Apa Flashcards
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Qual o objetivo da APA?
O objetivo da avaliação pré-operatória é reunir informações
para a formulação do plano anestésico, avaliar o risco de
complicações perioperatórias, implementar estratégias de
redução de riscos para maximizar a qualidade da recuperação
pós-operatória e solicitar exames ou consultas que possam ser
indicados.
Quais são os componentes essenciais de uma avaliação pré-
operatória completa?
A avaliação pré-operatória inclui o histórico médico e
anestésico, revisão dos medicamentos e determinação da capacidade funcional do paciente. O exame físico inclui a
avaliação das vias aéreas; sinais vitais; e sistemas
cardiovascular, pulmonar e neurológico. Exames de diagnóstico
prévios, consultas e exames laboratoriais são analisados e
qualquer exame adicional indicado é solicitado. Um plano
anestésico é formulado e discutido com o adulto responsável
antes que o consentimento informado seja obtido. Os
tratamentos medicamentosos são otimizados, as instruções sobre
jejum são dadas e são fornecidas recomendações sobre
medicação pré-operatória
Como o anestesiologista classifica o estado físico do paciente?
3. A Classificação de Estado Físico da American Society of Anesthesiologists(ASA) varia de ASA 1 a ASA 6. Um paciente classificado como ASA 1 é saudável, sem doenças (não fumante, não consome álcool, ou o consome minimamente). Os pacientes ASA 2 apresentam doença sistêmica leve sem limitação funcional substancial (fumante atual, bebedor de álcool social, gravidez, obesidade [IMC 30-40], diabetes melito/hipertensão bem controlada, doença pulmonar leve). Os pacientes ASA 3 apresentam doença sistêmica grave que causa limitações funcionais substanciais (diabetes melito ou hipertensão mal controlada, doença pulmonar obstrutiva crônica, obesidade mórbida [IMC > 40], hepatite ativa, dependência ou abuso de álcool, marca-passo implantado, redução moderada na fração de ejeção, doença renal terminal em diálise regular, histórico [> 3 meses] de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, ataque isquêmico transitório ou doença arterial coronariana/stents coronários). Os pacientes ASA 4 apresentam doença sistêmica grave que seja uma ameaça constante à vida e limite seriamente as atividades diárias (infarto do miocárdio recente [< 3 meses], acidente vascular cerebral, ataque isquêmico transitório ou doença arterial coronariana/stents coronários, isquemia cardíaca em curso ou doença valvar grave, redução severa na fração de ejeção, sepse, coagulação intravascular disseminada, síndrome do desconforto respiratório agudo ou doença renal terminal sem diálise). ASA 5 refere-se a pacientes moribundos que podem não sobreviver sem cirurgia (rompimento de aneurisma abdominal/torácico, trauma maciço, sangramento intracraniano com efeito de massa, intestino isquêmico no contexto de doença cardíaca significativa ou disfunção múltipla de órgãos). ASA 6 é reservado para pacientes com morte cerebral que são doadores de órgãos. A letra E é adicionada a uma classificação se o procedimento cirúrgico for uma emergência.
Como se determina o estado funcional do paciente?
- O estado funcional do paciente é determinado pela avaliação
de sua capacidade funcional. A capacidade funcional é medida
em equivalentes metabólicos da tarefa (METs). Um paciente
capaz de comer, vestir-se e trabalhar em um computador tem um
MET de 1. Um paciente que pode andar de um a dois quarteirões
tem um MET de 3. Subir um a dois lances de escada é igual a
um MET de 5. Um MET de 10 é alcançado com uma corrida ou
andar rápido. Um MET de 12 é alcançado com uma corrida
rápida por longas distâncias.
Por que é importante avaliar o estado funcional do paciente?
- É importante avaliar o estado funcional do paciente, pois isso
prevê desfechos e complicações perioperatórias e orienta a
necessidade de uma avaliação mais aprofundada. A capacidade
de atingir um nível de atividade moderado (MET ≥ 4) prevê
baixo risco de complicações perioperatórias
Quanto oxigênio é consumido na realização de uma atividade
correspondente a um equivalente metabólico da tarefa (MET)?
- Um MET de atividade é equivalente ao consumo de 3,5 ml de
O2/min por quilograma de peso do paciente.
Por que a avaliação das vias aéreas é importante?
