparando um mecanismo com outro, o das bactérias gram (-) é “melhor”: em primeiro lugar gastam menos, pois a sua camada de peptidoglicano é mais fina, mas o mais importante é que a degradação desta camada, ao ocorrer no espaço periplasmático, permite que os monómeros sejam reutilizados pela bactéria no processo de síntese. Há portanto uma maior eficiência energética.

45
Q

Micobactérias

A

As micobactérias são bactérias do tipo gram positivo e não coram com a coloração de gram como as outras bactérias deste tipo, pois a sua parede celular tem uma constituição diferente. Têm uma espécie de modelo misto entre a estrutura da parede das gram - negativa com a estrutura da parede das gram - positivas. Mais concretamente, não têm uma membrana externa, mas têm associada à parede,uma camada muito espessa de compostos hidrofóbicos que pertencem ao grupo das ceras, os os ácidos micólicos, que têm cadeias muito longas. Estas características fazem com que se forme uma barreira de permeabilidade que impede a entrada de coloração.

Além disso são formadas por LAM - lipoarabinomanano - que é semelhante aos LPS das gram (-), ma que está inserido na membrana citoplasmática.

46
Q

Parede celular das árqueas

A
  1. Paredes simples: com apenas uma membrana e uma camada de proteínas superficial. Estas proteínas estão todas densamente compactadas num arranjo cristalino, a que se chama S - layer.
  2. Depois existe um segundo tipo de parede que para além da camada S - layer, tem uma outra camada de proteínas espalhada pela superfície, a bainha de proteinácea (PS).
  3. Temos uma árquea que não é formada por parede celular, a Thermoplasma, apenas pela membrana citoplasmática.
  4. Em quarto, temos uma parede que é formada pela S - layer e uma camada externa que é a metanocondroitina (MC). Este é um polímero que aparece na parede de algumas árqueas, especialmente nas árqueas metanogénicas. Em relação à coloração de gram, a resposta ou é positiva ou é negativa, conforme a espessura da camada de MC. Se MC for espessa o complexo de violeta cristal e iodo não sai e a resposta é positiva. Se MC for fina, o complexo sai e a resposta é negativa.
  5. As últimas duas estruturas são gram (+) e têm em comum o facto de ser a única estrutura que tem um carácter preditivo. Ambas têm uma camada de pseudomureína (PM), o que quer dizer que se uma árquea contiver este composto na sua parede, irá dar uma resposta do tipo gram - positiva.
  • A PM é composta por NAG ou N - acetilglucosamina com um outro ácido, o N - acetiltalosaminurónico (NAT).
  • A ligação glicosídica é B(1,3).
  • Não tem aa da série D, mas sim da série L.
  • O 3 aa onde se fazem as pontes cruzada é tipicamente a lisina.
47
Q

O que é a aerotaxia?

A

Aerotaxia: resposta em relação à concentração de oxigénio.

48
Q

O que é a fototaxia?

A

Fototaxia: resposta em relação à luz.

49
Q

Bactérias deslizantes

A

Estas bactérias deslocam - se ativamente sem flagelo, mas precisam de ter contacto direto com uma superfície pois o seu mecanismo de movimento envolve o deslizamento sobre esta.

50
Q

Existem 2 tipos de bactérias deslizantes

A
  1. Têm uma excreção polarizada de polissacáridos ou de glicolípidos: Bactérias em meio aquoso sintetizam polissacáridos ou glicolípidos polarizadamente ( “no rabito da bactéria”). À medida que este polissacárido vem para o exterior, devido ao contacto com a água, gelifica, formando um rolhão que empurra a bactéria para a frente.
  2. Gram negativas: o deslizamento faz - se através da interação entre as proteínas da membrana externa com as proteínas da membrana citoplasmática. Há alterações conformacionais que fazem com que as proteínas da membrana externa se vão ligando a outras moléculas que estão na vizinhança (havendo um torção da célula), essa ligação é posteriormente quebrada e uma nova é efetuada com as moléculas seguintes. Estas bactérias vão rodando sobre a membrana externa e deslizando sobre o substrato.
51
Q

Clorossomas

A

Vesículas aderentes à membrana citoplasmática. Só existem num grupo particular de bactérias fotossintéticas anoxigénicas, e têm no seu interior pigmentos acessórios do sistema fotossintético que recebem a luz. A deslocalização eletrónica é transferida por uns centros de reação que estão na membrana citoplasmática, sendo este o motivo da necessidade de estas vesículas estarem em contacto com a membrana.

52
Q

Vesículas de gás

A

algumas bactérias que habitam no meio aquático conseguem regular a profundidade a que se encontram, não através de movimento flagelar mas também como resposta à intensidade luminosa. Quando a intensidade luminosa aumenta (começo do dia) elas descem para a profundidade onde a intensidade luminosa é óptima, pois muita luz conduz à oxidação dos pigmentos; Quando a luz diminui elas começam a subir. Estas subidas e descidas não correm por movimento mas por regulação da sua densidade celular, o que fazem graças às vesículas de gás que têm no seu citoplasma. O número e tamanho das vesículas são regulados por um processo de ritmo circadiano. Estas vesículas não são consideradas organitos porque a sua membrana é exclusivamente proteica, sendo constituída por 2 tipos de proteínas:

  • Gvp A (gas vesicle protein A): Proteína com conformação B
  • Gvp C: Faz as ligações cruzadas.

