Asma Flashcards
Asma - Definição
Condição de inflamação crônica + hiperreatividade reversível das vias aéreas
Quadro clínico
Broncoconstricção + Hiperprodução de muco, que leva a:
-Dispneia
-Tosse crônica
-Sibilância
-Opressão ou desconforto torácico
Costumam ser variáveis e intermitentes, geralmente desencadeados por irritantes inespecíficos (fumaça, odores fortes e exercício) ou aeroalérgenos (ácaros e fungos), com piora dos sintomas à noite e melhora ao uso das medicações pra asma
Relação asma e exercício físico
-Especialmente pessoas que moram em regiões de clima mais frio, podem desenvolver broncoespasmo à realização de exercícios físicos
-Como amenizar:
1. Realizar um aquecimento antes do exercício, evitar iniciar o esforço já com a intensidade máxima esperada
2. Usar medicação broncodilatadora (beta-2 de curta duração ou corticoide inalatório) antes do exercício para inibir o desenvolvimento do broncoespasmo
Relação asma e gestação
Gestantes com diagnóstico prévio de asma:
1/3 piora; 1/3 melhora e 1/3 não altera
-O tratamento da asma NÃO se altera na gestação
-Atenção ao manejo do broncoespasmo durante o trabalho de parto, pois o uso exacerbado de beta-2 agonista pode provocar hipoglicemia no concepto
Fenótipos da Asma
- Alérgica (>80%)
- Não-alérgica
- Início tardio
4.Obstrução persistente - Obesidade
Endótipos da asma
Endótipos: Inflamação tipo T2 alta e baixa
Asma com inflamação tipo T2 alta
Geralmente apresentam asma de início mais precoce, mais grave, associada à atopia/IgE e eosinofilia nas vias aéreas e sistêmicas
Costumam ser mais responsivos aos corticoides e às drogas que inibem a inflamação T2
Asma com inflamação tipo T2 baixa
Geralmente apresentam asma de início mais tardio
Ausência de eosinofilia nas vias aéreas
Responsividade reduzida aos corticoides e a drogas que inibem a inflamação T2
Espirometria com padrão obstrutivo
VEF1 muito reduzido com tempo de expiração prolongada
CVF reduzida
Índice de Tiffeneau < 0,7 (normal: >0,75)
Ocorre tanto em asma quanto em DPOC
Espirometria com padrão restritivo
VEF1 e CVF reduzidos proporcionalmente
Ínidice de Tiffeneau se mantém normal (>0,75)
Ex: Pneumonia intersticial difusa
Diagnóstico da Asma
Espirometria com prova broncodilatadora
Espirometria inicial: Padrão obstrutivo (VEF1/CVF <0,7)
Faz-se um broncodilatador e repete a espirometria
Espirometria após prova, relação VEF1/CVF:
No adulto - Melhora > 12% + aumento > 200ml de VEF1
Na criança - Melhora de 12%
OBS.: Se a espirometria inicial for normal, faz-se um teste provocatório com metacolina (dentre outras drogas) no paciente para desencadear o broncoespasmo com queda > 20% na VEF1
Tratamento não farmacológico
- Aderência ao tratamento
- Cessação do tabagismo (ativo e passivo)
- Vacinação para influenza
- Estímulo a atividade física
- Redução de umidade e mofo (Classe A de intervenção não farmacológica)
Como iniciar o tratamento de manutenção da asma
Passo 1- Paciente com sintomas com frequência < 2x/mês
Passo 2 - Paciente com frequência de sintomas > 2x/mês mas não diariamente
Passo 3 - Sintomatologia quase diários ou sintomas noturnos 1x/semana ou mais
Passo 4 - Sintomatologia diária + mais de 1 episódio noturno por semana + função pulmonar reduzida
Passo 5 - Paciente em crise de asma
Tratamento de manutenção para ≥ 12 anos
Passo 1 - Deixada apenas droga de resgate –> Corticoide inalatório (budesonida) em baixa dose + B2 de longa duração (formoterol)
Passo 2 - Uso regular de corticoide inalatório em baixa dose
Passo 3 - Uso regular de corticoide inalatório em baixa dose (budesonida200-400mcg/dia) + uso regular de B2 de longa duração
Passo 4 - Uso regular de corticoide inalatório em dose média (400-800mcg/dia) + uso regular de B2 de longa duração
Passo 5 - Uso regular de corticoide inalatório em dose alta (>800mcg/dia) + uso regular de B2 de longa duração + encaminhar para especialista
Tratamento de manutenção de 6 a 11 anos
Passo 1 - Deixada apenas droga de resgate –> Corticoide inalatório em baixa dose + B2 de curta duração
Passo 2 - Uso regular de corticoide inalatório em baixa dose (budesonida 100-200mcg/dia)
Passo 3 - Uso regular de corticoide inalatório em média dose OU manter em dose baixa e acrescentar uso regular do B2 de longa duração
Passo 4 - Uso regular de corticoide inalatório em dose média + uso regular de B2 de longa duração + encaminhar para especialista
Passo 5 - Passo 4 + Anti-IgE
Tratamento de manutenção para ≤ 5 anos
Passo 1 - Deixada apenas droga de resgate –> B2 de curta duração
Passo 2 - Uso regular de corticoide inalatório em baixa dose (budesonida NBZ 500mcg/dia)
Passo 3 - Uso regular de corticoide inalatório em dose baixa “dobrada”
Passo 4 - Encaminhar para especialista
Passo 5 - Não existe
Por que se evita usar o Beta2 de longa duração quanto mais jovem for o paciente?
