Saúde mental e reforma psiquiátrica no Brasil Flashcards

1
Q

Disserte a história da Loucura na antiguidade

A

Era considerado um privilégio, pois os gregos acreditavam que o ‘’ delirante’’ tinha capacidade de se comunicar com as divindades, com o ‘’sagrado’’.

Não havia necessidade de segregação ou exclusão

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2
Q

Disserte a história da Loucura na idade média

A

A loucura era frequentemente vista como uma manifestação de forças sobrenaturais, do demônio sendo associada a bruxaria.

A igreja tinha um papel central nos tratamentos, focando em exorcismos e penitência.

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3
Q

Explique sobre os Naus dos loucos no contexto simbólico e prático (na idade média)

A

No renascimento existia uma prática de embarcar os loucos e deixá-los navegar sem rumo pelos rios. No lado prático, embarcar os loucos é uma forma de evitar que fique perambulando nas cidades. E pelo lado simbólico, a água significa purificação e a navegação significa a entrega louco para seu próprio destino.

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4
Q

Disserte a história da Loucura nos séculos XVI e XVII ( era moderna)

A

° Caracterizou pela evolução mercantilista - industrial.

° Fase houve três fenômenos: A estruturação do estado; Urbanização e a Industrialização.

° A pobreza passaram a fazer parte da vida européias. Para enfrentá-las o Estado passou a disseminar por todo seu território instituições para abrigar/ internar pessoas desempregadas, doentes(inclusive os loucos), inválidos para o processo produtivo,sem tetos como respostas a desordem social e crise econômica.

° Dessa forma os hospitais gerais eram destinados como um lugar social

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5
Q

Disserte sobre A Grande Internação

A

A criação do Hospital Geral de Paris em 1656 foi um marco desse fenômeno

O Hospital Geral não era propriamente para uma patologia, mas para recolher os pobres, aqueles considerados preguiçosos e os que foram jogados a margem da sociedade

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6
Q

Disserte sobre a Época Contemporânea e Pós Revolução Francesa (SÉC - XVIII)

A

Pinel foi pioneiro na humanização do cuidado psiquiátrico, promovendo a ideia de que pacientes deveriam ser tratados com respeito e cuidados adequados. Esse foi o início de uma psiquiatria mais humanitária. Nesse contexto, o hospital se transformou em uma instituição médica. O hospital adquiriu três características fundamental:

  1. Grande preocupação com a organização interna, o hospital deve ser instrumento destinado a cura.
  2. Transformação do sistema de poder no interior do hospital. Até meados do século XVII quem tinha poder eram os religiosos, sendo destinado a assegurar a vida cotidiana do hospital, a salvação e assistência alimentar. E assim a tomada de poder é realizada pelo médico
  3. Organização de um sistema de registro permanente exaustivo
    - Amarrar no punho do doente uma etiqueta de identificação;
    - Em cima do leito localiza a ficha com nome da doença e paciente e registro de informações: Registro geral entradas e saídas, nome doente, diagnóstico , a sala onde se encontra, se morreu ou curou.
    - Registro da farmácia
    - Registro médico durante as visitas, tratamento utilizado.
    - No século XVIII, Philippe Pinel, considerado o pai da psiquiatria, propõe uma nova forma de tratamento aos loucos, libertando-os das correntes e transferindo-os aos manicômios, destinados somente aos doentes mentais. Várias experiências e tratamentos são desenvolvidos e difundidos pela Europa
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7
Q

Cite as características dos manicômios

A

° O tratamento nos manicômios, defendido por Pinel, baseia-se principalmente na reeducação dos alienados, no respeito às normas e no desencorajamento das condutas inconvenientes.

° Os manicômios existiam quando a loucura era caracterizada como incapacidade para o trabalho, o que impossibilitou aos alienados (loucos) o convívio social, pois portadores de transtornos mental, eram considerados incapazes de viver em sociedade

° Os manicômios obtiveram duas funções: Médica e social ‘’proteção social - defesa dos sãos/normal’’. Além de ser um local de ‘’cura’’ servia como instrumento para manter a ordem social.

