2020 Flashcards
Você atua como médico(a) de família e comunidade em uma Unidade de Saúde da Família e atende um paciente do sexo masculino de 45 anos, que apresenta queixa de dor de garganta há 4 semanas. Relata que a dor é mais intensa do lado esquerdo da garganta e tem caráter intermitente, sendo mais pronunciada no período da noite e mais branda durante o dia. Relata também que, eventualmente, tem sofrido de rouquidão, no mesmo período. Nega outras queixas. Refere o consumo de 3 latas de cerveja por dia e tabagismo de ½ maço dia há 25 anos. No exame físico, você identifica um paciente em bom estado geral e obeso, com índice de massa corporal de 32 kg/m?. No exame da cavidade oral, você observa discreta hiperemia na orofaringe, mais pronunciada à esquerda, sem outras alterações. Qual seria então a hipótese diagnóstica mais provável nesse caso?
Doença do refluxo gastresofágico.
Resumindo o enunciado: paciente de 45 anos, obeso, etilista, tabagista, com queixa de rouquidão e odinofagia há quatro semanas, porém intermitente, mais intensa a noite do que durante o dia. Ao exame, observa-se apenas hiperemia de orofaringe. Num primeiro momento vocês podem até achar um quadro clínico muito inespecífico, ainda mais caindo na parte de Preventiva. Contudo, as alternativas direcionam o raciocínio. Vamos a cada uma delas:
A - Incorreta. Se vocês não tinham ouvido falar disso até hoje, vamos aprender com a questão! A angina de Plaut Vincent ou Gengivite
Necrosante Ulcerativa Aguda é uma doença periodontal rara que se caracteriza pelo crescimento excessivo de bactérias dentro da boca em pessoas com péssimos hábitos de higiene bucal e má conservação dentária.
B - Incorreta. O carcinoma espinocelular de orofaringe é prevalente no Brasil e tem como fatores de risco principais o uso do tabaco e do álcool.
Acomete mais homens e acima de 50 anos de idade. É bastante agressivo porém causa poucos sintomas, manifestando-se, usualmente, por lesão ulcerada dolorosa e disfagia.
C - Incorreta. Mononucleose infecciosa, também chamada de “doença do beijo” pela principal forma de transmissão ser salivar, é causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV) e apresenta-se pela tríade clínica: faringite, linfadenopatia e febre. A incidência é maior em adolescentes e adultos jovens.
D - Correta. A Doença do Refluxo Gastresofágico (DRGE) é popularmente conhecida como azia pois seu principal sintoma é a pirose, além de regurgitação. Contudo, o refluxo do conteúdo ácido do estômago pode ocasionar os sintomas atípicos: dor torácica não cardíaca, tosse crônica, pigarro (faringite) e, como no nesse caso clínico, dor e rouquidão (laringite)
Visão do aprovado: DRGE é tema muito frequente em prova! Pode estar na parte de Clínica Médica, na parte de Cirurgia devido às suas complicações e, como vimos, na Preventiva. O diagnóstico é clínico como vimos e o tratamento é a modificação do estilo de vida (como orientar o paciente da questão a perda de peso e redução do consumo de alimentos gordurosos, bem como cessar tabagismo e etilismo) somado a terapia medicamentosa com Inibidores da Bomba de Prótons (ex. omeprazol).
Criança com 5 anos de idade vem à Unidade de Saúde da Família acompanhada pela mãe que informa que a criança iniciou com quadro de febre alta há 2 dias e inapetência. Foi ao pronto atendimento, onde informaram que a criança estava com infecção de vias aéreas superiores e foi prescrito apenas antitérmico e soro fisiológico nasal. Hoje, a mãe informa que a criança começou com manchas vermelhas no corpo que irradiaram para os braços e pernas. Ao exame apresenta bom estado geral, temperatura de 38,5 °C e eupneico. Otoscopia sem alterações. Na cavidade bucal observa-se hiperemia lingual e orofaringe com presença de exsudato purulento. Ao exame da pele, apresenta um exantema micropapular no tronco e membros com textura de lixa. Não apresenta sinais meníngeos e demais órgãos e sistemas estão preservados. Qual a principal hipótese diagnóstica?
Escarlatina.
Criança com 5 anos de idade, quadro de febre alta há 2 dias e inapetência. Evoluiu com manchas vermelhas no corpo que irradiaram para os braços e
pernas. Ao exame hiperemia lingual e orofaringe com exsudato purulento. Ao exame da pele, apresenta um exantema micropapular no tronco e membros com textura de lixa.
Qual a principal hipótese diagnóstica?
A - Incorreta.
A doença de Kawasaki tem como característica pelo menos 5 dias de febre. Pode haver alteração de extremidades, alteração na cavidade oral, linfonodomegalia, exantema polimorfo e conjuntivite não exsudativa.
B - Incorreta.
O sarampo normalmente apresenta-se com um quadro prodrômico de febre, tosse produtiva, conjuntivite e fotofobia. O exantema é maculopapular após o quadro febril.
