P1 Pediatria Flashcards

1
Q

O que define uma infecção do trato urinário (ITU) em pediatria?

A

Presença de germes patogênicos no sistema urinário, acompanhada de um processo inflamatório sintomático.

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2
Q

Qual a prevalência de ITUs em crianças?

A

ITUs são a segunda infecção bacteriana mais comum na pediatria, afetando 8,4% das meninas e 1,7% dos meninos menores de 7 anos.

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3
Q

Quais são os principais fatores de risco para ITU em crianças?

A

Refluxo vesicoureteral (RVU), malformações do trato geniturinário, ausência de circuncisão, bexiga neurogênica, constipação, atividade sexual na adolescência, sondagem, uso prévio de antibióticos.

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4
Q

Quais são os principais agentes causadores de ITU em crianças?

A

Escherichia coli (80-90% dos casos), Proteus mirabilis, Klebsiella sp., Staphylococcus saprophyticus.

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5
Q

Quais são as diferentes apresentações clínicas de ITU? (3)

A
  1. Bacteriúria assintomática
  2. Cistite (infecção urinária baixa)
  3. Pielonefrite.
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6
Q

Como os sintomas de ITU variam em diferentes faixas etárias? (3)

A

• Recém-nascidos e lactentes: Febre sem sinais localizatórios, vômitos, diarreia, icterícia persistente.
• Pré-escolares: Urina fétida, dor abdominal, disúria.
• Escolares e adolescentes: Sintomas miccionais, dor lombar, febre.

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7
Q

Quais são os métodos diagnósticos principais para ITU?

A

Sedimento urinário com leucócitos, nitrito positivo, esterase leucocitária; urocultura com contagem significativa de colônias (dependendo do método de coleta).

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8
Q

Quais antibióticos são mais indicados para o tratamento de ITU em crianças?

A
  1. Nitrofurantoína e sulfametoxazol-trimetoprima (Bactrim);
  2. Pielonefrite e infecções complicadas: Ertapenem, meropenem, ciprofloxacino.
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9
Q

Quais são as complicações potenciais de uma ITU não tratada?

A

Sepse, formação de cicatrizes renais, abscesso renal.

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10
Q

Quando é indicada a profilaxia para ITU em crianças?

A

ITUs recorrentes (3 em 6 meses ou 4 em um ano), RVU grau III ou IV, RVU + disfunção intestinal ou de bexiga.

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11
Q

Quais são os fatores de risco para a recorrência de ITU?

A

RVU, malformações do trato urinário, bexiga neurogênica, constipação, atividade sexual.

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12
Q

Quais são as medidas profiláticas não antibióticas para prevenir ITU?

A

Probióticos como S. boulardii, suco de cranberry, postectomia em neonatos.

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13
Q

Em quais casos é necessário realizar investigação complementar em crianças com ITU?

A

Infecções recorrentes, ITU com bacteremia ou sepse, curso clínico prolongado, etiologia atípica, alteração em USG pré-natal.

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14
Q

Quais diagnósticos diferenciais devem ser considerados em casos de ITU?

A

Glomerulopatias, nefrites intersticiais, urolitíase, vulvovaginites.

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15
Q

Qual é a principal causa de morbimortalidade em crianças no mundo?

A

Pneumonia

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16
Q

Quais são os fatores de risco para pneumonias em crianças?

A

Desnutrição, baixa idade, comorbidades, baixo peso ao nascer, pneumonias prévias, ausência de aleitamento materno, vacinação incompleta, infecções virais respiratórias.

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17
Q

Quais são os valores de corte da frequência respiratória (FR) para pneumonia de acordo com a idade?

A

• < 2 meses = FR ≥ 60 irpm
• 2-11 meses = FR ≥ 50 irpm
• 1-4 anos = FR ≥ 40 irpm
• 5 anos = FR > 20 irpm

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18
Q

Quais são os principais sinais clínicos de pneumonia em crianças?

A

FR alterada, tosse, sinais de desconforto respiratório, febre alta ou hipotermia, recusa ao seio materno, sibilância, estridor, alterações de nível de consciência, irritabilidade.

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19
Q

Quais são as principais complicações sistêmicas de pneumonias em crianças?

A

Sepse, choque séptico, embolização infecciosa, falência de múltiplos órgãos, PARDS, CIVD, óbito.

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20
Q

Quais são os principais agentes etiológicos de pneumonias em crianças?

