Avaliação N2 Flashcards
O que monitorar durante uma anestesia?
Profundidade anestésica, consequências cardiovasculares, consequências pulmonares e temperatura corporal.
O que devemos monitorar na anestesia sobre a profundidade anestésica?
Avaliar de acordo com algumas respostas que o paciente vai tendo durante o procedimento (globo ocular, relaxamento de mandíbula e relaxamento muscular).
O que devemos monitorar na anestesia sobre as consequências cardiovasculares?
Monitorar a frequência cardíaca e alterações de pressão arterial, podendo ter hipotensão ou hipertensão, as anestesias dissociativas mais comumente causam hipertensão, já a anestesia inalatória causa hipotensão (o isofurano é vasodilatador e isso gera uma queda de pressão).
O que devemos monitorar na anestesia sobre consequências pulmonares?
Bradpneia, apneia, hipóxia, aumento de CO2.
O que devemos monitorar na anestesia sobre temperatura corporal?
Tem que estar constantemente verificando se o paciente vai estar com a temperatura dentro da normalidade, a anestesia desliga a função do sistema nervoso central de regular a temperatura.
Quais são os estágios anestésicos de Guedel?
Estágio I, estágio II, estágio III (dividido de 1 a 4).
Descreva o ESTÁGIO I dos estágios anestésicos de Guedel.
No estágio 1, o paciente ainda está acordado e respirando espontaneamente. A respiração, tanto torácica quanto abdominal, é normal. A pupila apresenta uma leve midríase, o que é comum devido aos opioides da medicação pré-anestésica (MPA). O movimento ocular é normal, e o globo ocular está intacto, sem alterações, pois o animal ainda está consciente. O reflexo palpebral permanece presente, assim como o reflexo corneano, que responde ao toque. O reflexo laringotraqueal ainda está ativo, podendo provocar uma leve tosse. O reflexo interdigital também está presente, indicando resposta à dor, e o tônus muscular ainda é rígido. A salivação continua e o batimento cardíaco está dentro dos parâmetros normais. Este é o início do processo de sedação.
Descreva o ESTÁGIO II dos estágios anestésicos de Guedel.
O estágio 2, que é o da excitação ou delírio, é o que idealmente se deve evitar, buscando avançar diretamente para o estágio 3. Nesse estágio, a respiração acelera, com o animal apresentando taquipneia e respiração predominantemente torácica. A pupila se dilata (midríase) e os reflexos palpebral, corneano, laringotraqueal e interdigital ficam exacerbados. O tônus muscular permanece, mas o animal se agita, podendo salivar excessivamente e apresentar taquicardia devido à excitação.
Descreva o ESTÁGIO III dos estágios anestésicos de Guedel.
O estágio de anestesia cirúrgica caracteriza-se por inconsciência, com depressão progressiva dos reflexos. Sobrevém relaxamento muscular, e a ventilação torna-se lenta e regular. Os reflexos do vômito e da deglutição estão ausentes. Em seres humanos, este estágio foi dividido em 1 a 4 planos, para maior diferenciação. Outros preferem a classificação mais simples de leve, médio e profundo. A anestesia leve persiste até que o movimento do globo ocular cesse.
Descreva o ESTÁGIO III - PLANO I dos estágios anestésicos de Guedel.
No plano 1, a respiração começa a diminuir, tanto torácica quanto abdominal, e a pupila retorna ao tamanho normal. O globo ocular se rotaciona, e os reflexos palpebral e corneano podem estar presentes. Os reflexos laringotraqueal e interdigital também persistem, assim como o tônus muscular, embora já enfraquecido. A salivação cessa e o batimento cardíaco permanece estável.
Descreva o ESTÁGIO III - PLANO II dos estágios anestésicos de Guedel.
No plano 2, é possível realizar a intubação, pois o reflexo laringotraqueal diminui, permanecendo ativo apenas em felinos. Nos gatos, a laringe ainda se move durante a intubação, sendo necessário o uso de lidocaína para inibir temporariamente o reflexo. Nos cães, o reflexo laringotraqueal já está ausente. Os reflexos palpebral e interdigital desaparecem, o tônus muscular diminui e o batimento cardíaco começa a reduzir. Esse é o plano ideal para a realização do procedimento cirúrgico, que ocorre entre os planos 2 e 3.