C - Incorreta.
O eritema infeccioso, causado pelo parvovírus B19 causa exantema maculopapular, principalmente em face com aspecto de “face esbofeteada”.
D - Correta.
A escarlatina é a complicação dermatológica após um episódio de faringite ou amigdalite causada pelo Streptococcus pyogenes. O quadro clínico é como o descrito no enunciado da questão.
Visão do aprovado:
Se tem um tema de pediatria que vocês tem que ter na ponta da língua para prova de residência, são as doenças exantemáticas. E acabamos de ver que pode cair não só na Ped, não é? Vamos relembrar mais algumas não contempladas nas alternativas: dengue, síndrome mão-pé-boca, exantema súbito, varicela, rubéola. Podem parecer muitas mas cada uma tem sua característica específica que ajuda a resolver questões de prova.
Uma gestante de 22 anos, no segundo trimestre de gravidez, trabalha como babá de uma criança de 2 anos. Todos os dias a criança vai para escola de manhã e fica com essa babá, no período da tarde. Na segunda-feira, a babá chega para trabalhar e os pais da criança informam que a criança está com sarampo. Entretanto, eles precisam trabalhar e pedem para a babá ficar cuidando da criança. A babá com receio de perder o emprego decide ficar. No dia seguinte, conversando com uma vizinha, a babá fica preocupada de ter se infectado com o vírus do sarampo. Ela mora na cidade há apenas 2 anos. Sempre morou na ““roça”’ e não se lembra se tomou vacina contra o sarampo. Ela também não tem cartão de vacinas. No cartão de pré-natal consta apenas a vacina de tétano, que tomou no início da gestação. Decide, então, procurar seu médico de família e comunidade na unidade próxima de sua casa. Com base na situação descrita, assinale a alternativa que descreve a melhor conduta a ser tomada pelo médico de família e comunidade.
Prescrição de imunoglobulina.
Pessoal, aqui temos uma gestante que, infelizmente não está com suas vacinas em dia, exposta à uma criança com sarampo, que situação! O que podemos fazer por ela, para evitar seu contágio com a doença e possíveis complicações para seu bebê?
No melhor dos mundos, a criança de 2 anos e a gestante seriam imunizados e ninguém adoeceria, mas em tempos de baixas coberturas vacinais como estamos vivendo, tudo isso é possível.
A - Correta. A melhor opção para essa gestante não adoecer é a aplicação de imunoglobulina. É permitida durante a gravidez, mas não substitui completamente a vacina: após algumas semanas, a gestante torna-se suscetível à doença novamente. Assim que possível, deve-se aplicar a tríplice viral.
B - Incorreta. Vamos deixar uma gestante não imunizada cuidando de uma criança com sarampo, sem tomar nenhuma medida de prevenção da doença??? Galera, gestantes com sarampo podem ter malformações fetais, aborto e parto prematuro. Essa, definitivamente, não é uma opção.
C - Incorreta. Pessoal, a indicação de imunoglobulina está correta, mas porque não devemos vacinar logo a gestante? Lembrem-se que a vacina tríplice viral é uma vacina de vírus vivo, logo, são contraindicadas durante a gravidez!
D - Incorreta. Vale o mesmo que foi dito na alternativa C, vacina de vírus vivo em gestante, nem pensar!
Visão do aprovado: essa foi uma questão de nível fácil, que abordou o conceito de vacinação na gestante, com enfoque no sarampo. Saber das indicações e contra indicações das vacinas e das principais imunoglobulinas é fundamental para ir bem em qualquer prova,de qualquer instituição, já que é um dos assuntos mais cobrados nas provas de residência.
O cuidado domiciliar amplia o espectro da atenção das equipes que cuidam dos pacientes no domicílio, incorporando aspectos de prevenção, promoção e reabilitação. Segundo a Portaria 2.527, que redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde, pode se afirmar que:
é uma modalidade de atenção à saúde que substitui e complementa o cuidado prestado em outro ponto da Rede de Atenção á Saúde.
Questão bem chata e muito decoreba que tenho certeza que muitos erraram! Questão sobre atenção domiciliar, o que precisamos ter em mente? Os conceitos de modalidade no atendimento domiciliar.
Antes de evoluirmos pra discussão das alternativas, vamos utilizar essa questão pra aprender sobre o que é dito na Portaria 2527/2011
Art. 1° Esta Portaria redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecendo as normas para cadastro dos
Serviços de Atenção Domiciliar (SAD), a habilitação dos estabelecimentos de saúde no qual estarão alocados e os valores do incentivo para o seu funcionamento.
Art. 2° Para efeitos desta Portaria considera-se:
I -Serviço de Atenção Domiciliar (SAD): serviço substitutivo ou complementar à internação hospitalar ou ao atendimento ambulatorial, responsável pelo gerenciamento e operacionalização das Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) e Equipes Multiprofissionais de Apoio (EMAP);
Il - Atenção Domiciliar: nova modalidade de atenção à saúde, substitutiva ou complementar às já existentes, caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados e integrada às redes de atenção à saúde; e
III - Cuidador: pessoa com ou sem vínculo familiar, capacitada para auxiliar o usuário em suas necessidades e atividades da vida cotidiana.