A

• Vírus: Vírus Sincicial Respiratório (VSR), influenza, parainfluenza, adenovírus, rinovírus, metapneumovírus, SARS-COV-2.
• Bactérias: Pneumococo, Streptococcus do grupo A, S. aureus, H. influenzae, M. catarrhalis, Mycoplasma pneumoniae (nas pneumonias atípicas).

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21
Q

Quais vacinas são recomendadas para a prevenção de pneumonias em crianças?

A

Vacina antipneumocócica (7, 10, 13-valente) e vacina anti Haemophilus influenzae B.

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22
Q

Quais exames de imagem e laboratoriais são usados para diagnosticar pneumonia?

A

Radiografia de tórax, USG pulmonar, TC de tórax (se complicações), hemograma, prova inflamatória, coloração de Gram, cultura, testes moleculares por PCR, pesquisa viral em secreção respiratória.

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23
Q

Quais são os principais agentes causadores de pneumonia afebril do lactente?

A

Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis, CMV.

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24
Q

Qual é o tratamento empírico inicial recomendado para pneumonia ambulatorial em crianças?

A

Amoxicilina 50 mg/kg/dia por 7 dias.

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25
Q

Quais são os critérios para internação de uma criança com pneumonia?

A

Idade < 3 meses, hipoxemia (<92%), desidratação ou baixa ingesta líquida, desconforto respiratório moderado ou grave, toxemia/sepse, doença de base, presença de complicações, falta de resposta terapêutica em 48-72h.

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26
Q

Quais são os agentes etiológicos mais prováveis em casos clínicos específicos de pneumonia em crianças?

A

Exemplos incluem Mycoplasma pneumoniae, Streptococcus pneumoniae, Chlamydia trachomatis, entre outros.

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27
Q

O que é a anemia falciforme e qual sua epidemiologia no Brasil?

A

A anemia falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns, caracterizada pela mutação do gene HBB. No Brasil, a incidência varia de 1 a cada 650 recém-nascidos triados na Bahia a 1 a cada 13.500 em Santa Catarina.

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28
Q

Como ocorre a fisiopatologia da anemia falciforme?

A

A mutação no gene HBB leva à polimerização das cadeias β em condições de desoxigenação (troca glutamato pela valina), causando falcização das hemácias, bloqueio do fluxo sanguíneo (Hb intravascular da hemólise consome NO) e inflamação sistêmica (argolasse 1 e ADMA causam remodelamento vascular).

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29
Q

Quais são os 4 momentos para o diagnóstico da anemia falciforme?

A

Pré-natal (aconselhamento genético), fetal (amniocentese), neonatal (triagem neonatal) e diagnóstico em crianças (eletroforese de hemoglobina).

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30
Q

Quais são as principais complicações agudas da anemia falciforme (7) e como tratar ?

DITASAP

A

Crise álgica (1ª causa de internação)
- hidratação, opioide + analgésico + AINEs

Infecções (1ª causa de mortalidade/aspeemos funcional no 1º ano de vida)
- pneumococco
- vacinação ou profilaxia com peni/amoxi até 5 anos (ou após 2 anos esplenectomia)

Sd. torácica aguda (RX tórax + clínica)
- Febre, dor torácica e sinais e sintomas de comprometimento pulmonar (taquipnéia, tosse, dispneia);
- O2 + fisio + Cef e Macro + Oseltamivir (influenza) + BD + transfusão (Hb < 8)

Crise aplásica
- Queda de Hb + queda de reticulócitos
- Associado a quadro viral (Parvovirus B19)
- remissão espontânea

Sequestro esplênico
- esplenomegalia + anemia + reticulocitose + hipovolemia
- pct anictérico, pálido e com dor em loja esplênica
- suporte transfusional // esplenectomia

Acidente vascular cerebral (AVC)
- Alteração neuro. + Anemia fal. = TC crânio
- Transfusão - Manter HbS < 30% e Hb >10

Priapismo
- ereção prolongada indesejada
- isquemia e baixo fluxo (4h inicia a dor)
- hidratação + analgesia + transfusão (diminuir HbS) + injeção no corpo cavernoso com agonista alfa

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31
Q

Quais complicações crônicas podem ocorrer na anemia falciforme (5) ?