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8
Q

Explique sobre a perda de identidade nos manicômio

A

Existe uma padronização em relação às vestimentas, atitudes e seu próprio espaço físico e essa padronização gerava perda da autonomia do indivíduo que aos poucos compromete a capacidade de gerir suas necessidades pessoais, filosofias, básicas. Ou seja, mesmo que o indivíduo tivesse capacidade física e mental para realizar determinadas atividades, não fazia pois não tinha autonomia.

  1. As práticas padronizadas
  2. Perda nome
  3. Confisco dos bens pessoais
  4. Exposição contaminadora, ou seja obrigado a conviver, com coisas a qual não se identifica e morar em ambientes sujos, alimentos estragados.
  5. Perturbação individual, em muitos casos as atitudes dos sujeitos eram usadas contra si própria como ato de ridicularizações ou castigá-los
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9
Q

Marcos da História da loucura no século XX

A

Psicofarmacologia: Na década de 1950, surgiram os primeiros psicofármacos, como a clorpromazina, mudando radicalmente o tratamento de doenças mentais, possibilitando que os pacientes fossem tratados fora de instituições.

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10
Q

Marcos da História da loucura no século XXI

A

Desinstitucionalização: Fechamento de manicômios e a mudança para tratamentos baseados na comunidade, com foco na inclusão social.

Avanços em Neurociências: Com o desenvolvimento de neuroimagem e genômica, a compreensão das bases biológicas dos transtornos mentais se expandiu.

Tratamentos Modernos: Hoje, combinam-se psicoterapia, medicação e abordagens integradas que levam em consideração fatores biológicos, psicológicos e sociais.

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11
Q

Sobre a Luta Antimanicomial disserte qual o século, quem impulsionou e o objetivo

A

° Segunda metade do século XX, impulsionada principalmente por Franco Basaglia

° Marcado pela ideia de defesa dos direitos humanos e de resgate da cidadania dos que carregam transtornos mentais.

° Aliado a essa luta, nasce o movimento da Reforma Psiquiátrica

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12
Q

Qual o objetivos e o inicio da reforma psiquiátrica

A

Mais do que denunciar os manicômios como instituições de violências, propõe a construção de uma rede de serviços e estratégias territoriais e comunitárias, profundamente solidárias, inclusivas e libertárias.

° No Brasil, tal movimento iniciou-se no final da década de 70 com a mobilização dos profissionais da saúde mental e dos familiares de pacientes com transtornos mentais. Esse movimento se inscreve no contexto de redemocratização do país e na mobilização político-social que ocorreu na época.

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13
Q

Quando houve a Declaração de Caracas e objetivo

A

Em 1990, a Declaração de Caracas propõe a reestruturação da assistência psiquiátrica

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14
Q

Qual objetivo da lei 10.216

A

Em 2001, é aprovada a Lei Federal 10.216 que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

° Essa lei origina-se a Política de Saúde Mental a qual, basicamente, visa garantir o cuidado ao paciente com transtorno mental em serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos, superando assim a lógica das internações de longa permanência que tratam o paciente isolando-o do convívio com a família e com a sociedade como um todo

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15
Q

Cite ações realizadas pela Política de Saúde Mental no Brasil

A

° redução programada de leitos psiquiátricos de longa permanência, incentivando que as internações psiquiátricas, quando necessárias, se dêem no âmbito dos hospitais gerais e que sejam de curta duração

° constituição de uma rede de dispositivos diferenciados que permitam a atenção ao portador de sofrimento mental no seu território

° a desinstitucionalização de pacientes de longa permanência em hospitais psiquiátricos

° ações que permitam a reabilitação psicossocial por meio da inserção pelo trabalho, da cultura e do lazer

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16
Q

Entender a política Nacional de Saúde Mental no Brasil

A

É um conjunto de diretrizes e ações governamentais destinadas a organizar a assistência em saúde mental no país.