Art. 3º A Atenção Domiciliar tem como objetivo a reorganização do processo de trabalho das equipes que prestam cuidado domiciliar na atenção básica, ambulatorial e hospitalar, com vistas à redução da demanda por atendimento hospitalar e/ou redução do período de permanência de usuários internados, a humanização da atenção, a desinstitucionalização e a ampliação da autonomia dos usuários.
Art. 4° A Atenção Domiciliar é um dos componentes da Rede de Atenção às Urgências e deverá ser estruturada de forma articulada e integrada aos outros componentes e à Rede de Atenção à Saúde, a partir dos Planos de Ação, conforme estabelecido na Portaria N° 1.600/GM/MS, de 7 de julho de 2011.
Agora, as modalidades de Atenção Domiciliar:
- AD1: destina-se a pacientes que possuam problemas de saúde controlados/compensados com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até
uma unidade de saúde:
- AD2: destina-se a usuários como os de AD1 mas que necessitem de maior frequência de cuidado, recursos de saúde e acompanhamento contínuo, cuidados maiores que a capacidade da rede básica;
AD3: destina-se aos usuários semelhantes aos da AD2, mas que precisem de equipamentos específicos. São pacientes de maior complexidade que dificilmente terão alta dos cuidados domiciliares. Conceitos que quase ninguém sabe!
A - Incorreta. Destina-se para municípios com MAIS de 40 mil habitantes.
B - Incorreta. Opa, isso tem que ferir vocês! Quem é a ordenadora do cuidado? Atenção primária à saúde!
C - Correta. Querem substituir a quem? O hospital e serviço ambulatorial especializado - vide o artigo 2°
D - Incorreta. Os Serviços de Atenção Domiciliar são um dos componentes das Redes de Atenção às Urgências.
Você é médico em uma Unidade de Saúde da Família (USF) e durante a reunião para discutir o seguimento das famílias uma ACS informa que está preocupada, pois tem dificuldades para acessar os membros que moram em um domicílio, uma vez que só é recebida no portão e a família mostra-se muito fechada. Nos contatos que a equipe teve com os membros da família, percebeu uma dinâmica familiar conflituosa, clima hostil e pouca adesão às orientações feitas pela equipe: Você então realiza uma visita domiciliar e é recebida pela mulher, que não se mostra confortável com a sua presença, diz que quando precisar buscará a USF e pede para que você seja breve na sua visita. Você então suspeita de violência doméstica e convida a paciente a buscar a USF, caso necessite. Diante do quadro você deverá
Notificar a suspeita de violência doméstica na ficha de Notificação Individual de Violência Interpessoal e Autoprovocada.
Situação muito complicada no nosso dia a dia, galerinha! Violência doméstica é algo que nós temos de saber tanto para a prova quanto para a vida.
Ao olharmos o caso, podemos perceber o seguinte: Imagina que você é um ACS e ao visitar uma família, se depara com uma casa fechada, toda vazia e silenciosa. Você nunca consegue visitar os membros do domicílio e, quando consegue, é atendido apenas no portão.
Quando milagrosamente é atendido uma vez, você entra na casa e a mulher que o recepciona fica incomodada com a sua presença e quer que você seja muito breve na visita. Sempre devemos pensar que algo de errado nessas situações, né? Violência doméstica, pessoal!!
Sempre atentarmos que vítimas de violência são pessoas retraídas, cabisbaixas e com dificuldade e medo de comunicação. Vamos para as alternativas:
A - Correta. Importante: Pelo Ministério da Saúde, Suspeitou? Notificou.
B - Incorreta. Não é obrigado comunicar a delegacia da mulher. Sempre mantenha o sigilo médico, galera, ou se não vai arcar com as consequências!
Delegacia da mulher apenas se a vítima estiver de acordo!
C - Incorreta. Jamais vamos influenciar a opinião de um paciente, apenas orientá-los.
D - Incorreta. Claro! Vamos convocar nosso agressor para bater um papinho na unidade. Não né, galera, pelo amor de Deus.
Você atua como médico de família e comunidade em uma Unidade de Saúde da Família e atende uma paciente do sexo masculino, de cor branca, com 62 anos de idade e história de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus tipo 2, que vem para uma consulta de rotina e não apresenta queixas. Ele usa enalapril 20 mg/dia, anlodipino 5 mg/dia, metformina XR 500 mg/dia. No exame físico, você identifica paciente em bom estado geral, pesando 72 Kg, FC = 80 bpm, PA = 126 x 80 mmHg. Ele lhe traz os resultados de exames laboratoriais que você pediu na última consulta. Glicemia de jejum: 110 mg/dL, HbA1C: 7%, creatinina: 2,0 mg/dL, sódio: 137 mEq/L, potássio: 4,2 mEq/L, relação albuminúria/creatinúria: 350 mg/g. Nessa situação, além de orientar alimentação adequada e exercícios físicos regulares, qual seria a sua conduta?