A

Úlcera de pele + Atraso no crescimento e desenvolvimento

Cardiovasculares (cardiomegalias, valvopatias e vasculopatias)

Renais (Poliúria, noctúria, enurese e desidratação, proteinúria e Hematúria: secundária a necrose papilar)

Retinopatia falciforme
- Não proliferativas: infarto de retina + hemorragia
- Proliferativa: Oclusão - Anastomose - Neovasc - Hemorragia vítrea - Descolamento retiniano

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32
Q

Qual é o manejo ambulatorial recomendado para pacientes com anemia falciforme?

A

Exames físicos regulares, fenotipagem eritrocitária, eletroforese de hemoglobina, hemograma, avaliação da função renal e hepática, entre outros

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33
Q

Quais são as terapias que alteram o curso da anemia falciforme?

A

Vacinação, profilaxia com penicilina (3/3 meses até 5 anos ou até 2 anos após esplenec), hidroxiuréia (teratogênico: >3 anos, bHCG negativo), transfusão de hemácias, transplante de células-tronco hematopoéticas

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34
Q

O que são as talassemias e quais são seus tipos principais?

A

As talassemias são doenças genéticas que afetam a síntese de cadeias de globina. Os principais tipos são beta-talassemia e alfa-talassemia

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35
Q

Como ocorre a patogênese da beta-talassemia major?

A

A ausência de produção de cadeias beta leva à formação de tetrâmeros anormais, causando destruição precoce dos eritrócitos e anemia hemolítica

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36
Q

Como é feito o diagnóstico da talassemia?

A

Triagem neonatal (teste do pezinho - porcentagem de FABart’ (5-10% traço talassêmico))

Eletroforese de hemoglobina após 6 meses

Exames de hemograma, reticulócitos e provas de hemólise

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37
Q

Qual é o tratamento padrão para talassemia major?

A

Transfusões regulares de hemácias desde os primeiros meses de vida, quelação de ferro, prevenção de complicações, e transplante de células-tronco hematopoéticas

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38
Q

Quais são as complicações comuns no tratamento da talassemia?

A

Sobrecarga de ferro, complicações cardiovasculares, endócrinas, renais e infecciosas

A sobrecarga de ferro pode evoluir para ICC, Arritmias, Disfunção ventricular e atrial.
- principal causa de morte

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39
Q

Qual a definição de anemia segundo a OMS e o US National Health and Nutrition Examination Survey?

A

• OMS: Hemoglobina abaixo de -2 DP para idade, sexo, gestação e altitude.
• US National Health and Nutrition Examination Survey: Hemoglobina inferior a 11.0 g/dL para crianças entre 12 e 35 meses.

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40
Q

Quais são as principais causas de aumento da destruição de hemácias?

A

Anemias hemolíticas congênitas ou adquiridas, confirmadas por provas de hemólise (aumento da bilirrubina, DHL, haptoglobina).

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41
Q

Quais são as características clínicas da anemia ferropriva?

A

Palidez, fadiga, dispneia, cefaleia, parorexia, maior suscetibilidade a infecções, glossite, síndrome das pernas inquietas, pele e cabelo secos, taquicardia, disfunção neurocognitiva, vertigem

42
Q

Quais são os exames laboratoriais recomendados para investigar anemia ferropriva?

A

Hemograma, Ferritina sérica, Proteína C Reativa.

43
Q

Qual a recomendação para a suplementação de ferro em crianças SEM fator de risco?

A

1 mg de ferro elementar/kg/dia, dos 6 meses até os 2 anos de vida.

44
Q

Quais são as indicações para transfusão de hemácias em pediatria?

A

• Perda sanguínea aguda ≥ 15% da volemia total.
• Hb < 8g/dL com sintomas de anemia.
• Hb < 13g/dL em pacientes com doença pulmonar grave ou em ECMO.

45
Q

Quais são as complicações potenciais de uma transfusão de hemocomponentes?

A
  1. TRALI (lesão pulmonar aguda)
  2. TACO (sobrecarga volêmica)
  3. Contaminação bacteriana, hemólise não-imune, hipocalcemia, hipotermia, embolia aérea.

Sinais: urticária, edema, tontura ocasional e cefaleia

46
Q

O que é TRALI e quais são suas características?

A

TRALI (transfusion-related acute lung injury) é uma complicação clínica grave relacionada à transfusão de hemocomponentes que contêm plasma. É a principal causa de morte associada à transfusão nos Estados Unidos e Reino Unido.