- A avaliação das vias aéreas, tanto no histórico quanto no
exame físico, quanto a fatores que preveem intubação
endotraqueal difícil ou ventilação com máscara permite a
mobilização dos equipamentos e profissionais qualificados
necessários para o manejo das vias aéreas.
Quais são os componentes do exame das vias aéreas?
- Durante o exame das vias aéreas, avalia-se: condição dos
dentes; capacidade do paciente de mover os incisivos
mandibulares para frente; tamanho da língua; visibilidade da
úvula, amígdalas, palato mole ou palato duro apenas
(classificação de Mallampati I-IV); a complacência do espaço
mandibular ou oral; a presença de pelos faciais; a
distância tireomentoniana; e o comprimento, a espessura e a
amplitude de movimentos do pescoço.
Os exames de “triagem” pré-operatórios são indicados para
todos os pacientes?
- Os exames de “triagem” pré-operatórios nunca são indicados.
Exames de “triagem” pré-operatórios solicitados sem indicações
clínicas específicas raramente resultam em mudanças no manejo
do paciente e não são econômicos
- Quando os exames pré-operatórios devem ser
solicitados?
- Os exames pré-operatórios são indicados para avaliar
condições médicas existentes ou para o diagnóstico de uma
doença com base em fatores de risco clínicos. Os exames devem
ser solicitados se os resultados afetarem a decisão de prosseguir
com o procedimento planejado ou alterar os planos de cuidados.
Os exames pré-operatórios podem direcionar exames ou
consultas adicionais, informar o uso da medicação pré-
operatória, alterar a técnica anestésica ou cirúrgica, alterar a
disposição pós-operatória ou estabelecer um perfil de risco
perioperatório. Além disso, a avaliação clínica do paciente pode
revelar novos sintomas, ou a piora dos sintomas existentes, o que
justifica o exame, não importando se o paciente tem ou não um
procedimento próximo
Todos os pacientes de certa idade devem realizar um
eletrocardiograma (ECG) pré-operatório?
- A idade não é uma indicação para um eletrocardiograma
pré-operatório (ECG). Embora anormalidades no ECG sejam
comuns em idosos, elas não preveem eventos adversos. Um
algoritmo simplificado pode orientar a avaliação cardiovascular
pré-operatória de pacientes com cirurgia não cardíaca.
Quais são as recomendações para a obtenção de um ECG
pré-operatório?
- Um ECG pré-operatório pode ser indicado para avaliação
de suspeitas de anormalidades eletrolíticas, arritmias, condições
cardíacas ativas (dispneia, dor torácica nova ou piorada,
insuficiência cardíaca), hipertensão pulmonar ou uso de
digoxina. O ECG pré-operatório em repouso com 12 derivações
não é indicado para cirurgias de baixo risco. O ECG pré-
operatório é razoável (recomendação classe IIa) em pacientes
com doença coronariana significativa, doença arterial periférica,
doença cerebrovascular ou doença cardíaca estrutural maior se
uma cirurgia de risco alto ou intermediário for planejada
Qual a eficácia dos achados do ECG na antecipação de
um evento cardíaco adverso maior (ECAM)?
- Os achados pré-operatórios no ECG não demonstraram
prever eventos cardiovasculares adversos maiores (ECAM)
além dos fatores de risco clínicos e não são úteis na
determinação de novos exames.
- Todas as mulheres em idade fértil necessitam de um
exame de β-gonadotrofina coriônica humana (β-hCG) antes da
cirurgia?
- Testes de gravidez devem ser oferecidos a mulheres em
idade fértil. Algumas unidades o fazem obrigatório antes da
anestesia; outras unidades permitem que as mulheres recusem os
testes. O conselho de prática da ASA para avaliação pré-
operatória afirma que a literatura atual não é clara sobre se a
anestesia causa efeitos nocivos no início da gravidez, portanto o teste deve ser oferecido se for provocar mudança no manejo
- Por que os exames pré-operatórios podem ser úteis na
avaliação de pacientes com condições comórbidas graves e que
serão submetidos a procedimentos de risco alto ou
intermediário
- Exames pré-operatórios podem ser indicados na
avaliação de doença grave para o estabelecimento de um
diagnóstico, previsão de riscos ou orientação quanto à terapia
antes da cirurgia de risco alto ou intermediário
- Quais condições comórbidas do paciente que será
submetido a procedimentos de risco alto ou intermediário podem
tornar útil um exame pré-operatório dos níveis de albumina?