Ela é parte integrante do Sistema Único de Saúde (SUS) e tem como foco a promoção da saúde mental, a prevenção de transtornos mentais e o tratamento humanizado, com base nos princípios da Reforma Psiquiátrica Brasileira.

Essa política visa garantir o acesso universal, equitativo e integral aos serviços de saúde mental, respeitando os direitos humanos dos usuários e promovendo sua autonomia e inclusão social.

° Baseada nos princípios da Reforma Psiquiátrica, essa política promove um modelo de atenção centrado no indivíduo, na comunidade e nos direitos humanos. Embora enfrente desafios significativos, como desigualdades regionais e financiamento insuficiente, a política continua a ser um exemplo importante de como a saúde mental pode ser abordada de forma integral e humanizada, promovendo a inclusão social e a cidadania das pessoas com transtornos mentais.

17
Q

Disserte sobre período pré-reforma e Reforma psiquiátrica e constituição de 1988

A

Período Pré-Reforma: Antes da década de 1980, a assistência em saúde mental no Brasil era centrada em grandes hospitais psiquiátricos, que funcionavam como verdadeiros “depósitos” de pessoas com transtornos mentais. Essas instituições eram marcadas por práticas coercitivas, condições de vida insalubres e isolamento social, muitas vezes violando os direitos dos pacientes.

Reforma Psiquiátrica e Constituição de 1988: O movimento pela Reforma Psiquiátrica Brasileira ganhou força nas décadas de 1980 e 1990, influenciado por movimentos internacionais e pelas lutas sociais no país. A Constituição Federal de 1988, ao criar o SUS, estabeleceu a saúde como um direito de todos e dever do Estado, garantindo a atenção integral e o controle social na formulação de políticas públicas, incluindo a saúde mental.

18
Q

Quais são as principais diretrizes da política nacional de saúde mental

A

° Desinstitucionalização: Uma das principais diretrizes da política é a desinstitucionalização dos pacientes psiquiátricos, com o fechamento progressivo dos hospitais psiquiátricos e a transferência dos pacientes para dispositivos de cuidado comunitário, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e as Residências Terapêuticas.

° Redes de Atenção Psicossocial (RAPS): A criação e expansão das RAPS são centrais na política. Essas redes incluem uma gama diversificada de serviços que vão desde a atenção básica até a atenção especializada, oferecendo suporte integral e contínuo aos usuários. Os CAPS, que são o principal componente da RAPS, oferecem tratamento ambulatorial, suporte terapêutico e atividades de reabilitação psicossocial.

° Humanização e Respeito aos Direitos Humanos: A política promove a humanização do atendimento, garantindo que os usuários sejam tratados com dignidade, respeito e autonomia. As práticas coercitivas e violentas, como a contenção física e o uso indiscriminado de medicação, são desencorajadas, com foco em abordagens que respeitem a individualidade e os direitos dos pacientes.

° Participação e Controle Social: A política nacional de saúde mental incentiva a participação ativa de usuários, familiares e da sociedade civil na formulação, monitoramento e avaliação das políticas de saúde mental. Isso é realizado através de conselhos de saúde, conferências e outras instâncias de participação social.

° Integração com a Atenção Básica: A integração da saúde mental com a atenção básica é uma diretriz fundamental para ampliar o acesso aos cuidados. Isso permite que os transtornos mentais sejam detectados e tratados precocemente, e que o acompanhamento dos pacientes seja realizado de forma contínua e próxima da comunidade onde vivem.

° Promoção da Saúde Mental: Além do tratamento, a política também dá ênfase à promoção da saúde mental e à prevenção de transtornos mentais. Isso envolve ações intersetoriais que abordam os determinantes sociais da saúde mental, como pobreza, desemprego, violência e discriminação.

19
Q

Quais foram as implementações e avanços da Política Nacional de Saúde

A

° Criação e Expansão dos CAPS: Desde a década de 1990, houve um aumento significativo no número de CAPS em todo o Brasil, com diferentes modalidades (CAPS I, II, III, CAPS AD para álcool e drogas, e CAPS Infantojuvenil), que oferecem um atendimento diversificado e adaptado às necessidades locais.