Descreva o ESTÁGIO III - PLANO III dos estágios anestésicos de Guedel.
No plano 3, o paciente ainda respira, com a pupila em posição normal e o globo ocular rotacionado. O reflexo palpebral geralmente está ausente, embora possa estar presente em gatos. O reflexo corneano permanece, mas o laringotraqueal já está ausente, exceto nos felinos. O reflexo interdigital desaparece, o tônus muscular está bastante diminuído, e a salivação está ausente. A frequência cardíaca também se encontra reduzida.
Descreva o ESTÁGIO III - PLANO IV dos estágios anestésicos de Guedel.
No plano 4, algumas alterações já começam a surgir no final do plano 3. A respiração torácica desaparece, restando apenas a abdominal, que também começa a falhar até cessar completamente, levando à apneia. O globo ocular se centraliza e a pupila fica levemente midriática. O reflexo palpebral está ausente e o corneano começa a desaparecer. Reflexos como o interdigital e o laringotraqueal, assim como o tônus muscular e a salivação, já estão ausentes. A frequência cardíaca diminui progressivamente, podendo evoluir para bradicardia.
Descreva o ESTÁGIO IV dos estágios anestésicos de Guedel.
No estágio 4, o paciente está em um estado muito profundo de anestesia, apresentando respiração agônica. Não há mais respiração abdominal, a pupila está centralizada e extremamente dilatada. Todos os reflexos estão ausentes, não há salivação, e o batimento cardíaco vai caindo até cessar por completo.
Qual a frequência cardíaca ideal em cães grandes?
60-120 bpm.
Qual a frequência cardíaca ideal em cães pequenos?
80-160 bpm.
Qual a frequência cardíaca ideal em gatos?
120-220 bpm.
Qual a frequência cardíaca ideal em ruminantes?
70-90 bpm.
Qual a frequência cardíaca ideal em equinos?
35-45 bpm.
Quais são as possíveis consequências da frequência cardíaca (FC) alterada durante a anestesia?
Bradicardia e taquicardia excessiva, podendo causar uma queda do débito cardíaco e consequentemente com o tempo uma queda da pressão arterial.
O que ocorre na bradicardia excessiva durante a anestesia?
O sangue fica parado por muito tempo no coração, se acumulando nos ventrículos.
O que ocorre na bradicardia reflexa durante a anestesia?
Exclusivo de alfa 2 agonistas (xilazina ou dexmedetomidina), causa hipertensão resultando em uma bradicardia, esperar uns 10 minutos que vai normalizar a frequência depois.
Quando tratar uma bradicardia reflexa durante a anestesia?
Bradicardia só precisa ser tratada quando tiver hipotensão junto.
Quando tratar a bradicardia durante a anestesia?
Cães com menos de 50bpm (observar o MPA — pode ser uma bradicardia reflexa), gatos com menos de 90bpm, equinos com menos de 25bpm e ruminantes com menos de 55bpm.
Como tratar a bradicardia durante a anestesia?
Se for um alfa 2, reverter a medicação, se não for, utiliza-se a atropina. Se for plano, reverte o plano.
O que acontece durante a taquicardia excessiva na anestesia?
O coração enche na diástole, então a taquicardia leva a diminuição da quantidade de sangue saindo do coração (redução do débito cardíaco).
Quais as causas comuns de se ocorrer uma taquicardia durante a anestesia?
Causas comuns: nocicepção e plano superficial. Se for por nocicepção, deve-se aumentar a taxa de analgésico, se for plano superficial deve-se aprofundar o paciente. Se o paciente já estava com taquicardia na hora da indução, provavelmente não vai mudar.
Quando devo corrigir a taquicardia durante a anestesia?
Sempre fazer uma comparação com estado fisiológico do paciente e esperar alterações de 20% para mais ou para menos.
O que ocorre durante a onda P?
Sístole atrial.
O que ocorre durante o complexo QRS?