- O exame pré-operatório dos níveis de albumina pode ser
útil em pacientes que serão submetidos a procedimentos de risco
alto ou intermediário se o paciente tiver anasarca, doença
hepática, desnutrição ou má absorção.
- Quais condições comórbidas do paciente que será
submetido a procedimentos de risco alto ou intermediário podemtornar útil um hemograma completo pré-operatório com
contagem de plaquetas?
- O hemograma completo (HC) pré-operatório com
contagem de plaquetas pode ser útil em pacientes que serão
submetidos a procedimentos de risco alto ou intermediário se o
paciente tiver um histórico de abuso de álcool, anemia, dispneia,
doença hepática ou renal, malignidade, desnutrição, histórico
pessoal de hemorragia, baixa tolerância ao exercício,
quimioterapia ou radioterapia recentes.
- Quais condições comórbidas do paciente que será
submetido a procedimentos de risco alto ou intermediário podem
tornar útil um exame pré-operatório dos níveis de creatinina?
- O exame pré-operatório dos níveis de creatinina pode ser
útil em pacientes que serão submetidos a procedimentos de risco
alto ou intermediário se o paciente tiver doença renal ou
apresentar fatores de risco para doença renal.
- Quais condições comórbidas do paciente que será
submetido a procedimentos de risco alto ou intermediário podem
tornar útil a realização de uma radiografia pré-operatória de
tórax?
- A análise da radiografia de tórax pré-operatória pode ser
útil em pacientes que serão submetidos a procedimentos de risco
alto ou intermediário se o paciente apresentar um sintoma
pulmonar ativo, agudo ou crônico, tal como tosse, dispneia,
achados físicos anormais inexplicados no exame de tórax,
insuficiência cardíaca descompensada, malignidade no tórax ou
radioterapia (no tórax, mamas, pulmões)
- Quais condições comórbidas do paciente que será
submetido a procedimentos de risco alto ou intermediário podem
tornar útil um ECG pré-operatório?
- O ECG pré-operatório pode ser útil em pacientes que
serão submetidos a procedimentos de risco alto ou intermediário
se o paciente tiver um histórico de abuso de álcool, condição
cardíaca ativa, arritmia, cardioversor desfibrilador implantável
(CDI), apneia obstrutiva do sono (AOS), marca-passo,
hipertensão pulmonar, radioterapia, obesidade grave, síncope ou
uso de amiodarona ou digoxina.
- Quais condições comórbidas do paciente que será
submetido a procedimentos de risco alto ou intermediário podem
tornar útil um teste de eletrólitos pré-operatório?
- O teste pré-operatório de eletrólitos pode ser útil em
pacientes submetidos a procedimentos de risco alto ou
intermediário se o paciente tiver um histórico de abuso de álcool; doenças cardiovasculares, hepáticas, renais ou tireoidianas;
diabetes; desnutrição; ou uso de digoxina ou diuréticos. (192-
193)
- Quais condições comórbidas do paciente que será
submetido a procedimentos de risco alto ou intermediário podem
tornar útil um exame pré-operatório da glicemia?
- A glicemia pré-operatória pode ser útil em pacientes que
serão submetidos a procedimentos de risco alto ou intermediário
se o paciente tiver diabetes, for severamente obeso ou usar
esteroides
- Quais condições comórbidas do paciente que será
submetido a procedimentos de risco alto ou intermediário podem
tornar útil um teste de função hepática (TFH) pré-operatório?
- Os testes de função hepática (TFH) pré-operatórios
podem ser úteis em pacientes que serão submetidos a
procedimentos de risco alto ou intermediário se o paciente tiver
um histórico de abuso de álcool, doença hepática, exposição
recente à hepatite ou um transtorno hemorrágico não
diagnosticado.
- Quais condições comórbidas do paciente que será
submetido a procedimentos de risco alto ou intermediário podem
tornar útil uma contagem pré-operatória de plaquetas?
- O exame de contagem de plaquetas pré-operatório pode
ser útil em pacientes que serão submetidos a procedimentos de
risco alto ou intermediário se o paciente tiver um histórico de
abuso de álcool, doença hepática, distúrbios hemorrágicos,
malignidade hematológica, quimioterapia ou radioterapia
recente ou trombocitopenia