Suspender o anlodipino e elevar a dose do enalapril para 20 mg de 12/12h.
Idoso de 62 anos com histórico de HAS e DM2, sem queixas, em uso de enalapril 20mg/dia, anlodipino 5mg/dia e metformina XR 500 mg/dia.
Ao exame físico não notamos nada de significativo e nos exames laboratoriais temos:
* Glicemia de jejum 110 mg/dI;
* HbA1C 7%;|
* Creatinina 2 mg/dl;
* Sódio 137 mEq/L;
* Potássio 4.2 mEq/L;
* Relação albuminúria/creatinúria: 350 mg/g.
Ok, e ai? O que vemos de alterado nesses itens laboratoriais? Podemos notar uma creatinina aumentada e uma HbA1C no limite da meta para o diabético. Logo, com todos esses dados o que podemos fazer, rapaziada? Prestem muita atenção!
Lembrem-se que o objetivo do tratamento da doença renal diabética é reduzir a pressão intraglomerular e, consequentemente, a albuminúria e a medicação antihipertensiva que tem maior papel na diminuição da progressão da nefropatia diabética são os IECA!! Então vamos lá:
A - Correta. Priorizaremos o aumento da medicação que sabidamente reduz progressão da nefropatia diábética, o IECA. E para evitar hipotensão neste paciente suspenderemos o anlodipino por hora.
B - Incorreta.
C - Incorreta. Não precisamos tocar na medicação de controle do diabetes, estamos dentro da meta e a metformina é tida como medicação de primeira escolha.
D - Incorreta. Não né, galera! Bloqueadores de canal de cálcio não ajudam no controle da pressão intraglomerular. Não vacila, irmão.
Um adolescente de 17 anos procura a Unidade de Saúde da Família buscando um atestado de saúde para realização de prática esportiva. Com finalidade de identificar condições que poderiam levar à morte súbita durante a prática esportiva, a avaliação médica deve incluir a obtenção de uma história pessoal e familiar para a ocorrência de cardiopatias e um exame físico detalhado, com ênfase na identificação de sopros e outras alterações cardíacas. Em relação a realização de exames subsidiários:
Não devem ser solicitados exames subsidiários.
Pessoal, aqui temos uma situação comum nos atendimentos na atenção primária: a procura por atestado de saúde para realização de atividade física. Como o próprio enunciado fala, nesse tipo de atendimento deve-se realizar uma busca por condições que poderiam levar à morte súbita através da anamnese e do exame físico. Mas a dúvida que pode pairar é: é necessário algum tipo de exame complementar?
A lógica que deve ser pensada aqui é a mesma para qualquer tipo de atendimento médico: solicitar exames somente quando necessários (lembrar da prevenção quaternária!). A situação encarada na questão é se há indicação de pedir exames para um indivíduo jovem, sem comorbidades e sem alterações identificáveis na anamnese e exame físico. E a resposta é não, não há nenhum benefício.
Com isso em mente, vamos analisar as alternativas.
A - Incorreta.
Não há indicação aqui de solicitação de exames. Indivíduos jovens assintomáticos têm probabilidade pré-teste muito baixa para doença cardíaca isquêmica, sendo o teste de pouco auxílio nessas situações.
B - Incorreta.
O mesmo raciocínio da alternativa A deve ser feito na alternativa B. Não há indicação de solicitação de exames.
C - Correta.
Exatamente! Exames complementares devem ser utilizados somente quando auxiliam na investigação diagnóstica. Nenhum exame tem acurácia de 100% e, assim, estão passíveis de resultados equivocados (falsos positivos e negativos). Pela baixa probabilidade pré-teste de doença isquêmica cardíaca nessa situação, os exames não auxiliarão em um possível diagnóstico e são potencialmente ¡atrogênicos.
D - Incorreta.
Mesmo um ECG não está indicado nessa situação.
Homem, 38 anos, previamente hígido, com icterícia indolor, prurido, colúria e acolia fecal há 3 semanas. No período, perdeu cerca de 6% da massa corporal. Exame físico: icterícia de ++++/4, e sinais de escoriação. Risco anestésico-cirúrgico classificado de acordo com a Sociedade Americana de Anestesiologia como ASA I. A colangiopancreatografía por ressonância magnética (vide figura) revelou lesão sólida na confluência biliopancreática de 1,4 centímetros e está em programação de ressecção duodenopancreática. Dentre os exames solicitados no pré-operatório desta cirurgia, considera-se essencial:
Avaliação da coagulação.
“Nossa, não sei ver colangiorressonância, e agora?!?” Calma! É só uma questão sobre pré-operatório! Mas vamos aproveitar pra entender um pouco de colangiorressonância.