Sístole ventricular.
O que ocorre durante a onda T?
Diástole ventricular.
O que caracteriza o bloqueio átrio-ventricular (AV) de GRAU I na análise do ECG?
Prolongamento do PR. Toda P é seguida por QRS. Benigno.
O que caracteriza o bloqueio átrio-ventricular (AV) de GRAU II TIPO I na análise do ECG?
Prolongamento gradual do PR até não haver condução do QRS. Benigno.
O que caracteriza o bloqueio átrio-ventricular (AV) de GRAU II TIPO II na análise do ECG?
Não há prolongamento do PR e há falhas na condução AV com ondas P “soltas”. Indicado marcapasso.
O que caracteriza o bloqueio átrio-ventricular (AV) de GRAU III na análise do ECG?
Não há condução AV. As ondas P não tem correlação com o QRS. Indicado marcapasso.
Quais os valores de pressão arterial sistólica, média e diastólica em cães e gatos?
PAS (100-160), PAD (60-100) e PAM (80-120).
Quais os valores de pressão arterial sistólica, média e diastólica em equinos e ruminantes?
PAS (90-130), PAD (60-90) e PAM (70-110).
O que é a pressão arterial sistólica?
É a força do sangue contra a parede do vaso na hora da sístole (o que vemos no Doppler).
O que é a pressão arterial diastólica?
Força do sangue contra a parede do vaso durante a diástole.
O que é a pressão arterial média?
É a média da força nas arteriais durante o ciclo cardíaco completo, soma as sistólica e diastólica e divide.
Quais parâmetros da pressão sistólica e média são considerados preocupantes?
Preocupante: sistólica < 80mmhg — média < 60mmhg.
Quais parâmetros da pressão sistólica e média são considerados ideais?
Ideal: sistólica > 100mmhg — média > 80 mmhg.
Qual a pressão arterial média considerada de emergência?
Emergências: 60mmhg de PAM.
Qual é o melhor tipo de pressão arterial para se monitorar?
O ideal é sempre olhar a pressão arterial média, pois reflete melhor como o corpo está perfundindo.
Quais as causas de hipotensão durante a anestesia?
Plano anestésico errado (principal), desidratação, hemorragia e alteração na função cardíaca.
Como o plano anestésico errado pode causar hipotensão?
Animal está muito profundo na anestesia. Se eu olho o globo ocular centralizando, tem que reduzir o uso de anestésico, reduzir o isofurano normaliza a pressão.
Como a desidratação pode causar hipotensão?
A animal anestesiado, está com a cavidade aberto perdendo líquido, fluidoterapia as vezes resolve.
Como a hemorragia pode causar hipotensão?
Perdeu o coto uterino, começa a perder sangue, começa a cair a pressão arterial (enquanto a hemorragia está acontecendo, não há muito que se possa fazer, não pode aumentar a fluidoterapia nesse momento, só depois que a hemorragia foi corrigida é que pode tentar corrigir a hipotensão).
Como a alteração na função cardíaca pode causar hipotensão?
As vezes o coração já não tem mais força de contração.
Como tratar a hipotensão em casos de plano anestésico muito profundo?
Reduzir a profundidade, ajustando para o plano ideal.
Como tratar a hipotensão em casos de hemorragia?
Esperar o cirurgião controlar o sangramento e depois aumentar a fluidoterapia. Se a hemorragia for muito grave, pode ser necessário fazer uma transfusão de sangue.
Como tratar a hipotensão em casos de alteração na função cardíaca?
Dobutamina, para aumentar a força de contração do coração.
Qual é o uso recomendado de medicações que fazem vasoconstrição em casos de hipotensão?
Ajudam a aumentar a pressão.
Quais as consequências da hipotensão?
Lesão renal e bradicardia.
Por que a lesão renal é uma complicação da hipotensão?
Como não está indo sangue para o rim, devido ao fluxo de sangue reduzido, o corpo prioriza mandar o sangue para o coração e cérebro.
Por que a bradicardia é uma complicação da hipotensão?
Não está indo sangue para o coração, não tem o que bombear, podendo levar a uma parada.