AULA 01 Flashcards
Qual é o aspecto negativo relacionado ao princípio da isonomia tributária?
O aspecto negativo relacionado ao princípio da isonomia tributária é a possibilidade de discriminação indevida na legislação.
O que a lei não pode discriminar de acordo com o princípio da isonomia tributária?
De acordo com o princípio da isonomia tributária, a lei não pode discriminar entre contribuintes que estejam em situação equivalente, proibindo qualquer distinção com base na ocupação profissional ou função exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
O que significa ser igual ou desigual sob a perspectiva da isonomia tributária?
Sob a perspectiva da isonomia tributária, ser igual ou desigual refere-se à equivalência ou não equivalência de situações para fins tributários. A igualdade pressupõe uma medida de comparação, e não qualquer diferença pode justificar um tratamento tributário distinto.
Quais são as duas situações que, do ponto de vista do Direito Tributário, justificam um tratamento diferenciado de acordo com o princípio da isonomia?
As duas situações que justificam um tratamento diferenciado, afastando a equivalência pressuposta pelo princípio da isonomia tributária, são: diferentes capacidades contributivas e razões extrafiscais.
O que é considerado como justificativa para um tratamento diferenciado sem violar o princípio da isonomia no âmbito da capacidade contributiva?
A diferença de capacidade contributiva, baseada na riqueza, é uma justificativa que pode ensejar um tratamento diferenciado sem violar o princípio da isonomia.
Qual é um exemplo de tratamento diferenciado que se baseia na diferença de capacidade contributiva?
Um exemplo é o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), cujas alíquotas variam de acordo com a renda do contribuinte. Essa diferenciação é justificada pela não equivalência da situação de quem ganha um salário mínimo em comparação com quem aufere renda superior a R$ 4.664,68.
Quais são dois exemplos de tratamentos diferenciados que foram considerados constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal?
Dois exemplos são as alterações promovidas pela Lei 10.684/2003, que majorou de maneira diferenciada a alíquota de contribuição previdenciária para instituições financeiras, e pela Lei 7.787/1989, que determinou o pagamento de um adicional de 2,5% sobre a folha de salários por parte das instituições financeiras e assemelhadas. O Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade desses dispositivos.
Por que o Supremo Tribunal Federal considerou constitucional o tratamento diferenciado dado a contribuintes com grande capacidade contributiva?
O Supremo Tribunal Federal entendeu que era proporcional que contribuintes que exercem atividade econômica de grande capacidade contributiva contribuíssem mais para o custeio da seguridade social. Esse entendimento foi aplicado nos julgamentos do RE 599.309 e RE 656.089.
Qual é outro exemplo de tratamento diferenciado, relacionado à capacidade contributiva, que não viola o princípio da isonomia?
Um exemplo é o tratamento conferido às microempresas e empresas de pequeno porte, conforme determina o artigo 146, III, alínea d, da Constituição Federal. Esse tratamento diferenciado é considerado constitucional e não viola o princípio da isonomia, levando em conta as características e limitações desses tipos de empresas.
Quais são as razões extrafiscais que podem justificar um tratamento diferenciado sem violar o princípio da isonomia?
Razões extrafiscais, como o não cumprimento da função social da propriedade, a improdutividade de imóvel rural e a necessidade de induzir determinados comportamentos, podem justificar um tratamento diferenciado sem violar o princípio da isonomia.
Quais são exemplos de tratamentos diferenciados baseados em razões extrafiscais?
Alguns exemplos mencionados são a elevação da alíquota do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) nos casos de imóveis rurais improdutivos, a progressividade do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em razão do não cumprimento da função social da propriedade, e a tributação acentuada de produtos como cigarros e bebidas. Essas medidas são justificadas pelo interesse público em promover determinados comportamentos.
Qual é o entendimento do Supremo Tribunal Federal em relação à tributação do salário-maternidade?