É um exame de RM focado no hipocôndrio direito, no qual a técnica utilizada irá praticamente eliminar o sinal das estruturas parenquimatosas e permanecer apenas o hipersinal das estruturas líquidas, o que irá melhorar a visualização das vias biliares. É um exame excelente para diagnóstico e estudo das patologias das vias biliares. Veja as estruturas identificadas abaixo:
Pelo caso clínico e a imagem, provavelmente trata-se de uma neoplasia periampular, para qual foi proposta uma duodenopancreatectomia. E agora? Quais exames pré-op solicitar para um paciente de 38 anos, ASA 1 (paciente saudável, sem qualquer distúrbio fisiológico, orgânico, bioquímico ou psiquiátrico), ictérico, que irá ser submetido a uma cirurgia abdominal de grande porte?
Há muita divergência na literatura, mas vamos seguir nossa principal fonte de conhecimento, o Sabiston. O que vai nos guiar, é a idade do paciente, tipo de cirurgia e comorbidades prévias. Além disso, uma anamnese bem feita também irá nos alertar para alguns exames necessários, como por exemplo solicitar coagulograma para pacientes que tem alguma história sugestiva de discrasia sanguínea. Guiado somente pela idade, para pacientes saudáveis, sem nenhuma comorbidade, com menos de 45 anos, não precisamos solicitar nenhum exame!! Deem uma olhada nessa tabela abaixo sobre as indicações de exame pela idade sugerida pela Sabiston.
Como essa questão é da USP-RP, vale a pena citar que no livro de Clínica Cirúrgica da USP existem algumas divergências do Sabiston. O principal é que recomendam solicitar ECG para homens entre 40-49 anos, e hemoglobina e hematócrito para mulheres. Além disso, recomendam Hb/Ht, função renal, ECG, glicose e raio-X de tórax para todos com 65 anos ou mais.
O coagulograma, apesar de na prática quase sempre ser solicitado, na verdade só é indicado para cirurgias cardíacas, oftalmológicas, cirurgias com estimativa de sangramento maior que 2 litros, hepáticas, renais, intracranianas e torácicas.
Nessa questão, temos um paciente que apesar de ser hígido e ter menos de 45 anos, está com uma síndrome colestática há 3 semanas, o que pode ter prejudicado a absorção de vitamina K (elemento fundamental da coagulação) no trato gastrointestinal deste paciente, uma vez que a bile é essencial para esse processo, alertando para um possível alargamento do INR.
Então para o paciente da questão teria indicação de solicitar uma avaliação da coagulação (de acordo com a anamnese), eletrólitos, hemograma,
ECG, função renal e glicose (estes últimos indicados devido a cirurgia abdominal de grande porte).
A - Correta.
Cita uma avaliação essencial, principalmente pela colestase como explicado acima.
B - Incorreta.
Tais exames certamente são essenciais para uma avaliação clínica deste paciente para a patologia em questão, porém não entram na lista de exames pré-operatórios.
C - Incorreta.
Não configura um exame pré-operatório, mas sim para diagnóstico anatomopatológico.
D - Incorreta.
O raio-X de tórax só é indicado para cirurgias cardíacas e torácicas, bem como para pacientes com patologias cardiorrespiratórias (mas, na prática, os anestesistas quase sempre brigam por um raio-X).
Exames para solicitar pré op
Homem, 53 anos de idade, apresentou episódio de pancreatite aguda com aumento progressivo do abdome e no oitavo dia de internação evoluiu com desconforto respiratório, hipotensão, oligúria e a pressão intra-abdominal atingiu 23 mmHg, com adoção de suporte cardiovascular, respiratório e renal. Com base nas alterações fisiológicas, nos achados físicos e de imagem (vide figura), qual o procedimento mais efetivo para melhorar as alterações observadas?
Drenagem percutânea.
Pacientes com pancreatite grave têm risco aumentado de hipertensão intra-abdominal e síndrome do compartimental abdominal devido ao edema tecidual decorrente da ressuscitação agressiva com fluidos, inflamação peripancreática, ascite e íleo adinâmico.
A síndrome compartimental abdominal é definida como pressão intra-abdominal sustentada > 20 mmHg associada a pelo menos uma
disfunção orgânica (ex. renal, cardiovascular, respiratória).
A pressão intra abdominal é aferida indiretamente através da sonda vesical de demora, e em nosso paciente foi estimada em 23 mmHg, o que nos dá o diagnóstico de Hipertensão Intra-abdominal (HIA). Relembrem os graus na tabela abaixo.
Vemos também que nosso paciente apresenta falência respiratória, associado a disfunção renal (oligúria) e hemodinâmica (hipotensão), o que associado a HIA corrobora o diagnóstico de Síndrome Compartimental Abdominal. Nesses casos a intervenção deve ser IMEDIATA!
Diante de uma síndrome compartimental abdominal a conduta deve ser instituída o quanto antes, a fim de reduzir a pressão, realizando medidas como: drenagem de coleções intra-abdominais, passagem de SVD e SNG, otimização de analgesia, sedação e ventilação mecânica adequada, podendo ser necessário cirurgia para descompressão abdominal (peritoneostomia).