Não existe tratamento específico para a TRALI. Em casos suspeitos, a transfusão deve ser interrompida e iniciada pesquisa de anti-HLA e anti-HNA no plasma dos doadores

Urticária, edema, tontura ocasional e cefaleia durante ou imediatamente após a transfusão. A febre simultânea é comum. Com menos frequência, podem ocorrer dispneia, respiração ofegante e incontinência, indicando espasmo generalizado da musculatura lisa.

47
Q

Quais são as modificações que podem ser feitas nos hemocomponentes antes da transfusão?
FIL

A

• Filtragem: Remoção de leucócitos.
• Irradiação: Prevenção de DECH (Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro).
• Lavagem: Remoção de plasma para prevenir reações alérgicas

48
Q

Como é produzido e metabolizado o produto da degradação da hemoglobina?

A

A hemoglobina é degradada nas hemácias, formando bilirrubina indireta (não conjugada e lipossolúvel), que é captada pelo fígado, onde se torna hidrossolúvel através da conjugação pela glicuronil-transferase. Em seguida, pode ser excretada como estercobilina nas fezes ou pela urina, ou desconjugada no intestino e retornar à circulação.

49
Q

Quais são os mecanismos que favorecem a icterícia no RN (5)

A

Maior número de hemácias e menor meia-vida delas, fígado imaturo com captação e conjugação deficientes, além de maior desconjugação intestinal devido à alta presença de betaglicuronidase e menor quantidade de bactérias.

50
Q

O que é hiperbilirrubinemia?

A

É definida pela bilirrubina indireta ≥ 2mg/dL ou direta ≥ 1mg/dL. A icterícia é visível clinicamente a partir de 5mg/dL de bilirrubina total.

51
Q

Quais são as características da icterícia fisiológica em RN termo e pré-termo?

A

Em RN a termo, surge entre 2°-3° dia, atinge pico no 3°-4° dia (≤12mg/dL) e resolve-se em 7-14 dias. Em RN pré-termo, é mais lenta e tardia, com pico entre 5°-6° dia e resolução mais demorada

52
Q

Quais são as características da icterícia fisiológica em RN termo e pré-termo?

A

Em RN a termo, surge entre 2°-3° dia, atinge pico no 3°-4° dia (≤12mg/dL) e resolve-se em 7-14 dias. Em RN pré-termo, é mais lenta e tardia, com pico entre 5°-6° dia e resolução mais demorada

53
Q

Quando suspeitar de uma icterícia não fisiológica?

A

Suspeitar quando há icterícia precoce (<24h), bilirrubina total ≥ 12mg/dL, necessidade de fototerapia, outras manifestações clínicas, icterícia prolongada (>2 semanas), ou aumento de bilirrubina direta (BD).

54
Q

Quando suspeitar de uma icterícia não fisiológica?

A

Suspeitar quando há icterícia precoce (<24h), bilirrubina total ≥ 12mg/dL, necessidade de fototerapia, outras manifestações clínicas, icterícia prolongada (>2 semanas), ou aumento de bilirrubina direta (BD).

55
Q

O que é encefalopatia bilirrubínica e quais são seus fatores de risco ?

A

Ocorre quando a bilirrubina indireta atravessa a barreira hematoencefálica e se deposita no encéfalo (núcleos da base), podendo causar lesão neuronal. Fatores de risco incluem doença hemolítica, deficiência de G6PD, asfixia perinatal, e sepse.

56
Q

Como deve ser a avaliação da icterícia no RN?

A

Deve-se avaliar a icterícia a cada 8-12 horas, investigando se é fisiológica ou não, os fatores de risco e a etiologia. Exames como bilirrubina transcutânea ou sérica, hemograma, e avaliação do G6PD podem ser necessários.

57
Q

Quais são as indicações e como é feita a fototerapia?

A

A fototerapia é indicada conforme as curvas da Academia Americana de Pediatria, dependendo das horas de vida, nível de BT, IG e fatores de risco. A exsanguineotransfusão é indicada em casos de encefalopatia bilirrubínica ou falha da fototerapia

58
Q

O que fazer em casos de icterícia prolongada (>14 dias)?

A

Deve-se dosar bilirrubina total e frações, avaliar o teste do pezinho, e investigar colestase neonatal se houver aumento de bilirrubina direta (>1mg/dL), através de exames como HMG, TGO, TGP, FA, GGT, USG, e biópsia hepática

59
Q

O que é uma crise febril e qual sua importância na pediatria?

