INTESTINO DELGADO Flashcards
principais sintomas
diarreia, esteatorreia, dor, distensão abdominal, flatulência
e dispepsia, hemorragia digestiva, além de alguns sintomas relacionados com outros sistemas
Diarreia
definição?
diminuição da consistência das
fezes e da quantidade de evacuações (mais de três por dia).
Diarreia
tipos?
1.Aumento da pressão osmótica do conteúdo intraluminal (diarreia osmótica): acúmulo de
substâncias não absorvíveis ->retardam a absorção de água e eletrólitos ou promovem a
passagem de líquido para o lúmen intestinal.
2.Aumento da secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal (diarreia secretora): estímulo
para a síntese de AMP cíclico intracelular, do que resulta secreção ativa de água e eletrólitos pela mucosa do delgado; nterotoxinas bacterianas e por determinados medicamentos (teofilina,
prostaglandinas)
3.Aumento da permeabilidade da mucosa intestinal (diarreia exsudativa):quando o acometimento da
mucosa por alterações inflamatórias, neoplásicas ou isquêmicas resulta em passagem anormal de líquidos para o lúmen; doença de Crohn, enterites bacterianas ou parasitárias e linfomas
difusos do delgado
4.Alterações da motilidade do intestino delgado (diarreia motora): modificações do trânsito; hipertireoidismo ou na diarreia funcional psicogênica, as
alterações da motilidade aceleram o trânsito
diarreia
características clínicas?
*presença de fezes líquidas, em grande
volume, e um número aumentado de evacuações
*duração:As diarreias agudas, de poucos dias de
duração (até 4 semanas)
*Dados quanto ao volume, consistência e aspecto das fezes, bem como a frequência das evacuações, são úteis para se
caracterizar o acometimento – exclusivo ou predominante – do intestino delgado
*volumosas, amolecidas, líquida, semilíquida
*aspecto claro, brilhante, leves e espumosas
*cheiro
*cólicas abdominais de llocalização periumbilical ou dor difusa
Diarreia aguda
causas
Infecções virais, bacterianas e parasitárias Intoxicação alimentar Retocolite ulcerativa Medicamentos Laxativos Diarreia de origem psicogênica
Diarreia crônica
causas
Cólon irritável Câncer do cólon Parasitoses intestinais Doença inĶamatória do intestino (doença de Crohn) Retocolite ulcerativa Síndrome de má absorção Uso abusivo de laxativos Diabetes Hipertireoidismo Intolerância à lactose Síndrome de Zollinger-Ellison Medicamentos
diarreia
restos alimentares
*A presença de restos não digeríveis é inespecífica e nada mais indica do que a
liquefação das fezes
*o reconhecimento de restos de alimentos normalmente digeríveis é evidência forte
a favor da presença de defeitos na digestão.
diarreia alta
*comprometimento exclusivo ou predominante do intestino delgado
*Dejeções de grande volume, grande teor líquido aparente, frequência moderadamente aumentada, ocasionalmente
contendo restos de alimentos normalmente digeríveis ou a presença inequívoca de gordura
diarreia baixa
*comprometimento das porções mais
distais do intestino grosso.
*maior número de evacuações, nas quais há eliminação
de pequena quantidade de fezes, muito frequentemente contendo muco, pus ou sangue, acompanhadas de puxo, urgência
retal e tenesmo.
Cinco perguntas-chave para a análise da diarreia
Trata-se de diarreia aguda ou crônica? (Considera-se crônica quando ultrapassa 4 semanas de duração)
Há dados que permitam caracterizar diarreia alta ou diarreia baixa?
É possível caracterizar esteatorreia?
A diarreia é de causa infecciosa ou não infecciosa?
Há outras manifestações clínicas indicativas de uma condição clínica especíĴca? (Exemplos: retocolite ulcerativa, AIDS, síndrome de má absorção,
cirurgia gástrica ou intestinal.)
Esteatorreia
definição?
aumento da quantidade de gorduras excretadas nas fezes, as quais se tornam volumosas, amareladas ou
acinzentadas, fétidas e, algumas vezes, espumosas
*O aumento da ingestão
de lipídios não acarreta elevação da gordura fecal, graças à enorme capacidade do organismo de promover a digestão e a
absorção dos nutrientes
*constitui uma das
manifestações clínicas mais específicas no sentido de indicar a presença de defeito nos processos de digestão e absorção
Mecanismos etiopatogênicos de esteatorreia.