A - Correta. A drenagem percutânea, além de ser um procedimento rápido e simples, pode ser considerado seguro neste caso, uma vez que o exame de imagem, apesar da qualidade reduzida, nos mostra uma coleção hipotenuante provavelmente correspondendo a líquido livre abdominal (seta verde), sendo assim possível realizar a drenagem com menor risco de lesão visceral. A drenagem imediata tem como objetivo reduzir o volume intra-abdominal e consequentemente reduzir a pressão intra-abdominal, contribuindo para melhora das disfunções orgânicas associadas.
B - Incorreta. De fato, a sondagem gástrica e retal pode contribuir na redução da pressão intra-abdominal em situações que o aumento do conteúdo abdominal seja intraluminal, e que portanto apresente algum grau de resposta após sondagem. O exame de imagem deste caso demonstra presença de líquido livre abdominal, extraluminal, não sendo assim adequadamente resolvido com sondagem.
C - Incorreta. A laparotomia com peritoneostomia, ou seja a descompressão através da abertura da cavidade peritoneal, é a medida de escolha após otimização das demais medidas, sendo assim nossa escolha final, e estando claramente indicada em situações iniciais de PIA > 25mmHg, em que muito provavelmente as medidas não cirúrgicas trarão limitados resultados.
D - Incorreta. A drenagem endoscópica é procedimento de escolha em coleções organizadas e delimitadas e que apresentem contato com parede de estômago ou duodeno.
Mulher, 58 anos, sem comorbidades, foi encaminhada para ambulatório médico especializado por apresentar, esporadicamente, há dois anos, após aposentadoria, quatro episódios de dor em queimação epigástrica e retroesternal desencadeada pela ingesta concomitante de macarronada vermelha e vinho durante as viagens de férias. Anteriormente havia sido avaliada na atenção básica em função dos sintomas e do ganho de peso, onde os exames laboratoriais solicitados estavam dentro da normalidade. A ultrassonografia de abdômen (vide figura) identificou litíase biliar. Qual o plano terapêutico mais apropriado neste momento?
Orientação comportamental e acompanhamento na atenção básica.
A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) tem um diagnóstico inicialmente clínico com relato de queimação epigástrica e/ou retroesternal após refeições, com piora quando o paciente fica em decúbito. Pode estar associado também a sensação de corpo estranho, tosse, rouquidão matinal e dor torácica.
A Endoscopia pode ser indicada para pacientes:
* Refratários ao tratamento inicial
* DRGE de longa data para excluir metaplasia/ adenocarcinoma
* DRGE associada a sinais de alarme (hemorragia digestiva, perda de peso, disfagia etc)
“Prof, mas e os 40/45 anos de sinal de alarme?” De fato, pela idade, até poderíamos indicar uma EDA para rastreio de neoplasias, mas a questão nos traz claramente que a paciente associou os sintomas com o ganho de peso (se estivéssemos diante de uma neoplasia, ocorreria perda de peso, certo?). Não vamos brigar com a questão!!
O tratamento é inicialmente empírico com modificações de hábitos de vida e/ou uso de medicações.
Em relação às modificações de hábitos de vida, incluímos perda de peso, cabeceira elevada, evitar refeições próximas da hora de dormir, bem como grandes quantidades de comida, além de evitar alimentos como chocolate, café, molho de tomate e álcool, que reduzem o tônus do esfíncter esofágico inferior.
Tratamento cirúrgico é uma opção em casos mais severos, com complicações ou com falha de tratamento clínico.
Em relação ao quadro de colelitíase, diante de exames normais e paciente assintomático, o mais indicado é a observação.
Homem, 42 anos, em tratamento de tendinite do calcâneo foi admitido em Unidade de Pronto Atendimento com melena há dois dias, frequência cardíaca de 92 batimentos por minuto, pressão arterial de 110 x 70 mmHg, hemoglobina de 12
9%. Após as medidas iniciais foi encaminhado para hospital de média complexidade para realização de endoscopia digestiva alta que revelou úlcera péptica coberta por fibrina (vide figura). Qual é a melhor orientação?
Iniciar dieta, alta hospitalar e tratamento com inibidor de bomba de prótons e para Helicobacter pylori.
Quando falamos de hemorragia digestiva alta, resultante de úlcera péptica, a conduta é realização de endoscopia digestiva alta, identificação e classificação do sangramento e terapia. A classificação de Forrest é fundamental no contexto das hemorragias digestivas altas, principalmente na estimativa do risco de ressangramento. Vide abaixo:
Independente das classificações endoscópicas, à admissão esses pacientes devem receber tratamento de suporte a depender da sua condição clínica e hemodinâmica resultante do sangramento, além de terem coletados exames laboratoriais para conhecimento da repercussão do mesmo.
Assim, a estabilização dos sinais vitais deve ser realizada por meio da infusão de soluções cristalóides e transfusão de hemocomponentes conforme necessário. a hemotransfusão dependerá dos níveis de hemoglobina e hematócrito e das condições prévias do doente. Estão indicadas em pacientes jovens sem coronariopatia quando a hemoglobina encontra-se < 7 g/dl enquanto idosos e coronariopatas temos que ser mais rígidos e transfundir com níveis menores que 9 g/dl.