A

Crise febril é a principal causa de crises epilépticas na pediatria, ocorrendo em associação com febre (≥38°C) dentro de 24 horas antes, durante ou 24 horas após o episódio febril, excluindo infecções ou inflamações do SNC e desordens metabólicas.

60
Q

Quais condições precisam ser excluídas para o diagnóstico de crise febril?

A

Devem ser excluídas infecções ou inflamações do sistema nervoso central (SNC), desordens metabólicas, e histórico de crises afebris prévias

61
Q

Quais são os principais fatores de risco para a ocorrência de crise febril?

A

Febre alta, infecções virais como Herpes vírus tipo 6 (exantema súbito) e influenza A, imunização (DTP e tríplice viral), e suscetibilidade genética, sendo que 10-20% dos casos têm parentes de primeiro grau que também tiveram crises febris na infância.

62
Q

Quais são as características de uma crise febril simples?

A

A crise febril simples é generalizada, tônico-clônica, breve (<15 minutos), não se repete em 24 horas, e a recuperação é espontânea e completa.

63
Q

Qual é o tratamento para uma crise de convulsão febril simples?

A

O tratamento envolve tratar a doença febril subjacente e educar os pais sobre o manejo adequado da situação.

64
Q

Quais são as características de uma crise febril complexa?

A

A crise febril complexa é focal, prolongada (>15 minutos), pode ocorrer repetidamente em menos de 24 horas, e o período pós-ictal pode incluir déficit ou sonolência.

65
Q

Quando são indicados exames complementares para crise febril?

A

Exames complementares, como punção lombar, são indicados se houver suspeita de infecção do SNC, estado geral comprometido, sinais meníngeos, crise após dias de doença febril, imunização incompleta (entre 6-12 meses para Hib e Pneumococo), ou uso recente de antibióticos. Neuroimagem é indicada para suspeita de anormalidades focais, hipertensão intracraniana, TCE ou malformações.

66
Q

Qual é a taxa de recorrência de crises febris e quais são os fatores de risco?

A

A recorrência de crises febris ocorre em 30-35% dos casos, geralmente dentro de 6-12 meses após o primeiro episódio. Fatores de risco incluem início precoce (<1 ano), história familiar de primeiro grau, curto intervalo entre o início da febre e a crise, e baixa temperatura durante a crise.

67
Q

Quando o eletroencefalograma é indicado em casos de crise febril?

A

O eletroencefalograma é indicado quando há risco de epilepsia, especialmente em casos de crises febris complexas, déficit neurológico, atraso no desenvolvimento, ou história familiar de epilepsia. Outros exames podem ser realizados para identificar a causa da febre.

68
Q

Quais medidas preventivas são indicadas para crises febris?

A

Não se utiliza anticonvulsivantes de rotina para prevenir crises febris, e o uso de antitérmicos não previne ou reduz a ocorrência de crises febris.

69
Q

Qual é a definição de bronquiolite?

A

É uma infecção das vias aéreas inferiores, transmitida por vias respiratórias, comum em lactentes (<2 anos). Caracteriza-se pelo primeiro episódio de sibilância em crianças menores de 2 anos, com quadro compatível de infecção viral, sem outra causa provável.

70
Q

Quais são os principais agentes etiológicos da bronquiolite?

A

• Vírus Sincicial Respiratório (VSR) - mais prevalente
• Rhinovírus
• Parainfluenza
• Metapneumovirus humano
• Influenza
• Adenovírus
• Coronavírus sazonal
• Bocavírus

71
Q

Quais são os fatores de risco que predizem gravidade na bronquiolite?

A

• Prematuridade (<36 semanas)
• Baixo peso ao nascer
• Idade menor que 3 meses
• Doença pulmonar crônica (ex.: broncodisplasia pulmonar)
• Defeitos anatômicos das vias aéreas
• Anormalidade congênita cardíaca com repercussão
• Imunodeficiência
• Doença neurológica

72
Q

Como é feito o diagnóstico da bronquiolite?

A

diagnóstico é clínico, podendo utilizar adjuvantes como o painel viral respiratório (não de rotina) e radiografia de tórax, que deve ser solicitada apenas em casos atípicos

73
Q

Qual é a história natural da bronquiolite?