*Lipólise alterada
InsuĴciência pancreática (pancreatite crônica)
DeĴciência de mistura da lipase com o quimo (gastrectomia, vagotomia)
pH impróprio (síndrome de Zollinger-Ellison)
*Solubilização intraluminal alterada
InsuĴciência hepatocelular (cirrose hepática)
Obstrução biliar (colestase intra ou extra-hepática)
Desconjugação de sais biliares (proliferação bacteriana)
DeĴciência absoluta de sais biliares (doença ou ressecção)
*Absorção intestinal alterada
Lesão da mucosa intestinal (doença celíaca)
Ressecções intestinais extensas
Abetalipoproteinemia
*Transporte alterado
Doença dos linfáticos intestinais (linfangiectasia intestinal primária ou secundária, doenças sistêmicas e afecções torácicas)
*Mecanismos mistos ou de natureza desconhecida
Ação de medicamentos (neomicina, colchicina)
Infecções e parasitoses intestinais (estrongiloidíase)
Neuropatia visceral (diabetes)
Hipogamaglobulinemia
esteatorreria sem diarreia franca
*volumosas, brilhantes e lustrosas, com tendência a clareamento das fezes, as quais, não raro,
apresentamse
flutuando na água do vaso sanitário
*modificação de peso relativo das fezes não é diretamente
relacionada com o aumento do teor de gorduras, mas sim com o aumento do conteúdo gasoso das dejeções
*viscosidade aumentada ou formação de bolhas (“fezes pegajosas e
espumosas”),
*cheiro das fezes, que
pode passar a ser muito desagradável, francamente pútrido, ou lembrar o cheiro de “manteiga rançosa”.
*
Dor
Mecanismos da dor originada no intestino delgado
1.Distensão das paredes do intestino delgado: estimulação das terminações nervosas, em consequência do
acúmulo do conteúdo intraluminal
2.Aumento da tensão muscular das paredes do intestino: excitação das terminações nervosas intraparietais
decorrente de contrações vigorosas ou espasmódicas da musculatura do delgado; agentes tóxicos, químicos, biológicos ou metabólicos, na intoxicação por chumbo,
na porfiria, ou na cetoacidose diabética.
3.Alterações inflamatórias ou congestivas do intestino delgado: liberam mediadores químicos, como as cininas e as
prostaglandinas
4.Isquemia intestinal:
5.Alterações inflamatórias do peritônio: doença de Crohn, nas doenças
infectoparasitárias e nas neoplasias; doença inflamatória ou na diverticulite de Meckel
dor
localização?
*local e a extensão da área que dói e os sítios de irradiação da dor.
*dor
tem origem exclusiva no intestino, sem que haja comprometimento peritoneal, a sua localização é, em geral, imprecisa, no
centro do abdome, próximo da linha média.
*patológico situarse
no jejuno ou no íleo proximal,
possivelmente a dor será localizada na região periumbilical.
*segmentos mais distais do íleo, a
dor pode ser localizada um pouco abaixo da cicatriz umbilical, na linha média.
*dor for no íleo terminal, ela
será provavelmente percebida no quadrante inferior direito do abdome.
*Quando a dor decorre de peritonite restrita, sua localização vai corresponder à da sede do processo patológico
*peritonite generalizada, a dor pode ser sentida difusamente
em todo o abdome
*causada por distensão das
paredes do intestino ou por contrações vigorosas da sua musculatura, a irradiação para o dorso somente ocorre quando o
estímulo é muito intenso.
*quando há peritonite restrita, produzindo dor localizada no quadrante inferior
direito do abdome, pode haver irradiação para a base da coxa, independente da sua intensidade.
*quadro se
inicia com dor abdominal, restrita à região periumbilical, mas que após algumas horas se desloca para a fossa ilíaca direita,
devese
pensar em comprometimento peritoneal perivisceral de um processo originário das paredes do intestino, uma ileíte
aguda ;algumas horas mais tarde, extensão da dor para o quadrante inferior esquerdo do abdome,
devese
pensar na generalização da inflamação peritoneal.
*dor visceral originada de
distensão ou da contração das paredes musculares do intestino costuma ser descrita como “distensão” ou “torção”.
*alterações inflamatórias, congestivas ou isquêmicas, é possível que se apliquem as designações “contração” ou “peso”.
*Sensações semelhantes a “queimação” ou “pontada” podem ser referidas para designar a participação do peritônio
perivisceral no processo inflamatório.
*dor é gerada
exclusiva ou predominantemente no intestino, sem que haja comprometimento do peritônio, há tendência do paciente em
movimentarse
ativamente, a procurar posições que lhe tragam algum alívio, fletindo o tronco ou comprimindo o abdome
com as mãos.
*dor provém de inflamação do peritônio, o paciente prefere ficar imóvel e quieto
Cólica intestinal
*início relativamente abrupto, com agravamento rápido e progressivo da sua intensidade
dor obstrução intestinal?
vômito quando
surgem após vários minutos do pico de intensidade de uma cólica intestinal com eliminação de material muito volumoso ou
de cor escura e odor fecaloide
*há frequentemente distensão
abdominal e redução acentuada ou mesmo parada da eliminação de gases e fezes.
