1º semestre Flashcards

1
Q

O que um sistema engloba?

A

Engloba uma teoria de conduta e uma teoria da culpabilidade.

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2
Q

Quais são os principais sistemas estudados atualmente?

A
  1. Sistema clássico ou “Liszt-Beling”
  2. Sistema neoclássico ou “Neokantiano”
  3. Sistema finalista ou “Welzeliano”
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3
Q

Explique o sistema clássico ou Liszt-Beling.

A

Adota a teoria causal-naturalista de conduta (que a define como a causação de um resultado no mundo natural. É composta de uma vontade inicial, que impulsiona atuação, que causa o resultado) e concebe a culpabilidade como o vínculo de natureza psicológica entre o autor da conduta e o resultado que configura o crime. Nesta teoria psicológica, a culpabilidade se compõe da imputabilidade e dos elementos psicológicos dolo ou culpa.

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4
Q

O sistema clássico (“Liszt-Beling”) é uma teoria:
( ) psicológica
( ) psicológico-normativa
( ) normativa

A

(X) psicológica
( ) psicológico-normativa
( ) normativa

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5
Q

Explique o sistema neoclássico ou Neokantiano.

A

Adota, ainda, a teoria causal-naturalista de conduta, e, no âmbito da culpabilidade, mantém os elementos da imputabilidade e do dolo ou culpa, mas lhe acrescenta um elemento fundado na “teoria da normalidade das circunstâncias concomitantes”, proposta por Reinhart Frank (1907), segundo a qual, a observância (cumprimento das normas) só pode ser exigida nessas condições (normais) da vida social. Ao contrário, se anormais as circunstâncias, essa exigibilidade desaparece. O novo elemento a compor o juízo da censura é justamente a “exigibilidade de conduta conforme ao direito”. Por isso esta formulação recebeu o nome de teoria psicológico-normativa da culpabilidade.

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6
Q

O sistema neoclássico (“Neokantiano”) é uma teoria:
( ) psicológica
( ) psicológico-normativa
( ) normativa

A

( ) psicológica
(X) psicológico-normativa
( ) normativa

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7
Q

Explique o sistema finalista ou Welzeliano.

A

Foi concebido a partir da teoria finalista da conduta, proposta por Hans Welzel (1931). Nesta construção, a conduta é concebida como o exercício de uma atividade finalista, e se compõe de duas fases: uma psicológica em que a vontade se formula, e uma exterior (atuação), em que a vontade se manifesta no mundo exterior. Os elementos dolo e culpa são retirados do conceito de culpabilidade e passam a integrar o conceito de conduta. A culpabilidade continua sendo um juízo de censura, que se compõe dos elementos imputabilidade, exigibilidade de conduta conforme ao direito (que já existiam na teoria anterior) e da consciência potencial da ilicitude por parte do sujeito. Esta concepção, despida dos elementos psicológicos dolo/culpa,
passa a se chamar teoria normativa pura da culpabilidade.

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8
Q

O sistema finalista (“Welzeliano”) é uma teoria:
( ) psicológica
( ) psicológico-normativa
( ) normativa

A

( ) psicológica
( ) psicológico-normativa
(X) normativa pura

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9
Q

Dê o conceito de culpabilidade segundo a teoria normativa pura:

A

A culpa consiste na reprovabilidade da conduta ilícita (típica e antijurídica) de quem tem capacidade genérica de entender e querer (imputabilidade) e podia, nas circunstâncias em que o fato ocorreu, conhecer sua ilicitude, sendo-lhe exigível comportamento que se ajuste ao direito.

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10
Q

Quais são os elementos da culpabilidade segundo a teoria normativa pura?

A
  • Imputabilidade (atribuição da prática criminosa a alguém)
  • Exigibilidade de conduta conforme ao direito
  • Consciência potencial da ilicitude (saber que é ilegal)
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11
Q

Explique o elemento “imputabilidade” para a culpabilidade dentro da teoria normativa pura.

A

Cuida de considerar se, ao tempo da ação ou omissão, o sujeito reunia as condições biopsicológicas que permitem a imputação do fato criminoso.

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12
Q

Explique o elemento “exigibilidade da conduta conforme ao direito” para a culpabilidade dentro da teoria normativa pura.

A

Deve-se analisar se nas condições em que o sujeito atuou de forma contrária ao direito, era-lhe exigível comportamento diverso, conforme ao direito.

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13
Q

Explique o elemento “consciência potencial da ilicitude” para a culpabilidade dentro da teoria normativa pura.

A

Deve-se considerar se o sujeito que agiu de forma contrária ao direito, tinha condições de conhecer a ilicitude do comportamento.

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14
Q

Explique o elemento “causas de exclusão da culpabilidade” para a culpabilidade dentro da teoria normativa pura.

A

São situações, previstas em lei, que excluem um dos elementos da culpabilidade, e, por isso, isentam o sujeito de pena. O fato permanecerá típico e antijurídico, mas o sujeito será penalmente desculpado.