A

• Pico de gravidade entre o 3º e o 5º dia
• Sintomas começam a melhorar após a primeira semana
• Fase inicial com sintomas como rinorreia, tosse persistente, e piora do desconforto respiratório

74
Q

Quais são as condutas recomendadas no manejo clínico da bronquiolite?

A

• Suporte hídrico
• Suporte ventilatório conforme necessidade (saturação alvo entre 90-92%)
• Lavagem nasal e aspiração da via aérea superior
• Inalação com soro fisiológico

Quais condutas não são recomendadas para o tratamento da bronquiolite?
Resposta:

• Uso rotineiro de Beta-2
• Solução hipertônica
• Corticóide
• Fisioterapia respiratória

75
Q

O que é o Palivizumabe e para quem é indicado?

A

É uma imunoglobulina específica contra o VSR, utilizada para reduzir a gravidade da doença em pacientes de alto risco. Indicado para crianças prematuras com idade gestacional ≤28 semanas e idade <1 ano, ou para crianças <2 anos com doença pulmonar crônica da prematuridade ou cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica.

76
Q

O que é Síndrome Nefrítica?

A

É uma condição decorrente da inflamação dos glomérulos renais, comumente caracterizada por hematúria, oligúria, edema, hipertensão e proteinúria.

77
Q

Quais são as principais classificações da Síndrome Nefrítica?

A

Classifica-se por temporalidade (aguda ou crônica) e etiologia (primária ou secundária, sendo a secundária mais prevalente).

78
Q

Quais são as principais classificações da Síndrome Nefrítica?

A

Classifica-se por temporalidade (aguda ou crônica) e etiologia (primária ou secundária, sendo a secundária mais prevalente).

79
Q

Quais exames laboratoriais são indicados na Síndrome Nefrítica?

A

Urina I com dismorfismo eritrocitário, relação Proteína/Creatinina, creatinina, ureia, complemento (CH50, C3, C4), ASLO, anti-DNAse B, entre outros.

80
Q

Quais são as manifestações clínicas típicas da Síndrome Nefrítica?

A

Hematúria macroscópica, oligúria, edema, hipertensão arterial, proteinúria de grau variável e azotemia.

81
Q

Qual é a abordagem geral no tratamento da Síndrome Nefrítica?
Prescrição

A

O tratamento é principalmente de suporte, focado em monitorar, prevenir e manejar as complicações, incluindo repouso relativo, restrição hídrica e dieta hipossódica.

Dieta hipossódica
Restrição hídrica
Diurético
Monitorização e CCG

82
Q

Como deve ser manejada a hipertensão na Síndrome Nefrítica?

A

A hipertensão pode ser controlada com diuréticos (de alça ou tiazídicos) e, em casos emergenciais, com medicamentos parenterais como nitroprussiato de sódio. O uso de IECA/BRA deve ser cauteloso, pois pode piorar a função renal

83
Q

Quando é indicada a diálise na Síndrome Nefrítica?

A

A diálise é indicada se houver refratariedade à correção das complicações, como sobrecarga hídrica, distúrbios eletrolíticos ou acidose não controlados, e sinais de uremia

84
Q

Qual é o papel dos antibióticos no tratamento da Síndrome Nefrítica?

A

Os antibióticos não alteram a história natural da glomerulonefrite pós-estreptocócica, mas são usados para limitar a disseminação das cepas nefritogênicas. Penicilina e seus derivados são opções comuns.

85
Q

Quais são as complicações mais comuns da Síndrome Nefrítica?

A

Complicações incluem lesão renal aguda (LRA), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), edema agudo de pulmão (EAP), crise hipertensiva e complicações neurológicas como encefalopatia hipertensiva.

86
Q

Qual é o prognóstico para crianças com Síndrome Nefrítica?

A

O prognóstico é geralmente favorável, com recuperação completa em 95% dos casos. A doença renal crônica ocorre em menos de 2-5% dos afetados, e a mortalidade é rara.

87
Q

Quando é indicada a biópsia renal na Síndrome Nefrítica?

A

Biópsia é indicada em casos de glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP), hipertensão persistente, hematúria macroscópica, proteinúria significativa, ou hipocomplementemia persistente por mais de 8 semanas.

88
Q

O que caracteriza a Síndrome Nefrótica?