*cólicas intestinais
acompanhadas de meteorismo intenso, seguidas de eliminação abundante de gases e fezes com melhora importante ou
completa do quadro doloroso, sugerem obstrução mecânica parcial e transitória.
outras manifestações concomitante a dor?
febre, hemorragia digestiva,
anemia, desidratação, alterações urinárias ou menstruais,
Dor perineal
indica uma causa retal, anal, escrotal ou prostática no homem; na mulher, além das doenças anorretais, a dor perineal pode
estar relacionada a doenças vulvares e vaginais.
Distensão abdominal, flatulência e dispepsia
sensação de repleção abdominal, muitas vezes referida como “excesso de
gases”.
*paciente percebe as vibrações provocadas pela movimentação do conteúdo intraluminal, podendo também
escutar os ruídos correspondentes
*aumenta a eliminação de gases, evidenciada pelo maior número de flatos e pela quantidade maior de
gases emitidos
*Dor contínua, de pequena intensidade, difusa por todo o abdome, indica a distensão das paredes do abdome
Hemorragia digestiva
definida pela passagem de sangue do continente intravascular para o lúmen do tubo
gastrintestinal, sendo eliminado pelo vômito (hematêmese) ou por defecação (enterorragia e melena)
Hemorragia digestiva
manifestação clínica?
depender de vários fatores,
entre os quais se destacam a localização do sangramento e sua magnitude, determinada pelo volume, velocidade e duração
do sangramento.
*É a referência a melena o que mais sugere hemorragia no nível do intestino delgado, uma vez que há tempo para
digestão do sangue extravasado entre o ângulo de Treitz e a válvula ileocecal; fezes tornamse
enegrecidas, mas podem
guardar uma leve tonalidade avermelhada.
*sangramento no intestino delgado provoca aumento do teor líquido das fezes, daí ser comum a
associação de melena com amolecimento das fezes e aumento do número de evacuações ou com diarreia exuberante.; “graxa preta”, “cola preta” ou “borra de café”.;característica peculiar, que é o odor pútrido
*enterorragia=> eliminação de sangue vivo
pelo ânus.;local de sangramento próximo à válvula
ileocecal, perda sanguínea rápida e intensa e existência de fatores que aceleram a velocidade do trânsito intestinal
hemorragia digestiva
causas?
*Afecções de natureza inĶamatória Doença de Crohn Tuberculose intestinal Paracoccidioidomicose Estrongiloidíase Enteropatia actínica *Tumores e condições associadas Pólipos Tumores benignos (adenoma, leiomioma, lipoma) Tumores malignos (linfomas, adenocarcinoma, carcinoide) *Afecções de natureza vascular Hemangiomas Angiodisplasias Telangiectasia hemorrágica Fístulas Oclusões arteriais agudas Vasculites *Anomalias congênitas não vasculares Divertículo de Meckel Diverticulose intestinal *Doenças sistêmicas Púrpuras Leucemias Uremia Síndrome de má absorção (deĴciência de vitamina K) *Ação de medicamentos Ação local (álcool, salicilatos, sais de potássio) Ação sistêmica (corticoides, anticoncepcionais, anticoagulantes)
hemorragia do intestino delgado resultar em hematêmese
ocorrer
quando o local do sangramento é próximo ao ângulo de Treitz e quando a hemorragia for maciça.
hemorragias digestivas
repercussões hemodinâmicas
*sangramento é intenso e rápido, observamse
manifestações indicativas de colapso circulatório
*paciente pode estar bem em repouso, mas quando fica de pé ou faz algum exercício físico apresenta tonturas,
escurecimento visual, sensação de vertigem e palpitações
hemorragias digestivas + má absorção
além da diarreia, pode haver
esteatorreia, e o sangramento costuma ser acompanhado por hemorragia em outros órgãos, como epistaxe, gengivorragia,
petéquias, equimoses e sangramento vaginal.
perda de peso (emagrecimento)
- alimentação deficiente, má absorção ou aumento do consumo metabólico
- inapetência ou à exclusão progressiva de alimentos
anemia
deficiência de ferro, vitamina B12 ou folatos, desnutrição proteica, hemorragia digestiva ou
depressão tóxica da eritropoese
edema
expressão clínica da redução da pressão coloidosmótica do plasma acarretada pela
diminuição do nível da albumina, a qual, por sua vez, pode ser consequente à redução da ingestão proteica ou alteração da
absorção de nutrientes.
manifestações carenciais são múltiplas
xeroftalmia, a cegueira noturna e a hiperqueratose cutânea por
deficiência de vitamina A; o raquitismo e a deficiência do crescimento por carência de vitamina D; as púrpuras e os
sangramentos no tubo digestivo por hipovitaminose K; as queilites, a glossite, a pelagra e as parestesias por deficiência do
complexo B; lesões eczematoides nas extremidades por falta de ácidos graxos essenciais
principais manifestações de insuficiência endócrina
alterações menstruais, disfunção sexual, insuficiência
suprarrenal, hipotireoidismo e hipopituitarismo.