síflis Flashcards
patogênese e etiologia
o agente etiológico é o treponema pallidum, uma bactéria gram negativa, ele penetra através das mucosas ou da pele e atinge a corrente sanguínea e vasos linfáticos. depois do período de incubação (10 a 90 dias, média de três semanas), surge a lesão primária, o cancro duro, que em geral regride espontaneamente depois de 30 dias.
quadro clínico período secundário
surge 4 a 10 semanas depois do início do cancro. os pacientes podem apresentar mal estar, febre, mialgia, artralgia, rash generalizado, lesões papulosas, papuloescamosas, queda de cabelos e pelos, lesões mucosas e linfadenopatia. essas manifestações desaparecem sem tratamento.
- seis meses após a involução das manifestações, os pacientes entram em período de
latência, durante o qual a sorologia é positiva – não há evidencias clínicas da enfermidade e ele pode permanecer assintomático por toda a vida. Em outros pacientes, podem surgir lesões gomosas, cardiovasculares e/ou neurológicas – estas são as manifestações clássicas do terciarismo luético.
fases
- recente com duração aproximada de 1 ano, compreende as manifestações primárias e secundárias e o início da latência
- tardia, caracterizada pela latência tardia e pelos quadros clínicos de sífilis terciária
cancro duro / sífilis primária
lesão inicial que surge cerca de 10 a 90 dias após o período de incubação e caracteriza-se por ulceração indolor, com base rasa e limpa, bordas elevadas e duras.
- a presença de linfonodos de maior volume, indolores e com localização unilateral na região inguinal é frequente.
- quando não tratado persiste em média 1 a 6 semanas
locais onde a lesão é mais encontrada
- homens: sulco balanoprepucial, prepúcio e glande
- mulheres: canal vaginal, colo uterino, grandes e pequenos lábios, uretra e períneo
- extragenital: lábios e língua, tb pode ser encontrada no ânus e no reto, como fissuras induradas sem os aspectos típicos.
quando surge as lesões secundárias
podem surgir na vigência do cancro ou após sua regressão. o quadro clínico inicial caracteriza-se por erupção macular, de coloração rósea, lembrando quadro alérgico ou viral, gradualmente evolui para lesões papulosas, papuloescamosas, placas.
tipos de sífilis secundária que afetam mucosas
- condiloma lata ou plano: encontrado principalmente na região anogenital, caracteriza-se por pápulas íntegras ou erosadas, isoladas ou confluentes
- placas mucosas
- faringite
tb podem ter alopecia do couro cabeludo, da barba e das sobrancelhas.
sífilis latente
não ocorrem manifestações clínicas ou alterações radiológicas, somente a sorologia é positiva.
sífilis tardia ou terciária
as três principais apresentações clínicas são as manifestações cutânea e cardiovasculares e a neurossífilis.
- observam-se lesões nodulares e gomosas e envolvimento das mucosas. As lesões tendem a agrupar-se, formando placas com aspecto circinado e podem ser encontradas em qualquer parte do corpo, mas predominam na superfície extensora dos braços, no dorso e na face, o processo é indolor.
manifestações cardiovasculares e neurológicas da sífilis tardia
- aortite, aneurisma aórtico, estenose coronariana, insuficiência da válvula aórtica e miocardite.
- meningite sifilítica aguda (1° ano após a infecção), neurossífilis parenquimatosa (paralisia geral e atrofia óptica), paralisia geral (sintomas psiquiátricos e/ou neurológicos).
O exame sorológico do LCR é o melhor método para diagnóstico e resposta ao tratamento.
sífilis congênita
na ausência de tratamento adequado, as mulheres grávidas
podem transmitir a doença para o feto, por via transplacentária
ou durante o parto. Em geral, quanto mais avançado
for o estágio da gravidez, menor será a possibilidade de
transmissão transplacentária. A infecção pelo T. pallidum
durante a gravidez pode resultar em parto prematuro, morte intrauterina, morte neonatal ou sífilis congênita precoce ou tardia.
manifestações clínicas da sífilis congênita precoce
ocorrem nos dois primeiros anos de vida, as lesões cutâneas são similares às observadas em adultos durante a fase secundária, localizadas principalmente nas superfícies palmoplantares.
- Baixo peso ao nascer, dificuldade respiratória, irritabilidade, choro débil, rinorreia sanguinolenta, linfadenopatia, osteocondrite, hepatoesplenomegalia, anemia, icterícia, trombocitopenia
e pseudoparalisia de Parrot.
manifestações clínicas da sífilis congênita tardia
ocorre depois dos dois anos
de idade. Corresponde à sífilis adquirida tardiamente do
adulto, apresentando lesões similares às dessa fase, como sifílides nodulares, goma e periostite. São características dessa fase:
- ceratite intersticial
- articulação de clutton
- envolvimento ósseo
- surdez por lesão do 8° par craniano
- neurossífilis
diagnóstico sífilis primária
a pesquisa de treponema em campo escuro e o exame histopatológico são os mais importantes para confirmação, mas não são tão disponíveis então os pacientes são tratados de acordo com o quadro clínico.
- o VDRL torna-se positivo quatro a cinco semanas após a infecção, o FTA-Abs na terceira semana após.
diagnóstico sífilis secundária, latente e terciária
Os exames de triagem são o VDRL e teste de reagina
plasmática rápida (RPR). FTA-Abs, ensaio de hemaglutinação
de Treponema pallidum (TPHA) e reação de micro hemaglutinação (MHA-TP) são exames específicos e confirmatórios da sífilis. O teste enzimaimunoensaio (ELISA) apresenta alta sensibilidade (100%) na detecção da sífilis congênita. O VDRL e o RPR são testes úteis e baratos, mas não
são específicos.