O Beta2 de longa duração sofre taquifilaxia, perde a eficácia com uso continuado, bem como reduz a eficácia do B2 de curta duração
Método de uso do corticoide inalatório de 0-3 anos
Bombinha com espaçador com máscara facial
Método de uso do corticoide inalatório de 4-5 anos
Bombinha com espaçador
Classificação do controle da asma
Avaliar os parâmetros abaixo:
1. Limitação de atividades
2. Uso de broncodilatador de alívio >2x/semana (>1 se menor de 5 anos)
3. Sintomas noturnos
4. Sintomas diurnos > 2x/semana (>1 se menor de 5 anos)
-Controlada: Nenhum parâmetro
-Parcialmente controlada: Apresenta 2 dos parâmetros
-Descontrolada: Apresenta 3 ou 4 dos parâmetros
OBS.: Sempre avaliar ambiente, aderência e técnica de administração antes de mudar o passo do tratamento
OBS.: Asma controlada por 3 meses, diminui-se o passo controle
Classificação da gravidade da asma
Leve: Controle com passos 1/2
Moderada: Controle com passo 3
Grave: Controle com passos 4/5
Crise asmática leve a moderada
-Consegue falar frases completas
-Não usa musculatura acessória
-FC ≤ 120; FR ≤ 30; SATO2 ≥ 90
-Peak flow > 50%
Tratamento crise de asma leve a moderada
- B2 de curta duração de 20/20min por 1h (3doses/hora)
- Prednisolona VO
-Adulto: 1mg/kg (máx 50mg)
-Criança > 5 anos: 1-2mg/kg (máx 40mg) - O2 suplementar
-Alvo adulto: 93-95%
-Alvo criança: 94-98%
Crise asmática grave
-Precisa fazer pausas pra respirar ao longo da frase
-Agitação
-FC > 120; FR > 30; SatO2 <90
-Peak flow < 50%
-Crise leve/moderada que não melhorou com o tratamento preconizado
Tratamento crise asmática grave
- Atrovent (ipatrópio)
- B2 de curta duração de 20/20min por 1h (3doses/hora)
- Corticoide VO ou EV
-Adulto: 1mg/kg (máx 50mg)
-Criança > 5 anos: 1-2mg/kg (máx 40mg) - O2 suplementar
-Alvo adulto: 93-95%
-Alvo criança: 94-98% - Considerar sulfato de magnésio EV
OBS.: Se ainda não tiver sido feito corticoide sistêmico no paciente, pode-se considerar o uso de corticoide inalatório em dose alta
Crise asmática muito grave
-Sonolento
-Confuso
-Ausculta respiratória com ausência de sibilância/MV
Tratamento da crise de asma muito grave
Realizar medidas terapêuticas da crise asmática grave
Indicar CTI
Preparar para possível IOT
Recomendações de alta após crise asmática
- Aumentar o passo terapêutico que o paciente estava / Instituir tratamento se for a primeira crise
- Reforçar as medidas comportamentais de controle da asma
- Prescrever 5-7 dias de corticoide VO para adultos e 3-5 dias para crianças (passo 5)
- Programar nova consulta em 2-7 dias
- Esclarecimento de dúvidas