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15
Q

Na teoria psicológico-normativa, só é possível censurar uma conduta se:

A

ela for contrária ao direito.

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16
Q

Qual o problema encontrado na teoria normativa pura?

A

Ela ficou muito rígida, pois era “sim” ou “não”, não dava para medir a censura, diferentemente de quando se considera dolo/culpa (mede a culpabilidade).

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17
Q

CERTO ou ERRADO: As causas de exclusão (exculpantes ou dirimentes) da teoria normativa pura afastam a ilicitude da conduta.

A

ERRADO: afastam a censura, não a ilicitude da conduta.

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18
Q

A apuração da inimputabilidade pode se dar por três sistemas possíveis:

A

Sistema biológico: leva em consideração a condição biológica do sujeito (se possui doenças ou não). Ex: sujeito portador de doença mental ou retardo é considerado inimputável.
Sistema psicológico: verifica se o sujeito tem íntegras as capacidades psicológicas (verifica se ele tem capacidade de entendimento ou autodeterminação).
Sistema biopsicológico: mistura os dois anteriores; considera inimputável o sujeito que, por uma doença biológica, tem como consequência incapacidade de entendimento ou autodeterminação.

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19
Q

Qual dos sistemas de apuração de inimputabilidade nosso código adotou?

A

Nosso código adotou o sistema biopsicológico como regra geral e biológico para menores de idade como exceção (artigo 26 como biopsicológico e artigo 27 como biológico).

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20
Q

Qual o conceito de imputabilidade?

A

Imputabilidade é a condição pessoal de maturidade e sanidade mental que confere ao sujeito a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de se determinar segundo esse entendimento.

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21
Q

O que é um sujeito inimputável?

A

É alguém que não tem possibilidade de conhecimento e autodeterminação.

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22
Q

Qual o conceito de doença mental?

A

A expressão “doença mental” compreende todas as alterações mórbidas da saúde mental, qualquer que seja a sua natureza, crônica ou transitória, e a sua origem, constitucional ou adquirida. Abrange, portanto, as psicoses, que podem ser orgânicas (uma paralisia progressiva, a sífilis cerebral e a arterioesclerose), tóxicas (psicose alcoólica ou por medicamentos) e funcionais (demência senil, esquizofrenia e também a psicose maníaco-depressiva).

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23
Q

CERTO ou ERRADO: se o sujeito tiver doença mental, será inimputável.

A

ERRADO: não é porque o sujeito é portador de doença mental que ele será necessariamente inimputável, isso dependerá do grau da doença e ao tratamento a que a pessoa é submetida.

24
Q

Defina a compreensão acerca do desenvolvimento mental retardado.

A

Compreende principalmente oligofrênicos (idiotas, imbecis e débeis mentais), que apresentam anomalias no desenvolvimento mental. O mesmo ocorre com a surdo-mudez, que impede ou dificulta a comunicação do indivíduo com o mundo exterior. Aliás, não raro, a surdo-mudez é sintoma de enfermidade mental e, quando implicar na capacidade intelectiva ou volitiva equipara-se à oligofrenia.

25
Q

CERTO ou ERRADO: é impossível mudar a idade da maioridade penal.

A

CERTO.

26
Q

Sujeito emancipado civilmente e menor de 18 anos ainda é inimputável?

A

Sim, pois capacidade civil não se confunde com capacidade penal. Todo menor de idade possui presunção absoluta de menoridade, somente o esse fato já faz dele inimputável.

27
Q

Henrique completa 18 anos no dia 25 de março às 22:07 de 2024. No entanto, cometeu homicídio doloso às 19:40 deste mesmo dia. Ele poderia se valer, no caso, da sua menoridade penal para ser inimputável?

A

Não. As frações do dia (horas) são desprezadas no processo penal, portanto o sujeito é maior de idade a partir do primeiro segundo do dia em que completa 18 anos.

28
Q

O que é e qual a consequência da semi-imputabilidade?

A

A semi-imputabilidade se configura quando o agente, por perturbação mental, não tem a plena capacidade de desenvolvimento ou autodeterminação. Como consequência, apesar de não ficar isento de pena, tem-na diminuída.

29
Q

A semi-imputabilidade é uma:
( ) atenuante
( ) causa de diminuição

A

( ) atenuante
(X) causa de diminuição

30
Q

É isento de pena o agente que, ___________, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

A

por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado

31
Q

Quem vai auferir se há capacidade de autodeterminação integral ou desenvolvimento mental incompleto?

A

O perito.

32
Q

Se alguém praticar um crime e, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, ele será eximido inteiramente da culpa ou terá sua pena diminuída?

A

A pena pode ser reduzida de um a dois terços nesse caso (semi-imputabilidade).

33
Q

No caso de inimputabilidade, o sujeito é absolvido (decisão __________) e em lugar da pena, o juiz vai aplicar ___________.

A

absolutória; medida de segurança

34
Q

CERTO ou ERRADO: no caso de semi-imputabilidade, o indivíduo tem sua pena substituída para medida de segurança.