° Programas de Desinstitucionalização: Diversos programas foram implementados para promover a desinstitucionalização, como o “Programa De Volta para Casa”, que oferece auxílio financeiro a pacientes egressos de longas internações psiquiátricas, facilitando sua reintegração na comunidade.

° Capacitação e Educação Permanente: A política também promove a capacitação contínua dos profissionais de saúde, a fim de garantir que estejam preparados para oferecer um atendimento humanizado e de qualidade. Isso inclui a formação em saúde mental para médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais de saúde.

20
Q

Quais são os desafios e as críticas da política Nacional de Saúde mental no Brasil

A

° Desigualdades Regionais: Um dos principais desafios da Política Nacional de Saúde Mental é a desigualdade na oferta e na qualidade dos serviços entre as diferentes regiões do país. Enquanto algumas áreas urbanas têm uma rede bem desenvolvida de serviços, regiões mais remotas e pobres frequentemente carecem de infraestrutura adequada.

° Financiamento Insuficiente: O financiamento da saúde mental no Brasil é um problema persistente, com recursos frequentemente insuficientes para a manutenção e expansão dos serviços. Isso pode comprometer a qualidade do atendimento e a sustentabilidade dos programas de saúde mental.

° Resistências ao Modelo Comunitário: Apesar dos avanços, há resistências ao modelo comunitário de atenção em saúde mental, tanto por parte de profissionais que se formaram no modelo manicomial quanto de setores que defendem interesses econômicos ligados aos hospitais psiquiátricos.

° Política de Álcool e Drogas: A política de saúde mental em relação ao tratamento de usuários de álcool e outras drogas tem sido alvo de debates e controvérsias, especialmente em relação à adoção de práticas de internação compulsória, que são vistas por alguns como um retrocesso em relação aos princípios da reforma psiquiátrica.

21
Q

Cite TODAS as diretrizes da reforma psiquiátrica no Brasil

A
  1. Substituir os hospitais psiquiátricos por comunidades terapêuticas e Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) - A criação de uma rede de atenção psicossocial (RAPS) é fundamental na reforma. Essa rede inclui os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que oferecem atendimento multiprofissional e interdisciplinar, os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs), e outros serviços de suporte comunitário, como ambulatórios, unidades de acolhimento e centros de convivência.
  2. Tratar os pacientes de forma mais humanizada - A reforma busca humanizar o atendimento em saúde mental, respeitando a dignidade, os direitos e a autonomia dos pacientes. Isso envolve a eliminação de práticas coercitivas e violentas, e a promoção de um cuidado que leve em consideração o contexto social, cultural e familiar do indivíduo.
  3. Internar os pacientes apenas se o tratamento fora do hospital se mostrar ineficaz - Uma das principais diretrizes da reforma é a desinstitucionalização, que visa reduzir o número de internações psiquiátricas de longa duração e promover a reabilitação e reintegração social dos pacientes. Isso inclui o fechamento progressivo de hospitais psiquiátricos e a criação de residências terapêuticas para acolher os pacientes egressos dessas instituições
  4. Promover a autonomia, o protagonismo, a inserção social e a dignidade das pessoas
  5. Compreender o processo saúde-doença de forma complexa e socialmente condicionada
  6. Respeitar os direitos humanos, garantindo a liberdade e o exercício da cidadania - Um dos pilares da reforma é o reconhecimento dos direitos humanos das pessoas com transtornos mentais. A lei e as práticas advindas da reforma psiquiátrica buscam assegurar que os pacientes sejam tratados com respeito e que tenham acesso aos seus direitos civis, incluindo o direito à saúde, ao trabalho, à moradia e ao convívio social
  7. Promover a equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde
  8. Garantir o acesso e a qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência. A reforma psiquiátrica no Brasil também enfatiza a importância da participação social na formulação e no controle das políticas de saúde mental. Conselhos de saúde, associações de usuários e familiares têm um papel ativo na fiscalização e na promoção das mudanças necessárias no sistema de saúde mental.