O Supremo Tribunal Federal entende que a incidência da contribuição sobre o salário-maternidade é ilegítima e viola o princípio da isonomia. O argumento é que essa tributação representa um ônus adicional para o empregador, constituindo um desestímulo à contratação de mão de obra feminina e prejudicando o acesso das mulheres ao mercado de trabalho.
Por que a tributação do salário-maternidade é considerada uma violação ao princípio da isonomia?
A tributação do salário-maternidade é considerada uma violação ao princípio da isonomia porque impõe um ônus adicional apenas para as funcionárias mulheres e mães, tornando sua condição biológica um fator de tratamento desigual em relação aos homens. Isso desestimula a maternidade e discrimina as mulheres na contratação, o que fere os direitos das mulheres como uma dimensão dos direitos humanos.
Qual foi o posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre o concurso de preferência entre pessoas jurídicas de direito público na cobrança de créditos tributários?
O Supremo Tribunal Federal decidiu, no julgamento do caso, que o concurso de preferência entre os entes federados na cobrança judicial de créditos tributários e não tributários não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Portanto, as súmulas 497 do STJ e 563 do STF, que tratavam desse tema, foram superadas.
Qual é o aspecto positivo do princípio da isonomia?
O aspecto positivo do princípio da isonomia consiste em determinar o que a lei deve discriminar. Isso significa que o princípio da isonomia impõe que a lei trate de forma diferente aqueles que são desiguais, levando em consideração suas desigualdades.
Como o princípio da isonomia se aplica ao tratamento tributário?
No contexto tributário, o princípio da isonomia requer que a lei discrimine os contribuintes de acordo com suas diferenças. Por exemplo, seria contrário ao princípio da isonomia uma norma tributária que impusesse um imposto fixo igual para todos os contribuintes, independentemente do valor de seus rendimentos. O princípio da isonomia exige que o tributo seja proporcional à capacidade econômica de cada contribuinte, de forma a evitar uma carga tributária injusta e desproporcional.
Qual seria a consequência de tratar de forma igualitária pessoas em situações distintas?
Seguindo o princípio da isonomia, tratar de forma igualitária pessoas em situações distintas seria considerado odioso. Isso ocorreria quando uma norma tributária aplicasse um tributo igual para todos os contribuintes, sem levar em consideração as diferenças de capacidade econômica. Essa situação seria injusta, pois o tributo seria leve para os ricos e insuportável para os pobres, excluindo apenas aqueles que não obtivessem nenhum rendimento. O princípio da isonomia, nesse caso, veda um tratamento igualitário quando a situação é de fato distinta.
Além de proibir tratamento desigual a quem se encontre em situação equivalente, o que mais o princípio da isonomia veda?
Além de proibir tratamento desigual a quem se encontre em situação equivalente, o princípio da isonomia também veda um tratamento igualitário nos casos em que a situação seja distinta. Isso significa que a lei deve discriminar adequadamente as pessoas levando em consideração suas diferenças. O princípio da isonomia busca garantir que as normas e políticas públicas sejam justas e proporcionais, evitando assim uma aplicação indiscriminada e injusta das leis.
Quais são as três técnicas de decisão que o Poder Judiciário pode utilizar em casos de violação ao princípio da isonomia?
As três técnicas de decisão mencionadas são:
Extensão dos benefícios ao Grupo B: Nessa técnica, o Poder Judiciário pode conferir aos contribuintes do Grupo B a mesma regra isentiva que foi concedida ao Grupo A por meio de uma decisão judicial.
Supressão dos benefícios concedidos ao Grupo A: Nessa possibilidade, a norma isentiva seria declarada inconstitucional, resultando na incidência da mesma norma tributária tanto para os contribuintes do Grupo A quanto para o Grupo B.
Apelo ao legislador: O Poder Judiciário pode fazer um apelo ao legislador, chamando-o a editar uma nova lei que restabeleça o princípio da isonomia, sob pena de, no futuro, reconhecer a inconstitucionalidade da norma.