Avaliação de Comportamento Suicida Flashcards
Etapas da avaliação sistematizada do risco de suicídio
**1. O que está acontecendo?
**a. Eventos precipitantes
b. Estressores agudos e crônicos
2. Estado mental atual
a. Afetos intensos
b. Constrição cognitiva
3. Intencionalidade suicida
a. Ideia
b. Plano
4. Principais fatores de risco e de proteção
a. Transtorno mental
b. Tentativas prévias
c. História
d. Personalidade
**5. Formulação do risco de suicídio
**a. Registro
b. Comunicação
- O que está acontecendo?
O que é importante esclarecer
Após estabelecer rapport, investigar o que aconteceu.
Esclareça:
1. Fator precpitador (oque motivou) e suas circunstâncias
2. Estressores recentes
3. Estressores crônicos
- O que está acontecendo?
Questões introdutórias gerais
- dificuldades e perdas (reais ou imaginárias) nos relacionamentos afetivos;
- mudança da situação socioeconômica (principalmente dificuldades financeiras);
- discórdia e violência no ambiente familiar;
- abuso ou negligência (física, sexual, emocional);
- fracasso e humilhação (relacionamentos, profissão, escola).
2 - Estado Mental Atual
Psychache e Constrição Cognitiva
Dor intolerável, vivenciada como uma turbulência emocional interminável, uma sensação angustiante de estar preso em si mesmo, sem encontrar saída.
Junto com esse desespero, costuma haver a sensação de que a vida entrou em colapso.
O suicídio passa a ser visto como a única saída, uma forma de cessação da consciência para interromper a dor psíquica.
2 - Estado Mental Atual
Ansiedade Inquietude e Insônia
Esses sintomas podem levar ao desespero e a IAE. O controle da ansiedade e crises de pânico é um objetivo essencial no tratamento de pessoas sob o risco de suicídio.
Deve-se dar atenção também a insônia, um fator de risco modificável por si só para comportamento suicida.
2 - Estado Mental Atual
Impulsividade/Agressividade: Quando investigamos esses fenômenos, o paciente pode não os relatar. É importante tomar alguns cuidados:
- favorecer uma resposta afirmativa, ao passar a ideia de que** reações excepcionais podem acontecer com qualquer pessoa** e que, por isso, não deveria haver constrangimento ao responder
- em nenhuma das perguntas, usamos as expressões impulsividade/impulsivo, agressividade/agressivo, violência/violento, ainda que seja isso o que estamos investigando (a não ser que o pacientes as use primeiro)
“Quando estamos sob muita pressão, podemos fazer coisas sem pensar; algo que, se tivéssemos
um pouco mais de tranquilidade naquele momento, faríamos de um jeito diferente. Isso já
aconteceu com você? Poderia me dar alguns exemplos?”
“Você já se surpreendeu tão bravo e irritado que parecia estar fora de controle? Fez alguma
coisa contra alguém, ou contra si mesmo, quando estava nesse estado?”
“Como você reagiu depois de ter percebido que agiu dessa forma?”
2 - Estado Mental Atual
Desesperança
O sentimento de desesperança (assim como enfraquecimento das razões para viver) podem se **associar mais ao suicídio que o humor deprimido.
**
“Como está sua expectativa em relação ao futuro? Você tem esperança de que sua situação vai melhorar?”
Também é importante tentar investigar as razões do paciente para viver.
“Faz algum plano para o futuro?”
“Na sua visão, quais as boas razões você possui para viver?”
2 - Estado Mental Atual
Vergonha e Vingança
O suicídio pode resultar da vergonha que se abate em quem teve um segredo descoberto, ou em quem falhou e frustrou a própria expectativa ou a de outra pessoa.
Algumas pessoas podem também recorrer ao suicídio como uma retaliação a uma ruptura.
Se a pessoa insiste desesperadamente em uma reconciliação improvável, esse é um fator agravante relacionado ao suicídio.
2 - Estado Mental Atual
“Regra dos 8Ds”
- Desespero
- Dor psíquica (psychache)
- Desesperança
- Desamparo
- Depressão
- Dependência química
- Delírio
- Delirium
2 - Estado Mental Atual
Estados mentais geralmente associados ao suicídio
- Psychache e constrição cognitiva
- Ansiedade, inquietação e insônia
- Impulsividade e agressividade
- Vergonha e vingança
- Regra dos Ds
3 - Intencionalidade Suicida
Definição
Desejo e determinação de por fim a vida.
A gravidade da intencionalidade é dada pela intensidade da motivação suicida e o contrabalanço do desejo conflitante de viver.
3 - Intencionalidade Suicida
Evolução teórica da intencionalidade
De modo geral, consideramos que a intencionalidade suicida cresce a partir de ideias vagas sobre morrer, geralmente de forma passiva, chegando a planos detalhados de como se matar, incluindo providências tomadas antes da morte e cuidados para evitar eventual salvamento logo após a tentativa de suicídio.