A

ERRADO: no caso de semi-imputabilidade, o indivíduo PODE ter sua pena substituída para medida de segurança.

35
Q

Qual a diferença entre decisão absolutória própria e imprópria?

A

Absolutória própria: quando não há qualquer sanção ao acusado.

Absolutória imprópria: que impõem medida de segurança.

36
Q

A inimputabilidade é uma decisão:

A

absolutória imprópria, pois embora absolva, aplica uma sanção (internação ou tratamento ambulatorial)

37
Q

A inimputabilidade é uma decisão:

A

de natureza civil, não é absolutória nem condenatória

38
Q

Quando inimputável por ser menor de 18 anos; o delito praticado não é um crime, mas sim um:

A

ato infracional

39
Q

Qual a principal diferença corolária entre inimputabilidade e semi-imputabilidade na prática?

A

O inimputável é absolvido, já o semi é condenado. Portanto, se cometerem o crime novamente, o sujeito que fora semi-imputável perde a primariedade e cai na reincidência.

40
Q

O sujeito que cometeu atos infracionais quando adolescente e depois cometer um crime quando maior de idade, perdeu sua primariedade na adolescência? Cite a exceção.

A

Não, pois ato infracional não é precedente criminal (exceção: crime de tráfico de drogas).

41
Q

O que é um sujeito imputável (imputabilidade)?

A

É um sujeito que pode ser responsabilizado por um facto punível, por se considerar ter as faculdades mentais e a liberdade necessárias para avaliar o acto quando o praticou.

42
Q

A emoção ou a paixão excluem a imputabilidade penal?

A

Não

43
Q

Qual a diferença entre emoção e paixão?

A

A emoção é um estado afetivo que produz repentina e violenta perturbação do equilíbrio psíquico.
Já a paixão traduz-se em profunda e duradoura crise psicológica que ofende a integridade do espírito e do corpo, arrastando muitas vezes ao crime.

44
Q

Cite exemplos de emoções e de paixões no Direito Penal.

A

Emoções são: a ira, o medo, a alegria, a ansiedade, o susto, a surpresa, o prazer erótico, o pudor, a vergonha, etc.

Paixões são: o amor, o ódio, a vingança, o fanatismo, a inveja, a avareza, a ambição, o ciúme, etc.

45
Q

A emoção é:
( ) um agravante
( ) uma causa de aumento de pena
( ) uma atenuante
( ) uma causa de diminuição da pena

A

( ) um agravante
( ) uma causa de aumento de pena
(X) uma atenuante
( ) uma causa de diminuição da pena

46
Q

A emoção, em regra, é uma __________, mas existem duas exceções: ___________.

A

atenuante; no caso de homicídio simples (1) ou lesão corporal (2), sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. Nesses casos, será uma causa de diminuição de pena.

47
Q

Atenuante e privilegiadora são sinônimos?

A

Não, são institutos diferentes, acontecem em momentos distintos do processo apesar de serem parecidas.

48
Q

Cite a ordem dos institutos aplicados em cada fase do sistema penal trifásico.

A

1ª fase: pena-base
2ª fase: atenuantes e agravantes
3ª fase: causa de aumento ou de diminuição

49
Q

Quais dos institutos do sistema trifásico penal que podem levar a pena além ou aquém do estipulado no tipo penal?
( ) atenuantes e agravantes
( ) causa de diminuição ou de aumento

A

( ) atenuantes e agravantes
(X) causas de diminuição ou de aumento

50
Q

A paixão pode atenuar a pena se:

A

o crime foi praticado motivado por relevante valor moral (geralmente relacionado a algo pessoal: ex: pai que mata o estuprador da filha) e relevante valor social (ex: sujeito que mata o traidor da pátria).

51
Q

A coação é uma atenuante ou causa de diminuição de pena?

A

Depende:
Se a coação foi moral irresistível, configura como uma exclusão de culpabilidade.
Se a coação foi moral resistível, configura como atenuante da pena.
Se a coação foi física, configura como uma exclusão de culpabilidade.

52
Q

Por que a coação moral pode atenuar a pena mas a coação física não?

A

Na coação física o sujeito não tem liberdade de vontade nem de atuação; já na coação moral, há liberdade de atuação, pois o sujeito pode enfrentar o coator.
Portanto, a primeira exclui a culpabilidade logo de cara, já a segunda somente se for irresistível.

53
Q

A obediência hierárquica é uma atenuante ou causa de diminuição de pena?

A

Na verdade, é uma causa de exclusão de culpabilidade.

54
Q

Quais os requisitos para que a obediência hierárquica se configure como causa de exclusão de culpabilidade?

A
  • deve tratar-se de uma atividade estatal (pública)
  • as partes devem integrar o mesmo órgão ou corporação pública
  • a ordem deve ser emanada de alguém superior hierarquicamente
  • a ordem deve ser não manifestamente ilegal (deve revestir suas formalidades extrínsecas de legalidade e deve vir de quem possa ordená-la)
55
Q
A