É portanto uma monocamada proteica com 2 tipos de proteínas que reveste as vesículas. As bactérias vão aumentado a quantidade de gás dentro das vesículas ou reduzindo a quantidade de gás e o n de vesículas.

53
Q

Grânulos de enxofre

A

Ao microscópio ótico aparecem com uma cor amarela intensa. Estas bactérias são fotossintéticas púrpuras, sulfúreas, que utilizam o enxofre como dador de eletrões para a fotossíntese e portanto o resultado final é a deposição de enxofre sob a forma de grânulos no interior das células.

54
Q

Glicocálice

A

Qualquer camada que exista fora da parede, como por exemplo cápsula, camada mucilaginosas ou fibrilhas de natureza proteica. As suas principais funções são de proteção contra influências externas, serve como mecanismo de adaptação a hospedeiros particulares e como a sua natureza é polisacarídica (é altamente hidratável) é um bom reservatório de água, sendo uma estratégia de combate à dessecação das células.

55
Q

Cápsulas ou camadas mucilaginosas

A
  • Glicocálice de natureza glucídica.
    • Cápsulas: camada compacta com um limite definido à volta da célula.
    • Camadas mucilaginosas ou Exopolissacáridos: camada mais difusa. Estes são polímeros, o que significa que têm de ser formados fora da célula. Ora, nesse sentido, a bactéria tem uma estratégia que é a seguinte: os monómeros são sintetizados no interior da célula, o ciclo do bactoprenol coloca os monómeros fora da célula, e no exterior há transdutores que fornecem energia para o polímero ir crescendo.
56
Q

Endósporos

A

Algumas bactérias gram - positivas, nomeadamente aquelas que pertencem ao género bacillus e ao género clostridium conseguem no seu ciclo de vida, quando estão em condições desfavoráveis, formar estruturas resistentes através de um processo de diferenciação celular. Neste fenómeno, a célula vegetativa perante um estímulo que desencadeia essa resposta, vai transformar - se numa célula quase sem atividade metabólica, com a parede modificada, de modo a ser resistente a fatores agressores do meio. Esta célula modificada a partir de uma célula original é o que se denomina de endósporo bacteriano.

57
Q

Ciclo dos endósporos

A
  1. Ciclo de microesporulação - A célula vegetativa é convertida num endósporo
  2. Fase de germinação do endósporo - Se o endósporo for colocado em condições favoráveis volta a ser uma célula vegetativa.

O processo é sempre de 1:1, uma célula vegetativa converte - se num endósporo e um endósporo germina dando origem a uma célula vegetativa.

58
Q

Processo de formação dos endósporos

A
  1. Duplicação do DNA
  2. Divisão celular assimétrica
  3. O compartimento mais pequeno vai dar origem ao endósporo
  4. A cópia do cromossoma que se encontra do lado maior vai ser degradada.
  5. O cromossoma do lado mais pequeno vai ser compactado.
  6. Há um processo de invaginação das membranas citoplasmáticas da parte menor, que vão envolvendo o chamado pré - esporo até se formar uma estrutura claramente delimitada.
  7. A parede começa a espessar - se e começa a ser sintetizado.
  8. O chamado córtex do endósporo começa a ser sintetizado.
  9. À medida que o processo progride vamos ter uma estrutura que se diferencia, cada vez mais compacta, com o DNA no seu interior altamente condensado, ribossomas condensados e a atividade metabólica desaparece.
  10. Forma - se um endósporo já maduro, que por lise das camadas externas se pode libertar.
59
Q

Diferença entre os endósporos e as células vegetativas:

A
  1. Endósporo é refringente - quando é observado através de um microscópio ótico o córtex é brilhante
  2. Endósporo acumula cálcio
  3. Endósporo sintetiza ácido dipicolínico que a célula vegetativa não sintetiza. Várias moléculas deste ácido vão associar - se através dos iões cálcio, aumentando o conteúdo do ácido dentro da célula.
  4. O endósporo possui umas proteínas soluvéis em ácido, denominadas de SASP’s (small acid soluble proteins). Estas proteínas têm uma função de proteção do DNA durante o estado de endósporo, sendo que quando ocorre a germinação funcionam como fonte de carbono e energia.
  5. Conteúdo em água: o endósporo é cerca de 10 - 25% e a célula vegetativa é de 80 - 90%.
  6. O endósporo não tem atividade metabólica.
  7. pH: o endósporo é ácido e a cél. vegetativa é nulo.
60
Q

Desencadeamento do processo de esporulação

A

Neste caso estamos perante um sistema de 2 componentes que funciona da seguinte forma:

  1. Um sensor deteta um sinal ambiental
  2. O regulador de resposta vai ativar a transcrição do gene do fator sigma.
  3. Este gene, uma vez transcrito, é sintetizado.
  4. A partir daí, todos os genes são ativados pela ordem correta numa cascata.