A

A Síndrome Nefrótica é uma doença glomerular associada à proteinúria maciça (≥50 mg/kg/dia ou Relação Proteína/Creatinina > 2 mg/mg), hipoalbuminemia (<2,5 mg/dL), edema e hiperlipidemia.

89
Q

Qual é a epidemiologia da Síndrome Nefrótica?

A

A maioria dos casos é primária ou idiopática (80-90% na pediatria), com maior acometimento em pré-escolares e predominância no sexo masculino (2-3:1).

90
Q

Quais são as principais causas da Síndrome Nefrótica?

A

Principalmente causas primárias, como Lesão Histológica Mínima (LHM), Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF), Glomerulonefrite Proliferativa Mesangial, e Glomerulonefrite Membranoproliferativa.

91
Q

Como ocorre a proteinúria maciça na Síndrome Nefrótica?

A

Devido ao aumento da permeabilidade da parede glomerular, causado por fatores como mutações genéticas, podocitopatia (lesão das células podocitárias), e disfunção imune.

92
Q

Como a Síndrome Nefrótica é classificada?

A

A Síndrome Nefrótica pode ser classificada quanto à etiopatogenia (primária, hereditária, secundária), idade de início (congênita, infantil, na infância), histopatologia (LHM, GESF), e resposta ao corticoide (corticossensível, corticorresistente, corticodependente).

93
Q

Quais são as manifestações clínicas típicas da Síndrome Nefrótica?

A

A tríade clínica inclui edema (geralmente de instalação insidiosa, depressível e sujeito à gravidade), hipoalbuminemia, e hiperlipidemia. A urina pode ser espumosa devido à proteinúria.

94
Q

Quais são as principais complicações infecciosas da Síndrome Nefrótica?

A

O risco de infecção é aumentado devido à hipogamaglobulinemia e perda urinária de IgG. Os principais agentes são Pneumococo e bactérias gram-negativas, com destaque para peritonite bacteriana espontânea.

95
Q

Quais são as complicações renais e neurológicas na Síndrome Nefrótica?

A

As complicações renais incluem lesão renal aguda (LRA) e insuficiência renal crônica. As complicações neurológicas podem incluir tromboembolismo cerebral e encefalopatia hipertensiva.

96
Q

Como é realizado o diagnóstico da Síndrome Nefrótica?

A

Em crianças de 1-10 anos com síndrome nefrótica clássica e complemento normal, o diagnóstico é geralmente de Lesão Histológica Mínima (LHM) sem necessidade de biópsia renal. Biópsia é indicada em casos de corticorresistência ou complicações graves.

97
Q

Quando é indicada a biópsia renal na Síndrome Nefrótica?

A

Biópsia é indicada em casos de idade <1 ano ou >10 anos, hematúria macroscópica, hipertensão grave, hipocomplementemia, disfunção renal, síndrome nefrótica corticorresistente, ou suspeita de patologia subjacente.

98
Q

Qual é a abordagem geral no tratamento da Síndrome Nefrótica?

A

O tratamento inclui suporte clínico, manejo de complicações, restrição de sódio e líquidos em casos de edema, e uso de corticoides para indução de remissão.

99
Q

Como é realizado o tratamento com corticoides na Síndrome Nefrótica?

A

Prednisona ou prednisolona diária (60 mg/m² ou 2 mg/kg/dia) por 4-6 semanas para indução de remissão, seguida de dose em dias alternados por 2-5 meses com redução gradual. Em casos de recidiva, retorna-se ao esquema diário até nova remissão.

100
Q

Como tratar casos de síndrome nefrótica recidivante ou corticorresistente ?

A

Casos recidivantes frequentes podem necessitar de imunossupressores como ciclofosfamida ou ciclosporina. Síndrome nefrótica corticorresistente pode ser tratada com inibidores da calcineurina, micofenolato ou rituximabe.

101
Q

Quais são as complicações do tratamento com corticoides na Síndrome Nefrótica?

A

Complicações incluem atraso no crescimento, ganho de peso, hipertensão, osteopenia/osteoporose, e catarata. Essas complicações exigem monitoramento contínuo durante o tratamento.

102
Q

Qual é o prognóstico para pacientes com Síndrome Nefrótica?

A

O prognóstico depende da resposta ao corticoide, com 80-90% das crianças respondendo bem. Recidivas são comuns, especialmente no primeiro ano após o diagnóstico inicial, mas tendem a diminuir com o tempo.