- Ideias de morte
- Ideias de suicidio
- Planos de suicidio
- Pesquisa de poder letal
- Providências pós-morte
3 - Intencionalidade Suicida
Exemplos de abordagem direta, quanto o tópico não é levantado de forma espontânea
“Diante das dificuldades que você vem enfrentando, algumas pessoas poderiam pensar que a vida ficou difícil demais… Você chegou a pensar que não vale mais a pena viver?”
“Você pensa muito sobre morte, sobre pessoas que já morreram, ou sobre sua própria morte?”
“Quando você diz que preferiria estar morto, isso é, por exemplo, um desejo de morrer devido
a uma doença, ou chega a pensar em suicídio?”
“Você pensou em suicídio durante essa última semana?”
3 - Intencionalidade Suicida
Deve-se perguntar pela ideação suicída mais de uma vez ?
Ao menos três perguntas devem ser feitas a respeito da ideação suicida; uma questão só não basta
3 - Intencionalidade Suicida
De forma geral, existem áreas de interesse na investigação da itencionalidade suicida
1- Presença
- existe ou não IAE (ideas de morte, intencionalidade suicida), pensar em ocultação da IAE.
2- Natureza
- passiva/ativa, egodistônica/egossintônica
3- Persistência e intensidade
- qual controle o paciente tem sobre ela
- continua/episódica, intensas ou não …
4- Plano suicida.
- se existe um plano, nível de detalhamento
- pesquisa de poder letal
- providências
3 - Intencionalidade Suicida
De forma geral, quanto maior a____________ e a ____________ dos pensamentos suicidas, maior o risco de suicídio.
intensidade, persistência
3 - Intencionalidade Suicida
Algumas circunstâncias sugerem alta intencionalidade suicida (Escala de Intencionalidade Suicida, de Beck at. al.)
- Comunicação prévia do ato
- Cartas ou mensagens de adeus
- Providências finais antes do ato
- Planejamento detalhado
- Precauções para que o ato não seja descoberto
- Ausência de pessoas por perto que possam socorrer
- Não procurar ajuda logo após a tentativa
- Método violento, ou uso de drogas mais perigosas
- Crença de que o ato seja irreversível e letal
- Afirmação clara de que quer morrer
- Desapontamento por ter sobrevivido
3 - Intensionalidade Suicida
Ideias passivas de morte
Desejo de morrer, mas sem a intensão de se matar
3 - Intencionalidade Suicida
Ideação suicida egodistônica
A ideação suicida traz desconforto, parece perigosa e alheia ao indivíduo, provocando ansiedade. Caso persista na consciência, o paciente lutará contra ela.
3 - Intencionalidade Suicida
Ideação suicida egodissintônica
O suicídio é visto como uma possibilidade de alívio. Abre as portas para um possível início de um plano.
É por isso que sugerimos o detalhamento a respeito dos graus de incômodo e de controle frente à ideação suicida.
3 - Intencionalidade Suicida
Ocultação da ideação suicida
**Alguns sinais da ocultação da IAE são:
*** evidência de quadro psicótico;
* paciente evita contato visual durante a entrevista;
* incapacidade de se estabelecer um contato empático;
* paciente aparenta raiva ou distanciamento emocional;
* relutância em responder questões sobre ideação suicida;
* respostas do tipo “eu não sei…”, “sei lá…”.
Pacientes psicóticos muitas vezes não verbalizam suas intenções suicidas, que pode se misturar com objetos confusionais e dificilmente serem discriminadas, não conseguindo expressá-las.
Pacientes intoxicados por álcool (ou outras drogas) podem verbalizar suas ideações, mas esconde-las quando sóbrios
3 - Intencionalidade Suicida
Intensão inconsciente
Ocasionalmente, observamos que pessoas melancólicas passam a adotar comportamentos impulsivos, com risco de morte, que não lhe eram habituais.
Em geral, isso não é relatado de forma espontânea pelo paciente, pois ele não se dá conta do componente suicida que impregnou suas ações
3 - Intencionalidade Suicida
Avaliação do plano suicida
Questione
* Como, onde e quando.
* Avalie o nível de detalhamento do plano.
* Existência e facilidade de acesso a meios letais (armas de fogo, veneno, pesticidas, medicamentos estocados…),
* Se pesquisou sobre letalidade
* Se fez providências.
- Você já pensou em uma maneira de terminar com a própria vida?
- Chegou a se informar se o emprego desse meio é letal?
- O que motivou a escolha desse método para se matar?
- Você tem acesso a… (arma de fogo, veneno, medicamento)?
- Já estabeleceu um local e uma data, para se matar?
- Chegou a tomar alguma providência e a organizar coisas, tendo em vista sua morte?
3 - Intencionalidade Suicida
A existência de um plano suicida já coloca o paciente em um grau ________________ de risco de suicídio. Quanto mais ____________ o plano, maior o risco de suicídio.
moderado/alto
detalhado