Além disso, já na admissão deve ser iniciada terapia anti secretora, com bolus de omeprazol endovenoso de 80 mg, seguido de infusão de 8 mg/h até realização da endoscopia, que deve ser realizada com o paciente estável, mas idealmente nas 12 horas da admissão hospitalar.
Além disso, uso de vasoconstritores esplâncnicos podem ser utilizados, mas a sua indicação está relacionada à suspeita de sangramento de origem varicosa, como octreotide ou terlipressina.
Após a estabilização clínica e realização de endoscopia, os pacientes devem ser vigiados para novos episódios de sangramento por 24 a 48 horas.
No caso da recidiva do sangramento (que seja identificado clinicamente ou por piora laboratorial persistente) está indicada uma nova endoscopia. Na persistência de falha, pode ser tentada embolização do vaso sangrante por radiologia intervencionista e por fim a abordagem cirúrgica.
À alta, esses pacientes devem ser mantidos com inibidores de bomba de prótons por em média 8 semanas (tempo variável conforme protocolos). Além disso, na presença de H. pylori positivo este deve ser erradicado (claritromicina + amoxicilina + omeprazol por 14 dias) para aumentar a taxa de sucesso na cicatrização da úlcera.
A - Incorreta. A úlcera não apresenta sinais de sinais de sangramento ativo e não há o que hemostasiar.
B - Correta. Diante de um episódio de sangramento, sem instabilidade hemodinâmica, mantendo níveis adequados de hemoglobina, sem novos episódios de sangramento num período de 48 horas de observação com úlcera Sakita A2, sem sinais de sangramento recente (Forrest III), seria proporcional a conduta de alta hospitalar, suspensão de AINES, terapia com IBP e erradicação do H. Pylori (Banca deveria ter pesquisado a bactéria ou falado algo sobre - Mantemos essa como melhor opção, mas fica a ressalva de tratar só depois de identificar).
C - Incorreta. Não há sangramento ativo para hemostasiar, além disso repetição de endoscopia na ausência de sinais de ressangramento e com o paciente estável clinicamente não é formalmente indicada.
D - Incorreta. Paciente estável clinicamente, com níveis adequados de hemoglobina, sem sangramento visto à endoscopia e já observado por 48 horas. A alta com orientações é uma medida proporcional, não sendo necessário observar por mais 72 horas.
Classificação FOREST
Classificação SAKITA
Mulher, 43 anos, com diagnóstico de melanoma nodular em antebraço esquerdo, Breslow de 2,1 mm. Foi submetida à cirurgia de ampliação de margens seguida de pesquisa do linfonodo sentinela em axila esquerda, cujo resultado histopatológico foi positivo para presença de melanoma. Foi então indicado cirurgia para linfadenectomia axilar esquerda, que demonstrou acometimento de 2 linfonodos dos 9 encontrados. Como deverá prosseguir o tratamento dessa paciente?
Seguimento clínico com exames de imagem.
Questão específica sobre conduta em melanoma. O autor não buscou o conhecimento básico sobre diagnóstico, ABCDE do melanoma, nem se atentou à como biopsiar ou interpretar a biópsia. Ele nos traz um caso de uma paciente que já foi tratada cirurgicamente do melanoma e quer saber qual o próximo passo. Existem inúmeras recomendações, e cada instituição acaba por seguir seus próprios protocolos muitas vezes, mas o acompanhamento clínico e imaginológico aparece na grande maioria. Tendo esse conhecimento, conseguimos acertar a questão.
A - Correta.
Paciente com diagnóstico de melanoma nodular, com Índice de Breslow 2,1 mm foi submetida, corretamente, à ampliação de margens (0 enunciado não nos traz, mas deve ter sido de 2cm ou mais) e pesquisa de linfonodo sentinela. Esse último foi positivo, sendo então realizada a linfadenectomia da região de drenagem do tumor, no caso a região axilar esquerda, com 2 linfonodos positivos dos 9 retirados. A partir daí, as diretrizes apontam que todos os paciente operados de melanoma devem ter uma rotina de acompanhamento, seguindo algumas recomendações: acompanhamento dermatológico (com exame físico e dermatoscopia), no mínimo anualmente e pelo resto da vida; autoexame da pele e dos linfonodos; ultrassonografia de linfonodos regionais se o exame físico for duvidoso ou suspeito para doença linfonodal. As demais recomendações são guiadas pelo estadio da doença de cada paciente, podendo incluir exames como tomografia de tórax, abdome, pelve e/ou pescoço, PET-CT ou então exames complementares, conforme cada protocolo institucional.
B - Incorreta.
C - Incorreta.
D - Incorreta.
Visão do aprovado:
Bicho, questão que não é habitual para acesso direto! Muito, muito específica, que não se acha em livros textos habituais, mas sim em estudos multicêntricos que ainda estão em andamento… Não pirem a cabeça, sigam o estudo do melanoma para o médico generalista (ABCDE / BRESLOW /
MARGEM A SER AMPLIADA)!
Homem negro de 54 anos procurou atendimento para rastreamento e detecção precoce do câncer de próstata, concordando com avaliação após exposição dos seus riscos e benefícios. Apresenta sintomas do trato urinário inferior com International Prostate Symptoms Score (I-PSS) de 7/35, satisfeito com sua qualidade de vida. Relata antecedente de neoplasia de próstata na família. Exame digital demonstrou próstata com 40 cm e consistência fibroelástica, sem nódulos, indolor. Foram solicitados exames, reproduzidos abaixo. Qual a conduta mais apropriada?
Mano, paciente negro (fator de risco para câncer de próstata) e com história familiar positiva. Realizou PSA TOTAL que é maior do 4, mas como ele também tem HPB, temos que fazer um refinamento deste PSA para termos o seguinte direcionamento.
Será que o PSA está elevado mais provavelmente por câncer de próstata ou por HPB? Quando for assim, temos que fazer um refinamento do PSA:
quando temos a fração livre do PSA < 25% (como no nosso paciente), Densidade de PSA > 0,15 (você vai dividir o valor do PSA pela massa prostática medida à ultrassonografia), aumento do em 0,75 ng/ml/ano do PSA.
B - Correta. Neste caso temos um screening positivo para câncer de próstata e considerando a história familiar, devemos seguir com a biópsia!
Só para você saber, o I-PSS é O International Prostate Symptom Score, uma ferramenta de triagem escrita de oito perguntas usada para rastrear os sintomas da hiperplasia prostática benigna Sintomas leves: O a 7 pontos. Sintomas moderados: 8 a 19 pontos Sintomas graves: 20 a 35 ponto
Visão do aprovado: PSA sugestivo de câncer de próstata + história familiar positiva (ainda mais se o familiar foi acometido por uma forma grave) =
biopsia. Veja, aqui não estamos falando de sair fazendo screening em todos.
Homem, 78 anos, com queixa de dor à deambulação bilateral, porém mais intensa em membro inferior esquerdo há 20 anos. Há 4 horas apresentou dor súbita em pé direito, frialdade e parestesia. É portador de hipertensão arterial sistêmica e tabagismo ativo. Ao exame físico: bom estado geral, corado e hidratado. Ritmo cardíaco regular, sem sopros, PA: 180 x
100 mmHg e frequência cardíaca de 67 bpm. Exame físico vascular: presença de pulsos femorais bilaterais, porém ausência de pulsos poplíteos ou mais distais bilateralmente. O pé direito está frio, com perda sensitiva, porém sem fraqueza muscular e sinal doppler arterial ausente neste pé. Apresenta ainda cianose não fixa de pododáctilos em pé direito. Não há lesões tróficas. Qual o diagnóstico e a melhor conduta?
Obstrução arterial aguda de provável origem trombótica em paciente com doença arterial crônica subjacente. Deve ser iniciado antiagregação e anticoagulação imediatas e realizado um exame de imagem inicialmente.
Galerinha, vejam que ele não só tem fatores de risco para aterosclerose (HAS/tabagismo), como já tem doença declarada - “angina” em membros inferiores, a famosa “Claudicação Intermitente”! Vocês já sabem: as artérias estão com fluxo alterado (diminuído) e, ao andar, com temos assimetria entre demanda metabólica e oferta de oxigênio, fazemos metabolismo anaeróbico e, como resultado: ácido láctico (e ácido láctico dói!).
Estamos diante de uma oclusão arterial aguda, provavelmente trombótica (justamente pelo passado de claudicação desse paciente).
A - Incorreta. Galera, não podemos, de jeito nenhum, “ficar de boa” com essa lesão e esperar 24 horas para estudá-la. O estudo dos vasos tem que ser rápido.
B - Incorreta. Não estamos diante de uma obstrução arterial crônica, mas sim aguda. Além disso, a questão não contemplou heparinização do doente.
C - Correta. Beleza… agora ele apresenta um quadro dramático, agudo de oclusão arterial! O que houve? Provavelmente uma placa de aterosclerose se rompeu! Um evento trombótico! Temos que correr com este paciente para tentar salvar este membro. Vamos fazer exame e já iniciar medidas.
antitrombóticas e de anticoagulação!
D - Incorreta. A maior chance é de etiologia trombótica, não emboligênica. A revascularização (caso seja possível), não será feita por embolectomia com cateter de Fogarty, mas sim angioplastia ou bypass.
Visão do aprovado: Para questões de OAA, você precisa conhecer 2 coisas:
1) Lembrar dos 6 Ps
- Parestesia
- Paresia
- Pain
- Pulseless
- Palidez
- Pescioltermia (pé frio)
2) Diferenciar entre etiologia trombótica x emboligênica:
- Emboligênica: paciente com cardiopatia congênica ou Fibrilação Atrial ou Flutter ou IAM com disfunção de parede, sem história de claudicação intermitente
- Trombótica: paciente com historia de DAOP, ou seja, paciente que já claudicava.